Resumos de História
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Um mundo de cidades
A cultura romana esteve sempre ligada á cidade. Á semelhança da Grécia, as cidades eram
consideradas as células ideais da administração. Assim, por todo o Império Romano, após a
conquista, era feita a promoção da vida urbana, com a criação ou reorganização dos centros urbanos.
O Império Romano tornou-se, assim, um mundo de cidades, com autonomia e estrutura
administrativa própria.
As instituições republicanas
Era sobre este espaço urbanizado que Roma estendia o seu domínio, impondo-se como a Urbe
(termo usado na Antiga Roma e que designa uma cidade rodeada de muralhas, que assim se
diferencia do seu território ou distrito rural) de referência. Mas, mesmo que a importância
administrativa das cidades, a enorme extensão do Império Romano exigia um poder forte, capaz de
irradiar a autoridade máxima de Roma e também de assegurar a ordem e a segurança nas províncias.
Nos primeiros cinco séculos (VI a I a.C.), essa tarefa coube ao regime republicano. Nesse período, o
poder político foi exercido por um conjunto de instituições prestigiadas, cujo bom funcionamento
deu a Roma a ordem e a força necessárias para a conquista de um grande império. Eram elas:
Senado
Assembleia constituída por notáveis/cidadãos mais prestigiados – ordem senatorial: 300 (de
início), 900 (com Júlio César) e 600 (com Augusto).
Carácter permanente e enorme influência política (administrativa e legislativa).
Funções: validar as leis votadas nos comícios, administrar as províncias, decidir da
política externa (paz, guerras e alianças), controlar o tesouro e a atuação dos magistrados.
Comícios
Assembleia periódica de carácter popular representativa do povo de Roma.
Função: eleição dos magistrados e votação das leis propostas por estes.
Magistrados
Exercício de altos cargos executivos no aparelho de Estado em resultado de eleição pelos
comícios. As Magistraturas eram anuais/colegiais, e o seu exercício constituía uma
carreira pública – o cursus honorum, que abria as portas do Senado (questor, edil, pretor,
cônsul).
Possuíam poder executivo, judicial, militar e administrativo.
2 Tipos: Magistrados ordinários e Magistrados extraordinários.
Legenda:
1
Invioláveis e Sagrados, tinham direito de veto sobre qualquer decisão que pudesse prejudicar
os plebeus, fossem elas vindas das Magistraturas ou do Senado.
2
Poder de soberania.
3
Poder de representar o povo romano.
4
Poder de administrar a justiça.
O fim da república
- Nos primeiros cinco séculos, foi a estas instituições republicanas que coube o governo de
Roma. E no século I a.C. eram ainda elas que conduziam os destinos do Império, quando tinham
sido criadas só para a administração de um pequeno território...!
- Foi devido a esta diferença, que Roma mergulhou numa profunda crise política, marcada por
violentas perseguições e sangrentas guerras civis.
1) O Império Romano cresceu, e muitos problemas de âmbito militar, económico, social e
político, já não eram resolvidos pelas instituições republicanas (a miséria da plebe, os constantes
confrontos entre plebeus e senadores, a restrição do poder dos tribunos, a gestão das
províncias...).
2) Fenómeno novo era a ambição pessoal de governadores e políticos...
- Apareceram várias guerras civis, a maior parte das vezes promovidas pela oligarquia senatorial
romana que, ora dava o seu apoio a determinados governadores, ora alinhava ao lado de certos
generais, pensando que dessa forma se protegia e conseguiria conservar os seus privilégios.
- Ora, desejando a paz, o Senado viu-se obrigado, com o tempo, a fazer cada vez mais
concessões, chegando ao ponto de confiar a um reduzido nº de homens um grande comando,
com tudo o que isso representava de falência das instituições republicanas tradicionais.
- Surge o 1.º Triunvirato (Júlio César, Pompeu e Crasso).
- Júlio César vai concentrar em si todo o poder. Nomeado ditador vitalício, controla o Senado
e o Exército. Torna-se senhor de Roma. Adorado pelo povo, quis restaurar a monarquia. Mas,
acusado de pretender eliminar as instituições e liberdades romanas, é assassinado em pleno
Senado, em 44 a.C. A República resistia ainda ao poder autocrático (os aristocratas romanos,
inconscientes da gravidade da crise, atribuíam à ambição perversa de César aquilo que, na
realidade, era um ajustamento político indispensável)...