Serras Refugios Da Caatinga No Cariri
Serras Refugios Da Caatinga No Cariri
Serras Refugios Da Caatinga No Cariri
CAMPINA GRANDE – PB
2012
FERNANDA KELLY GOMES DA SILVA
Campina Grande- PB
2012
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa
como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins
acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título,
instituição e ano da dissertação.
Digitado.
Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) – Universidade
Estadual da Paraíba, Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, 2012.
“Orientação: Profa. Dra. Dilma Maria de Brito Melo Trovão,
Departamento de Biologia”.
“Co-orientadora: Profa Dra Francisca Soares de Araújo, Ecologia e
Recursos Naturais – UFC”.
À professora Dilma Trovão, pela orientação, pelo apoio constante e com certeza pela amizade
e confiança construídas ao longo desses dois anos de coletas e análises fitossociológicas.
Ao professor Marcos Calixto (PROCAD-UFMG) pelas críticas construtivas, que sem dúvidas,
ampliaram meu olhar sobre a Ecologia.
Aos colegas de coleta: Betânia, Aubeny, Adriano, Tiago, Kalina, Álvaro, Mauricélia, Iara,
Aluska, Pedro, Ellen, Bruno e Manu. A participação de vocês foi essencial!
Aos queridos amigos: Thaíse, Silvia, Jeferson, Dalvanice, Guilherme, Renato, Michele,
Betânia, Raquel, Antônio, Silvana e Shérmishon. Aos outros que fazem parte da
Biodiversidade em Simbiose, mesmo distante, também agradeço os votos de Boa Sorte.
A compreensão dos padrões de diversidade envolve vários aspectos e processos, tais como
heterogeneidade ambiental, as condições e recursos existentes, as interações bióticas além da
intervenção humana. Nas últimas décadas, os estudos altitudinais têm despertado a atenção
dos ecólogos e são considerados eficazes instrumentos de pesquisa, no entanto, os históricos
de uso e as variações geomorfológicas de cada ambiente devem ser considerados. A caatinga é
caracterizada pela diversidade de fisionomias, no entanto, sua descaracterização remonta os
períodos coloniais e grande parte da cobertura vegetal encontra-se fragmentada e em
diferentes estágios sucessionais. O presente estudo está estruturado em dois capítulos. O
primeiro tem enfoque na influência da altitude (altitude 1:400; altitude 2: 500 e altitude 3: 600
m s.n.m.) na riqueza e estrutura da comunidade vegetal, do Cariri paraibano. Já o segundo
capítulo tem como objetivo testar a hipótese de que as áreas serranas do Maciço da
Borborema abrigam maior número de espécies do componente arbustivo-arbóreo,
configurando como refúgios da caatinga. O estudo foi realizado nas seguintes áreas serranas
do Cariri paraibano: Bodocongó, Arara, Inácio Pereira, Bonita e Fontainha, além das áreas
planálticas do Maciço da Borborema: Fazenda Bodopitá, Caiçara, INSA, Poço de Pedra e
Pocinho. Foram utilizados dois métodos de amostragem: parcelas e ponto-quadrante. Foram
aferidos o nome comum, diâmetro ao nível do solo, altura, hábito e distância da planta ao
ponto. Os parâmetros fitossociológicos, índices de diversidade e equabilidade foram
calculados a partir do programa Mata Nativa 3. A fim de avaliar os padrões de riqueza, foi
utilizado o teste de randomização a partir do programa ESTIMATES 8.2, com a confecção de
curvas coletoras e estimativas não-paramétricas. Foram registrados 2911 indivíduos,
distribuídos em 24 famílias e 70 espécies e 2208 indivíduos, 27 famílias e 71 espécies, no
primeiro e segundo estudo, respectivamente. As famílias mais representativas foram:
Fabaceae, Euphorbiaceae, Apocynaceae e Cactaceae. No primeiro enfoque deste trabalho,
observou-se o incremento da riqueza do componente arbustivo-arbóreo ao longo do gradiente
de elevação estudado. Determinadas espécies foram restritas à altitudes específicas, sendo
encontrada na altitude 3 uma melhor distribuição horizontal das espécies. Também se
constatou que a influência da altitude é indireta, sendo a ação humana o principal fator
responsável pela estrutura da comunidade vegetal em tais áreas. Em relação ao segundo
capítulo, observou-se que as áreas serranas abrigam maior número de espécies se comparadas
às áreas planálticas. Os dados revelam uma matriz circundante mais pobre em relação à
riqueza, equabilidade e diversidade, além de espécies com elevada frequência como Croton
blanchetianus Baill. Conclui-se que a intervenção humana nos ambientes naturais, e não
diferentemente na região semiárida paraibana, tem alterado os padrões de diversidade,
provocando o empobrecimento de áreas e restringido uma maior diversidade do componente
arbustivo-arbóreo nas áreas serranas.
The understanding of diversity patterns and processes involves some aspects such as
environmental heterogeneity, conditions and existing resources and biotic interactions beyond
human intervention. In recent decades, the altitudinal studies has aroused the attention of
ecologists and are considered effective research tools, however, the historical use and
geomorphological changes in each environment should be considered. The savanna is
characterized by the diversity of faces, however, his characterization goes back to colonial
periods and much of the vegetation cover is fragmented and in different successional stages.
This study is structured into two chapters. The first focuses on the influence of altitude
(altitude 1:400; altitude 2: 500 and altitude 3: 600 m a.s.l.) in the richness and plant
community structure, Cariri of the Paraíba. The second chapter aims to test the hypothesis that
the mountainous areas of the Massif of the Borborema have more species of shrub and tree
component, as refuges of savanna setting. The study was conducted in the following areas of
the mountain Cariri: Bodocongó, Arara, Inácio Pereira, Bonita and Fontainha beyond the
areas of the Borborema plateau of the Massif: Farm Bodopitá, Caiçara, INSA, Poço de Pedra
and Pocinho. We used two sampling methods: plot sampling and point-quadrant. We obtained
the common name, diameter at ground level, height, habit and distance from the plant to the
point. The phytosociological parameters of diversity and evenness indices were calculated
from the Mata Nativa 3. In order to assess the patterns of wealth, we used the randomization
test from the program EstimateS 8.2, with the construction of collector curves and
nonparametric estimates. We recorded 2911 individuals belonging to 24 families and 70
species and 2208 individuals, 27 families and 71 species in the first and second study,
respectively. The most representative families were Fabaceae, Euphorbiaceae, Cactaceae, and
Apocynaceae. In the first approach of this study, we observed the increase of wealth
component of shrubs and trees along the elevation gradient studied. Certain species were
restricted to specific altitudes, being found in three altitude greater horizontal distribution of
species. It was also observed that the influence of altitude is indirect, and human action is the
main factor responsible for plant community structure in such areas. On the second section, it
was observed that the mountainous areas have more species compared to the plateau areas.
The data reveal a poorer surrounding matrix in relation to wealth, diversity and evenness, and
species with high frequency such as Croton blanchetianus Baill. We conclude that human
intervention in natural environments, not unlike in the semiarid region of Paraíba, has
changed the patterns of diversity, leading to the impoverishment of restricted areas and a
greater diversity of shrub and tree component in mountainous areas.
Figura 1 - Localização geográfica das áreas de estudo no semiárido nordestino, Brasil ........23
Figura 2 - Áreas de estudo e fitofisionomias das mesmas (A-E) ............................................25
Figura 3 - Grandes subdivisões da Biodiversidade da Caatinga: ECORREGIÕES ...............26
Figura 4 - Curvas de acumulação de espécies obtidas a partir de 1000 simulações com
reposição. (a) - Riqueza observada (Sobs) nas cotas 1, 2 e 3, com os respectivos intervalos de
confiança (Sobs Lower e Sobs Upper); (b, c, d) - Comparação entre a riqueza observada
(Sobs) e a riqueza estimada (ICE e Jack 2) em cada cota altitudinal .......................................35
Figura 5 - Áreas de estudo localizadas nas unidades de planalto e serras do Planalto da
Borborema, semiárido brasileiro ..............................................................................................49
Figura 6 - Comparação entre curvas de acumulação de espécies das unidades de paisagem do
Planalto da Borborema .............................................................................................................57
Figura 7 - Curvas de acumulação de espécies e respectivas estimativas não-paramétricas,
referentes às unidades de paisagem do Planalto da Borborema ...............................................58
LISTA DE TABELAS
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................21
2. METODOLOGIA ................................................................................................23
2.1. Caracterização da área de estudo ....................................................................23
2.2. Procedimentos de coleta e tratamento dos dados ............................................24
3. RESULTADOS .....................................................................................................28
3.1. Florística ..........................................................................................................28
3.2. Estrutura e Diversidade da Comunidade Vegetal ao longo do Gradiente de
Elevação .................................................................................................................28
3.3. Padrão Altitudinal de Riqueza .........................................................................31
4. DISCUSSÃO .........................................................................................................36
5. CONCLUSÕES ....................................................................................................40
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................41
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................46
2. METODOLOGIA ................................................................................................48
2.1. Caracterização da área de estudo ....................................................................48
2.2. Procedimentos de coleta e tratamento dos dados ............................................49
3. RESULTADOS .....................................................................................................52
3.1. Florística ..........................................................................................................52
3.2. Diversidade e Estrutura da comunidade vegetal .............................................54
3.3. Padrão de riqueza nas unidades de paisagem do Maciço da Borborema ........56
4. DISCUSSÃO .........................................................................................................58
5. CONCLUSÕES ....................................................................................................61
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................62
APÊNDICES
ANEXOS
11
1. INTRODUÇÃO GERAL
2. REVISÃO DE LITERATURA
produtividade, área, predação e nível de distúrbio (SANDERS, 2002). Também devem ser
considerados os efeitos de dispersão, efeitos de escala e ação antrópica (GRYTNES,
HEEGAARD E IHLEN, 2006; GRYTNES, HEEGAARD e ROMDAL, 2008).
Os resultados obtidos por Rahbek et al. (2008) indicam que a omissão de gradientes e
a extensão da escala tem interferido na interpretação dos padrões altitudinais e que
possivelmente os picos intermediários de riqueza e o decréscimo monotônico reflitam um
único padrão.
Diante do exposto, percebe-se que o entendimento dos padrões de riqueza e
diversidade envolve diferentes aspectos e processos, sendo um tema promissor para estudos,
sobremaneira no semiárido, onde esse tipo de abordagem é pouco explorada.
elevadas, incluindo a caatinga arbórea, arbustiva, mata seca, mata úmida, carrasco e as
formações abertas com predomínio de cactáceas e bromeliáceas (VELLOSO, SAMPAIO e
PAREYN, 2002).
No entanto, devido à diversidade de fisionomias e áreas de transição com outros tipos
de vegetação, a conceituação de caatinga como uma vegetação exclusivamente regional deixa
em aberto sua ligação com classificações mais gerais. Há um entendimento geral do que é a
caatinga, seja no sentido vegetacional, seja no mais amplo de bioma. Porém, faltam critérios
exatos e amplamente aceitos que permitam identificar inequivocamente as áreas de caatinga
(SAMPAIO, 2010).
A caatinga tem uma diversidade florística alta para um bioma com uma restrição forte
ao crescimento devido à deficiência hídrica. Apenas as caatingas no seu sentido mais restrito
teriam 1512 espécies com, no mínimo 318 endêmicas. Mesmo nessas caatingas, a diversidade
beta é alta, enquanto a alfa é baixa. Em áreas de poucos hectares, em geral, há grande
dominância de poucas espécies, freqüentemente duas ou três delas englobando mais de 50%
da densidade e da área basal. Assim, índices de diversidade tem valores baixos, como o de
Shannon que fica entre 1,5 e 3 nat individuo-1(SAMPAIO, 2010).
Superposto a toda essa variação natural, vem os efeitos da ocupação humana. A
caatinga se encontra devastada e mais aberta do que era, com árvores baixas, de caule fino em
sua maioria e às vezes de tamanho e forma arbustiva. As causas dessa devastação advêm da
retirada da madeira para construções, cercas, lenha e carvão, além da agricultura intinerante,
aumento significativo dos rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos, resultando em
sobrepastejo, seguido de pisoteio (PEREIRA, 2008).
Em um diagnóstico de regiões semiáridas, constata-se que os Estados da Paraíba e do
Ceará tem mais da metade de suas áreas com graves problemas de degradação ambiental. No
Rio Grande do Norte e Pernambuco, os números variam em torno de 30% e cerca de 70% da
área do Bioma Caatinga está submetida ao antropismo em algum grau (PARAÍBA, 2002).
Percebe-se portanto, que a região semiárida apresenta uma vegetação bastante fragmentada.
Apesar da existência de trabalhos relacionados com a vegetação da caatinga, muito
tem a ser feito, pois há a necessidade de realizar levantamentos de espécies, determinação de
distribuição geográfica, abundância e principalmente, compreender a relação com os fatores
ambientais, visto que o maior ou menor número de espécies deve ser resposta a um conjunto
de fatores, tais como: situação topográfica; classe, profundidade e permeabilidade do solo,
sazonalidade climática, além das interações bióticas e ação antrópica (RODAL, 1992). De
acordo com Santos, Araújo e Albuquerque (2008), estudos indicam que na caatinga, a riqueza
16
esteja relacionada aos tipos de solos e precipitação, no entanto, as informações sobre como
esses gradientes afetam os processos ecológicos ou espécies ainda são incipientes.
17
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LEAL, I. R.; SILVA, J. M. C. da; TABARELLI, M.; LACHER JR., T. E. Mudando o curso da
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WOLDA, H. Altitude, habitat and tropical insect diversity. Biological Journal of the
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20
CAPÍTULO 1
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
A coleta dos dados foi realizada em cinco áreas serranas pertencentes à microrregião
do Cariri, localizada no Estado da Paraíba, no Nordeste Brasileiro: Serra de Bodocongó
(7º27’6”S e 35º59’41”O), Serra da Arara (7°21’31”S e 36° 23’35”O), Serra Inácio Pereira
(7º31’12”S e 35º 59’59”O), Serra Bonita (7°44’42”S e 36°2’56”O) e Serra da Fontainha
(7°28’74’’S e 36º 23’47’’O), localizadas nos municípios de Caturité, São João do Cariri, Barra
de Santana, Alcantil e Cabaceiras, respectivamente (Figuras 1e 2).
Nestes ambientes, nas regiões menos elevadas, observou-se alta frequência de poucas
espécies, a vegetação apresenta-se geralmente mais aberta (caatinga arbustiva-arbórea aberta)
e com acesso facilitado pela presença de trilhas (Figura 2c).
Já nas áreas mais elevadas, o acesso é mais difícil, a vegetação apresenta-se mais
fechada (caatinga arbustiva-arbórea fechada ou caatinga arbórea fechada), além disso, os
indivíduos possuem porte mais elevado, seja quanto à altura ou área basal (Figura 2d). Foram
observadas espécies de orquídeas e da família Araceae na Serra de Bodocongó (Figura 2b),
Em todos os ambientes serranos, verificou-se a presença do gado e/ou bode nas
proximidades ou nas áreas mais acessíveis, além do corte da madeira, principalmente de
espécies lenhosas.
Figura 1 - Localização geográfica das áreas de estudo no semiárido nordestino, Brasil.
A obtenção dos dados florísticos e fitossociológicos foi realizada nos anos de 2009,
2010 e 2011. Foram plotadas 75 unidades amostrais, 15 em cada área serrana analisada,
distribuídas em três cotas altitudinais com auxílio de aparelho GPS - GARMIN:
- Altitude 1: 400 m s.n.m.
- Altitude 2: 500 m s.n.m.
- Altitude 3: 600 m s.n.m.
Foram utilizados dois métodos de amostragem: Método de parcelas e Ponto –
quadrante. Quanto ao método de parcelas, foram distribuídas 30 parcelas retangulares com
área fixa de 200 m², nas áreas serranas de Bodocongó e Inácio Pereira; nas demais áreas, 45
transectos com 60 m de comprimento foram estabelecidos na totalidade. Cada transecto foi
dividido em seis pontos, os quais distavam 10 m entre si. Em cada ponto, foram aferidos os
quatro indivíduos mais próximos.
A fim de avaliar a composição e estrutura do componente arbustivo - arbóreo em cada
unidade amostral (parcela/transecto), foram aferidos os indivíduos com diâmetro do caule ao
nível do solo (DNS) maior ou igual a 3 cm e altura igual ou superior a 1 m, sendo registrados
os seguintes dados em caderneta de campo: hábito, altura, nome vulgar, diâmetro ao nível do
solo (DNS) e distância do indivíduo ao ponto (especificamente para amostragem por ponto-
quadrante).
Simultaneamente à mensuração dos dados fitossociológicos, foram realizadas coletas
de material botânico (ramos com flores e/ou frutos) para posterior identificação em
laboratório, que foi conduzida com bibliografias especializadas como Giulietti e Queiroz
(2006) e Queiroz (2009), baseando-se no sistema Angiosperm Phylogeny Group II (APG II,
2003), além de consulta a especialista. Em alguns espécimes, não foi possível coletar material
necessário para identificação, permanecendo como “morfoespécie”. Todas as amostras
identificadas foram incorporadas à coleção do Herbário Manuel de Arruda Câmara (ACAM)
da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Para caracterizar a estrutura da comunidade arbóreo-arbustiva, foram calculados para
25
cada espécie os seguintes parâmetros fitossociológicos: Área Basal (AB), Densidade Relativa
(DR); Freqüência Relativa (FR); Dominância Relativa (DoR), Valor de Cobertura, Valor de
Importância (VI), dentre outros (Tabela 1). Foram ainda obtidos os índices de diversidade de
Shannon (H’), riqueza de espécies (S) e índice de equitabilidade de Pielou (J) a partir do
Programa Mata Nativa 3.
Tabela 1 - Relação dos parâmetros fitossociológicos analisados neste estudo, calculados a partir do
programa Mata Nativa 3.
Dominância Relativa (DoR) DoR = DoA x 100 DoR = dominância relativa (%).
Σ DoA
DoA= dominância absoluta em m 2/ha;
Áraa basal (AB) AB = π . D /4
2
AB = Área basal;
D = Diâmetro de cada indivíduo;
π = constante trigonométrica pi = 3,1416.
Valor de Importância (VI) VI = DR+ DoR+ FR VI = valor de importância;
DR = densidade relativa;
DoR = dominância relativa;
FR = freqüência relativa.
Valor de cobertura (VC) VC = DR+ DoR VC = valor de cobertura;
DR = densidade relativa;
DoR = dominância relativa.
28
3. RESULTADOS
3.1. Florística
Tabela 3 - Riqueza, diversidade e equitabilidade nas cotas altitudinais 1, 2 e 3 (400, 500 e 600 m
s.n.m.). S: riqueza de espécies; H’: índice de diversidade Shanon-Wiener – nats. Indivíduo -1; J’:
equitabilidade.
Áreas serranas S/ H’/ J’ (Altitude 1) S/ H’/ J’ (Altitude 2) S/ H’/ J’ (Altitude 3)
Bodocongó 26/ 2,6 / 0,7 28/ 2,8 / 0,8 30/ 2,8 / 0,8
Inácio Pereira 26/ 2,0 / 0,6 28/ 2,6 / 0,7 31/ 2,7 / 0,7
Bonita 10/ 1,7 / 0,7 13/ 1,7 / 0,6 34/ 3,1 / 0,8
Fontainha 8/ 1,2 / 0,4 12/ 1,5 / 0,7 20/ 2,4 / 0,7
Arara 14/ 2,0 / 0,7 18/ 2,1 / 0,7 21/ 2,6 / 0,8
Tabela 4 - Parâmetros fitossociológicos das espécies com maior valor de importância (VI %) na altitude 1 (400 m s.n.m.). N - Número de indivíduos; AB -
Área Basal; DA - Densidade Absoluta; DR – Densidade Relativa; FA – Freqüência Absoluta; FR: Freqüência Relativa; DoA – Dominância Absoluta; DoR –
Dominância Relativa; VC – Valor de Cobertura; VI – Valor de Importância.
ALTITUDE 1
Nome Científico N AB DA DR FA FR DoA DoR VC VC (%) VI VI (%)
FONTAINHA
Croton blanchetianus Baill. 50 0.1268 3521.368 41.67 83.33 33.78 8.927 32.93 74.597 37.3 108.381 36.13
Mimosa sp. 35 0.083 2464.958 29.17 66.67 27.03 5.844 21.56 50.726 25.36 77.753 25.92
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz 18 0.1058 1267.693 15 43.33 17.57 7.452 27.49 42.489 21.24 60.057 20.02
Aspidosperma pyrifolium Mart. 10 0.057 704.274 8.33 30 12.16 4.015 14.81 23.146 11.57 35.308 11.77
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. 3 0.005 211.282 2.5 10 4.05 0.355 1.31 3.811 1.91 7.865 2.62
Mimosa ophtalmocentra Mart. ex Benth. 57 0.2635 1140 17.43 80 6.56 5.269 14.04 31.469 15.73 38.027 12.68
BODOCONGÓ
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz 35 0.324 700 10.7 100 8.2 6.48 17.26 27.967 13.98 36.164 12.05
Croton blanchetianus Baill. 63 0.174 1260 19.27 80 6.56 3.479 9.27 28.535 14.27 35.093 11.7
Tacinga palmadora Britton & Rose 43 0.0567 860 13.15 60 4.92 1.135 3.02 16.173 8.09 21.091 7.03
Myracrodruon urundeuva Allemão 7 0.2905 140 2.14 40 3.28 5.81 15.48 17.62 8.81 20.898 6.97
Croton blanchetianus Baill. 51 0.1231 1828.496 42.5 70 31.82 4.414 22.99 65.487 32.74 97.305 32.43
BONITA
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 22 0.1142 788.763 18.33 43.33 19.7 4.093 21.31 39.646 19.82 59.343 19.78
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 19 0.1254 681.205 15.83 33.33 15.15 4.495 23.41 39.241 19.62 54.392 18.13
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz 16 0.1114 573.646 13.33 36.67 16.67 3.995 20.8 34.138 17.07 50.804 16.93
Cereus jamacaru DC. 2 0.0297 71.706 1.67 6.67 3.03 1.064 5.54 7.21 3.6 10.24 3.41
Croton blanchetianus Baill. 224 0.6777 2240 51.85 100 8.93 6.777 27.08 78.931 39.47 87.859 29.29
I. PEREIRA
Anadenanthera colubrina 14 0.5269 140 3.24 80 7.14 5.269 21.05 24.293 12.15 31.436 10.48
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 37 0.1547 370 8.56 80 7.14 1.547 6.18 14.747 7.37 21.89 7.3
Myracrodruon urundeuva Allemão 26 0.18 260 6.02 80 7.14 1.8 7.19 13.211 6.61 20.354 6.78
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz 20 0.1278 200 4.63 60 5.36 1.278 5.11 9.737 4.87 15.094 5.03
Tacinga palmadora Britton & Rose 36 0.0946 724.028 30 80 26.67 1.903 12.19 42.189 21.09 68.856 22.95
ARARA
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz 10 0.2668 201.119 8.33 30 10 5.365 34.37 42.705 21.35 52.705 17.57
Croton blanchetianus Baill. 28 0.0545 563.133 23.33 63.33 21.11 1.096 7.02 30.354 15.18 51.465 17.16
Aspidosperma pyrifolium Mart. 20 0.1308 402.238 16.67 46.67 15.56 2.63 16.85 33.517 16.76 49.073 16.36
Croton sp. 5 0.034 100.559 4.17 10 3.33 0.685 4.39 8.554 4.28 11.887 3.96
33
Tabela 5. Parâmetros fitossociológicos das espécies com maior valor de importância (VI %) na altitude 2 (500 m s.n.m.). N - Número de indivíduos; AB -
Área Basal; DA - Densidade Absoluta; DR – Densidade Relativa; FA – Freqüência Absoluta; FR: Freqüência Relativa; DoA – Dominância Absoluta; DoR –
Dominância Relativa; VC – Valor de Cobertura; VI – Valor de Importância.
ALTITUDE 2
Nome Científico N AB DA DR FA FR DoA DoR VC VC (%) VI VI (%)
FONTAINHA
Croton blanchetianus Baill. 85 0.1976 3910.851 70.83 100 48.39 9.089 26.96 97.79 48.9 146.77 48.73
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz 5 0.2373 230.05 4.17 13.33 6.45 10.916 32.38 36.542 18.27 42.994 14.33
Aspidosperma pyrifolium Mart. 9 0.0594 414.09 7.5 30 14.52 2.732 8.1 15.603 7.8 30.119 10.04
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 8 0.0389 368.08 6.67 20 9.68 1.79 5.31 11.975 5.99 21.653 7.22
Myracrodruon urundeuva Allemão 1 0.0876 46.01 0.83 3.33 1.61 4.031 11.96 12.789 6.39 14.402 4.8
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 33 0.1499 660 16.92 100 8.47 2.997 9.81 26.736 13.37 35.211 11.74
BODOCONGÓ
Allophylus sp. 36 0.1178 720 18.46 80 6.78 2.357 7.72 26.177 13.09 32.957 10.99
Schinopsis brasiliensis Engl. 7 0.3253 140 3.59 40 3.39 6.505 21.3 24.89 12.44 28.279 9.43
Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum. 3 0.1908 60 1.54 40 3.39 3.816 12.49 14.032 7.02 17.422 5.81
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 6 0.128 120 3.08 60 5.08 2.56 8.38 11.46 5.73 16.544 5.51
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 44 0.1797 1688.204 36.67 70 30 6.894 35.6 72.265 36.13 102.26 34.09
BONITA
Croton blanchetianus Baill. 43 0.125 1649.836 35.83 76.67 32.86 4.795 24.76 60.592 30.3 93.449 31.15
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 10 0.0749 383.683 8.33 16.67 7.14 2.874 14.84 23.173 11.59 30.316 10.11
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 8 0.0345 306.946 6.67 23.33 10 1.323 6.83 13.499 6.75 23.499 7.83
Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl 2 0.0189 76.737 1.67 6.67 2.86 0.725 3.74 5.409 2.7 8.266 2.76
Croton blanchetianus Baill. 81 0.2551 810 25.63 100 7.25 2.551 7.15 32.778 16.39 40.024 13.34
I. PEREIRA
Schinopsis brasiliensis Engl. 17 0.7951 170 5.38 80 5.8 7.951 22.27 27.645 13.82 33.442 11.15
Sapium glandulosum (L.) Morong 38 0.247 380 12.03 100 7.25 2.47 6.92 18.942 9.47 26.188 8.73
Mimosa sp. 16 0.3932 160 5.06 40 2.9 3.932 11.01 16.074 8.04 18.973 6.32
Tacinga palmadora Britton & Rose 35 0.0521 350 11.08 80 5.8 0.521 1.46 12.536 6.27 18.333 6.11
Croton sp. 39 0.2369 773.546 32.5 70 23.86 4.699 16.42 48.918 24.46 72.782 24.26
ARARA
Tacinga palmadora Britton & Rose 34 0.1189 674.374 28.33 73.33 25 2.358 8.24 36.572 18.29 61.572 20.52
Myracrodruon urundeuva Allemão 8 0.2872 158.676 6.67 23.33 7.95 5.697 19.9 26.57 13.28 34.524 11.51
Aspidosperma pyrifolium Mart. 6 0.1025 119.007 5 20 6.82 2.033 7.1 12.102 6.05 18.92 6.31
Pilosocereus sp. 1 2 0.1689 39.669 1.67 6.67 2.27 3.349 11.7 13.368 6.68 15.641 5.21
34
Tabela 6 - Parâmetros fitossociológicos das espécies com maior valor de importância (VI %) na altitude 3 (600 m s.n.m.). N - Número de indivíduos; AB -
Área Basal; DA - Densidade Absoluta; DR – Densidade Relativa; FA – Freqüência Absoluta; FR: Freqüência Relativa; DoA – Dominância Absoluta; DoR –
Dominância Relativa; VC – Valor de Cobertura; VI – Valor de Importância.
ALTITUDE 3
Nome Científico N AB DA DR FA FR DoA DoR VC VC VI VI (%)
(%)
FONTAINHA
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz 29 0.3455 1205.318 24.17 70 24.14 14.359 45.22 69.383 34.69 93.521 31.17
Croton blanchetianus Baill. 22 0.0539 914.38 18.33 43.33 14.94 2.239 7.05 25.384 12.69 40.327 13.44
Mimosa sp. 17 0.0841 706.566 14.17 36.67 12.64 3.497 11.01 25.179 12.59 37.822 12.61
Manihot glaziovii Müll. Arg. 12 0.0318 498.752 10 33.33 11.49 1.321 4.16 14.161 7.08 25.655 8.55
Pisonia sp. 7 0.0312 290.939 5.83 20 6.9 1.297 4.09 9.919 4.96 16.816 5.61
Allophylus sp. 44 0.1888 880 24.44 100 7.81 3.777 12.3 36.744 18.37 44.557 14.85
BODOCONGÓ
Myracrodruon urundeuva Allemão 9 0.2969 180 5 80 6.25 5.937 19.34 24.337 12.17 30.587 10.2
Morfoespécie III 2 0.2324 40 1.11 40 3.13 4.647 15.14 16.247 8.12 19.372 6.46
Sapium glandulosum (L.) Morong 11 0.0605 220 6.11 100 7.81 1.21 3.94 10.052 5.03 17.865 5.95
Pisonia sp. 10 0.0908 200 5.56 60 4.69 1.817 5.92 11.473 5.74 16.16 5.39
Sapium glandulosum (L.) Morong 13 0.079 700.236 10.83 33.33 11.11 4.253 7.34 18.178 9.09 29.289 9.76
BONITA
Thiloa.glaucocarpa (Mart.) Eichl. 13 0.0807 700.236 10.83 26.67 8.89 4.347 7.51 18.34 9.17 27.229 9.08
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 12 0.0363 646.372 10 30 10 1.955 3.38 13.376 6.69 23.376 7.79
Pisonia sp. 9 0.0444 484.779 7.5 30 10 2.393 4.13 11.632 5.82 21.632 7.21
Ziziphus platyphylla Reissek 1 0.1787 53.864 0.83 3.33 1.11 9.625 16.62 17.456 8.73 18.567 6.19
Croton blanchetianus Baill. 71 0.2317 710 18.64 100 6.49 2.317 8.05 26.687 13.34 33.181 11.06
I. PEREIRA
Tacinga palmadora Britton & Rose 67 0.1145 670 17.59 100 6.49 1.145 3.98 21.565 10.78 28.058 9.35
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 41 0.22 410 10.76 100 6.49 2.2 7.64 18.404 9.2 24.898 8.3
Anadenanthera colubrina 4 0.5824 40 1.05 20 1.3 5.824 20.24 21.288 10.64 22.587 7.53
Myracrodruon urundeuva Allemão 20 0.2625 200 5.25 100 6.49 2.625 9.12 14.369 7.18 20.863 6.95
Commiphora leptophloeos (Mart.) Gillet 13 0.2373 257.015 10.83 33.33 9.9 4.692 15.48 26.309 13.15 36.21 12.07
ARARA
Manihot glaziovii Muell. Arg. 18 0.1025 355.868 15 43.33 12.87 2.026 6.68 21.684 10.84 34.555 11.52
Pseudobombax marginatum 13 0.1926 257.015 10.83 30 8.91 3.808 12.56 23.394 11.7 32.305 10.77
Anadenanthera colubrina 8 0.2207 158.163 6.67 26.67 7.92 4.363 14.39 21.057 10.53 28.978 9.66
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 13 0.0861 257.015 10.83 36.67 10.89 1.702 5.62 16.448 8.22 27.34 9.11
35
Figura 4 - Curvas de acumulação de espécies obtidas a partir de 1000 simulações com reposição. (a) - Riqueza observada (Sobs) nas cotas 1, 2 e 3, com os
respectivos intervalos de confiança (Sobs Lower e Sobs Upper); (b, c, d) - Comparação entre a riqueza observada (Sobs) e a riqueza estimada (ICE e Jack 2)
em cada cota altitudinal.
36
4. DISCUSSÃO
espécies nessa cota. Também é na última altitude, na qual se observa os maiores índices
de diversidade e equabilidade da comunidade vegetal em questão.
As informações sobre sucessão ecológica na vegetação de caatinga ainda são
incipientes, no entanto, a ocorrência de determinadas espécies, como Myracrodruon
urundeuva Allemão (aroeira), Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett
(amburana) e Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl (feijão-bravo) tem sido mais abrangente
em áreas mais protegidas, como observado por Andrade et al. (2005). Pereira et al.
(2001) ratificam que espécies como Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil., Juss. &
Cambess.) A.Robyns e Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum. são indicadoras de
ambientes mais protegidos.
Tais resultados são indicadores da composição específica durante o processo de
sucessão, porém, não conclusivos. Espécies como Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.
Queiroz (catingueira), foi apontada por Magalhães (2011) e Santos et al. (2009), como a
mais abundante, independente do estágio sucessional em região de caatinga no sertão
paraibano e no município de Floresta, em Pernambuco. Já Croton blanchetianus Baill. é
considerada como típica espécie pioneira, invasora de caatingas antropizadas, com
elevada produção de sementes e rápida dispersão (PEREIRA, et al., 2001). Além disso,
a presença de rebanhos e a retirada da madeira nas regiões mais acessíveis,
consequentemente menos elevadas, nos permite afirmar que a comunidade vegetal ali
presente é influenciada pela pressão antrópica.
Analisando os resultados fitossociológicos e a abundância de determinadas
espécies, percebe-se que as áreas de Fontainha e Inácio Pereira enfrentam maior pressão
antrópica que as demais, devido à abundância considerável de Croton blanchetianus
Baill., mesmo na altitude 3. Já a Serra de Bodocongó é a área com melhor distribuição
horizontal das espécies.
Baseando-se nos resultados apresentados na Figura 4, é possível inferir que a
riqueza aumenta em relação à altitude, pois, a não sobreposição das curvas de
acumulação de espécies e respectivos intervalos de confiança (Sobs Lower e Upper),
denota que a altitude 3 (600 m a.n.m.) apresenta um maior número de espécies em
relação às demais, suportando desse modo, a hipótese de que há variação da riqueza ao
longo do gradiente altitudinal em vegetação de caatinga, no Cariri Paraibano.
Como explicar o padrão descrito neste estudo? Deve-se considerar
primeiramente que a amplitude de elevação é pequena, quando comparada com regiões
montanhosas, onde se pode chegar a 3.000 m a.s.l., logo, é muito provável que as
38
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DESALEGN, W.; BEIERKUHNLEIN, C. Plant species and growth form richness along
altitudinal gradients in the southwest Ethiopian highlands. Journal of Vegetation
Science, n. 21, p. 617–626, 2010.
EMBRAPA SOLOS. Solos do Nordeste. Recife: UEP, 2006. Disponível em: <
http://www.uep.cnps.embrapa.br/solos/index.php?link=pb >. Acesso em 16 mar. 2012.
GRYTNES, J.A.; HEEGAARD, E.; IHLEN, P.G. Species richness of vascular plants,
bryophytes, and lichens along an altitudinal gradient in western Norway. . Acta
Oecologica, n. 29, p. 241-246, 2006.
GUREVITCH, J.; SCHEINER, S. M.; FOX, G. A. Ecologia Vegetal. 2 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
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em um remanescente de Caatinga sob diferentes níveis de perturbação, no agreste
paraibano. Acta Botanica Brasilica, v. 15, p. 413-426, 2001. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
33062001000300010&nrm=iso >. Acesso em: 21 dez. 2011.
RAHBEK, C.; NOGUÉS-BRAVO, D.; ARAÚJO, M.B.; ROMDAL, T. Scale effects and
human impact on the elevational species richness gradients. Nature, v. 453, n.8, p.216-
220, 2008.
SANDERS, N.J.; MOSS, J.; WAGNER D. Patterns of ants species richness along
elevational gradients in na arid ecosystem. Global Ecology & Biogeography, n. 12,
p.93-102, 2003.
SHARMA, C.M.; SUYAL, S.;GAIROLA S.; GHILDIYAL, S.K. Species richness and
diversity along altitudinal gradiente in moist temperature forest of Garhwal Himalaya.
Journal of American Science, v. 5, n. 5, p. 119-128, 2009.
TABARELLI, M.; AGUIAR, A.V.; RIBEIRO, M.C.; METZGER, J.P.; PERES, C.A.
Prospects for biodiversity conservation in the Atlantic Forest: Lessons from aging
human-modified landscapes. Biological Conservation, n. 143, p. 2328–2340, 2010.
CAPÍTULO 2
1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
clima é semiárido (IBGE, 2002) e a precipitação varia de 400 a 650 mm. Os solos
predominantes na região de coleta são: litólico eutrófico, solonetz solodizado, vertissolo
e bruno não cálcico (EMBRAPA SOLOS, 2006).
Tabela 7 - Relação dos parâmetros fitossociológicos analisados neste estudo, calculados a partir
do programa Mata Nativa 3.
Dominância Relativa (DoR) DoR = DoA x 100 DoR = dominância relativa (%).
Σ DoA
DoA= dominância absoluta em m 2/ha;
Áraa basal (AB) AB = π . D2/4 AB = Área basal;
D = Diâmetro de cada indivíduo;
π = constante trigonométrica pi = 3,1416.
Valor de Importância (VI) VI = DR+ DoR+ FR VI = valor de importância;
DR = densidade relativa;
DoR = dominância relativa;
FR = freqüência relativa.
Valor de cobertura (VC) VC = DR+ DoR VC = valor de cobertura;
DR = densidade relativa;
DoR = dominância relativa.
52
3. RESULTADOS
3.1. Florística
Foram registrados 2208 indivíduos, distribuídos em 26 famílias e 72 espécies.
Nas áreas serranas foram registradas 68 espécies (Tabela 8) e nas áreas do Planalto da
Borborema, 42 espécies (Tabela 9). Espécies como Lantana sp. e três morfoespécies
foram restritas às áreas do Planalto; já espécies como Guettarda sp., Ruprechtia
laxiflora Meisn., Syagrus oleracea (Mart.) Becc. e outras 16 espécies foram apenas
registradas nas áreas serranas. As famílias mais representativas foram Fabaceae,
Euphorbiaceae e Cactaceae em ambas as unidades de paisagem.
Tabela 8 - Lista das espécies do componente arbustivo-arbóreo registradas nas áreas serranas do
Planalto da Borborema, Cariri Paraibano.
Nome Científico Arara Bodocongó Bonita Fontainha I. Pereira
Allophylus sp. x x x x
Amburana cearensis (Allemao) A. C. Sm. x
Anacardium orcidentale L. x
Anadenanthera colubrina var. colubrina
x x x x x
(Griselb.) Altschul.
Aspidosperma pyrifolium Mart. x x x x x
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. x x x x x
Casearia sp. x
Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum. x x
Cereus jamacaru DC. x x x
Combretum leprosum Mart. x
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillet x x x x x
Cordia leucocephala Moric. x x
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. x
Croton blanchetianus Baill. x x x x x
Croton heliotropiifolius Kunth. x
Croton nepetaefolius Baill. x
Croton rhamnifolius Kunth. x
Croton sp. x x
Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl x x x x x
Ditaxis malpighiacea (Ule) Pax & K. Hoffm. x
Erythrina velutina Willd. x
Erythroxylum pauferrense Plowman x
Euphorbia gymnoclada Boiss. x
Guettarda sp. x
Handroanthus spongiosus (Rizzini) S.Grose x
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. x x x x
53
Lantana sp. x x
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.)L. P. Queiroz
x x
var. férrea
Lippia gracilis Schauer x
Manihot glaziovii Müll. Arg. x x x x x
Maytenus rigida Mart. x x x
Mimosa ophtalmocentra Mart. ex Benth. x
Mimosa sp. x x x
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. x x
Morfoespécie I x
Morfoespécie II x
Morfoespécie III x x
Morfoespécie IV x
Morfoespécie IX x
Morfoespécie V x
Morfoespécie VI x
Morfoespécie VII x
Morfoespécie VIII x
Morfoespécie X x
Morfoespécie XI x
Morfoespécie XII x
Morfoespécie XIII x
Morfoespécie XIV x
Morfoespécie XV x
Morfoespécie XVI x
Myracrodruon urundeuva Allemão x x x x x
Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo &
x x x
Iltis
Pilosocereus sp. 1 x x x x
Pilosocereus sp. 2 x x
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke x x x x x
Pisonia sp. x x x x
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.Queiroz x x x x x
Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil., Juss. &
x x x
Cambess.) A.Robyns
Ruprechtia laxiflora Meisn. x
Sapium glandulosum (L.) Morong x x x x x
Schinopsis brasiliensis Engl. x x x
Senna macrantera var. pudibunda (Benth.) H. S.
x x x
Irwin & Barneby
Sideroxylon sp. x
Spondias tuberosa Arruda x x
Syagrus oleracea (Mart.) Becc. x x x
Tacinga palmadora Britton & Rose x x x x
Thiloa glaucocarpa (Mar.) Eichler x x x
Ziziphus platyphylla Reissek x
54
Tabela 9 - Lista das espécies do componente arbustivo-arbóreo registradas nas áreas do Planalto
da Borborema, Cariri e Agreste Paraibano.
Nome Científico Bodopitá Caiçara INSA Pocinho P. Pedra
Allophylus sp. x x x x
Amburana cearensis (Allemão) A. C. Sm. x x
Anadenanthera colubrina var. colubrina (Griselb.)
x x x
Altschul.
Aspidosperma pyrifolium Mart. x x x x x
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. x x x x
Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum. x
Cereus jamacaru DC. x x x
Combretum leprosum Mart. x
Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B. Gillet x x x x x
Cordia leucocephala Moric. x x x
Croton blanchetianus Baill. x x x x x
Croton nepetaefolius Baill. x
Cynophalla flexuosa (L.) J. Presl x x x
Erythrina velutina Willd. x
Erythroxylum pauferrense Plowman x
Handroanthus spongiosus (Rizzini) S.Grose x
Jatropha mollissima (Pohl) Baill. x x x x
Lantana sp. x x x
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.)L.P.Queiroz var. ferrea x x x
Manihot glaziovii Müll. Arg. x x x x
Maytenus rigida Mart. x
Mimosa sp. x x x x
Mimosa sp. 2 x
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. x x
Morfoespécie XIX x
Morfoespécie XVII x
Morfoespécie XVIII x
Myracrodruon urundeuva Allemão x x x x
Pilosocereus sp. 1 x x x x
Pilosocereus sp. 2 x x
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke x x x x x
Pisonia sp. x x x x
Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz x x x x x
Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil., Juss. &
x x x X
Cambess.) A.Robyns
Sapium glandulosum (L.) Morong x x x
Schinopsis brasiliensis Engl. x x
Sideroxylon sp. x
Spondias tuberosa Arruda x x x
Tacinga palmadora Britton & Rose x x x
Thiloa glaucocarpa (Mar.) Eichler x
Ziziphus platyphylla Reissek x x x x
4. DISCUSSÃO
necessária, pois, a proximidade entre essas áreas demonstra a real situação de cada
fragmento de paisagem no estado da Paraíba e revela também a susceptibilidade das
áreas planas a antropização.
Além disso, analisando as curvas de acumulação de espécies e respectivas
estimativas de riqueza (Figura 6 -7), os resultados suportam a hipótese levantada neste
estudo, de que as áreas serranas abrigam maior riqueza, se comparadas às áreas
superficiais planálticas.
É notório que as condições e recursos diferenciais presentes nos ambientes
serranos possam proporcionar a coexistência de mais espécies, no entanto, também é
bastante provável que a ação antrópica tenha maior influência nas áreas planas, devido à
facilidade de acesso. Um crescente número de pesquisa demonstra que os padrões
espaciais e temporais da biodiversidade são produtos da interação histórica e
contemporânea humana, além dos processos ecológicos (GARDNER et al., 2009).
Aliado a este aspecto, o padrão de distribuição horizontal das espécies em ambas
as unidades de paisagem e a presença do homem, nas áreas menos elevadas sustentam a
explicação de que a ação humana tem interferido no padrão de riqueza na vegetação de
caatinga.
A presença de maciços populacionais de poucas espécies nas áreas planálticas e
nas áreas próximas às serras indica que tais regiões tem sofrido forte pressão antrópica,
seja pelo uso da madeira, pastejo de rebanhos ou agricultura.
Na região semiárida de Xingó, por exemplo, Santos e Tabarelli (2002)
relataram que “as estradas e cidades da região representam enormes fontes de
degradação dos ecossistemas adjacentes no que se refere à ciclagem de nutrientes,
energia, fluxo de água e à composição de espécies.” Os mesmos autores testaram a
hipótese de que a distância de cidades e rodovias está associada à perda e fragmentação
da caatinga.
Logo, a expansão das cidades e das atividades humanas podem resultar em
perdas significativas de biodiversidade, seja em escala local ou regional, devido à
circulação restrita entre as populações, aumento da mortalidade, fragmentação do
habitat e efeitos de borda, além da invasão de espécies exóticas (FINDLAY e
BOURDAGES, 2000).
A diversidade de espécies tem conseqüências funcionais, pois, o número e tipo
de espécies influenciam nos processos do ecossistema. Certas características de
determinadas espécies podem mediar a energia e fluxo de materiais ou pode alterar as
60
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAPIN III, F. S.; ZAVALETA, E.S.; EVINER, V.T.; NAYLOR, R. L.; VITOUSEK,
P. M.; REYNOLDS, H. L.; HOOPER, D.U.; LAVOREL, S.; SALAI, O.E.; HOBBIE,
S. E.; MACK, M. C.; DÍAZ, S. Consequences of changing biodiversity, Nature , v.
405, p. 234-242, 2000.
EMBRAPA SOLOS. Solos do Nordeste. Recife: UEP, 2006. Disponível em: <
http://www.uep.cnps.embrapa.br/solos/index.php?link=pb >. Acesso em 16 mar. 2012.
63
GARDNER, T.A.; BARLOW, J.; CHAZDON, R.; EWERS, R. M.; HARVEY, C. A.;
PERES, C. A.; SODHI, N. S. Prospects for tropical forest biodiversity in a human-
modified world. Ecology Letters, v. 12, p. 1-21, 2009.
GUREVITCH, J.; SCHEINER, S. M.; FOX, G. A. Ecologia Vegetal. 2 ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
IANNUZZI, L.; MAIA, A.C.D.; NOBRE, C.E.B.; SUZUKI, D.K.; MUNIZ, F.J.de A.
Padrões locais de diversidade de Coleoptera (Insecta) em vegetação de caatinga. In:
LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. da (Comp.). Ecologia e Conservação
da Caatinga. Recife: UFRPE, 2003. Cap. 8, p. 367-389.
PEREIRA, I. M.; ANDRADE, L.A.; COSTA, J.R.M.; DIAS, J.M. Regeneração natural
em um remanescente de Caatinga sob diferentes níveis de perturbação, no agreste
paraibano. Acta Botanica Brasilica, v. 15, p. 413-426, 2001. Disponível em: <
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
33062001000300010&nrm=iso >. Acesso em: 21 dez. 2011.
ANEXO A - Parâmetros fitossociológicos referentes à área serrana da Arara, município de São João do Cariri, Paraíba
*** Total 240 60 2.639 2387.085 100 315.01 100 26.269 100 200 100 300 100