V - Grupo Fundamento de Economia - 072328

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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

LICENCIATURA EM GADEC

António José Maela


Daniel Francisco
Francisco Januário

IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS ECONÓMICAS PARA A SOCIEDADE


MOÇAMBICANA

Beira
2024
António José Maela
Daniel Francisco
Francisco Januário

IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS ECONÓMICAS PARA A SOCIEDADE


MOÇAMBICANA

Trabalho de pesquisa, a ser entregue


na Universidade Licungo – Extensão
da Beira, Departamento de Ciências
da Terra e Ambiente, como requisito
para prosseguir com a submissão
afim de obtenção da classificação.

Docente: Prof. Jorge Fonseca

Beira
2024
Sumário
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4

2 METODOLOGIA .................................................................................................................... 5

3 IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS ECONÓMICAS PARA A SOCIEDADE


MOÇAMBICANA .......................................................................................................................... 6

3.1 Estratégia de Desenvolvimento Económico para a Sociedade Moçambicana.................. 6

4 ECONOMIA EXTRACTIVA – METODOLOGIA DE ANÁLISE DO MODO DE


ACUMULAÇÃO CAPITALISTA EM MOÇAMBIQUE .............................................................. 7

5 CONCENTRAÇÃO DO INVESTIMENTO ........................................................................... 7

6 CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E DO COMÉRCIO ................................................... 8

7 CONCENTRAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO ............................................................. 10

8 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 12

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho da cadeira de Fundamento de Economia, comecamos o desenvolvimento do
presente trabalho debruçando sobre Estratégia de Desenvolvimento Económico para a Sociedade
Moçambicana Uma estratégia de desenvolvimento econômico e social para a sociedade
moçambicana deve ser composta de duas partes. A primeira é o ponto final, ou seja, para onde se
quer levar a sociedade. E a segunda é a trajetória econômica que deve facilitar a chegada ao ponto
final – um país com a máxima qualidade de vida para todos (Sicsú & Castelar, 2009, p. 259).

Ainda no desenvolvimento do presente trabalho vamos debruçar sobre o conceito da economia


extractiva na perspectiva de um autor.

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2 METODOLOGIA
Olhando para a natureza do trabalho o usamos a pesquisa bibliográfica para o desenvolvimento do
presente trabalho.

A pesquisa bibliográfica, para Fonseca (2002):

É realizada a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por


meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se
baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a
respeito do qual se procura a resposta (p. 32).

A pesquisa baseia-se no estudo da teoria já publicada, assim é fundamental que o pesquisador se


aproprie no domínio da leitura do conhecimento e sistematize todo o material que está sendo
analisado. Na realização da pesquisa bibliográfica o pesquisador tem que ler, refletir e escrever o
sobre o que estudou, se dedicar ao estudo para reconstruir a teoria e aprimorar os fundamentos
teóricos. É essencial que o pesquisador organize as obras selecionadas que colaborem na
construção da pesquisa em forma de fichas.

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3 IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS ECONÓMICAS PARA A SOCIEDADE
MOÇAMBICANA
3.1 Estratégia de Desenvolvimento Económico para a Sociedade Moçambicana
Uma estratégia de desenvolvimento econômico e social para a sociedade moçambicana deve ser
composta de duas partes. A primeira é o ponto final, ou seja, para onde se quer levar a sociedade.
E a segunda é a trajetória econômica que deve facilitar a chegada ao ponto final – um país com a
máxima qualidade de vida para todos (Sicsú & Castelar, 2009, p. 259).

Uma estratégia de desenvolvimento para ser factível deve, acima de tudo, emular o imaginário da
sociedade, ser transformada em sonho, utopia e orgulho. Políticas públicas, instrumentos,
objetivos, metas, mecanismos de avaliação devem, de forma inescapável, compor uma estratégia
de desenvolvimento, mas se ela não for transformada em sonho da maioria dos cidadãos
permanecerá como mais um documento na gaveta (Sicsú & Castelar, 2009, p. 256).

Indivíduos têm percepções diferenciadas da realidade presente, do passado e do futuro. Muitos


aspectos podem explicar essas percepções diferenciadas: grau de formação, de informação, acesso
à cultura, ao lazer, inserção social, infortúnios, histórico familiar, processos psicológicos etc. A
forma mais conhecida de aglomeração de indivíduos (que são e devem continuar sendo)
heterogêneos, com diferentes interpretações em torno de uma estratégia de desenvolvimento, tem
sido através da criação de símbolos. Estes sintetizam sensações, emoções e idéias que são a base
da adesão e da movimentação de aglomerados sociais. Símbolos são imagens, slogans ou coisas
assemelhadas. Símbolos são sínteses de idéias, de projetos – símbolos são também necessários
porque são formas de substituição de líderes únicos. Uma estratégia de desenvolvimento deve
prescindir da ação de um líder (com suas idiossincrasias e desejos particulares), o que torna idéias
e ideais em movimento sintetizados por símbolos em algo imprescindível (Sicsú & Castelar, 2009).

O processo de desenvolvimento econômico é uma combinação de Termodinâmica e Economia:


organiza a captura da energia disponível no meio ambiente e volta a dissipá-la no processo
produtivo. Ele começou no início dos tempos, quando o homem encontrava gratuitamente a sua
subsistência nos produtos em que a própria natureza transformara a energia solar. E é assim até
hoje! A diferença é que o “conhecimento” melhorou a eficiência da captura de energia e
economizou na sua dissipação. A vinculação no longo prazo entre os dois fatos (consumo de
energia e PIB) é estreita e inevitável. A trajetória das duas variáveis dentro dos países depende das
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diferenças na estrutura produtiva, na composição da produção, na densidade demográfica, na
estrutura urbana e na tributação ou subsídio aplicado ao consumo de energia. Mas não há dúvida
que o primeiro fator limitante do crescimento é a disponibilidade de energia (Sicsú & Castelar,
2009).

4 ECONOMIA EXTRACTIVA – METODOLOGIA DE ANÁLISE DO MODO DE


ACUMULAÇÃO CAPITALISTA EM MOÇAMBIQUE
O conceito “economia extractiva” resulta da tentativa de caracterização sistemática, lógica e
envolvente das dinâmicas dominantes de acumulação económica em Moçambique, ao longo do
tempo, com base na investigação das forças e actividades nucleares e periféricas de acumulação
em Moçambique. E também de procurar saber como é que estas se interligam e como estruturam
os padrões de investimento, de financiamento, de produção, de comércio, de políticas públicas e
de dinâmicas de formação e acumulação das classes capitalistas nacionais e ainda como são, por
sua vez, estruturadas por esses padrões (Brito, Castel-Branco, Chichava, & Francisco, 2010).

5 CONCENTRAÇÃO DO INVESTIMENTO
Uma das principais características do padrão de crescimento económico em Moçambique é a
dependência em relação a fluxos externos de capitais em forma de investimento directo estrangeiro
(IDE) e créditos comerciais no sistema financeiro internacional. Associada a estes influxos de
investimento está igualmente a concentração da produção num pequeno leque de grandes projectos
focado na produção primária para exportação, que forma o “núcleo extractivo da economia”,
constituído pelo complexo mineral energético e pelas mercadorias agrícolas primárias para
exportação (Castel-Branco, 2010, 2015, 2017).

No que respeita aos fluxos externos de capitais, dados do Banco de Moçambique (BM) mostram
que, entre 2000 e 2019, Moçambique recebeu quase 39 mil milhões de dólares norte-americanos
(USD) em investimento privado externo em forma de IDE e empréstimos comerciais. Dos cerca
de 1,3 mil milhões no início da primeira década deste período, o IDE cresceu para mais de 21 mil
milhões de dólares norte-americanos, seguido por um abrandamento no último quinquénio, com a
crise da economia. Entretanto, mais de 90 % do total de IDE recebido nesse período acorreu na
última década, com o crescimento considerável da indústria extractiva (gás, carvão, areias pesadas,
e outros minerais). No mesmo período, particularmente entre 2002 e 2016, 77 % do IDE teve como

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destino o núcleo extractivo da economia (67 %) e a infra-estrutura e serviços de suporte, com
destaque para transportes e comunicações (10 %) (Langa, 2017)

Tabela 1: Influxos de Investimento Directo Estrangeiro, 2000-2019 (Milhões Usd)

2000-2004* 2005-2009 2010-2014 2015-2019 2000-2019


IDE 1324 2109 21351 14104 38888
Média anual 265 422 4270 2821 1944
Peso do total 3,4 5,4 54,9 36,3 100
do período (%)
Fonte: Castel-Branco (2017a), Banco de Moçambique (2020).

6 CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E DO COMÉRCIO


A outra característica do padrão do crescimento é a concentração da produção e do comércio num
pequeno leque de produtos primários ligados ao complexo mineral energético e mercadorias
agrícolas para exportação, seguindo, deste modo, o mesmo padrão de concentração do IDE. A
tabela 2 mostra que, entre 2000 e 2016, cerca de 64 % das exportações de bens estiveram em média
concentradas no complexo mineral energético (alumínio, energia eléctrica, carvão, gás e areias
pesadas) e 15 % nas mercadorias agrícolas e na agroindústria (tabaco, madeira, caju, algodão,
açúcar e banana). A tabela 3 mostra que, nos últimos dez anos, apesar do abrandamento da
actividade económica dos últimos quatro anos, as exportações dos grandes projectos continuam a
representar mais de dois terços do total das exportações. Um aspecto interessante é que mesmo
com o abrandamento da economia nos últimos quatro anos, as exportações dos grandes projectos
aumentaram relativamente ao período de 2011-2015, de cerca de 10 mil milhões para cerca de 13
mil milhões USD, representando cerca de 74 % do total das exportações do período. Este aumento
das exportações é explicado pelo aumento significativo das exportações de carvão mineral depois
da recuperação dos preços deste minério no mercado internacional.

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Tabela 2: Peso Médio das Exportações de Bens por Produto e por Categoria, 2000-2016 (%)

Complexo mineral- 64 Agro-indústrias 15 Outros 21


energético
Alumino 40 Tabaco 6
Carvão 6 Algodão 2
Gás 6 Madeira 2
Areias pesadas 3 Caju 1
Energia eléctrica 9 Açúcar 3
Banana 1
Fonte: Langa, (2017).

Tabela 3: Exportações de Bens dos Grandes Projectos e sem Grandes Projectos, 2011-2019
(Milhões USD)

2011-2015 2016-2019 2011-2019


Exportações dos grandes 10 867 13 285 24 152
projectos
Exportações excluindo 7560 4683 12 243
grandes projectos
Total 18 427 17 968 36 395
Percentagem de grandes 59 % 74 % 66 %
projectos no total das
exportações
Fonte: Banco de Moçambique (2020).

Grande parte dos produtos básicos para o consumo, incluindo cereais, combustíveis, serviços e
materiais para o funcionamento da economia e da indústria são importados. Dados do Banco de
Moçambique (BM) mostram que as importações de bens tiveram uma tendência ascendente ao
longo deste período, tendo aumentado de cerca de 3,5 mil milhões para 8,5 mil milhões de dólares
norte-americanos entre 2010 e 2013 (2,6 mil milhões para 6,5 mil milhões, excluindo os
megaprojetos) (Langa, 2017).

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7 CONCENTRAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO
As dinâmicas de concentração da economia não só se reflectem no investimento, na produção e no
comércio, como também no sistema financeiro. A descrição que se segue sobre o sistema financeiro
é baseada em Castel-Branco (2017a: 140-155). A informação contida neste artigo pode estar
desatualizada, mas, ainda assim, continua a ser uma das melhores e mais sistemáticas que existem.
Entretanto, dado o foco do artigo, a descrição será limitada a alguns aspectos, sobretudo da sua
concentração, que estão em linha com as dinâmicas de concentração da economia em geral.

Em Moçambique, o sistema financeiro é dominando pela banca comercial, que, até por volta de
2015, era responsável por cerca de 90 % do crédito e dos depósitos. A Bolsa de Valores é
responsável por 6 %, enquanto 4 % é controlado por outras pequenas instituições financeiras,
incluindo, por exemplo, as cooperativas de crédito e poupança (instituições de microcrédito). Cerca
de 17 % dos bancos comerciais detêm mais de 80 % dos balcões ou agências no País e são
responsáveis por mais de 77 % do crédito e 79 % dos depósitos do sistema. Estas características
atribuem ao sector financeiro moçambicano um carácter oligopolista. Os dois maiores bancos
(Millennium BIM e BCI), que o Estado usa para realizar a maioria das suas operações, são
controlados por capitais financeiros portugueses e controlam cerca de 53 % dos balcões, 63 % dos
depósitos e 72 % do crédito à economia. À semelhança do investimento privado, a banca nacional
é dominada por capital financeiro externo. Cerca de 70 % das acções dos quatro maiores bancos
comerciais – Millennium BIM, BCI, Standard Bank e Barclays (actualmente ABSA) – são
controladas por bancos comerciais de capitais sul-africanos e portugueses. Além destes bancos, a
maioria dos outros pequenos bancos são também de capital externo.

Além da concentração do ponto de vista de operações de crédito, depósitos e do número de balcões


em poucos bancos, a cobertura territorial dos balcões é também concentrada: 47 % dos balcões dos
bancos comerciais localizam-se na cidade e província de Maputo. Estas duas regiões correspondem
a 5 % do território nacional e abrigam 12 % da população do País, têm um rendimento per capita
três vezes mais alto do que a média nacional, uma taxa de redução da pobreza duas vezes mais
rápida do que a média nacional, uma percentagem de população pobre que é um terço da média
nacional, mas têm um nível de desigualdade na distribuição do rendimento que é significativamente

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superior à média nacional. Ao mesmo tempo, 40 % dos distritos não tinham qualquer instituição
financeira formal.

Um aspecto particularmente importante da análise da estrutura económica é que o padrão de


crescimento económico concentra recursos, em especial recursos financeiros, capacidades e
infraestruturas no núcleo extractivo da economia. As dinâmicas financeiras mais gerais, incluindo
as dinâmicas do endividamento público, a sua relação com as dinâmicas económicas dominantes e
as pressões que cria sobre os recursos do sistema financeiro doméstico são discutidas em mais
detalhe em Castel-Branco (2014, 2015), (Massarongo & Muianga, 2011) (Chivulele, 2016)

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8 CONCLUSÃO
Chegado ao fim do presente trabalho da cadeira de Fundamento de Economia, no desenvolvimento
do presente trabalho quando debruçamos sobre a Estratégia de Desenvolvimento Económico para
a Sociedade Moçambicana, podemos concluir que estratégia de desenvolvimento para ser factível
deve, acima de tudo, emular o imaginário da sociedade, ser transformada em sonho, utopia e
orgulho.

Ainda no desenvolvimento do presente trabalho debruçamos sobre concentração do investimento


e o grupo pude concluir que uma das principais características do padrão de crescimento económico
em Moçambique é a dependência em relação a fluxos externos de capitais em forma de
investimento directo estrangeiro (IDE) e créditos comerciais no sistema financeiro internacional.

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BIBLIOGRAFIA
Brito, L. d., Castel-Branco, C. N., Chichava, S., & Francisco, A. (2010). Economia Extractiva e
Desafos de Industrialização em Moçambique. Maputo: IESE.

Castelo-Branco, C. N. (2010). Economia extractiva e desafos de industrialização em Moçambique.


Maputo: IESE.

Castelo-Branco, C. N. (2015). Desafos da sustentabilidade do crescimento económico uma “bolha


económica” em Moçambique. Maputo: IESE\.

Castelo-Branco, C. N. (2017). Crises económicas e estruturas de acumulação de capital em


Moçambique. Maputo: IESE.

Chivulele, F. M. (2016). Estrutura da dívida pública em Moçambique e a sua relação com as


dinâmicas de acumulação. Maputo: IESE.

Langa, E. (2017). Dependência de megaprojectos e desindustrialização prematura em


Moçambique. Maputo: IESE.

Massarongo, E., & Muianga, C. (2011). Financiamento do Estado com recurso à dívida:
problemas e desafos. Maputo: IESE.

Sicsú, J., & Castelar, A. (2009). Sociedade e economia : estratégias de crescimento e


desenvolvimento. Brasília : Ipea.

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