Resolução #1.004, de 27 de Junho de 2003 Regulamento para A Condução Do Processo Ético Disciplinar

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RESOLUÇÃO Nº 1.

004, DE 27 DE JUNHO DE 2003


REGULAMENTO PARA A CONDUÇÃO DO PROCESSO
ÉTICO DISCIPLINAR
DA FINALIDADE
Art. 1º Este regulamento estabelece procedimentos para instauração, instrução e
julgamento dos processos administrativos e aplicação das penalidades relacionadas
à apuração de infração ao Código de Ética Profissional da Engenharia, da
Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, adotado
pela Resolução nº 1.002, de 26 de novembro de 2002.
§ 1º Os procedimentos adotados neste regulamento também se aplicam aos casos
previstos no art. 75 da Lei nº 5.194, de 1966.
§ 2º Os procedimentos estabelecidos aplicam-se aos profissionais da Engenharia,
da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia, em
seus níveis superior e médio, que transgredirem preceitos do Código de Ética
Profissional, e serão executados pelos vários órgãos das instâncias administrativas
do Sistema Confea/Crea.
Art. 82. Este regulamento aplica-se, exclusivamente, aos processos de infração ao
Código de Ética Profissional iniciados a partir da publicação desta Resolução no
Diário Oficial da União.
Art. 2º A apuração e condução de processo de infração ao Código de Ética
Profissional obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
DA COMISSÃO DE ÉTICA PROFISSIONAL
Art. 3º A Comissão de Ética Profissional é órgão auxiliar das câmaras
especializadas, constituída de acordo com o regimento do Crea.
§ 1º Recomenda-se observar na sua composição a presença de um
representante de cada câmara especializada.
§ 2º O Crea deverá colocar à disposição da Comissão de Ética Profissional
servidores com a incumbência de apoiar as reuniões, lavrando ata, termo de
depoimento, atividade administrativa e assessoramento jurídico necessários
ao seu funcionamento
Art. 4º É atribuição da Comissão de Ética Profissional:
I – iniciar o processo ético ante notícia ou indício de infração;
II - instruir processo de infração ao Código de Ética Profissional, ouvindo
testemunhas e partes, e realizando ou determinando a realização de
diligências necessárias para apurar os fatos; e
III – emitir relatório fundamentado a ser encaminhado à câmara especializada
competente para apreciação, o qual deve fazer parte do respectivo processo.
Art. 5º A Comissão de Ética Profissional, para atendimento ao disposto no
inciso II e III do art. 4º, deverá:
I - apurar o fato mediante recebimento e análise de denúncias, tomada de
depoimentos das partes e acolhimento das provas documentais e
testemunhais relacionadas à denúncia visando instruir o processo; e
II - verificar, apontar e relatar a existência ou não de falta ética e de nulidade
dos atos processuais
Art. 6º O coordenador da Comissão de Ética Profissional designará um de
seus membros como relator de cada processo.
Parágrafo único. O relator designado deverá ser, preferencialmente, de
modalidade profissional diferente daquela do denunciado.
DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 7º O processo será instaurado após ser protocolado pelo setor
competente do Crea em cuja jurisdição ocorreu a infração, decorrente de
denúncia formulada por escrito e apresentada por:
I – instituições de ensino que ministrem cursos nas áreas abrangidas pelo
Sistema Confea/Crea;
II – qualquer cidadão, individual ou coletivamente, mediante requerimento
fundamentado;
III – associações ou entidades de classe, representativas da sociedade ou de
profissionais fiscalizados pelo Sistema Confea/Crea; ou
IV – pessoas jurídicas titulares de interesses individuais ou coletivos.
§ 1º O processo poderá iniciar-se a partir de relatório apresentado pelo setor
de fiscalização do Crea, após a análise da câmara especializada da
modalidade do profissional, desde que seja verificado indício da veracidade
dos fatos.
§ 2º A denúncia somente será recebida quando contiver o nome, assinatura e
endereço do denunciante, número do CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas, se pessoa jurídica, CPF – Cadastro de Pessoas Físicas, número do RG
– Registro Geral, se pessoa física, e estiver acompanhada de elementos ou
indícios comprobatórios do fato alegado
Art. 8º Caberá à câmara especializada da modalidade do denunciado proceder a
análise preliminar da denúncia, no prazo máximo de trinta dias, encaminhando
cópia ao denunciado, para conhecimento e informando-lhe da remessa do processo
à Comissão de Ética Profissional.
Art. 9º Caberá à Comissão de Ética Profissional proceder instrução do processo no
prazo máximo de noventa dias, contados da data da sua instauração.
§ 1º Acatada a denúncia, a Comissão de Ética Profissional dará conhecimento ao
denunciado da instauração de processo disciplinar, juntando cópia da denúncia, por
meio de correspondência encaminhada pelo correio com aviso de recebimento, ou
outro meio legalmente admitido, cujo recibo de entrega será anexado ao processo.
§ 2º Não acatada a denúncia, o processo será encaminhado à câmara especializada
da modalidade do profissional, que decidirá quanto aos procedimentos a serem
adotados
Art. 10. Duas ou mais pessoas poderão demandar questão no mesmo
processo.
Parágrafo único. A Comissão de Ética Profissional, mediante justificativa,
poderá determinar a juntada de duas ou mais denúncias contra um mesmo
profissional, em razão da falta cometida ou fatos denunciados.
Art. 11. O processo instaurado será constituído de tantos tomos quantos
forem necessários, contendo até duzentas folhas cada, numeradas
ordenadamente e rubricadas por servidor credenciado do Crea, devidamente
identificado pela sua matrícula.
Parágrafo único. Todos os atos e termos processuais - a denúncia, a defesa e
os recursos - serão feitos por escrito, utilizando-se o vernáculo, com a data e
o local de sua realização e a assinatura do responsável.
Art. 12. Os processos de apuração de infração ao Código de Ética Profissional
correrão em caráter reservado.
Parágrafo único. Somente as partes envolvidas – o denunciante e o
denunciado – e os advogados legalmente constituídos pelas partes terão
acesso aos autos do processo, podendo manifestarse quando intimadas.
Art. 13. O processo será duplicado quando houver pedido de vista ou recurso
ao Confea, mantendo-se uma cópia na unidade ou Crea de origem.
Art. 14. Os procedimentos relacionados ao processo devem realizar-se em
dias úteis, preferencialmente na sede do Crea responsável pela sua condução,
cientificando-se o denunciado se outro for o local de realização.

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