Umbanda para Iniciantes

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MANUAL COMPLETO

FALA PRETO VELHO


INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao fascinante universo
da Umbanda! Este ebook foi
cuidadosamente elaborado para
oferecer uma introdução abrangente e
acessível aos princípios, práticas e
conceitos fundamentais dessa rica
tradição espiritual.
Para aqueles que estão iniciando sua
jornada na Umbanda, este guia servirá
como uma bússola confiável,
orientando você pelos caminhos dessa
religião brasileira tão única.
Exploraremos desde os fundamentos
básicos até aspectos mais complexos, E
esclarecimentos essenciais ao longo do
caminho.
Prepare-se para mergulhar em uma
jornada de descoberta, aprendizado e
crescimento espiritual. Que este ebook
seja uma fonte de inspiração e
conhecimento, capacitando você a
compreender e apreciar a beleza e a
profundidade da Umbanda.

FALA PRETO VELHO


Direitos autorais -”Umbanda
para iniciantes”
Todo o conteúdo presente neste ebook,
"Umbanda para Iniciantes", é protegido por
direitos autorais. Isso significa que o
material aqui contido é de propriedade
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associados a este material.

1
LISTA DE

Conteúdo
Capítulo 1: A História da Umbanda
1.1 Origens da Umbanda

1.2 Desenvolvimento e Expansão

Capítulo 2: Fundamentos e crenças


2.1 Princípios Básicos: Fé, caridade,
e respeito à natureza

2.2 Orixás e Entidades

Capítulo 3: Rituais e Práticas


3.1 Estrutura do Terreiro

3.2 Giras e Sessões

3.3 Ofertas e Trabalhos Espirituais

Capítulo 4: Mediuns e
Desenvolvimento Mediúnico
4.1 Tipos de Mediunidade

4.2 Desenvolvimento do Médium

Capítulo 5: Ética e Responsabilidade

5.1 Ética na Umbanda

5.2 Responsabilidade do Médium e


do Terreiro
Capítulo 6: Festas e Datas
Comemorativas
6.1 Principais celebrações e seus
significados

Capítulo 7: Umbanda no Dia a Dia


7.1 Aplicando os ensinamentos no
cotidiano
capítulo

01
A História da Umbanda
Este capítulo oferece uma visão rápida das origens e
evolução da Umbanda, destacando os eventos e figuras
importantes que moldaram essa religião ao longo do
tempo.
INFLUÊNCIAS AFRICANAS,
INDÍGENAS E CATÓLICAS
A Umbanda, como uma das religiões mais distintamente brasileiras, é o
resultado de um fascinante processo de sincretismo religioso, que
mescla elementos das tradições africanas, indígenas e católicas. Essas
influências, embora distintas, se entrelaçaram ao longo do tempo,
formando uma prática espiritual rica e complexa.

As raízes africanas da Umbanda remontam aos tempos da escravidão no


Brasil. Os africanos trazidos como escravos para o país trouxeram
consigo suas crenças, rituais e devoções espirituais. A religião dos
iorubás, em particular, teve uma forte influência na formação da
Umbanda, com divindades como Oxalá, Oxum, Ogum e outros sendo
reverenciadas nos terreiros umbandistas.

Além das influências africanas, a espiritualidade indígena também


deixou sua marca na Umbanda. Os povos indígenas do Brasil têm uma
profunda conexão com a natureza e com os espíritos da terra, e essa
reverência pela natureza se reflete em muitos aspectos da Umbanda.
Elementos como o uso de ervas medicinais, a celebração dos ciclos da
natureza e a comunicação com os espíritos da floresta são comuns nas
práticas umbandistas.

Por fim, a presença da fé católica na Umbanda


é evidente em muitos aspectos da religião.
Durante a colonização do Brasil, os
colonizadores portugueses impuseram sua
religião sobre os povos indígenas e africanos,
resultando em um processo de sincretismo
religioso. Assim, muitos santos católicos foram
associados a divindades africanas, criando
uma série de correspondências e interações
entre os dois sistemas de crenças. Por
exemplo, São Jorge é frequentemente
sincretizado com o orixá Ogum, e Nossa
Senhora da Conceição com Oxum.
FUNDADOR ZÉLIO
FERNANDINO DE MORAES
Zélio Fernandino de Moraes é reconhecido como o fundador da
Umbanda, uma das religiões mais importantes e influentes do Brasil.
Sua vida e obra desempenharam um papel fundamental na formação e
desenvolvimento dessa prática espiritual única.

Nascido em 10 de abril de 1891, na cidade de São Gonçalo, no Rio de


Janeiro, Zélio cresceu em um ambiente familiar profundamente
religioso. Seu pai, José Fernandes de Moraes, era maçom e sua mãe,
Carlota Dias Fernandino, era médium espírita. Desde cedo, Zélio
mostrou interesse e sensibilidade para assuntos espirituais, tornando-se
ativo nas atividades da Igreja Católica e também participando de sessões
espíritas.

Foi durante uma dessas sessões, em 15 de novembro de 1908, que Zélio


foi incorporado pelo espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas, que
anunciou a fundação de uma nova religião que uniria as diversas
tradições espirituais presentes no Brasil. Este evento marcante foi o
ponto de partida para o surgimento da Umbanda.

A partir desse momento, Zélio dedicou sua vida ao desenvolvimento e


difusão da Umbanda. Ele fundou o primeiro terreiro umbandista,
chamado Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, em 15 de novembro
de 1908, no Rio de Janeiro. Sob sua orientação, a Umbanda começou a
se consolidar como uma religião distinta, caracterizada pela inclusão,
pela caridade e pelo sincretismo religioso.

Zélio também desempenhou um papel crucial na codificação dos


princípios e práticas da Umbanda. Ele enfatizava a importância da
caridade, do respeito à natureza, da comunicação com os espíritos e da
busca pela evolução espiritual. Seu trabalho influenciou diretamente a
organização e estruturação dos terreiros umbandistas em todo o país.
Além disso, Zélio enfrentou muitos desafios e resistências durante sua
vida devido à natureza inovadora da Umbanda. No entanto, sua
dedicação e perseverança foram fundamentais para a aceitação e o
reconhecimento da religião, que hoje conta com milhões de seguidores
em todo o Brasil e no mundo.

Zélio Fernandino de Moraes faleceu em 3 de outubro de 1975, deixando


um legado duradouro na história da Umbanda. Sua visão, coragem e
compromisso com a espiritualidade deixaram uma marca indelével na
religião, inspirando gerações de praticantes a seguirem seu exemplo de
amor, compaixão e serviço aos outros.
DESENVOLVIMENTO E
EXPENSÃO
Consolidação e Reconhecimento Inicial (1908-1940): Após sua
fundação em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes, a Umbanda
experimentou um período inicial de consolidação. Terreiros foram
estabelecidos em várias partes do Brasil, principalmente nas áreas
urbanas. No entanto, durante esse período, a Umbanda enfrentou
resistência e incompreensão por parte de outras instituições religiosas e
da sociedade em geral.

Reconhecimento Oficial (1941): O reconhecimento oficial da Umbanda


pelo governo brasileiro em 1941, durante o governo de Getúlio Vargas,
foi um marco importante em sua história. Esse reconhecimento ajudou
a legitimar a religião perante as autoridades e a sociedade,
proporcionando uma base para sua institucionalização e
regulamentação.

Expansão Nacional e Internacional (1940s-presente): Nas décadas


seguintes, a Umbanda continuou a expandir sua presença por todo o
Brasil. Terreiros foram estabelecidos em diversas regiões do país, e a
religião começou a ganhar reconhecimento e aceitação em diferentes
segmentos da sociedade brasileira. Além disso, a presença de imigrantes
brasileiros levou a prática da Umbanda para outros países, resultando
em uma crescente comunidade umbandista global.

Modernização e Adaptação: Ao longo do século XX, a Umbanda passou


por processos de modernização e adaptação para atender às mudanças
sociais, culturais e tecnológicas da época. Novas tecnologias foram
incorporadas às práticas religiosas, e novas formas de organização e
comunicação foram desenvolvidas para atender às necessidades da
comunidade umbandista.

Desafios e Oportunidades: Apesar do crescimento e expansão, a


Umbanda enfrenta uma série de desafios, incluindo o preconceito, a
falta de compreensão e a concorrência de outras religiões. No entanto,
esses desafios também têm gerado oportunidades para a Umbanda se
afirmar como uma religião inclusiva, compassiva e progressista, capaz
de promover a paz, a harmonia e a justiça social.
Em resumo, o crescimento da Umbanda no século XX reflete não
apenas a evolução da própria religião, mas também as
transformações sociais, culturais e históricas que ocorreram no
Brasil e no mundo. Hoje, a Umbanda continua a desempenhar um
papel importante na vida espiritual e cultural de milhões de
pessoas, oferecendo um caminho de fé, esperança e crescimento
pessoal.

DIFERENÇAS REGIONAIS E
VARIAÇÕES

A Umbanda, sendo uma religião profundamente enraizada na cultura


brasileira, apresenta uma variedade de diferenças regionais e variações
que refletem as diversas influências culturais e étnicas em todo o país.
Essas diferenças regionais adicionam uma riqueza única à prática da
Umbanda, criando uma tapeçaria espiritual diversificada e
multifacetada.

Influências Culturais Locais: Cada região do Brasil possui suas próprias


tradições culturais e espirituais únicas, que se refletem na prática da
Umbanda. Por exemplo, na região Nordeste, onde as influências
africanas são mais fortes, é comum encontrar terreiros que enfatizam
ritmos musicais como o maracatu e o coco, bem como o culto a
entidades como os caboclos e os pretos velhos. Por outro lado, na região
Sul, onde as influências europeias são mais proeminentes, a Umbanda
pode apresentar elementos de tradições espiritualistas europeias, como
o espiritismo kardecista.

Variações nos Rituais e Práticas: Os rituais e práticas da Umbanda


também podem variar de acordo com a região. Por exemplo, em
algumas áreas, é comum realizar cerimônias ao ar livre, em contato
direto com a natureza, enquanto em outras, os rituais podem ocorrer
dentro de templos ou casas de culto. Além disso, a música desempenha
um papel importante na prática da Umbanda, com variações regionais
nos ritmos e instrumentos utilizados nas sessões espirituais.
Sincretismo Religioso: O sincretismo religioso é uma característica
fundamental da Umbanda, e as variações regionais muitas vezes
refletem diferentes combinações de elementos religiosos. Por exemplo,
em algumas regiões, as entidades da Umbanda podem ser sincretizadas
com santos católicos específicos, enquanto em outras, as influências
indígenas podem ser mais proeminentes.

Adaptação às Necessidades Locais: A Umbanda é uma religião


adaptável e flexível, que se molda às necessidades e características
específicas de cada região. Os líderes espirituais e praticantes da
Umbanda muitas vezes adaptam as práticas religiosas para atender às
demandas locais e às condições socioeconômicas de suas comunidades.

Em resumo, as diferenças regionais e variações na Umbanda


refletem a diversidade cultural e espiritual do Brasil. Essa
diversidade enriquece a prática da Umbanda, tornando-a uma
religião dinâmica e vibrante, capaz de se adaptar e crescer em
resposta às mudanças sociais, culturais e espirituais em todo o país.
capítulo

02
Fundamentos e Crenças
Os princípios básicos da Umbanda são fé, caridade e
respeito à natureza, representando a crença nas forças
espirituais, a prática do amor ao próximo e a reverência
pela vida e pelo ambiente natural.
PRINCÍPIOS BÁSICOS,
FÉ, CARIDADE, E RESPEITO À
NATUREZA
Esses três princípios básicos - fé, caridade e respeito à natureza -
formam o alicerce da prática umbandista, orientando os adeptos a
viverem de acordo com os valores espirituais e morais da religião.
Através da fé, da caridade e do respeito à natureza, os umbandistas
buscam cultivar uma vida de harmonia, amor e serviço ao próximo,
contribuindo para o bem-estar coletivo e o progresso espiritual da
humanidade.

Fé: A fé é um dos pilares fundamentais da Umbanda. Ela se manifesta


na crença em forças espirituais superiores, como os Orixás, guias
espirituais e entidades de luz. Os praticantes da Umbanda cultivam a fé
em uma força divina que guia e protege suas vidas, fornecendo conforto
espiritual e orientação em momentos de dificuldade. A prática da fé na
Umbanda envolve confiar nas entidades espirituais, nos rituais e nas
tradições religiosas, fortalecendo assim o vínculo entre o plano espiritual
e o material.

Caridade: A caridade é um dos princípios mais importantes da


Umbanda, refletindo a ideia de servir aos outros com amor e
compaixão. Os umbandistas acreditam que a prática da caridade é
essencial para o crescimento espiritual e a evolução pessoal. Isso se
expressa através de atos altruístas, como oferecer ajuda material e
espiritual aos necessitados, prestar assistência aos doentes, acolher os
desamparados e promover a inclusão social. A caridade é vista como
uma forma de expressar amor ao próximo e de contribuir para a
construção de um mundo mais justo e solidário.
Respeito à Natureza: A Umbanda valoriza profundamente a natureza e
reconhece sua importância como fonte de vida e espiritualidade. Os
praticantes da Umbanda entendem que todos os elementos da
natureza, como terra, água, fogo e ar, possuem energias e vibrações que
podem ser canalizadas para o benefício humano e espiritual. Portanto, o
respeito à natureza é uma parte essencial da prática umbandista, que se
manifesta através do cuidado com o meio ambiente, da preservação dos
recursos naturais, da reverência aos espíritos da natureza e da
realização de rituais ao ar livre. Ao honrar e respeitar a natureza, os
umbandistas fortalecem sua conexão espiritual com o mundo natural e
promovem o equilíbrio ecológico e energético do planeta.

A fé é a crença nas forças espirituais superiores, como os Orixás e


guias espirituais. A caridade é expressa através de atos altruístas
de amor e compaixão para com os necessitados. O respeito à
natureza envolve a reverência aos elementos naturais e a
preservação do meio ambiente. Esses princípios orientam os
umbandistas a viverem de acordo com valores espirituais e morais,
promovendo a harmonia, o amor e o serviço ao próximo.

ORIXÁS E ENTIDADES
Os Orixás são entidades divinas veneradas na Umbanda, representando
diferentes aspectos da natureza, da vida e do universo. Originários das
religiões africanas, esses seres cósmicos foram sincretizados com santos
católicos durante o período colonial brasileiro, resultando em uma rica
tapeçaria espiritual na Umbanda.

Cada Orixá possui características únicas e atributos específicos, sendo


reverenciado por seus seguidores como uma força divina capaz de
influenciar a vida humana e o mundo natural. Na Umbanda, os Orixás
são cultuados e invocados através de rituais e oferendas, buscando sua
orientação, proteção e bênçãos.
Os principais Orixás venerados na Umbanda incluem:

Oxalá: O Orixá maior, associado à paz, à harmonia e à criação. Oxalá é


considerado o pai de todos os Orixás e o guardião da evolução
espiritual.

Iemanjá: A mãe das águas, Yemanjá é venerada como a protetora dos


oceanos, das gestantes e das famílias. Ela representa a fertilidade, a
maternidade e o amor incondicional.

Xangô: O Orixá da justiça e do equilíbrio, Xangô é reverenciado como o


senhor dos trovões e dos raios. Ele representa a força, a coragem e a
sabedoria.

Ogum: O senhor dos caminhos e das batalhas, Ogum é venerado como


o protetor dos guerreiros e dos trabalhadores. Ele representa a
determinação, a força e a lealdade.

Oxum: A deusa do amor e da fertilidade, Oxum é reverenciada como a


protetora das águas doces e dos rios. Ela representa a beleza, a
sensualidade e a prosperidade.

Oxóssi: O guardião das ervas e dos segredos da natureza, Ossaim é


reverenciado como o senhor das folhas e das plantas medicinais. Ele
representa a cura, a sabedoria e o conhecimento ancestral.

Obaluiaiê: Deus da peste das doenças da pele. É o médico dos pobres.

Nanã: Deusa da lama e do fundo dos rios, associada à fertilidade, à


doença e à morte. É a orixá mais velha de todos e por isso muito
respeitada.

Iansã: iansã é uma guerreira poderosa, responsável por levar as almas


para o céu. É a senhora dos ventos, dos trovões, das tempestades e
representa as mudanças rápidas. Representada pela cor Laranja.
Esses são os Orixás venerados na Umbanda, TEMOS UM EBOOK
ESPECÍFICO APENAS DOS ORIXÁS cada um com sua história, seus
mitos e suas atribuições específicas. Na prática umbandista, os
devotos estabelecem uma conexão pessoal com os Orixás,
buscando sua orientação espiritual e sua proteção em todos os
aspectos da vida.

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Agora, você irá conhecer as entidades veneradas na Umbanda, cada
uma com sua história, sua personalidade e suas atribuições
específicas. Na prática umbandista, as entidades são cultuadas com
respeito e devoção, sendo invocadas para oferecer proteção,
orientação e auxílio espiritual aos seus devotos

Exus e Pombagiras: Exus e Pombagiras são entidades que atuam como


intermediários entre o plano espiritual e o material. Eles são
reverenciados como guardiões dos caminhos, protetores das
encruzilhadas e mensageiros dos Orixás. Os Exus são associados à
energia masculina, enquanto as Pombagiras representam a energia
feminina. São conhecidos por sua habilidade em resolver problemas
terrenos, proteger seus devotos e desfazer demandas espirituais. Na
Umbanda, Exus e Pombagiras são cultuados com respeito e oferecidos
trabalhos espirituais em troca de sua ajuda e proteção.

Caboclos: Os Caboclos são espíritos de índios nativos brasileiros ou de


outras etnias indígenas que atuam como guias espirituais na Umbanda.
Eles são reverenciados como mestres da sabedoria ancestral,
conhecedores das plantas medicinais e dos segredos da natureza. Os
Caboclos são conhecidos por sua força, coragem e conexão com a terra,
sendo invocados para proteção, cura e orientação espiritual. Na
Umbanda, os Caboclos são cultuados com rituais específicos, que
incluem danças, cânticos e oferendas de ervas e flores.

Pretos Velhos: Os Pretos Velhos são espíritos de ancestrais africanos


que foram escravizados no Brasil e que atuam como guias espirituais na
Umbanda. Eles são reverenciados como sábios e conselheiros,
detentores de uma sabedoria milenar e de uma profunda compaixão
pelos sofrimentos humanos. Os Pretos Velhos são invocados para
oferecer conforto, consolo e orientação espiritual aos seus devotos,
ajudando-os a superar desafios e dificuldades na vida. Na Umbanda, os
Pretos Velhos são cultuados com respeito e humildade, através de
rituais simples e sinceros, que incluem rezas, defumações e oferendas
de café e cachimbo.
Crianças (ERÊS): Entidades infantis, os Erês são associados à alegria,
pureza e energia positiva. Eles representam a criança espiritual,
trazendo consigo uma atmosfera leve e descontraída. Os Erês são
considerados mensageiros alegres e protetores e ainda ajudam mães e
pais que precisam de conforto. Sua presença é muitas vezes celebrada
com danças e cânticos, simbolizando a inocência e a vivacidade que eles
representam.

Baianos: Eles se referem à categoria de entidades espirituais que são


representativas da sabedoria e da tradição popular da Bahia. Esses
espíritos são muitas vezes invocados em rituais e sessões espirituais
para oferecer orientação, equilíbrio e auxílio em questões cotidianas,
como trabalho. Os Baianos são associados à cultura afro-brasileira e à
riqueza espiritual presente na Bahia. Suas características incluem a
sabedoria popular, a capacidade de lidar com as situações do dia a dia e
a conexão com as raízes culturais do Brasil.

Marinheiros: Os Marinheiros têm características específicas e são


invocados em rituais e sessões espirituais para auxiliar em questões
relacionadas ao equilíbrio emocional, proteção e direcionamento
espiritual. Eles são frequentemente associados à energia do mar,
representando a força, a coragem e a orientação espiritual. Eles podem
desempenhar um papel protetor, auxiliando os devotos a navegar pelas
águas turbulentas da vida.

Boiadeiros: Os Boiadeiros são representativos da energia do campo,


ligada à vida rural, aos vaqueiros e à força dos animais, especialmente
bois. Essas entidades espirituais são muitas vezes invocadas para
proporcionar proteção, força, cura e orientação em questões
relacionadas à vida material e ao enfrentamento de desafios. Os
Boiadeiros são considerados guardiões espirituais que ajudam a
conduzir e a equilibrar as energias dos devotos.
Malandros: Essa entidade é frequentemente representada por figuras
masculinas associadas ao universo boêmio e às ruas. O mais famoso é o
Zé Pelintra. Os Malandros são considerados espíritos astutos, espertos
e, ao mesmo tempo, protetores. Eles possuem a habilidade de lidar com
situações complicadas, orientando na resolução de problemas práticos.
A entidade cuida de pessoas maltratadas, mulheres viciadas e
prostitutas.

Ciganos: Os Ciganos são invocados para questões relacionadas ao


amor, à prosperidade, à proteção e à orientação espiritual. Eles são
considerados como guias espirituais que têm a capacidade de lidar com
aspectos práticos da vida cotidiana, trazendo sorte e equilíbrio.
capítulo

03
Rituais e Práticas
O que é um terreiro e a Hierarquia dentro dele.
ESTRUTURA DO TERREIRO: O
QUE É UM TERREIRO?
Um terreiro de Umbanda é mais do que apenas um espaço físico; é um
local sagrado onde se realizam as práticas religiosas, rituais e cultos
dessa religião.
Em sua essência, o terreiro é um ponto de encontro entre o plano
espiritual e o material, onde os praticantes buscam conexão com
divindades, guias espirituais e entidades, além de promoverem a
integração entre membros da comunidade religiosa. Geralmente, um
terreiro é constituído por diversos elementos:

Salão Principal: É o espaço central onde ocorrem as sessões, rituais e


trabalhos espirituais. Pode ser decorado com imagens dos Orixás,
símbolos religiosos e elementos que representam a natureza.

Congá: É um altar localizado no centro do salão, onde são feitas as


oferendas aos Orixás e guias espirituais. Geralmente, é adornado com
imagens sacras, velas, flores, frutas e outros elementos simbólicos.

Bancada dos Médiuns: É o local onde os médiuns se posicionam


durante as sessões para receberem as entidades espirituais. Pode ser
decorada com imagens dos guias espirituais e outros elementos
ritualísticos.

Assentamentos: São espaços dedicados à veneração de entidades


específicas, como Exus, Pombagiras, Pretos Velhos, Caboclos, entre
outros. São adornados com imagens, velas, flores e objetos que
representam as características de cada entidade.

Salas Auxiliares: Podem incluir salas de atendimento espiritual, salas de


estudo, salas administrativas e outros espaços destinados a atividades
complementares à prática religiosa.
HIERARQUIA E PAPÉIS

A hierarquia e os papéis desempenhados dentro do terreiro são


fundamentais para a organização e o funcionamento adequado das
atividades religiosas. Cada membro desempenha um papel específico,
contribuindo para o desenvolvimento espiritual da comunidade e o
cumprimento das práticas rituais. A seguir, detalharei os principais
papéis e a hierarquia típica dentro de um terreiro umbandista:

Dirigente Espiritual: É o líder espiritual do terreiro, responsável por


conduzir as atividades religiosas, orientar os membros e manter a
ordem durante as sessões. O dirigente espiritual é escolhido com base
em sua experiência, conhecimento e habilidades mediúnicas, sendo
reconhecido como autoridade espiritual dentro da comunidade.

Médiuns: São os praticantes que possuem mediunidade desenvolvida e


são capazes de incorporar entidades espirituais durante os rituais. Os
médiuns desempenham um papel crucial no terreiro, servindo como
canais de comunicação entre o plano espiritual e o material. Eles podem
incorporar diversos tipos de entidades, como Exus, Pombagiras,
Caboclos, Pretos Velhos, entre outros, dependendo de suas afinidades
espirituais e treinamento.

Cambonos: São os auxiliares dos médiuns e do dirigente espiritual


durante as sessões. Eles ajudam na preparação do ambiente, na
organização das oferendas, na assistência aos médiuns durante as
incorporações e no atendimento aos participantes. Os cambonos
desempenham um papel importante na manutenção da ordem e no
bom andamento das atividades do terreiro.
Corrente Mediúnica: São os médiuns que participam ativamente das
sessões, incorporando entidades espirituais e transmitindo mensagens,
orientações e ensinamentos aos participantes. Eles são responsáveis por
estabelecer a conexão entre o plano espiritual e o material, contribuindo
para a cura, orientação e evolução espiritual dos presentes.

Assistentes e Participantes: São os membros da comunidade religiosa


que frequentam o terreiro para participar das sessões, receber
atendimento espiritual, aprender e vivenciar a religião. Eles contribuem
para a energia do ambiente, recebendo as bênçãos e orientações das
entidades espirituais, além de colaborarem com a manutenção e
sustentação do terreiro.

Esses são os principais papéis e a hierarquia típica dentro de um


terreiro de Umbanda. Cada membro desempenha um papel
específico, contribuindo para o crescimento espiritual da
comunidade e o cumprimento das práticas religiosas. A harmonia e
o respeito mútuo entre os participantes são essenciais para o bom
funcionamento do terreiro e o alcance dos objetivos espirituais.
GIRAS
As giras na Umbanda são momentos sagrados de encontro entre o
plano espiritual e material, onde os praticantes se reúnem para
cultuar, realizar rituais e receber orientações espirituais. Essas
atividades são essenciais para a prática religiosa e o
desenvolvimento espiritual dos participantes, promovendo a cura,
o crescimento e a evolução pessoal. A seguir, detalharei o que são
as giras e sessões na Umbanda:

Giras: As giras são encontros espirituais realizados dentro do terreiro,


onde são realizados trabalhos religiosos, cultos, rituais e práticas
espirituais. Cada gira pode ter uma finalidade específica, como a
homenagem a um Orixá, a realização de trabalhos de cura, a
incorporação de entidades espirituais ou a celebração de datas festivas
da religião. As giras podem ocorrer em diferentes dias da semana,
geralmente seguindo um calendário religioso estabelecido pelo terreiro.
Existem diferentes tipos de giras na Umbanda, cada uma com suas
características e finalidades:

Gira de Orixá: É uma cerimônia dedicada à veneração de um Orixá


específico, onde são realizados rituais, oferendas e invocações em sua
honra. Os participantes podem receber orientações espirituais
relacionadas às características e energias do Orixá homenageado.

Gira de Exu e Pombagira: É uma cerimônia dedicada à cultuação das


entidades Exus e Pombagiras, onde são realizados trabalhos espirituais
para resolver problemas terrenos, proteger os participantes e promover
a evolução espiritual.

Gira de Caboclo e Preto Velho: É uma cerimônia dedicada à veneração


dos Caboclos e Pretos Velhos, onde são realizados trabalhos de cura,
orientação espiritual e desenvolvimento mediúnico.
Gira dos Êres: É uma cerimônia dedicada à reverência das entidades
infantis, onde são realizados trabalhos espirituais para trazer alegria,
proteção e renovação espiritual aos participantes.

Gira dos Marinheiros: Eles veem no balanço do mar, balançam para cá


e para lá, como se ainda estivessem sobre o seu barco no meio do
oceano, as pessoas que presenciam sua manifestação, acreditam que
Eles estão sob efeito de álcool, mas não é esse o verdadeiro simbolismo
de seus gestos. Saúdam Mãe Iemanjá, quando se trata de pescadores
costumam chamá-la de Mãe Janaina, quase sempre carregam uma
garrafa debaixo de um dos braços.

Gira dos Boiadeiros: Os Boiadeiros, de um modo geral, utilizam


chapéus de vaqueiros, laços de corda e chicotes de couro, são ágeis e
costumam chegar aos terreiros com sua mão direita levantada, girando,
como se estivesse laçando, esbravejando a inconfundível toada "êeeee
boi!" como se ainda estivessem tocando seu rebanho.

Gira dos Ciganos: São sutis, delicados, amorosos, práticos. Gostam da


dança embaladas pelos Banjos, da comida farta, gostam de reunir sua
"Kumpanía" em volta de suas fogueiras, ou seja, gostam da fartura e da
liberdade. Não criam raíz, vão onde está a fortuna.

Gira dos Malandros: Eles são especialistas em curas, em desfazer


magias ruins, em abrir caminhos e em trabalhos de proteção. Apesar de
seu jeito descontraído e sorridente, é preciso levar essas entidades à
sério assim como qualquer outra, pois são seres da Luz mais elevados
espiritualmente do que nós.

Cada gira é conduzida pelo dirigente espiritual do terreiro, que


orienta os participantes, faz invocações as entidades espirituais, e
coordena as atividades rituais. Os médiuns também desempenham
um papel importante durante as giras, incorporando entidades
espirituais e transmitindo mensagens, orientações e energias de
cura aos participantes.
SESSÕES:

As sessões na Umbanda são encontros regulares realizados no terreiro,


onde os praticantes se reúnem para receber atendimento espiritual,
orientação, aconselhamento e assistência espiritual. Durante as sessões,
os médiuns incorporam entidades espirituais para oferecerem
mensagens, orientações e curas aos participantes, ajudando-os a
superar desafios, resolver problemas e promover o crescimento
espiritual.

As sessões podem incluir diferentes tipos de atendimentos espirituais,


como passes, consultas espirituais, trabalhos de descarrego, limpeza
espiritual, entre outros. Cada participante é atendido individualmente,
recebendo orientações e energias de cura específicas para suas
necessidades espirituais.

Durante as sessões, prevalece um clima de respeito, harmonia e


concentração, onde os participantes podem se conectar com as energias
espirituais, receber orientações e fortalecer sua fé e devoção. As sessões
são momentos de elevação espiritual, cura e transformação, onde os
praticantes encontram apoio, orientação e inspiração para suas vidas.

Em resumo, as giras e sessões na Umbanda são momentos sagrados de


encontro entre o plano espiritual e material, onde os praticantes se
reúnem para cultuar, realizar rituais e receber orientações espirituais.
São oportunidades de crescimento, cura e evolução espiritual, onde os
participantes encontram apoio, orientação e inspiração para suas vidas.
OFERTAS E TRABALHOS
ESPIRITUAIS

Ofertas e trabalhos espirituais desempenham um papel central na


prática da Umbanda, representando uma forma de expressar devoção,
gratidão e busca por auxílio espiritual. Essas práticas são fundamentais
para estabelecer uma conexão harmoniosa entre os praticantes e as
entidades espirituais, além de promover o equilíbrio energético e a
resolução de problemas terrenos. Abaixo, detalharei o que são ofertas e
trabalhos espirituais na Umbanda:

Ofertas: As ofertas são rituais de gratidão e reverência aos Orixás, guias


espirituais e entidades, realizados por meio da oferta de alimentos,
bebidas, velas, flores, perfumes, entre outros objetos simbólicos. Esses
rituais são realizados com o objetivo de estabelecer uma conexão
espiritual, receber bênçãos e proteção, além de promover a harmonia e
o equilíbrio espiritual.

As ofertas podem ser feitas em diversos momentos e ocasiões, como em


datas festivas da religião, durante as giras e sessões, ou em momentos
de necessidade e gratidão. Cada Orixá e entidade espiritual possui suas
preferências e exigências em relação às oferendas, sendo importante
seguir as orientações e tradições estabelecidas pelo terreiro e pelos
dirigentes espirituais.
Trabalhos Espirituais: Os trabalhos espirituais são rituais realizados
para promover a cura, proteção, orientação e desenvolvimento
espiritual dos praticantes. Esses rituais podem incluir banhos de
descarrego, defumações, passes energéticos, rezas, invocações, entre
outros, dependendo das necessidades e objetivos espirituais de cada
pessoa.

Os trabalhos espirituais são conduzidos pelos médiuns e dirigentes


espirituais do terreiro, que atuam como canais de comunicação entre o
plano espiritual e material. Durante os trabalhos, as entidades
espirituais são invocadas para oferecer orientação, cura e proteção aos
participantes, transmitindo mensagens, energias e ensinamentos
espirituais.

Os trabalhos espirituais podem ser realizados de forma individual ou


coletiva, dependendo das necessidades e preferências dos praticantes.
Eles são uma oportunidade de receber auxílio espiritual, fortalecer a fé e
promover o crescimento espiritual e pessoal.

Em resumo, as ofertas e trabalhos espirituais na Umbanda são rituais


sagrados realizados para estabelecer uma conexão espiritual, receber
bênçãos e proteção, promover a cura e o desenvolvimento espiritual, e
fortalecer a fé e devoção dos praticantes. São práticas fundamentais
para a vivência religiosa na Umbanda, representando uma forma de
expressar gratidão, reverência e busca por auxílio espiritual.
TIPOS DE OFERENDA
Oferta de alimentos: Consiste em oferecer alimentos como frutas,
doces, bolos, pães, entre outros, para as entidades espirituais. Essa
oferta simboliza gratidão, abundância e nutrição espiritual.

Oferta de bebidas: É comum oferecer bebidas como água, vinho,


cachaça, refrigerantes, entre outros, durante os rituais. Cada entidade
tem suas preferências em relação às bebidas oferecidas.

Oferta de velas: As velas são símbolos de luz e espiritualidade. São


oferecidas para iluminar o caminho das entidades espirituais e
fortalecer a conexão entre o plano espiritual e material.

Oferta de flores: As flores são símbolos de beleza, vida e renovação.


São oferecidas como gesto de reverência e amor às entidades
espirituais, além de promoverem a energia positiva no ambiente.

Oferta de perfumes e essências: Os perfumes e essências são


utilizados para purificar e energizar o ambiente, além de agradar as
entidades espirituais com seus aromas.

Oferta de objetos pessoais: Em alguns casos, pode ser feita a oferta de


objetos pessoais, como bijuterias, roupas ou acessórios, como forma de
demonstrar devoção e entrega às entidades espirituais.

Oferta de tabaco: O tabaco é utilizado em rituais de limpeza espiritual e


proteção. Pode ser oferecido como forma de fortalecer a conexão com
as entidades espirituais e promover a harmonia no ambiente.

Oferta de elementos naturais: Elementos da natureza, como pedras,


folhas, sementes, entre outros, também podem ser oferecidos como
forma de representar a conexão com as energias da terra e dos
elementos naturais.

Esses são apenas alguns exemplos de tipos de oferendas realizadas na


Umbanda. Cada terreiro e cada prática ritual podem ter suas próprias
tradições e formas de oferendar, adaptadas às características e
preferências das entidades espirituais homenageadas.
PROPÓSITOS E SIGNIFICADOS
As oferendas na Umbanda têm uma variedade de propósitos e
significados, todos voltados para fortalecer a conexão espiritual,
expressar devoção e buscar auxílio espiritual. Abaixo, vou detalhar
alguns dos principais propósitos e significados das oferendas na
Umbanda:

Gratidão e reverência: As oferendas são uma forma de expressar


gratidão e reverência às entidades espirituais, aos Orixás e guias
espirituais que nos auxiliam em nossa jornada espiritual e terrena.

Fortalecimento da fé e devoção: Ao realizar oferendas, os praticantes


fortalecem sua fé e devoção, renovando seu compromisso espiritual e
estabelecendo uma conexão mais profunda com o divino.

Solicitação de bênçãos e proteção: As oferendas são feitas para


solicitar bênçãos, proteção e auxílio espiritual em diversas áreas da vida,
como saúde, trabalho, relacionamentos, entre outros.

Promoção da harmonia e equilíbrio: As oferendas ajudam a promover


a harmonia e o equilíbrio espiritual no ambiente, dissipando energias
negativas e fortalecendo as energias positivas.

Cumprimento de promessas: Muitas vezes, as oferendas são


realizadas como forma de cumprir promessas feitas às entidades
espirituais em troca de auxílio e proteção.

Renovação espiritual e energética: As oferendas são uma forma de


renovar as energias espirituais e promover a limpeza espiritual,
purificando o ambiente e os participantes.

Conexão com a natureza: Muitas oferendas incluem elementos da


natureza, como flores, frutas e ervas, como forma de estabelecer uma
conexão mais profunda com os elementos naturais e as forças da terra.

Transmutação de energias: As oferendas ajudam a transmutar


energias negativas em energias positivas, promovendo a cura espiritual
e emocional dos participantes.
capítulo

04
Mediuns e Desenvolvimento
Mediúnico
Entenda os tipos de mediunidade e como desenvolver.
TIPOS DE MEDIUNIDADE

Os médiuns desempenham um papel fundamental na prática da


Umbanda, atuando como intermediários entre o plano espiritual e
o material. Eles possuem a capacidade de se conectar com
entidades espirituais, receber mensagens, orientações e energias
de cura, e transmiti-las aos participantes dos rituais e sessões.

Existem diversos tipos de mediunidade, cada um com características


específicas e formas de manifestação. Abaixo, vou listar alguns dos tipos
mais comuns de mediunidade encontrados na prática da Umbanda e em
outras tradições espirituais:

Mediunidade de incorporação: É a capacidade de um médium receber


a influência de entidades espirituais, permitindo que estas se
manifestem através do seu corpo físico. Durante a incorporação, o
médium pode adotar características físicas, emocionais e
comportamentais da entidade que está se manifestando.

Mediunidade de psicofonia: Consiste na capacidade do médium de


receber mensagens verbais ou psíquicas de entidades espirituais e
transmiti-las oralmente, como se estivesse falando em nome da
entidade.

Mediunidade de psicografia: É a capacidade do médium de receber


mensagens escritas ou psíquicas de entidades espirituais e transmiti-las
por meio da escrita, seja manualmente ou por meio de dispositivos
eletrônicos.

Mediunidade de clarividência: Consiste na capacidade do médium de


receber imagens, visões ou cenas do plano espiritual, que podem ser
percebidas pela visão física ou pela visão mental.

Mediunidade de clariaudiência: É a capacidade do médium de ouvir


sons, vozes ou ruídos do plano espiritual, que podem ser percebidos
pela audição física ou pela audição mental.
Mediunidade de cura: Consiste na capacidade do médium de atuar
como canal de energias de cura, transmitindo vibrações de saúde e
bem-estar para pessoas que estejam necessitadas de auxílio espiritual.

Mediunidade de psicometria: É a capacidade do médium de obter


informações sobre pessoas, objetos ou locais através do contato físico
ou energético com eles, recebendo impressões psíquicas ou visões do
passado, presente ou futuro.

Mediunidade de intuição: Consiste na capacidade do médium de


receber informações ou insights intuitivos, sem a necessidade de
mediação de entidades espirituais, utilizando sua própria sensibilidade e
percepção espiritual.

Esses são apenas alguns dos tipos de mediunidade encontrados na


prática espiritual, sendo importante ressaltar que cada pessoa
pode apresentar diferentes graus e formas de manifestação
mediúnica. O desenvolvimento e a compreensão da mediunidade
requerem estudo, prática, autoconhecimento e orientação
espiritual adequada.
DESENVOLVIMENTO DO
MÉDIUM

O desenvolvimento do médium é um processo contínuo e gradual, que


visa aprimorar suas habilidades mediúnicas e promover o seu
crescimento espiritual e pessoal. Esse processo envolve uma série de
etapas e práticas, que podem variar de acordo com as características
individuais de cada médium e as orientações recebidas de dirigentes
espirituais. Abaixo, vou detalhar algumas etapas e aspectos importantes
do desenvolvimento do médium:

Autoconhecimento: O primeiro passo para o desenvolvimento do


médium é o autoconhecimento. O médium precisa conhecer a si
mesmo, suas habilidades mediúnicas, potenciais, limitações, e
também suas características emocionais, mentais e espirituais. O
autoconhecimento é fundamental para o médium compreender sua
mediunidade e aprender a trabalhar com ela de forma consciente e
responsável.

Estudo e aprendizado: O médium deve buscar conhecimento sobre


a mediunidade, a espiritualidade e os princípios da Umbanda,
através de estudos, leituras, cursos e orientações de dirigentes
espirituais. O estudo é importante para que o médium compreenda
os fundamentos teóricos e práticos da mediunidade, e também para
que desenvolva uma base sólida de conhecimento espiritual.

Prática e experiência: O desenvolvimento do médium requer


prática e experiência. O médium precisa praticar regularmente suas
habilidades mediúnicas, participando de sessões mediúnicas, rituais
e trabalhos espirituais, para desenvolver sua sensitividade,
percepção espiritual e confiança em suas capacidades. A experiência
é fundamental para que o médium desenvolva sua mediunidade de
forma sólida e consistente.
Disciplina e dedicação: O desenvolvimento do médium requer
disciplina, dedicação e comprometimento. O médium precisa dedicar
tempo e esforço para aprimorar suas habilidades mediúnicas,
cultivar valores morais e éticos elevados, e manter uma prática
espiritual regular. A disciplina e a dedicação são fundamentais para
que o médium alcance progressos significativos em seu
desenvolvimento espiritual.

Limpeza espiritual e proteção: O médium deve realizar práticas de


limpeza espiritual e proteção, como banhos de descarrego,
defumações e preces, para purificar sua energia e proteger-se de
influências espirituais negativas. A limpeza espiritual e a proteção
são importantes para que o médium mantenha sua energia em
equilíbrio e protegida durante o processo de desenvolvimento
mediúnico.

Orientação espiritual e mentoria: É importante que o médium


busque orientação e mentoria de dirigentes espirituais experientes e
capacitados, que possam oferecer orientações, conselhos e apoio
em seu desenvolvimento mediúnico. A orientação espiritual e a
mentoria são fundamentais para que o médium desenvolva sua
mediunidade de forma segura, responsável e benéfica.

Essas são algumas das etapas e aspectos importantes do


desenvolvimento do médium na Umbanda. É importante ressaltar
que o desenvolvimento mediúnico é um processo individual e único
para cada médium, que requer tempo, dedicação, paciência e
orientação espiritual adequada. O médium deve estar aberto ao
aprendizado, à evolução espiritual e ao serviço ao próximo, para
que possa desenvolver sua mediunidade de forma consciente,
responsável e benéfica para si mesmo e para a comunidade
religiosa.
capítulo

05
Ética e Responsabilidade

Entenda os tipos de mediunidade e como desenvolver.


ÉTICA NA UMBANDA:
PRINCÍPIOS ÉTICOS
FUNDAMENTAIS
A ética na Umbanda é um aspecto fundamental que orienta as ações e
comportamentos dos praticantes, dirigentes espirituais e médiuns
dentro da religião. Ela está intrinsecamente ligada aos valores morais e
espirituais da Umbanda, que buscam promover o respeito, a harmonia,
a solidariedade e a evolução espiritual de todos os envolvidos. Abaixo,
vou destacar alguns dos princípios éticos fundamentais na Umbanda:

Respeito: O respeito é um dos princípios éticos mais importantes na


Umbanda. Ele se manifesta no respeito às entidades espirituais, aos
dirigentes espirituais, aos médiuns, aos praticantes e a todas as
formas de vida. O respeito é fundamental para manter a harmonia e
a integridade espiritual dentro do terreiro.

Solidariedade: A solidariedade é outro princípio ético essencial na


Umbanda. Ela se manifesta na ajuda mútua, na compaixão e na
empatia pelos que estão em necessidade. A solidariedade é
fundamental para promover o apoio e a união entre os membros da
comunidade religiosa.

Honestidade: A honestidade é um valor fundamental na prática da


Umbanda. Ela se manifesta na transparência, na sinceridade e na
integridade nas relações interpessoais e nas atividades religiosas. A
honestidade é fundamental para manter a confiança e a
credibilidade dentro do terreiro.

Humildade: A humildade é um princípio ético importante na


Umbanda. Ela se manifesta na modéstia, na simplicidade e na
humildade diante das entidades espirituais e dos dirigentes
espirituais. A humildade é fundamental para promover a humildade
e a receptividade espiritual.
Responsabilidade: A responsabilidade é um valor fundamental na
prática da Umbanda. Ela se manifesta no compromisso, na
dedicação e no cumprimento das obrigações religiosas e sociais. A
responsabilidade é fundamental para promover o crescimento
espiritual e o desenvolvimento pessoal.

Tolerância: A tolerância é um princípio ético essencial na Umbanda.


Ela se manifesta na aceitação das diferenças, na compreensão das
diversidades e na convivência pacífica entre os membros da
comunidade religiosa. A tolerância é fundamental para promover a
harmonia e o respeito mútuo dentro do terreiro.

Esses são alguns dos princípios éticos fundamentais na Umbanda, que


orientam as ações e comportamentos dos praticantes e dirigentes
espirituais. Eles são essenciais para promover a integridade espiritual, a
harmonia e a evolução espiritual dentro da religião, e devem ser
cultivados e praticados por todos os envolvidos na prática religiosa.
RESPONSABILIDADE DO
MÉDIUM E DO TERREIRO

A responsabilidade do médium e do terreiro na Umbanda é um aspecto


fundamental que envolve o compromisso com os princípios éticos, o
respeito às tradições religiosas, o cuidado com os frequentadores e o
comprometimento com o serviço espiritual. Abaixo, destaco alguns
aspectos importantes da responsabilidade do médium e do terreiro:

Responsabilidades do Médium:

Desenvolvimento pessoal e espiritual: O médium tem a


responsabilidade de buscar o seu desenvolvimento pessoal e
espiritual, através do estudo, da prática espiritual, da disciplina e do
autoconhecimento. Isso inclui o aprimoramento das habilidades
mediúnicas, o cultivo de valores éticos e morais, e o crescimento
espiritual.

Conduta ética e moral: O médium deve agir de acordo com os


princípios éticos e morais da Umbanda, cultivando valores como
respeito, solidariedade, honestidade, humildade e responsabilidade.
Ele deve manter uma conduta ética e moral em todas as suas
atividades e interações dentro e fora do terreiro.

Preparação e dedicação: O médium tem a responsabilidade de se


preparar adequadamente para as atividades religiosas, incluindo a
participação em giras, sessões mediúnicas, rituais e trabalhos
espirituais. Isso requer dedicação, comprometimento e disposição
para servir aos outros e aos propósitos espirituais.

Autoconhecimento e autocontrole: O médium deve buscar o


autoconhecimento e o controle emocional e espiritual, para lidar de
forma adequada com as energias e influências espirituais que
podem surgir durante as práticas mediúnicas. Isso inclui o
desenvolvimento da sensibilidade espiritual, a identificação e a
transmutação de energias negativas, e a manutenção do equilíbrio
emocional.
Responsabilidades do Terreiro:

Providenciar ambiente seguro e acolhedor: O terreiro tem a


responsabilidade de proporcionar um ambiente seguro, acolhedor e
respeitoso para os frequentadores, onde todos se sintam bem-
vindos e confortáveis para participar das atividades religiosas.

Promover o respeito e a harmonia: O terreiro deve promover o


respeito mútuo, a tolerância e a harmonia entre os membros da
comunidade religiosa, criando um ambiente propício para o
crescimento espiritual e o desenvolvimento pessoal de todos.

Orientação espiritual e apoio: O terreiro tem a responsabilidade


de oferecer orientação espiritual e apoio aos seus membros,
auxiliando no desenvolvimento mediúnico, na resolução de
problemas espirituais e na busca por orientação e aconselhamento
espiritual.

Manutenção das tradições e ensinamentos: O terreiro tem a


responsabilidade de manter as tradições e os ensinamentos da
Umbanda, preservando a sua história, os seus rituais e as suas
práticas espirituais, e transmitindo-os de geração em geração.

Assistência à comunidade: O terreiro tem a responsabilidade de


oferecer assistência espiritual e apoio à comunidade em que está
inserido, contribuindo para o bem-estar e o desenvolvimento
espiritual e social das pessoas.

Essas são algumas das responsabilidades do médium e do terreiro na


Umbanda, que visam promover a integridade espiritual, o crescimento
pessoal e o serviço à comunidade religiosa e à sociedade como um todo.
capítulo

06
Festas e Datas
Comemorativas
PRINCIPAIS CELEBRAÇÕES E
SEUS SIGNIFICADOS

Na Umbanda, as principais celebrações são marcadas por rituais e


festividades que homenageiam os Orixás, entidades espirituais e datas
importantes dentro da religião. Cada celebração possui seus próprios
significados e propósitos, conectando os praticantes com as energias
espirituais e promovendo a união e a devoção dentro da comunidade
religiosa. Abaixo, destaco algumas das principais celebrações na
Umbanda e seus significados:

Festas dos Orixás: São celebrações dedicadas a cada um dos Orixás,


como Oxalá, Oxum, Iemanjá, Xangô, Ogum, entre outros. Cada festa
tem o objetivo de homenagear e reverenciar a energia e as
qualidades do Orixá correspondente, buscando sua proteção,
orientação e bênçãos para os praticantes.

Festa de Cosme e Damião: Celebrada em 27 de setembro, a festa


de Cosme e Damião é uma das mais populares na Umbanda. É
dedicada às crianças e às entidades infantis, como os Erês e os
Pretinhos Velhos, e tem o objetivo de promover a alegria, a pureza e
a proteção espiritual para as crianças e suas famílias.

Dia de Finados: Celebrado em 2 de novembro, o Dia de Finados é


uma data importante na Umbanda, dedicada à lembrança e à
homenagem aos ancestrais, antepassados e entes queridos que já
partiram. É uma oportunidade de fortalecer os laços espirituais com
aqueles que já partiram e de oferecer preces e oferendas em sua
memória.

Ano Novo: A virada do ano é celebrada com rituais e cerimônias


especiais na Umbanda, com o objetivo de renovar as energias,
afastar influências negativas e atrair prosperidade, saúde e felicidade
para o ano que se inicia. É um momento de renovação espiritual e de
fé no futuro.
Festas de Natal e São João: Algumas casas de Umbanda celebram
também o Natal e o São João, adaptando essas festividades ao
contexto religioso da Umbanda. São momentos de confraternização,
alegria e espiritualidade, onde os praticantes se reúnem para
celebrar o nascimento de Jesus Cristo e homenagear São João
Batista, além de receberem as bênçãos dos Orixás e entidades
espirituais.

Essas são apenas algumas das principais celebrações na Umbanda e


seus significados. Cada festividade tem suas próprias características e
tradições, mas todas têm em comum o objetivo de promover a devoção,
a união e a conexão espiritual entre os praticantes da religião.
capítulo

07
Umbanda no Dia a Dia
APLICANDO OS
ENSINAMENTOS NO COTIDIANO
Aplicar os ensinamentos da Umbanda no cotidiano é uma prática
fundamental para os praticantes da religião, pois permite que os valores
espirituais sejam vivenciados no dia a dia, promovendo o crescimento
pessoal, o bem-estar e a harmonia nas relações interpessoais. Abaixo,
destaco algumas maneiras de aplicar os ensinamentos da Umbanda no
cotidiano:

Respeito e tolerância: Buscar respeitar e valorizar a diversidade de


crenças, culturas e opiniões, praticando a tolerância e a aceitação
das diferenças. Isso inclui respeitar as escolhas espirituais e
religiosas dos outros, promovendo o diálogo e a convivência pacífica.

Solidariedade e compaixão: Praticar a solidariedade e a compaixão,


ajudando aqueles que estão em situação de necessidade e
compartilhando o que temos com os outros. Isso inclui oferecer
apoio emocional, material e espiritual aos que precisam,
contribuindo para o bem-estar coletivo.

Honestidade e integridade: Agir com honestidade, transparência e


integridade em todas as áreas da vida, cultivando a sinceridade e a
confiança nas relações interpessoais. Isso inclui ser verdadeiro
consigo mesmo e com os outros, assumindo responsabilidade por
suas ações e escolhas.

Humildade e gratidão: Cultivar a humildade e a gratidão,


reconhecendo nossas limitações e aprendendo com as experiências
da vida. Isso inclui expressar gratidão pelas bênçãos recebidas e
pelas lições aprendidas, valorizando as pequenas coisas e os
momentos de felicidade.

Equilíbrio e autocuidado: Buscar equilibrar as diversas áreas da


vida, cuidando da saúde física, emocional, mental e espiritual. Isso
inclui praticar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada,
exercícios físicos, meditação e momentos de relaxamento, para
manter o equilíbrio e a harmonia interior.
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CONCLUSÃO
A Umbanda é uma religião de amor,
caridade, e respeito à diversidade
espiritual. Esperamos que este ebook
tenha proporcionado um bom ponto de
partida para sua jornada de descoberta
e prática da Umbanda. Lembre-se de
que o aprendizado é contínuo e a
experiência prática é fundamental.

Agradeço profundamente pela


oportunidade de compartilhar um pouco
do vasto universo da Umbanda com
você. Que os Orixás e as entidades
espirituais estejam sempre ao seu lado,
guiando-o com luz, proteção e amor.

Que sua jornada na Umbanda seja


repleta de bênçãos, aprendizados e
realizações.
Muito obrigado por sua leitura e
confiança. Que a Umbanda continue a
iluminar e abençoar sua vida, sempre.

AXÉ!
FALA PRETO VELHO

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