Apostila de Aulas Práticas 2024-3 - Revisada

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 36

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

ROTEIROS DE AULAS PRÁTICAS

Professores:

Arnaldo Rodrigues dos Santos Jr

Renata Simões (Coordenadora)

2024.3
2

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS


DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

AULA PRÁTICA 1: MICROSCOPIA E DIVERSIDADE CELULAR

1. Indicar no esquema abaixo as seguintes partes do microscópio: base, platina, charriot,


objetivas, ocular, parafusos macro e micrométrico, condensador e diagragma, canhão,
revólver, fonte de iluminação e braço.

PARTE MECÂNICA

• Base, suporte ou pé: Sustenta todas as estruturas do microscópio, pode se apresentar em formas
retangular ou oval.
• Braço ou coluna: Sustenta o tubo do microscópio e se articula com a base, servindo como local onde
segurar para transporte do equipamento.
• Canhão: Local onde se fixam as lentes (oculares e objetivas) e abriga um prisma.
• Revólver ou Tambor: peça giratória do tubo que permite a troca e a fixação das objetivas.
• Platina: Mesa em miniatura que apresenta um orifício central para a passagem da luz é o local onde
se coloca a lâmina, que fica presa por meio de pinças ou garras. O deslocamento da lâmina na platina
é efetuado pelo charriot (sistema de botões de deslizamento). A platina pode apresentar também um
3

sistema de escalas, utilizado quando se deseja marcar um ou mais pontos de interesse para o estudo
na lâmina.
• Macrométrico: Botão giratório que permite movimentos mais amplos da platina em direção às
objetivas ou vice-versa, localiza-se lateralmente na coluna do microscópio. É utilizado na focalização
inicial do material de estudo na lâmina.
• Micrométrico: Botão giratório que permite movimentos mais delicados da platina em direção às
objetivas, ou vice-versa; utilizado para a focalização final do objeto. Localiza-se próximo ao
macrométrico ou acoplado a ele. Atua no ajuste final da focalização do material de estudo na lâmina.
Alguns microscópios apresentam apenas um parafuso, representando macro e micrométrico;

SISTEMA DE ILUMINAÇÃO

• Fonte de luz: Localizada na base do microscópio. Fornece os raios luminosos necessários para a
observação do material.
• Diafragma: Localizado no plano focal posterior do condensador, regula a intensidade do feixe
luminoso que chega ao objeto, possibilitando maior nitidez da imagem. Alguns microscópios
apresentam diafragma na própria fonte de luz.
• Condensador: É um conjunto de lentes situado abaixo da platina, concentra e fornece a luz
necessária à iluminação do objeto em estudo. Ao concentrar os raios luminosos, aumenta a quantidade
de luz que atravessa o objeto;

SISTEMA DE OBSERVAÇÃO

• LENTES OCULARES: Sistema de lentes próximas ao olho do observador. Aumenta a imagem do


objeto já aumentada pelas objetivas. As oculares são formadas por duas lentes, a superior (ocular) e a
inferior (lente de campo ou colérica). As lentes oculares trazem inscrições que dão sua característica,
por exemplo: 8x Kpl, significa ocular com poder de aumentar oito vezes e KpI (Kompens Plan) indica a
especificação corrigida para campos de visão maiores e planos.

• LENTES OBJETIVAS: Situadas próximas ao objeto formam uma imagem real e invertida do mesmo.
Existem vários tipos de objetivas acromática, fluorita, planacromática, apocromática e
planapocromática. As objetivas trazem inscrições que especificam suas características, por exemplo:

Plan Plan = planocromática. Isto é: objetiva com imagem plana e correções cromáticas e
16/0,32 de curvatura ou esfericidade;
160/0,17
16 = aumento de l6X;
0,32 = valor da abertura numérica (AN), que indica a capacidade da objetiva em
captar luz e fornecer detalhes da amostra a uma determinada distância;
160 = comprimento mecânico do tubo do microscópio em mm, é a distância do local
de encaixe da objetiva até a ocular;
0,17 = distância de trabalho (mm) entre a lente objetiva e a superfície da lâmina,
quando a mostra está em foco.
4

AS OBJETIVAS:

ü A SECO: Aquelas que entre a lâmina ou lamínula e a objetiva existe o ar.

ü DE IMERSÃO: São as que neste meio, se coloca um óleo transparente (de cedro ou sucedâneo
sintético), de índice de refração o mais próximo o possível da lente. A finalidade do óleo é tornar mais
claro o campo do microscópio. As objetivas de 100 X são sempre de imersão.

Representação do posicionamento do material em estudo nas objetivas a seco e de imersão:

Objetiva a 40 X Objetiva de 100 X


seco imersão Óleo de
imersão

ar

Aumento final
O aumento final do microscópio deve ser calculado multiplicando-se o aumento da objetiva pelo
aumento da ocular.

Cuidados com o Microscópio


• Verificar o equipamento (microscópio) e materiais a serem utilizados em aula;
• Ligar corretamente o microscópio (verificar a voltagem);
• Limpar a lâmina a ser visualizada (com papel fino);
• Verificar a objetiva, iniciar com a objetiva de menor aumento (panorâmica);
• Verificar a intensidade de luz;
• Verificar charriot, ajustando ao campo de observação;
• Colocar a lâmina na platina (lamínula na parte superior);
• Focalizar o material com os botões macro e micrométrico;
• Ajustar o campo de visão com o uso do charriot;
• Ajustar as oculares (distância interpupilar e o foco diferencial para binoculares);
• As mudanças de objetivas devem ser feitas sempre rotando o revólver, não as lentes;
• A cada mudança de objetiva verificar a iluminação e o foco;
• Ao término do uso do microscópio deixar a objetiva de menor aumento selecionada (panorâmica),
abaixar a platina, remover a lâmina;
• Caso tenha sido utilizado meio de imersão limpe com delicadeza a objetiva (papel fino).

OBSERVAÇÃO: Sempre que for ser esquematizada a imagem observada ao microscópio de um


material biológico, alguns cuidados básicos devem ser seguidos: (1) respeitar as proporções
bolhas de ar;
3. Caso haja excesso de líquido, retirar com papel absorvente, para manter a lamínula fixa;
5
4. Observar em aumentos crescentes, utilizando as objetivas de 4x, 10x e 40x;
5. Esquematizar
observadas ao microscópio;com a objetivafielmente,
(2) reproduzir de 40x, na
citando asdoestruturas
medida possível, acelulares observadas.
imagem observada; (3) Comentar
colocar legenda no esquema; (4) indicar o aumento que está sendo esquematizado.
sobre a movimentação dos cloroplastos, como se chama e porque ocorre.
1. Observe um fragmento de régua ao microscópio. Verifique a formação da imagem e explique sua
observação. Observe em aumento final de 100x e 400x
Objetiva de 40x. Aumento final =
Fragmento de régua (visão macroscópica).

2. Observe sangue de ave (L03), preferencialmente em objetiva de 40x. Nessa preparação obtemos as
diferentes de células presentes no sangue, em maior quantidade os eritrócitos nucleados das aves.
Faça um esquema identificados pelo formato das células e dos núcleos.

10
6

Aumento final:
7

AUMENTO, RESOLUÇÃO E PROFUNDIDADE DE CAMPO

Agora serão analisadas algumas propriedades inerentes às lentes que compõem um microscópio e que
são importantes na elaboração de um equipamento de boa qualidade. São elas: aumento, poder de
resolução e profundidade de campo.

AUMENTO E PODER DE RESOLUÇÃO

Normalmente, relaciona-se à qualidade do microscópio a sua capacidade de ampliação.


Entretanto, a qualidade dos microscópios está associada sobretudo ao seu poder de resolução, ou
seja, à sua capacidade de fornecer imagens nítidas e com detalhamentos. O aumento refere-se ao
tamanho aparente da imagem em relação ao objeto e a resolução, à riqueza de detalhes da imagem.
O aumento final é dado pela combinação dos aumentos individuais das lentes objetivas e a
ocular. Por exemplo, a combinação de uma objetiva que proporciona aumento de 40X com uma ocular
de 10X, fornecerá um aumento final de 400X.
O poder de resolução pode ser inferido de uma maneira indireta a partir do limite de resolução
do microscópio. Limite de resolução é a menor distância que deve existir entre dois pontos, de modo
que apareçam individualizados como tais na imagem formada. Logo, se esses pontos estiverem
separados por uma distância menor do que o limite de resolução, eles serão vistos como um único
ponto, independente da ampliação da imagem. Portanto, quanto menor o limite de resolução, maior o
poder de resolução e melhor a qualidade do microscópio. O limite de resolução do olho humano normal
é aproximadamente 0,1 mm; do microscópio de luz, ao redor de 0,25 µm e do microscópio eletrônico,
de 3 a 5 Å. O limite de resolução (LR) é calculado pela seguinte fórmula:

LR = K . l
AN
Sendo: K = uma constante experimental estimada em 0,61; l = o comprimento de onda da energia
utilizada (luz ou feixe de elétrons). No caso da luz utiliza-se 0,55. A AN = a abertura numérica da lente
objetiva.
A abertura numérica é definida como sendo
o seno do ângulo a da refração da luz do
microscópio sobre o meio (ver esquema ao lado).

A abertura numérica é calculada pela


seguinte fórmula:

AN = n . sen a

Ângulo de refração e abertura numérica (segundo


Junqueira e Carneiro, 2012).

Sendo: n = o índice de refração do meio intercalado entre a lamínula e a lente objetiva (ar, óleo de
imersão, glicerina, água, etc, dependendo do tipo de objetiva usada) e a = o ângulo de abertura da
lente objetiva (ângulo formado entre o eixo óptico da lente objetiva e o raio de luz mais externo utilizado
na formação da imagem).

Verifica-se que o limite de resolução é proporcional ao comprimento de onda da luz utilizada e


inversamente proporcional à abertura numérica. A diminuição do comprimento de onda ( l ) pode ser
feita utilizando-se outras fontes de iluminação como a luz ultravioleta (l £ 400nm) ou utilizando-se feixe
de elétrons onde o l = 0,005 nm (microscópio eletrônico).
A diminuição do l é acompanhada por uma diminuição proporcional no limite de resolução e um
conseqüente aumento no poder de resolução. Pode-se obter, também, um menor limite de resolução,
aumentando a abertura numérica. Isso pode ser feito de duas maneiras: utilizando-se objetivas com
diferentes aberturas angulares (¹ valores de a), ou variando-se o índice de refração do meio que
separa a objetiva da lâmina, como por exemplo, com o óleo de imersão. Quando o meio que separa a
lâmina da objetiva é o ar, normalmente ocorrem desvios do feixe luminoso em consequência da
diferença de índice de refração (n) entre os dois meios (vidro = 1,52 e ar = 1,00). Como resultado, uma
menor quantidade de luz participa da formação da imagem. O uso do óleo de imersão (n = 1,52)
contorna o problema mencionado, uma vez que a semelhança entre os índices de refração do óleo e
8

do vidro minimiza o desvio do feixe luminoso permitindo um maior aproveitamento da luz, o que
fornecendo uma imagem com maior riqueza de detalhes.
O óleo de imersão é usado apenas na lente objetiva de 100X (objetiva de imersão), e
caracterizada por um anel preto. Após o uso, o óleo é removido com papel absorvente ou cotonete,
ambos embebidos em uma mistura de éter etílico e álcool etílico (70:30, v/v).

PROFUNDIDADE DE CAMPO
Uma das propriedades das lentes ópticas é a profundidade de campo. Quando uma lente é
ajustada de tal forma a mostrar um certo plano, com máxima nitidez, o olho pode observar partículas
que, embora estando pouco acima ou pouco abaixo do plano focal, podem ser vistas nitidamente. À
distância compreendida entre as regiões imediatamente acima e abaixo do plano focal que
permanecem, simultaneamente, em foco chama-se profundidade de campo. Em microscopia de luz,
um dos fatores mais importantes na determinação da profundidade de campo é a abertura numérica
(dependente do ângulo a). Quanto maior a abertura numérica, menor a profundidade de campo. Uma
vez que as objetivas de maior poder de aumento apresentam maiores aberturas numéricas, existe uma
relação inversa entre o aumento e a profundidade de campo; ou seja, quanto maior o aumento menor a
profundidade de campo. Isso pode ser observado quando se movimenta o micrométrico com a objetiva
de 40X, encaixada. Devido à pequena profundidade de campo dessa objetiva, um menor número de
planos serão focalizados simultaneamente. Pequenos movimentos do micrométrico permitem o foco de
planos não observados anteriormente.
Na prática, pode-se obter uma maior profundidade de campo utilizando-se objetivas com
menores aberturas numéricas, ou diminuindo-se a abertura do diafragma, o que em princípio envolve a
redução do ângulo (a) do cone de luz que atravessa o sistema.

ATIVIDADE PRÁTICA

Considere 2 combinações de lentes, onde se tem a lente objetiva de 40X com AN igual a 0,75 e ocular
de 8X e em B, objetiva de 16X com AN igual a 0,35 e ocular de 20X (considere, ainda, K = 0,61 e l =
0,55 µm) e responda às questões de A até 5.

A. Qual das combinações de lentes fornece maior aumento?


B. Como é calculado o aumento final da imagem observada?
C. Qual das combinações de lentes fornece uma imagem com mais detalhes? Justifique.
D. Calcule o limite de resolução para as lentes objetivas de 4, 10, 40 e 100X

4X: _______________________ 10X: _______________________

40X: _______________________ 100X: _______________________

Discussão

1. Conceitue limite de resolução e poder de resolução. Qual a relação entre eles? Explique.
2. Por devemos utilizar o óleo de imersão? Qual a importância desse óleo.
3. Por que podemos observar fungos e bactérias no microscópio óptico e não podemos observar vírus?
Explique.

Referências
Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel,S.M. A Célula, 4a edição, Manole, 2019.
Lombello, C.B.; Santos Jr, A.R. Biologia Celular – Uma abordagem prática. EditoraUFABC, 2018
Mello, M.L.S.; Vidal, B.C. Práticas de Biologia Celular, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1980.
Siviero, F. Biologia Celular – Bases moleculares e metodologia de pesquisa. São Paulo: Roca, 2013.
9

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC


CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS
DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

AULA PRÁTICA 2: PERMEABILIDADE DE MEMBRANA E DIVERSIDADE NUCLEAR


INTRODUÇÃO
“O movimento da água através das membranas biológicas ocorre passivamente em resposta a
gradientes osmóticos que são produzidos por mecanismos de transporte ativo (primário e secundário),
e por solutos neutros. Tanto a bicamada lipídica como certas proteínas (proteínas canais de água —
aquaporinas) estão envolvidas nesse processo. Em células vegetais, a parede celular exerce
importante papel na regulação do movimento da água, através da pressão de turgor, exercida em
resposta à entrada da água na célula” (VERKMAN et al. 1996, adaptado).

MATERIAL
Microscópio Ramo de Tradescantia
Lâminas e lamínulas pinças
Bisturi Papel de filtro
Vidro de relógio Água destilada
Conta-gotas Solução de NaCl à 10%

PREPARO DE LÂMINA – CÉLULA VEGETAL

1. Com o auxílio do bisturi, retire um fragmento extremamente fino da epiderme dorsal da folha de
Tradescantia e coloque-o em vidro de relógio com água destilada.
2. Coloque no centro de uma lâmina, uma gota de água destilada e um fragmento da epiderme da
folha. Cubra a preparação com uma lamínula.
3. Leve a lâmina ao microscópio e faça observações com as objetivas de menor e maior aumentos.
4. Desenhe esquematicamente uma célula observada.
5. Mantendo a lâmina focalizada, coloque um pedaço de papel de filtro junto a um dos bordos da
lamínula para retirar água da preparação, colocando ao mesmo tempo uma gota da solução salina
junto ao bordo do lado oposto.
6. Observe e anote os resultados.
7. Reverter o resultado, trocando a solução salina pela água destilada, de acordo com o explicitado no
item 5.
5. Reverter o resultado, trocando a solução salina pela água destilada, de acordo com o explicitado no
item 5.

Observação do material
10

Tradescantia sp observada em objetiva de Aumento final:


40x

Observe o que acontece com a adição de sal. Explique o que pode estar ocorrendo.

Tradescantia sp observada em objetiva de Aumento final:


40x

Observe o que acontece com a retirada do sal. Aguarde alguns minutos. Explique o que pode estar
ocorrendo.
11

PREPARO DE LÂMINA: CÉLULA ANIMAL

As células eucarióticas se caracterizam pela presença de um sistema interno de membranas,


o sistema de endomembranas, que formam compartimentos funcionais no citoplasma celular. O
sistema de endomembranas, oriundo evolutivamente de invaginações da membrana plasmática,
compreende o envoltório nuclear, o retículo endoplasmático, o aparelho de Golgi e os lisossomos. Nos
compartimentos membranosos do citoplasma celular ocorrem vários processos metabólicos
específicos, funcionando como “pequenos órgãos”, as organelas citoplasmáticas. O envoltório nuclear
delimita o compartimento nuclear, cujo principal componente é o material genético. A distribuição das
atividades metabólicas em compartimentos específicos possibilitou que as diferentes funções fossem
executadas de forma mais eficiente, tornando a célula bastante complexa e sofisticada. Além do
sistema de endomembranas, encontramos no citoplasma o citosol, constituído pelos ribossomos, RNAs
(ácidos ribonucléicos), centríolos, mitocôndrias, citoesqueleto e uma série de enzimas e metabólitos.
Em microscopia de luz pode-se facilmente observar na célula eucarionte dois compartimentos: o
núcleo, limitado pelo envoltório nuclear e o citoplasma, limitado pela membrana plasmática.
Dentre as técnicas de preparo de lâmina está o espalhamento, em que um fragmento de
células ou tecidos é colocado suavemente sobre a lâmina. Exemplos são os métodos de Papanicolau e
mucosa oral. A coloração permite a visualização de células, que muitas vezes são invisíveis aos
microscópios ópticos comuns. Para este procedimento são utilizados corantes que, em geral, coram
preferencialmente partes específicas da célula, como por exemplo, o núcleo. A maioria dos corantes
celulares é de natureza orgânica e aromática e existe uma enorme variedade destes no mercado.
Assim como para os fixadores, a escolha de um corante dependerá do tipo de estudo a ser realizado e,
portanto, a pesquisa sobre o seu mecanismo de ação é importante antes da realização de qualquer
procedimento.

MATERIAL BIOLÓGICO: CÉLULAS DESCAMADAS DA MUCOSA ORAL


MATERIAL DE LABORATÓRIO:
Microscópio de luz; Cubeta para coloração;
Lâminas; Espátulas ou palitos de dente
Lamínulas; Corantes (azul de metileno);
Papel absorvente; Solução de álcool: éter para limpeza (3:1).
Conta-gotas ou pipeta;

MÉTODO:
1. Fazer uma raspagem delicada da mucosa na região dorsal da língua ou da bochecha (de baixo para
cima), com auxílio de uma espátula de madeira ou palito de dente;
2. Fazer um pequeno e fino espalhamento, do material recolhido na espátula, sobre uma lâmina;
3. Deixar a lâmina secar;
4. Colocar algumas gotas do corante azul de metileno e deixar corar por 3 minutos;
5. Iniciar a colocação da lamínula em posição de 45° com relação à lâmina e ir abaixando lentamente
até que a mesma fique totalmente sobre a lâmina, evitando a formação de bolhas de ar;
6. Caso haja excesso de líquido, retirar com papel absorvente, para manter a lamínula fixa;
7. Analisar em aumentos crescentes, utilizando as objetivas de 4X,10X e 40X;
12

8. Esquematizar no aumento de 40x.


Mucosa oral (giensa) ao microscópio de luz. Aumento:

DISCUSSÃO
1. Explique as modificações sofridas pelas células em diferentes meios, relacionando-as à estrutura e
organização da célula vegetal e suas membranas.
2. Que ocorreria com células animais se submetidas ao mesmo tratamento dado, nesse experimento,
às células vegetais. Justifique.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel,S.M. A Célula, 4a edição, Manole, 2019.
Lombello, C.B.; Santos Jr, A.R. Biologia Celular – Uma abordagem prática. EditoraUFABC, 2018
Mello, M.L.S.; Vidal, B.C. Práticas de Biologia Celular, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1980.
Rocha, Z.M.M., Silva, C. P. Manual de Fisiologia Vegetal. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 1982. 165 p.il.
Verkman, A. S.,Van Hoek, A. N. et a l. Water transport across mammalian cell membranes. Am. J. Physiol., v. 270.
n. 39, p. C12-C30, 1996.
13

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC


CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS
DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

AULA PRÁTICA 3: EXTRAÇÃO DE DNA

INTRODUÇÃO
A extração e a purificação do ácido desoxirribonucléico (DNA) a partir de diversas amostras
experimentais (bactérias, fungos, tecidos vegetais e tecidos animais) é uma etapa fundamental para
diversas técnicas como a amplificação do DNA através da reação em cadeia da polimerase (PCR).
Atualmente, a técnica de extração de DNA é bastante difundida. Tanto que você pode utilizar
ingredientes que presentes na sua cozinha para obter o material genético de células animais e
vegetais. Nesta prática será utilizado a morango como matéria-prima para a extração do DNA. Uma
das razões de se trabalhar com morangos é que eles se prestam muito bem à extração de DNA,
porque são muito macios e fáceis de homogeneizar. Morangos maduros também produzem pectinases
e celulases, que são enzimas que degradam a pectina e a celulose (respectivamente), presentes nas
paredes celulares das células vegetais. Além disso, os morangos possuem muito DNA: eles possuem 8
cópias de cada conjunto de cromossomos (são octoplóides!).

MATERIAIS
1 caixa de morangos Papel de filtro
1,5 g de NaCl (sal de cozinha) Tubo Falcon de 50 mL

Água destilada Álcool absoluto gelado


Detergente neutro (incolor) Bastão de vidro ou palito de madeira
comprido
1 Proveta de 10 mL ou 1 Pipeta graduada de 5 mL e Estante para tubos de 50 mL
1 Pera
Gral e pistilo Suporte e braçadeira para funil
Funil Papel de filtro
14

MÉTODO (Extração do DNA do morango)


1. Lave 2 a 3 morangos e retire as pétalas (as folhinhas verdes). Obs.: Se for os morangos estiverem
congelados, descongelá-los completamente antes de realizar o procedimento.
2. Prepare a solução de extração de DNA: dissolva 1,5 g de NaCl (sal de cozinha) = 1 colher de chá em
90 mL de água e misture 5 mL de detergente neutro (ver imagem 1A)
3. Coloque um morango em um gral (ver imagem 1B)e o esmague com um pistilo por, no mínimo, 2
minutos;
4. Adicione a solução de extração ao conteúdo do gral (ver imagem 1C);
5. Misture tudo com auxílio do pistilo por 1 minuto (ver imagem 1D);
6. Derrame o extrato no aparato filtrante e deixe filtrar diretamente dentro de um tubo Falcon de 50 mL
(ver imagem 1E e 1F). Não encha totalmente o tubo (aproximadamente 20 mL do seu volume total).
7. Derrame lentamente o álcool absoluto gelado no tubo (mantê-lo em banho de gelo durante a
prática), até que o mesmo esteja cheio pela metade (ver imagem 1G).
8. Mergulhe o bastão de vidro ou um palito dentro do tubo no local onde a camada de álcool faz
contato com a camada de extrato (ver imagem 1H).
9. Mantenha o tubo ao nível dos olhos para ver o que está acontecendo (ver imagem 1I).
15

Imagem 1 – Processo de extração do DNA do morango.

DISCUSSÃO
1. O que você observou durante o experimento?
2. Na técnica de extração de DNA do morango qual é a função do detergente, do sal e do etanol?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel,S.M. A Célula, 4a edição, Manole, 2019.
Lombello, C.B.; Santos Jr, A.R. Biologia Celular – Uma abordagem prática. EditoraUFABC, 2018.
Mello, M.L.S.; Vidal, B.C. Práticas de Biologia Celular, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1980.
Moraes, M. Biologia Molecular na prática médica e biológica. Rio de Janeiro: Fundação Bio-Rio, 2003.
Sweeney, D.L. Biology: Exploring Life. New Jersey: Pearson Education, 2006.
16

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC


CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS
DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

AULAS PRÁTICAS 4 e 5: TÉCNICAS DE COLORAÇÃO E SISTEMA DE


ENDOMEMBRANAS
Introdução
A observação de materiais biológicos requer um delicado processamento dos mesmos. As
etapas de coleta, fixação e desidratação dos materiais são fundamentais para a preservação das
células e suas estruturas. Posteriormente, os processos de inclusão e corte permitem obter finas
lâminas dos materiais para que sejam observados ao microscópio de luz. A evidenciação de estruturas
celulares pode ser obtida de diferentes formas, como colorações inespecíficas ou reações citoquímicas
especificas.
Denomina-se coloração vital, a utilização de corantes em células ainda vivas. Estes corantes
não devem alteram a estrutura e fisiologia da célula. O lítio carmin e a tinta da China (nanquim) são
exemplos de corantes usados na coloração vital. Por outro lado, quando o material é corado logo após
a sua remoção do organismo, a coloração é denominada supra-vital. O vermelho neutro, o verde janus,
o azul tripan e o azul de metileno são exemplos de corantes supra-vitais. Em geral, os corantes
interagem com os componentes celulares através de seus radicais ionizáveis, por interação
eletrostática. Quando o radical ionizável do corante é aniônico (cargas -), este é dito de natureza ácida.
Inversamente, se o corante é catiônico (cargas +), ele é dito básico.
Um exemplo de coloração inespecífica de estruturas celulares pode ser facilmente obtida com o uso de
nanquim. O nanquim é comumente utilizado para evidenciar células fagocitárias, como macrófagos,
capazes de internalizar o nanquim. Nas preparações citoquímicas, corantes são utilizados para
evidenciar estruturas celulares, com base em reações mediadas por ligações eletrostáticas, covalentes
ou interações hidrofóbicas.
Nas reações mediadas por ligações eletrostáticas são utilizados corantes ionizados com afinidade
eletrostática por determinado componente celular de carga iônica oposta. Nestes casos o pH da
solução corante influencia diretamente o resultado obtido.
Denomina-se acidofilia a reação citoquímica que utiliza corantes aniônicos (carregados negativamente)
ligados a substratos catiônicos (carregados positivamente). Como exemplos temos o Xylidine Ponceau,
o Sirius Red e Fast Green, normalmente utilizados para evidenciar proteínas com radicais básicos
(grupamentos NH3+). Em soluções com pH 2,5 podemos evidenciar proteínas totais, já soluções com
pH 8,1 normalmente são evidenciadas as proteínas básicas, como histonas.
O fenômeno inverso é denominado basofilia, quando corante catiônico (carregado positivamente)
é utilizado para evidenciar substrato aniônico (carregado negativamente). Como exemplos, podemos
citar o Azul de Toluidina, Azul de Metileno e o Cresil Violeta. Normalmente são utilizados para
evidenciar proteínas carregadas negativamente. Os grupos químicos 21negativos predominantes na
célula e que reagem com os corantes basófilos são os fosfatos (PO4-) presentes nos ácidos nucléicos,
os sulfatos (SO42- e SO3-) presentes em componentes extracelulares denominados
glicosaminoglicanos, e as carboxilas (COO-) presentes em proteínas e glicosaminoglicanos. Vale
lembrar que o cada um destes grupos apresenta um ponto isoelétrico diferente. Assim, corantes com
17

diferenças de pH podem corar de forma seletiva componentes celulares. Por exemplo, uma solução de
azul de toluidina preparada em pH 8 cora tanto proteínas, como ácidos nucléicos e
glicosaminoglicanos. O mesmo corante, feito em uma solução de pH 4,0, irá corar somente como
ácidos nucléicos e glicosaminoglicanos, pois nesse pH as proteínas agora estão neutras. Em pH 2,5
serão corados somente os glicosaminoglicanos.
É comum utilizar a associação de Hematoxilina e Eosina (HE) para a observação de cortes
histológicos, pois permite visualização das estruturas aniônicas e catiônicas das células, para
morfologia geral. A hematoxilina comporta-se como um corante básico e cora o núcleo (em azul ou
roxo) devido a presença dos ácidos nucléicos. A eosina comporta-se como um corante ácido e cora o
citoplasma (cor rósea) dada a predominância de proteínas básicas nesta região da célula. Este tipo de
coloração, envolvendo afinidade ácido-base, embora facilite o estudo da morfologia celular, não dá
maiores informações a respeito da constituição química das estruturas coradas, pois esses corantes
não mostram nenhuma estequiometria em relação ao substrato corado.
Alguns corantes cujas moléculas apresentam natureza planar apresentam um fenômeno
denominado metacromasia, caracterizada pela alteração do espectro de absorção destes corantes (e
consequente alteração de coloração) por justaposição de suas moléculas. As colorações com Azul de
Toluidina, por exemplo, podem apresentar desde azul esverdeado, passa a tons de roxo e chega a
magenta, dependendo da proximidade dos sítios negativos disponíveis para ligação dos corantes.
As reações citoquímicas mediadas por ligações covalentes normalmente utilizam um mordente,
um componente metálico, como mediador. A reação de Feulgen, para evidenciar o DNA, é um
exemplo. A reação do ácido periódico de Schiff (PAS) é usada para evidenciação de açúcares neutros.
Já as reações citoquímicas mediadas por interações hidrofóbicas são utilizadas para evidenciar lipídios
não polares, como triglicerídeos e derivados do colesterol, sendo utilizadas para o estudo de células
adiposas, bainha de mielina e células hepáticas. O Sudan Black é um exemplo. Além dos exemplos
citados existem técnicas mais específicas de citoquímica, como a citoquímica enzimática, para
evidenciar determinada reação enzimática, ou imunocitoquímica, que utiliza anticorpos específicos para
que a reação ocorra.

Referências
Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel,S.M. A Célula, 4a Edição, Manole, 2019.
Lombello, C.B.; Santos Jr, A.R. Biologia Celular – Uma Abordagem Prática. Editoraufabc, 2018
Mello, M.L.S.; Vidal, B.C. Práticas De Biologia Celular, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1980.
Siviero, F. Biologia Celular – Bases Moleculares E Metodologia De Pesquisa. São Paulo: Roca
18

Atividade prática
Material de laboratório
Microscópio de luz Lâminas permanentes: medula espinhal (HE), cérebro (cresil
violeta), pâncreas (HE), Intestino delgado (HE+PAS), fígado
(pela técnica HE/nanquin).

1. Observação indireta do retículo endoplasmático rugoso (RER) na medula espinhal (L07,


fuscina/resorcina) ou no cérebro (corado com cresil violeta), localizados na substância cinzenta
do sistema nervosa central. A técnica evidencia o RER nos neurônios (tradicionalmente
chamado de corpúsculos de Nissl) envolvida na síntese de proteínas de membrana,
citoplasmáticas, do citoesqueleto e neurotransmissores. Também o pâncreas, secretor de
enzimas digestivas (porção exócrina) e de hormônios (porção endócrina) como a insulina.

Medula espinhal (Fucsina-resorcina):

Aumento final:
19

Cérebro (Cresil Violeta)

https://www.passeidireto.com/arquivo/96523106/3-histologia-do-cortex-
cerebral

Aumento final:
20

Pâncreas (HE)

https://resumosmedicina.com.br/histologia-do-pancreas/

Aumento final:
21

2. Observação indireta do complexo de Golgi (CG) e sua secreção encontrada nas células
caliciformes que ocorrem na mucosa do intestino delgado (L10, corado em HE/PAS). As
células caliciformes produzem uma secreção mucosa, bastante rica em carboidratos neutros
evidenciados facilmente pelo método de PAS.

Células caliciformes (Int. Delgado: HE/PAS) Esquema de uma célula caliciforme

Aumento final
22

3. Evidenciação de lisossomos e fagolisossomos em macrófago presentes no fígado (L 14,


pela técnica HE/nanquin). Os macrófagos do fígado realizam a proteção daquele órgão por
atividade fagocítica.

Fígado (HE/nanquin). 40x Esquema de um macrófago

Aumento final:
23

4. Verificação da atividade de peroxidases em tecido muscular e hepático. As peroxidases são


antioxidantes encontrados em quase todos os organismos expostos ao oxigênio e
desempenham um papel crucial na decomposição do peróxido de hidrogênio (H2O2). Estão
presentes em sua maior parte nos peroxissomos, organelas membranosas que produzem,
concentram e degradam o peróxido de hidrogênio.

Objetivo: demostrar a atividade das peroxidases em tecidos com maior e menor atividade
dessa enzima.
Material de laboratório
Solução de peróxido de hidrogênio 3%, Porção de fígado e músculo (acém) bovino
placas de Petri.

Discussão
1. Uma célula que apresente uma intensa basofilia citoplasmática possui uma síntese de
proteínas abundante? Justifique.
2. Por que as células exócrinas e endócrinas do pâncreas coram diferente com corantes
basóficos se ambas produzem proteínas? Explique.
3. Em que se baseiam muitas das técnicas de visualização dos lisossomos? Porque observar
macrófagos para visualização de lisossomos?
4. As células caliciformes poderiam ser coradas por corantes básicos como o azul de toluidina?
Justifique.
5. Quando usamos o peróxido de hidrogênio, por que houve maior formação de bolhas no
fígado em relação ao músculo? Explique.
24

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC


CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS
DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

AULA PRÁTICA 6: MITOCÔNDRIAS E CLOROPLASTO

INTRODUÇÃO
As mitocôndrias são organelas esféricas ou alongadas presentes em quase todos
eucariotos (fungos, animais e vegetais). Essas organelas transformam a energia química
contida nos metabólitos citoplasmáticos em energia facilmente utilizável pela célula. Por isso, a
sua distribuição pelas células vivas, tende a se acumular nos locais do citoplasma onde o gasto
energético é mais intenso, por exemplo, no pólo apical das células ciliadas. As células vegetais
também possuem os cloroplastos que possuem características comuns as das mitocôndrias.
Os cloroplastos são plastos ou plastídeos que contém o pigmento clorofila. Eles permitem que
as células sejam capazes de, na presença da luz, produzir compostos orgânicos a partir do
CO2 do ar, processo chamado de fotossíntese.
Elodea sp. é uma planta aquática submersa, que vive na água doce em regiões
tropicais. Essa monocotiledônea é muito utilizada na observação da morfologia de células
eucarióticas vegetais, cujos cloroplastos, de coloração verde devido à presença da clorofila,
são facilmente identificáveis no citoplasma.
O pimentão é um vegetal encontrado em três tipos mais comuns: verde, amarelo e
vermelho (este último é um fruto rico em cromoplastos, que são plastos coloridos, portadores
de pigmentos diversos que estão dissolvidos em gotículas lipídicas ou em estruturas
cristalinas). Os cromoplastos, de acordo com sua coloração, podem ser classificados em: (1)
Eritroplastos (eritro = vermelho) – como nome sugere, tem plastos vermelhos, cuja coloração
tem predominância de carotenos, encontrados no pimentão vermelho e no tomate; (2)
Xantoplastos (xanto = amarelo) – são os plastos amarelos, com predominância de xantofilas,
encontrados principalmente no pimentão amarelo e na cenoura; (3) Cloroplastos (cloro =
verde), são os plastos verdes, com predominância de clorofilas, encontrados, por exemplo, no
pimentão verde

MATERIAL

• Microscópio de luz • Folhas de Elodea sp. • Papel de filtro


• Lâminas e lamínulas • Pinças • Béquer e Vidro de relógio
• Gilete • Conta-gotas • Água destilada
• Manga • Tomate • Pimentão vermelho
25

PROCEDIMENTOS
I. Observação de cloroplastos de células vegetais.

1. Destaque uma folha inteira da planta Elodea sp e coloque-a no centro de uma lâmina bem
limpa;
2. Coloque uma gota de água sobre a folha e então a lamínula por cima sem deixar bolhas;
3. Focalize as células com as objetivas de 4X, 10X e 40X (Se você não conseguir visualizar as
células, utilize o estilete para retirar uma pequena película da folha e repita os passos 1-4);
4. Esquematize os cloroplastos;
5. Observe o movimento dos cloroplastos (ciclose).

Aumento final:
26

II. Observação de cromoplastos de células vegetais.

1. Destaque uma porção de pimentão e manga (corte fino, usando lâmina de bisturi) e
coloque-a no centro de uma lâmina bem limpa;
2. Coloque uma gota de água sobre o fragmento de pimentão/manga e então cubra com a
lamínula, sem deixar bolhas;
3. Focalize as células com as objetivas de 4X, 10X e 40X (Se você não conseguir visualizar as
células, utilize o estilete para retirar uma pequena película da folha e repita os passos 1-4);
4. Esquematize os cloroplastos;

Pimentão Manga

Aumento final: Aumento final:

Que tipos de plastos podem ser observados no pimentão e na manga? Explique.


27

5. Destaque uma porção de tomate e melancia (corte fino, usando lâmina o bisturi) e coloque-
a no centro de uma lâmina bem limpa;
6. Coloque uma gota de água sobre a folha e então a lamínula por cima sem deixar bolhas;
7. Focalize as células com as objetivas de 4X, 10X e 40X (Se você não conseguir visualizar as
células, utilize o estilete para retirar uma pequena película da folha e repita os passos 1-4);
8. Esquematize os cloroplastos;

Tomate Melancia

Aumento final: Aumento final:

Que tipos de plastos podem ser observados no tomate e na melancia? Explique.


28

III. Observação de região com mitocôndrias em espermatozoide.

1. Observação indireta de mitocôndrias na peça intermediária de espermatozoide bovino


evidenciadas pelo método de DAB e Azul de Toluidina.
29

Aumento final:

Discussão
1. Qual é a principal diferença na visualização dos plastos e das mitocôndrias? Explique.
2. Comente a localização destas organelas nas células observadas.
3. Diferencie as mitocôndrias e os cloroplastos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel,S.M. A Célula, 4a edição, Manole, 2019.
Lombello, C.B.; Santos Jr, A.R. Biologia Celular – Uma abordagem prática. EditoraUFABC, 2018
Mello, M.L.S.; Vidal, B.C. Práticas de Biologia Celular, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1980.
30

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC


CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS
DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

AULA PRÁTICA 7: CITOESQUELETO

Os movimentos celulares podem ser classificados em dois grupos: os que


modificam a forma das células e os que não. Todos os movimentos celulares estão envolvidos
de alguma forma como a organização e atividade do citoesqueleto.
O citoesqueleto é uma rede de filamentos proteicos que garante a manutenção do
formato da célula, participa do seu processo de divisão e permite a sua movimentação. O
citoesqueleto é uma estrutura presente em células eucarióticas que pode ser definida como
uma rede de filamentos proteicos. Os componentes do citoesqueleto são os microfilamentos,
os filamentos intermediários e os microtúbulos.
Os microfilamentos, também conhecidos como filamentos de actina), formam uma
estrutura complexa responsável pelo controle da forma celular, distribuição das proteínas de
membrana e tráfego intracelular. Os filamentos intermediários são estruturas filamentosas que
se encontram no citoplasma e no núcleo das células eucarióticas. Eles são constituídos por
proteínas fibrosas e têm um diâmetro entre 8 e 12 nanômetros. São muito estáveis, portanto,
bastante resistentes. São os principais responsáveis por resistir as tensões mecânicas as quais
a célula está exposta. Finalmente, os microtúbulos são estruturas cilíndricas e ocas formadas
por proteínas chamada tubulinas. Além de preencherem citoplasmas e participarem de
movimento de vesículas, por exemplo, organizam estruturas como os cílios e os flagelos.
Nessa prática, conheceremos células que tem organizações do citoesqueleto
bastante desenvolvidas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel,S.M. A Célula, 4a edição, Manole, 2019.
Lombello, C.B.; Santos Jr, A.R. Biologia Celular – Uma abordagem prática. EditoraUFABC, 2018
Mello, M.L.S.; Vidal, B.C. Práticas de Biologia Celular, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1980.
31

Atividade prática
Material de laboratório
Microscópio de luz Lâminas permanentes: traqueia (HE), espermatizoide, língua
(HE),

1. Observação de cílios e flagelos: Ambos são estruturas celulares formadas por microtúbulos
que se projetam da membrana plasmática. Os microtúbulos são polímeros proteicos em forma
alongada e oca que se organizam em arranjos complexos chamados axonema. Os cílios são
curtos e numerosos, deslocam fluidos e na arvore respiratória, também retêm e eliminam
partículas e microrganismos. Por outro lado, os flagelos, são estruturas longas e encontradas
em pequeno número, são utilizados na locomoção em protozoários, esponjas e gametas. Nos
mamíferos, o espermatozoide é a única célula flagelada.

Traqueia (HE)

https://slideplayer.com.br/slide/10673935/

Aumento final:
32

Espermatozoide

https://brasilescola.uol.com.br/biologia/espermatozoide.htm

Aumento final:

2. Os músculos estriados esqueléticos são responsáveis por movimentar o corpo. Eles são
formados por feixes de fibras musculares que se contraem de forma rápida e vigorosa, e que
são controladas voluntariamente. As fibras contráteis (filamentos de actina e miosina) da célula
muscular se organizam em um padrão regular, de modo que, quando visualizadas em um
microscópio, aparecem estrias transversais
33

Língua (musculo estriado esquelético)

https://descomplica.com.br/blog/quais-as-principais-caracteristicas-do-tecido-muscular/

Aumento final:

Discussão
1. Qual a função dos cílios na superfície das células de revestimento da traqueia? Explique.
2. Descreva a importância do flagelo para o espermatozoide.
3. Descreva como é a organização dos filamentos contráteis no músculo esquelético.
34

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC


CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E HUMANAS
DISCIPLINA: BIOLOGIA CELULAR

AULA PRÁTICA 8: DIVISÃO CELULAR - MITOSE

A divisão celular é um fenômeno complexo e altamente regulado. Antes da célula se


dividir ela deve duplicar seu DNA, de modo que as duas células filhas recebam a mesma
informação genética que a “célula mãe”. Esta divisão é conhecida como mitose. Nos
organismos pluricelulares, a mitose permite o crescimento e o desenvolvimento do organismo,
que depende do crescimento e da multiplicação de suas células atuando, também, nos
fenômenos de reparação e renovação tecidual. Didaticamente, a mitose é dividida nas fases de
prófase, pró-metáfase, metáfase, anáfase e telófase.
Os melhores materiais para a observação da mitose são os tecidos em fase de
crescimento, tais como as extremidades das raízes das plantas e os brotos das folhas. A raíz
de cebola (Allium cepa) constitui um ótimo material para observação e reconhecimento das
fases da mitose. Dos bulbos podem brotar até 50 raízes, quase que sincronicamente,
facilitando a obtenção de grande população de células geneticamente idênticas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carvalho, H.F.; Recco-Pimentel,S.M. A Célula, 4a edição, Manole, 2019.
Lombello, C.B.; Santos Jr, A.R. Biologia Celular – Uma abordagem prática. EditoraUFABC, 2018
Mello, M.L.S.; Vidal, B.C. Práticas de Biologia Celular, Ed. Edgard Blucher Ltda, 1980.

Atividade Prática

Material de laboratório:

• Microscópio de luz

• Lâminas permanentes de raiz de cebola


35

1. Observação de figuras de mitose na porção apical da raiz de cebola (Allium cepa): corte
transversal da ponta apical de raiz de cebola (L47). Observe e esquematize em objetiva de
40x.

Raiz de cebola (hematoxilina férrica).


36

OBSERVAR:
1. Na raiz utilizada no ensaio: Células nas diferentes fases do ciclo celular: interfase, prófase,
metáfase, anáfase, telófase e citocinese.
2. Analisar em aumentos crescentes
3. Esquematizar no aumento final de 400X.

Discussão
1. Por que a divisão celular é mais comum mais próximo a ponta da raiz que em outras
porções?
2. O que diferencia a prófase da prometáfase? Explique.
3. O que diferencia a anáfase da telófase? Explique.
4. Qual a diferença entre a citocinese nas células animais e vegetais? Explique.
5. Uma pessoa diz: “estou vendo o nucléolo nas células em divisão”. Em relação a frase, isso é
possível? Se sim, que que momento? Explique.

Você também pode gostar