Importacia Da Atuação Do Farmaceutico

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Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação- REASE

doi.org/ 10.51891/rease.v9i11.12531

A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO HOSPITALAR

Yuri Maia Moraes1


Fabiana Sousa Pugliese2
Leonardo Guimarães de Andrade3

RESUMO: Este estudo tem como objetivo compreender as funções do profissional em


Farmácia, atuando como Farmacêutico Hospitalar, focando na importância de suas
funções logísticas que são: o conhecimento, a seleção, a aquisição, o recebimento e o
armazenamento do medicamento, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos.
Também cabe ao Farmacêutico Hospitalar a preparação, informação, distribuição e
controle dos suprimentos necessários para cada paciente. A direção de Serviços
Farmacêuticos Hospitalares, segundo o Decreto nº 44.201, de 2 de fevereiro de 1962,
deve ser exercido apenas por indivíduos formados como Farmacêuticos Hospitalares.
Nesse estudo busca-se entender passo-a-passo as denominadas funções dos
Farmacêuticos Hospitalares e qual a importância desse trabalho ser feito de forma
correta em todos os seus detalhes.

Palavras-chave: Suplementos farmacêuticos. Medicamentos. Dispositivos Médicos.


Controle medicamentoso.
2089
ABSTRACT: This study aims to understand the functions of the Pharmacy
professional, acting as a Hospital Pharmacist, focusing on the importance of their
logistical functions, which are: knowledge, selection, acquisition, receipt and storage
of medicine, medical devices and pharmaceutical products . The Hospital Pharmacist
is also responsible for preparing, informing, distributing and controlling the supplies
needed for each patient. The direction of Hospital Pharmaceutical Services, according
to Decree No. 44,201, of February 2, 1962, must only be exercised by individuals trained
as Hospital Pharmacists. This study seeks to understand step-by-step the so-called
functions of Hospital Pharmacists and the importance of this work being done
correctly in all its details.

Keywords: Pharmaceutical supplements. Medicines. Medical Devices. drug control.

INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o hospital faz parte do


sistema integrado de saúde, que tem como função entregar a sociedade uma assistência
completa a saúde, tanto para curar quanto para prevenir. Também é sua

1 Discente do curso de Farmácia- Universidade Iguaçu, UNIG.


2Professor Orientador do curso de Farmácia- Universidade Iguaçu, UNIG.
3 Coorientador do curso de Farmácia- Universidade Iguaçu, UNIG.

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responsabilidade propiciar, através de ações de saúde, qualidade de vida aos pacientes


no ambiente em que eles estão inseridos (MELO & OLIVEIRA, 2021).
Na maioria dos tratamentos hospitalares e domiciliares a presença dos
medicamentos se torna indispensável, disso parte a necessidade do controle e
distribuição de diversos medicamentos e materiais médicos. Partindo dessa
necessidade pode-se afirmar que o trabalho do Farmacêutico Hospitalar é de suma
importância para que esses suplementos sejam solicitados, recebidos, armazenados e
distribuídos de forma correta, evitando erros no tratamento dos pacientes, perda de
medicamentos por erro na armazenagem ou por data de validade (CAVALLINI &
BISSON, 2010; MELO & OLIVEIRA, 2021).
É responsabilidade do Farmacêutico Hospitalar orientar indivíduos internados
em ambulatórios para obter sucesso terapêutico, reduzir custos do tratamento e usar
os medicamentos de forma racional. Ele também atua na logística e na gestão
farmacêutica, tendo o medicamento como o elemento mais importante (CFF, 2012). A
direção de Serviços Farmacêuticos Hospitalares, segundo o Decreto nº 44.201, de 2 de
fevereiro de 1962, deve ser exercido apenas por indivíduos formados como
2090
Farmacêuticos Hospitalares (BRASIL, 1962; MELO E OLIVEIRA, 2021).
É de suma importância que as etapas de seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição e utilização sejam feitas de forma correta e completa,
para que não haja desperdício de recursos e ocorra tratamento medicamentoso de
qualidade, nenhuma etapa deve ser ignorada ou negligenciada (BRASIL, 2004;
GOMES & REIS, 2003).

OBJETIVO

O objetivo dessa revisão bibliográfica é apreender e favorecer o entendimento


da importância da atuação do farmacêutico na gestão de suprimentos na farmácia
hospitalar. Compreender o alcance desses profissionais na assistência ao paciente e as
demais atividades desenvolvidas pelos mesmos no ambiente hospitalar;
compreendendo seu processo de trabalho na logística dos suprimentos até seu consumo
final.

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Objetivo Específico

• Apreender o esforço do profissional farmacêutico;


• Compreender as etapas do trabalho do farmacêutico;
• Esclarecer a importância da formação farmacêutica
• Estudar formas de evitar o desperdício de medicamentos.
• Frisar a importância da gestão do farmacêutico na dispensação.

Metodologia

Leitura e revisão de literatura já elaborada e publicada, as buscas foram feitas


em fontes de documentos oficiais, como Conselho Federal de Farmácia (CFF), revistas
eletrônicas, artigos científicos e periódicos publicados do ano 2021 ao ano 2023 em meio
digital nas seguintes bases de dados: National Library of Medicine (Medline), Google
Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (Scielo).

Desenvolvimento

1. A farmácia hospitalar
Figura 1: – Estrutura organizacional da farmácia hospitalar
2091

Fonte: (MELO & OLIVEIRA, 2021)

A Medicina e a Farmácia se desenvolveram concomitantemente na Idade


Média. A medicina era praticada à base de plantas por boticários e religiosos. No século
XIX houve um marco nos hospitais, as antigas boticas, agora denominadas farmácias
passaram a ser o ambiente para guardar, manusear e distribuir insumos e
medicamentos. Em 1920 com a expansão da indústria farmacêutica vem a
desvalorização das funções específicas do farmacêutico, limitando-o a um canal de

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distribuição dos medicamentos que a indústria produzia (CRF-SP, 2019; MELO &
OLIVEIRA, 2021).
O descobrimento de alguns antibióticos na década de 1940, gerou a necessidade
do uso das especialidades farmacêuticas, principalmente o Farmacêutico Hospitalar na
Europa e nos Estado Unidos. Em 1950 a Farmácia Hospitalar acelerou em
desenvolvimento, principalmente na área da fabricação de medicamentos, o que gerou
modernização nos serviços fornecidos. No Brasil essa modernização ocorreu
principalmente no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e nas Santas
Casas de Misericórdia (BRASIL, 1994, GOMES & REIS, 2003).
O Conselho Federal de Farmácias define a Farmácia hospitalar como sendo:

A unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa, onde se processam


as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida
exclusivamente por Farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do
hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades
administrativas e de assistência ao paciente (CFF, 2012).
Os principais objetivos da Farmácia hospitalar são:
Garantir a qualidade de assistência prestada ao paciente por meio do uso
seguro e racional de medicamentos e correlatos, adequando a sua aplicação
à saúde individual e coletiva, nos planos: assistencial, preventivo, docente e
2092
investigativo devendo, para tanto, contar com farmacêuticos em número
suficiente para o bom desempenho da assistência farmacêutica
(CAVALLINI & BISSON, 2010).
A portaria de n° 3.916, a Política Nacional de Medicamentos, criada pelo
Ministério da saúde em 30 de outubro de 1998, trouxe para os cidadãos maior segurança
de que os medicamentos seriam usados de forma a garantir uma terapia
medicamentosa racional e eficaz (BRASIL, 2001). A resolução de n° 357, aprova o
regulamento das Boas Práticas de Farmácia acrescenta que “Assistência Farmacêutica
é o conjunto de ações e serviços (figura 1) que visam assegurar a assistência integral, a
promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos ou
privados, desempenhados pelo farmacêutico ou sob sua supervisão” (CFF, 2001).
É importante também acrescentar a discrição da Organização Mundial da
Saúde a qual diz que a farmacêutica:
É um grupo de serviços e atividades relacionadas com o medicamento,
destinadas a apoiar as ações da saúde que demanda a comunidade, os quais
devem ser efetivados através da entrega expedita e oportuna dos
medicamentos a pacientes hospitalizados e ambulatoriais, garantidos os
critérios de qualidade na farmacoterapia (OMS, 1993).

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A farmácia hospitalar demanda elevado orçamento e por isso os profissionais


dessa área assumem atividades gerenciais (figura 1) visando contribuir com a
administração dos recursos do hospital. Portanto, a farmácia hospitalar precisa ser
administrada por profissionais qualificados e cumpridores das regras para que o direito
dos usuários a um tratamento medicamentoso funcional seja cumprido pelo hospital
(CAVALLINI & BISSON, 2010; MELO & OLIVEIRA, 2021).
No próximo tópico são listadas as etapas do ciclo da logística farmacêutica, mas
é possível observar (figura 1) que o serviço de um farmacêutico hospitalar passa por
diversas e importantes áreas para a saúde populacional; como é o caso da quimioterapia
e da farmácia clínica (MELO & OLIVEIRA, 2021).

1.O ciclo farmacêutico logístico

Em 6 de maio de 2004, as atividades do farmacêutico hospitalar foram definidas


(figura 2) na Resolução 338, é a Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF)
que define essas etapas e traz a definição de Farmácia Hospitalar e quais instâncias
devem estar envolvidas em tais etapas:
2093
Um conjunto de ações voltadas a promoção, proteção e recuperação da saúde
nos âmbitos individual e coletivo, tendo o medicamento como insumo
essencial e visando ainda seu acesso e uso racional. A PNAF estabelece
ainda que as instancias federais, estaduais e municipais estejam envolvidas
conforme suas atribuições no processo de seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição e dispensação de medicamento, objetivando
que os produtos sejam produzidos, comercializados e utilizados com
qualidade (BRASIL,2004).
O trabalho farmacêutico é subdividido entre central e satélite, a farmácia
central recebe e armazena os insumos e os distribui para as outras unidades
hospitalares. A farmácia satélite é interligada à primeira, mas possui autonomia para
a separação e envio dos medicamentos, o que torna o seu serviço de dispensação mais
rápido (MELO & OLIVEIRA, 2021).
As etapas estabelecidas (figura 2) devem ser realizadas de forma correta e
ordenadamente para que o ciclo não seja comprometido. A seleção é o momento em
que se decide quais medicamentos serão distribuídos aos pacientes (OLIVEIRA et al.,
2007). Nessa etapa vários fatores são levados em consideração como: quais patologias
são mais recorrentes na localidade do hospital e qual treinamento, experiência e
infraestrutura, a equipe responsável pelo tratamento medicamentoso possui (GOMES

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& REIS, 2003). Aqui determina-se quais medicamentos e a quantidade necessária


devem ser obtidos, considerando quais são mais importantes e indispensáveis para a
comunidade que utiliza o hospital, sabendo isso parte-se da seleção para a
programação.
Figura 2: Ciclo da Assistência Farmacêutica

2094
Fonte: MARIN et al., 2003, p. 130
A programação é a etapa onde será estimada as quantidades que serão
necessárias por determinado período sendo ela alterada de periodicamente de acordo
com necessidades do ambiente, padrões de serviço e morbidades e de acordo com as
prescrições e atenção farmacêutica ao paciente em determinado período que será
observado e avaliado (COSTA et al., 2021).

A programação é uma atividade associada ao planejamento; sua viabilidade


e factibilidade dependem da utilização de informações gerenciais
disponíveis e fidedignas, da análise da situação, local de saúde assim como
do conhecimento sobre os medicamentos selecionados, sua indicação
precípua e sua perspectiva de emprego na população alvo (MARIN et al.,
2003).
A programação ocorre levando em consideração a epidemiologia, o histórico de
consumo e a capacidade de serviço do hospital, na listagem deve conter nome genérico
do medicamento, a fórmula farmacêutica e está, preferencialmente, organizada pela
complexidade da utilização do insumo (MARIN et al, 2003. CORADI, 2012). Na
programação estima-se o tempo para que o medicamento chegue do fabricante à

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Central de Abastecimento Farmacêutico, prazo esse que não pode ser maior do que
20% da validade total do medicamento (COSTA et al., 2021).
Na aquisição se responde as seguintes perguntas: o que comprar, para quem
comprar, de que forma comprar, qual quantidade comprar, quando comprar. O maior
objetivo é garantir os medicamentos necessários de forma eficiente e econômica
(CORADI, 2012).
De acordo com Marin et al. (2023) os responsáveis pela aquisição:

Deverão desenvolver um sistema de seleção dos fornecedores através de


cadastros de fornecedores, em que se exige a devida habilitação jurídica, a
regularidade fiscal, e a qualificação econômico-financeira. As esferas
estaduais e municipais do governo podem estruturar o seu próprio sistema
ou aderir ao Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores (Sicaf),
instituído pelo governo federal através do Decreto n° 3.722, de janeiro de 2001
(MARIN et al., 2003).
A eficácia de um medicamento depende da estabilidade que é proveniente do
armazenamento, o armazenamento de medicamentos não é feito em um almoxarifado,
mas sim em uma Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), cada insumo deve
ser estocado conforme suas características próprias (BLATT et al., 2003; CORADI,
2012). Algumas regras são de suma importância para a armazenagem correta de 2095
medicamentos.
Tabela 1: Regras de armazenagem de medicamentos
Os produtos devem estar identificados pelo nome genérico e conter lote e validade.
Os com validade mais próxima devem estar expostos na frente.
A circulação do ar deve ser eficiente, portanto, deve existir distância entre os
produtos, o teto e a parede.
Devem estar sobre luz direta e em suas embalagens originais.
Medicamentos de controle especial devem ser mantidos afastado dos outros, sobre
total responsabilidade do farmacêutico.
Produtos inflamáveis devem ser mantidos em área sinalizada e com equipamentos
de prevenção contrafogo.
Medicamentos sensíveis a temperaturas devem ser mantidos em local apropriado
com registro diário da temperatura
Elaborada pelo autor. Fontes: BLATT et al., 2003; CORADI, 2012.

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Na etapa de distribuição serão entregues os produtos, atendendo a quantidade


necessária, o tempo oportuno e a qualidade deles. Deve-se estar atento para que os
medicamentos e insumos cheguem com informações bem-organizadas (BLATT et al.,
2003; CORADI, 2012). A prescrição (feita pelo médico) é quando se definirá o
medicamento a ser utilizado pelo paciente e será elaborada a receita médica contendo
a quantidade de medicamento e por quanto tempo ele será utilizado. Em seguida será
realizada a dispensação, ou seja, a atenção farmacêutica, onde o farmacêutico dispensa
o medicamento descrito na receita para o paciente (BLATT et al., 2003; CORADI,
2012). É de suma importância que na dispensação o profissional farmacêutico:
Tabela 2: Postura do farmacêutico na dispensação do medicamento.
Analise a receita médica;
Seja capaz de entender as necessidades do paciente e prover informações necessárias
sobre o medicamento;
Preste atenção farmacêutica adequada e atualizada;
Atualize frequentemente os registros de dispensação;
Colete, registre e informe a autoridade sanitária sobre efeitos colaterais e reações
2096
adversas causadas pela utilização de medicamentos.
Oriente aos usuários sobre o armazenamento e cuidados na utilização dos
medicamentos, principalmente os termolábeis e os de controle especial.
Elaborada pelo autor. Fontes: BRASIL, 1990 CORADI, 2012; COSTA et al., 2021.

1.1 Danos causados pela má gestão farmacêutica

O profissional de farmácia é o membro hospitalar que melhor contribui para a


qualidade dos medicamentos, uma vez que sua formação inteira é voltada para eles,
sem o farmacêutico hospitalar e suas etapas de trabalho, realizadas corretamente,
torna-se inevitável o desperdício e a perda de qualidade dos insumos (BLATT et al.,
2003, CORADI, 2012; COSTA et al., 2021). É de suma importância que o controle de
estoque esteja funcionando corretamente para que haja reposição e dispensação sempre
que for preciso como Santos (2022) aponta:

Controle de estoque é a gestão da mercadoria de produtos existentes em um


estoque de uma indústria ou comercio, seja tanto do fluxo de entrada ou de
saída de insumos sendo responsável pelos procedimentos do registro,
fiscalização e gestão da entrada e saída, abrange atividades de planejamento,
organização e controle de fluxo de materiais. O seu princípio é informar

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qual a quantidade disponível de cada item dentro de seu comércio e o valor


em dinheiro (SANTOS, 2022).
Quando as etapas não são realizadas corretamente geram-se danos à saúde dos
cidadãos que necessitam desses medicamentos, quando a seleção e a programação não
são bem feitas ocorre excesso de estoque e ou estoque insuficiente, os dois casos são
ruins, já que no primeiro o hospital terá gastos com armazenamento e possíveis perdas
por conta da validade dos medicamentos; no segundo caso, medicamentos que
deveriam ser dispensados não estarão em estoque e o paciente não terá o tratamento
medicamentoso eficaz de que ele necessita (BLATT et al., 2003, CORADI, 2012;
COSTA et al., 2021).
O gerenciamento do estoque é complexo, contém muitos dados a serem
analisados para que seja um serviço eficaz Santos (2022) salienta que:
Da mesma forma que a falta de estoque significa uma má gestão, o estoque
quando em excesso tem o mesmo significado. A previsão de demanda do
estoque precisa ser feita da forma mais clara e direta possível, sendo assim,
é necessária uma boa gestão para que o serviço seja executado de forma
significativa (SANTOS, 2022).
Seja em hospitais públicos ou particulares uma verdade é que:

O custo do estoque é uma das partes mais importantes de uma empresa, 2097
pois boa parte do lucro se tem da sua comercialização. Gerar gastos
desnecessários e compras em excesso pode causar enormes desperdícios,
perdas de produtos, problemas que venham a comprometer seu espaço
disponível em depósito, com isso podendo gerar uma queda no capital do
seu negócio (SANTOS,2022).
Por isso é de suma importância que os estoques sejam mantidos e atualizados
conforme a necessidade da época e de cada local. Cálculos devem ser feitos para que a
etapa da seleção, a mais importante, seja assertiva. Uma boa seleção seguida das outras
etapas do ciclo será benéfica para todo o sistema do hospital, do financeiro até o
tratamento dos pacientes (BLATT et al., 2003, CORADI, 2012; COSTA et al., 2021).

1. CONCLUSÃO

Através da revisão dos textos citados fica lúcido a importância do Farmacêutico


Hospitalar como gestor de medicamentos. Seu papel é importante desde a aquisição,
ele passa pelo controle de qualidade, pela dispensação e depois pelo enriquecimento
dos relatos sobre efeitos diversos causados pelo uso do medicamento.
Dada a sua formação o Farmacêutico é o profissional central quando se trata de
gestão de medicamentos, através de seu ciclo de trabalho é possível manter os estoques

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abastecidos dos insumos realmente necessários, dentro da validade e com riqueza de


informação sobre cada um deles.
O trabalho correto do farmacêutico termina em tratamentos benéficos dos
pacientes e melhor situação econômica, uma vez que seus serviços visam a melhor
distribuição desses medicamentos antes de sua data de validade e leva em consideração
os dados epidemiológicos, situação econômica do hospital e dos usuários. Contribui,
portanto para que os medicamentos necessários estejam em estoque e que não haja
desperdício de medicamentos e recursos financeiros.

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