Roma
Roma
Roma
Roma foi o último grande império do mundo antigo. Com exércitos poderosos dominou terras que
antes pertenciam a gregos, egípcios, mesopotâmios, persas e muitos outros povos.
Com quase 1 milhão de habitantes. Roma transformou-se na maior cidade da Antiguidade. Para lá
se dirigiam pessoas dos lugares mais distantes, levando suas culturas.
O poder do império construído pelos romanos era tão grande que acabou se tornando uma
referência para todo o mundo ocidental, mesmo séculos depois de ter chegado ao seu final.
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a
mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que
os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a
cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.
De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram
habitar a região da península itálica : gregos, etruscos e italiotas.
A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com
nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas
com influências gregas.
Localização
Roma é capital da Itália, país europeu localizado em uma das penínsulas do Mar Mediterrâneo.
Trata-se da Península Itálica, situada na cordilheira dos Alpes e banhada pelos mares Adriático,
Tirreno e Jônico.
Os períodos da história de Roma
Muitas das informações sobre o período Monárquico fundamentam-se nas lendas contadas pelos
romanos. Nessa época, a cidade deve ter sido governada por reis de diferentes origens; os últimos
de origens etrusca, devem ter dominado a cidade por cerca de cem anos.
Durante o governo dos etruscos, Roma adquiriu o aspecto de cidade. Foram realizadas diversas
obras públicas entre elas, templos, drenagens de pântanos e um sistema de esgoto.
O último rei etrusco foi Tarqüínio, o Soberbo. Ele foi deposto em 509 a.C., provavelmente por ter
descontentado os patrícios com medidas a favor dos plebeus.
No lugar de Tarqüínio, os patrícios colocaram no poder dois magistrados, chamados cônsules. Com
isso, terminava o período Monárquico e tinha inicio o período Republicano.
Período Republicano
República é uma palavra de origem latina e significa “coisa pública”. Durante a passagem da
monarquia para a república, eram os patrícios que detinham o poder e controlavam as instituições
políticas. Concentrando o poder religioso, político e a justiça, eles exerciam o governo procurando
se beneficiar.
Para os plebeus, sem direito à participação política, restavam apenas deveres, como pagar
impostos e servir o exército.
Na república, o poder que antes era exercido pelo rei foi partilhado por dois cônsules. Eles
exerciam o cargo por um ano e eram auxiliados por um conselho de 100 cidadãos, responsáveis
pelas finanças e pelos assuntos externos. Esse conselho recebia o nome de Senado, e a ele
competia promulgar as leis elaboradas pela Assembléia de Cidadãos, dominada pelos patrícios.
À medida que Roma cresceu e se tornou poderosa, as diferenças entre patrícios e plebeus se
acentuaram. Marginalizados, os plebeus desencadearam uma luta contra os patrícios, que se
estendeu por cerca de dois séculos (V-IV a.C.)
Durante esses dois séculos, os plebeus conquistaram seus direitos. Entre eles, o de eleger seus
próprios representantes, chamados tribunos da plebe. Os tribunos tinham o poder de vetar as
decisões do Senado que fossem prejudiciais aos interesses dos plebeus.
Os plebeus conquistaram ainda a igualdade civil, com a autorização do casamento entre patrícios
e plebeus; a igualdade política, com o direito de eleger representantes para diversos cargos,
inclusive o de cônsul; e a igualdade religiosa, com o direito de exercer funções sacerdotais.
Iniciado durante a República, o expansionismo romano teve basicamente dois objetivos: defender
Roma do ataque dos povos vizinhos rivais e assegurar terras necessárias à agricultura e ao
pastoreio. As vitórias nas lutas conduziram os romanos a uma ação conquistadora, ou seja, a ação
do exército levou à conquista e incorporação de novas regiões a Roma. Dessa forma, após
sucessivas guerras, em um espaço de tempo de cinco séculos, a ação expansionista permitiu que
o Império Romano ocupasse boa parte dos continentes europeu, asiático e africano.
O avanço das forças militares romanas colocou o Império em choque com Cartago e Macedônia,
potências que nessa época dominavam o Mediterrâneo. As rivalidades entre os cartagineses e os
romanos resultaram nas Guerras Púnicas (de puni, nome pelo qual os cartagineses eram
conhecidos).
As Guerras Púnicas desenvolveram-se em três etapas, durante o período de 264 a 146 a.C. Ao
terminar a terceira e ultima fase das Guerras Púnicas, em 146 a.C., Cartago estava destruída.
Seus sobreviventes foram vendidos como escravos e o território cartaginês foi transformado em
província romana. Com a dominação completa da grande rival, Roma iniciou a expansão pelo
Mediterrâneo oriental (leste). Assim, nos dois séculos seguintes, foram conquistados os reinos
helenísticos da Macedônia, da Síria e do Egito. No final do século I a.C., o mediterrâneo havia se
transformado em um “lago romano” ou, como eles diziam, Mare Nostrum(“nosso mar”).
Com o fim das Guerras Púnicas, em 146 a.C., iniciou-se um período de intensa agitação social.
Além dos escravos, povos da Península Itálica também se revoltaram, só que exigindo o direito à
cidadania romana. A expansão das conquistas e o aumento das pilhagens fortaleceram o exército
romano, que então se colocou na luta pelo poder. Assim, esse período ficou marcado por uma
acirrada disputa política entre os principais generais, abrindo caminho para os ditadores.
Essa crise se iniciou com a instituição dos triunviratos ou triarquia, isto é, governo composto de
três indivíduos. O Primeiro Triunvirato, em 60 a.C., foi composto de políticos de prestigio:
Pompeu, Crasso e Júlio César. Esses generais iniciaram uma grande disputa pelo poder, até que,
após uma longa guerra civil, Júlio César venceu seus rivais e recebeu o título de ditador vitalício.
Durante seu governo, Júlio César formou a mais poderosa legião romana, promoveu uma reforma
político-administrativa, distribuiu terras entre soldados, impulsionou a colonização das províncias
romanas e realizou obras públicas.
O imenso poder de César levou os senadores a tramar sua morte, o que aconteceu em 44 a.C. Os
generais Marco Antonio, Lépido e Otávio formaram, então, o Segundo triunvirato, impedindo que o
poder passasse para as mãos da aristocracia, que dominava o Senado.
A disputa pelo poder continuou com o novo triunvirato. Em 31 a.C., no Egito, Otávio derrotou as
forças de Marco Antônio e retornou vitorioso a Roma. Fortalecido com essa campanha, Otávio
pôde governar sem oposição. Terminava, assim, o regime republicano e iniciava o Império.
O Império Romano
Após vencer Marco Antonio, Otávio recebeu diversos títulos que lhe conferiram grande poder. Por
fim, em 27 a.C., o senado atribuiu-lhe o título de Augusto, que significava consagrado, majestoso,
divino.
Alto Império: período em que Roma alcançou grande esplendor (estende-se até o século
III d.C.)
Baixo Império: fase marcada por crises que conduziram a desagregação do Império
Romano (do século III ao século V).
Alto Império
Augusto, durante seu governo (27 a.C. a 14 d.C.), adotou uma série de medidas visando controlar
os conflitos sociais, solucionar problemas econômicos e, com isso, consolidar o império fazendo
com que Roma atingisse seu apogeu e vivesse um longo período de prosperidade e de relativa
tranqüilidade social, também conhecido como Pax Romana. Isso foi possível porque o imperador
Otávio abandonou a política agressiva de conquistas, promoveu a aliança entre aristocracia e os
cavaleiros (plebeus enriquecidos) e apaziguou a plebe com a política do “pão e circo” (panem et
circenses) (anexo), que consistia em distribuir trigo para a população carente e organizar
espetáculos públicos de circo.
Do governo de Augusto aos dois séculos que se seguiram, o Império Romano, por meio de
conquistas militares, ampliou ainda mais o seu território. Seus domínios estendiam-se pela
Europa, Ásia e África.
As conquistas abasteciam o império não apenas de riquezas e terras, mas também de escravos,
principal mão-de-obra e todas as atividades, tanto econômicas quanto domésticas.
A comunicação entre Roma, o centro do vasto império, e as demais regiões era garantida pela
existência de uma extensa rede de estradas. Daí provém o famoso ditado: “Todos os caminhos
levam a Roma”.
Após a morte de Augusto (14 d.C.) até o fim do século II, quatro dinastias se sucederam no
poder. São elas:
Baixo Império
Essa fase foi marcada por crises em diferentes setores da vida romana, que contribuíram para pôr
fim ao grande império.
Uma das principais crises diz respeito à produção agrícola. Por séculos, os escravos foram a
principal mão de obra nas grandes propriedades rurais. Entretanto, com a diminuição das guerras,
o reabastecimento de escravos começou a ficar difícil.
Além disso, com o passar do tempo, os romanos tornaram-se menos hostis aos povos
conquistados, estendendo a eles, inclusive, parte de seus direitos. Ou seja, os povos dominados
deixaram de ser escravizados.
Essas circunstâncias colaboraram para transformar a produção no campo. Por causa dos custos,
muitos latifúndios começaram a ser divididos em pequenas propriedades. Nelas, o trabalho
escravo já não era mais tão importante.
O lugar dos escravos passou a ser ocupado, aos poucos, por camponeses, que arrendavam a terra
em troca da prestação de serviços nas terras do proprietário. Havia também os colonos que, sem
poder abandonar a terra, não tinham direito à liberdade, pois estavam ligados a ela por lei e por
fortes laços pessoais.
O centro de produção rural era conhecido como Villa. Protegido por cercas e fossos, era habitado
pelos donos das terras e todos aqueles que dela dependiam.
Arrecadando menos impostos pela diminuição das atividades produtivas, o governo romano
começou a enfraquecer e as enormes fronteiras já não tinham como ser vigiadas contra a invasão
de povos inimigos.
Detalhe de um monumento (arco) erguido pelo imperador Constantino. Nele está retratada a ação
dos exércitos romanos nas fronteiras do império contra povos inimigos. Eles tomam de assalto as
muralhas de uma cidade.
Divisão do Império
Em 395, o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes: Império Romano do ocidente,
com capital em Roma; e Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. Com essa
medida, acreditava que fortaleceria o império. Achava, por exemplo, que seria mais fácil proteger
as fronteiras contra ataques de povos invasores. Os romanos chamavam esses povos de bárbaros,
por terem costumes diferentes dos seus.
A divisão estabelecida por Teodósio não surtiu o efeito esperado. Diversos povos passaram a
ocupar o território romano. Em 476, os hérulos, povo de origem germânica, invadiram Roma e,
comandados por Odoacro, depuseram o imperador Rômulo Augústulo.
Embora as invasões de povos inimigos tenham papel decisivo no fim do Império Romano do
Ocidente, outras circunstâncias também foram determinantes, tais como:
O fim do poderio romano constituiu um longo processo, que durou centenas de anos. A partir daí,
começou a se formar uma nova organização social, política e econômica, o sistema feudal, que
predominou na Europa ocidental até o século XV.
Como vivia o povo romano na Antiguidade
Para o povo romano a vida urbana era um padrão a ser seguido até mesmo pelos camponeses que
visitavam Roma ocasionalmente.
Além de centro político, administrativo, econômico e cultural, a cidade de Roma foi palco de
inúmeras diversões populares como teatro, as corridas de biga, os jogos de dados e as lutas de
gladiadores, uma paixão nacional.
As habitações da maioria dos romanos eram simples. A população mais pobre vivia em pequenos
apartamentos, em edifícios de até seis andares, que apresentavam riscos de desabamento e
incêndio. Apenas uma minoria vivia em casas amplas e confortáveis, com água canalizada, rede
de esgoto, iluminação por candelabros, sala de banhos e luxuosa decoração interior.
A infância em Roma
Assim como na Grécia, a educação dos romanos variava de acordo com a classe social e o sexo.
Os meninos das classes privilegiadas aprendiam a ler e a escrever em latim e grego com seus
preceptores, isto é, com professores particulares. Além disso, deviam ter conhecimentos de
agricultura, astronomia, religião, geografia, matemática e arquitetura.
Em relação aos meninos das classes menos abastadas, isso mudava de figura. A maioria, que não
podia dispor de tempo integral para os estudos, dedicava-se ao trabalho agrícola ou artesanal.
O abandono de crianças, tão comum nos dias de hoje, também existia na Roma Antiga, e as
causas eram variadas. Abandonados, meninos e meninas estavam destinados à prostituição ou à
vida de gladiadores, treinados para enfrentar leões, tigres e outros animais perigosos. Outros
ainda se tornavam servos.
Ricos e pobres abandonavam os filhos na Roma antiga. As causas eram variadas: enjeitavam-se
ou afogavam-se as crianças malformadas, os pobres, por não terem condições de criar os filhos,
expunham-nos, esperando que um benfeitor recolhesse o infeliz bebê, os ricos, ou porque tinham
duvidas sobre a fidelidade de suas esposas ou porque já teriam tomado decisões sobre a
distribuição de seus bens entre os herdeiros já existentes.
Os trabalhadores de Roma
Em Roma, como nas demais cidades do Império, existiam diferentes tipos de trabalhadores, como
carpinteiros, marceneiros, cesteiros, ceramistas, caldeireiros. Toda a produção desses
trabalhadores era vendida nas lojas das cidades.
É preciso lembrar que grande parte do trabalho na cidade era executada por escravos. Em sua
maioria prisioneiros de guerra, eram eles os responsáveis por qualquer tipo de trabalho, desde os
artesanais até os domésticos.
A vida conjugal
O divórcio também era comum, e pelos motivos mais variados, não precisando, muitas vezes,
nem esclarecer a causa da separação. Ao findar o processo legal, o pai da moça recebia de volta o
dote ofertado à época do casamento, e os filhos do casal eram entregues aos ex-maridos.
As vestimentas variavam de acordo com o sexo e com a categoria social. As mulheres solteiras
vestiam uma túnica sem mangas que ia até os tornozelos; após o casamento, passavam a usar
trajes com mangas. As mulheres mais ricas vestiam roupas de seda e algodão, enquanto as mais
pobres usavam lã ou linho. Os homens livres trajavam túnica de linho ou lã, até os joelhos, para
não atrapalhar os movimentos. Os trabalhadores vestiam roupas de couro, devido à maior
durabilidade. A toga, manto comprido, era usada apenas pelos cidadãos a partir dos 14 anos.
O direito romano
Desde criança, o romano era educado para atender as necessidades do estado e respeitar as
tradições e os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida familiar
como na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre os indivíduos. Reunidas,
essas leis formaram códigos jurídicos, que deram origem ao Direito Romano.
O Direito Romano dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público era
composto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo Direito estrangeiro, válido
para os povos conquistados. O Direito privado regulava as relações entre as famílias.
O Direito foi uma das grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais. Seus
fundamentos, adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos, servindo de base até
hoje para muitas sociedades.
A cultura romana
A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos
aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.
Os balneários (casas de banhos) romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde
os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus
relacionamentos pessoais.
Balneário romano
A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império,
dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.
A mais conhecida obra literária dos romanos é Eneida. Ela foi escrita pelo poeta Virgílio, a pedido
do imperador Augusto. A intenção de Virgílio em Eneida é glorificar a cidade de Roma. O livro,
escrito em forma de versos, narra a lenda do herói troiano Enéias.
Segundo a história de Virgílio, Enéias teria fugido para a península Itálica depois da Guerra de
Tróia. Lá teria fundado Alba Longa, o reino pertencente ao avô de Rômulo e Remo, fundadores
lendários de Roma.
A Roma declamada por Virgílio tinha a missão divina de proporcionar paz e vida civilizada ao
mundo. O imperador Augusto, por sua vez, era o designado pelos deuses para tornar a realidade
essa missão.
A arte romana foi influenciada tanto por etruscos, um dos povos que ocuparam a península Itálica,
quanto por gregos.
Na arquitetura, por exemplo, os romanos herdaram dos etruscos o arco e a abóbada, que
aperfeiçoaram, além de desenvolver novas técnicas de construção; dos gregos aproveitaram as
colunas.
Interior do Panteão, pintura de Giovanni Paolo Pannini, realizada no século XVII. Essa construção,
do início da era cristã, ainda existe. (abóbada)
Ciências e tecnologia
O desenvolvimento que os romanos alcançaram nas ciências foi bastante limitado e sofreu
marcante influencia dos gregos. A medicina somente passou a ter um caráter científico depois que
os primeiros médicos gregos se estabeleceram em Roma; a matemática e a geometria que os
romanos conheceram também não alcançaram progresso significativo.
Na astronomia, as noções alcançadas pelos romanos também não ultrapassaram aquelas herdadas
da Grécia. Eles sabiam da existência de cinco planetas e tinham idéias não muito precisas a
respeito do movimento da Lua em torno da Terra. Seus conhecimentos astronômicos permitiram
que, no tempo de César (em 46 a.C.), fosse elaborado um novo calendário – o calendário Juliano
– que sobreviveu até os fins do século XVI (1582), sendo substituído pelo calendário gregoriano,
devido ao papa Gregório XIII. Esse calendário, que não é muito diferente do Juliano, foi adotado
porque os astrônomos descobriram algumas inexatidões no antigo calendário romano.
A medição do tempo, para os romanos, apresentava dificuldades que somente puderam ser
superadas séculos mais tarde. Os dias eram divididos em 24 horas (12 diurnas, 12 noturnas). Os
relógios existentes mostravam as horas pelo deslocamento da sombra em relação à posição do Sol
durante o dia.
Os romanos numeravam as horas contando-as a partir do nascer do Sol. Assim, o clarear do dia
acontecia na primeira hora; a sexta-hora correspondia ao meio-dia; a nona hora equivalia ao meio
da tarde, e assim por diante.
Os dias dos meses foram divididos em fastos e nefastos. Dias fastos eram considerados
inteiramente favoráveis; nefastos, os dias negativos para algumas atividades, como as comerciais
(por exemplo, o comércio não podia funcionar naqueles dias).
A geografia entre os romanos foi inteiramente baseada nos ensinamentos aprendidos dos gregos,
e a cartografia limitou-se ao conhecimento e à elaboração de itinerários; mapas rudimentares que
indicavam, unicamente, os percursos que ligavam diferentes lugares do império.
Foi na ciência do direito que se revelou o gênio dos romanos antigos. Em 450 a.C., ocorreu a
promulgação da Lei das Doze Tábuas, o primeiro código escrito de leis elaborado em Roma.
Durante quase um milênio, a partir daquela data, o direito romano sofreu uma evolução contínua,
cujo apogeu foi marcado pela elaboração do Código de Justiniano, em 535 d.C., quando o Império
do Ocidente já havia sido invadido pelos bárbaros.
Religião Romana
No culto familiar uma prática muito comum era a existência de santuários domésticos, onde eram
cultuados os deuses protetores do lar e da família. Os deuses protetores da família eram os Lares.
Além dos deuses ligados a família, havia os que eram cultuados pelos habitantes da cidade. O
culto público era organizado pelo Senado. Com ele, os fiéis esperavam obter dos deuses boas
colheitas ou vitórias nas guerras.
Os rituais religiosos romanos eram controlados pelos governantes romanos. O culto a uma religião
diferente a do império era proibida e condenada. Os cristãos, por exemplo, foram perseguidos e
assassinados em várias províncias do império romano.
Os doze principais deuses de Roma correspondiam aos principais deuses gregos. O quadro a
seguir mostra a correspondência:
Atribuições
Nome romano Nome grego
Porém, a religião romana não era, como muitos afirmam, uma cópia da religião grega. Os
romanos incorporaram elementos religiosos etruscos e de outras regiões da península itálica.
Muitos imperadores, por exemplo, exigiram o culto pessoal como se fossem deuses. Esta prática
começou a partir do governo do imperador Júlio César (anexo).
Diferentemente da crença grega, os deuses romanos não agiam como mortais, isto é, não tinham
como os homens e os deuses gregos, virtudes e defeitos. Por isso não há relatos das suas
atividades, como na mitologia grega.
No início da Idade Média, com seu significativo crescimento, o cristianismo absorveu todas as
crenças e outras práticas ligadas à religião desenvolvida pelos romanos e passou a ser
considerada religião oficial do Império Romano, desta forma a prática do politeísmo foi, aos
poucos, sendo abandonada.
O cristianismo
No período Imperial surgiu em Roma uma nova religião: o cristianismo. Monoteísta, essa religião
pregava a salvação eterna, isto é, o perdão de todos os pecados e a recompensa de viver no
paraíso após a morte. Seu deus era um só – Deus - e Jesus Cristo, seu filho, era o messias que
tinha sido enviado à Terra para difundir seus ensinamentos.
Economia
A economia do império Romano teve como base uma única moeda corrente, a cobrança de baixas
tarifas alfandegárias e uma rede de estradas e portos protegidos. Tudo isso para facilitar as trocas
comerciais entre as várias regiões.
Embora a agricultura fosse a atividade econômica mais importante do mundo romano, o comércio
marítimo de produtos de subsistência, exóticos ou de luxo foi bastante expressivo.
Roma, centro do império, consumia cereais importados da Sicília e da África, e azeite de oliva
proveniente em especial da região correspondente à Espanha e ao Egito. Os mármores coloridos,
utilizados nas principais construções e em esculturas da capital e de outras cidades, vinham da
Ásia e do norte da África.
O comércio de cerâmica, cujo principal centro de produção era Arezzo, na Itália, abastecia o
mercado romano, bem como as províncias ocidentais, as do norte e o sudeste do império.
Moeda romana
O exército romano
Os legionários eram muito hábeis na construção de pontes flutuantes para atravessar os rios.
Essas pontes e a capacidade de manter um ritmo de marcha de mais ou menos 32 quilômetros
por dia permitiam que as legiões se movimentassem muito depressa.
O legionário protegia-se com um capacete e uma e uma couraça. As pernas e os joelhos também
tinham proteção. No braço esquerdo usava um escudo de madeira coberto de couro. Nos pés
calçava sandálias de couro com pregos de ferro nas solas.
As armas ofensivas eram três: o pilo (tipo de lança com cerca de dois metros), o gládio (espada
curta de lâmina pontiaguda com dois gumes) e o punhal.
Gládio romano
A maioria dos soldados no tempo do império eram voluntários, isto é, alistavam-se no exército
porque queriam e não porque fossem obrigados. Para ser legionário era preciso ser cidadão
romano e ter pelo menos 1,74m de altura. O candidato quando aceito, ia para um acampamento
onde treinava marcha, cavalgada, nado e combate.
O coliseu
O Coliseu, em Roma
O Coliseu de Roma foi construído sobre o lago da casa de Nero, a Domus Áurea e ficou conhecido
como Colosseo (Coliseu) porque ali foi achada a estátua gigante (colosso) do imperador.
Conta a história que os gladiadores lutavam na arena e que o Coliseu, era o lugar onde os cristãos
eram lançados aos leões. Para a inauguração, apenas oito anos depois do início das obras, em 80
d.C., as festas e jogos duraram cem dias, durante os quais morreram 9 mil animais e 2 mil
gladiadores.
As atividades do Coliseu foram encerradas em 523 d.C., mas o espaço permanece carregado de
uma clima misterioso e símbolo do Império Romano e da cidade eterna.
Devido à sua história milenar, são associados vários símbolos a Roma: o Coliseu, a Lupa Capitolina
, os símbolos do cristianismo, e o famoso acrônimo S.P.Q.R., utilizado durante a expansão
imperial para designar as terras como sendo d' O Senado e (d)o Povo Romano.
As cores da cidade são o dourado e vermelho, representando, respectivamente, o cristianismo e o
Império Romano.
Também devido à sua longa história, e dada a sua importância, Roma sempre teve uma população
diversa, caracterizada pelos diversos fluxos migratórios. Assim, costuma-se dizer que um
verdadeiro romano é aquele cuja família viveu em Roma pelo menos durante sete gerações.
Roma hoje
Com uma população de quase 3 milhões de habitantes, Roma é a capital da Itália. Nela situa-se o
Vaticano, território independente, sede da igreja católica, e onde reside o papa.
Ao fundo, a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Construída no século XVII por Bernini, pintor,
escultor e arquiteto italiano. A obra apresenta uma perfeição técnica considerada inigualável.
As praças e ruas do centro histórico romano são consideradas o maior museu ao ar livre do
mundo.
Igrejas, edifícios, estátuas, monumentos formam um inestimável tesouro de arte e cultura.
Milhões de turistas visitam a cidade todos os anos.
Quase 12 mil pessoas, entre técnicos, funcionários da administração, vigias e operários, tem como
única ou principal atividade a proteção e a conservação do patrimônio artístico e cultural da
cidade. Apesar disso, os edifícios históricos e as obras de arte estão seriamente ameaçados.
Um dos maiores inimigos dos monumentos históricos de Roma é a poluição causada pela fumaça
lançada dos veículos. Ela provoca uma reação química que esfarinha as pedras, mesmo as mais
duras e resistentes. A velocidade da corrosão já foi até calculada: é de 5 milímetros em cada trinta
anos. Esse ritmo vem arruinando baixos-relevos, colunas, portas e esculturas de valor inestimável.
O governo italiano está investindo para restaurar esse patrimônio. Mas restaurar não é suficiente:
é preciso conservar. Para isso, estão sendo tomadas medidas para que a área do centro histórico
romano deixe de ser uma das poluídas da Europa.