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SHIGELLA SPP/SHIGELOSES
1. Descrição da doença: Shigelose é uma doença infecciosa causada por um grupo
de bactérias chamadas Shigella. Caracteriza-se por dor abdominal e cólica, diarréia com sangue, pus ou muco; febre, vômitos e tenesmo, em geral, iniciam-se, um ou dois dias após a exposição às bactérias. Geralmente, trata-se de infecção auto limitada, durando de 4 a 7 dias. A infecção grave, com febre alta, pode estar associada com convulsões em crianças menores de 2 anos de idade. Algumas cepas são responsáveis por uma taxa de letalidade de 10 a 15% e produzem uma enterotoxina tipo Shiga (semelhante à verotoxina da E. coli O157:H7), podendo causar a síndrome hemolítico-urêmica (SHU), a doença de Reiter e artrite reativa. A dose infectante é de 10 a 200 células, dependendo da idade e do estado do hospedeiro.
2. Agente etiológico - Shigella spp.: É um gram-negativo, tipo bacilo, não mótil, e
não formador de esporos. Espécies de Shigella, que incluem Shigella sonnei, S. boydii, S. flexneri, e S. dysenteriae, são agentes altamente infecciosos.
3. Ocorrência: Distribuição mundial. Estima-se que shigelose é responsável por cerca
de 600.000 mortes e dois terços dos casos de diarréia no mundo. A maioria de mortes ocorre em crianças menores de 10 anos de idade, em locais com precárias condições de higiene e problemas de saneamento básico. É endêmica em países em desenvolvimento e de clima tropical, especialmente, para as espécies S. sonnei e S. dysenteriae. No estado de São Paulo, aproximadamente 2% dos surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos/Água notificados ao CVE são por Shigella, envolvendo em média, 396 pessoas por ano.
4. Reservatório: O principal reservatório são os seres humanos. Raramente ocorre
em animais, tendo sido descritos surtos prolongados em primatas tais como macacos e chimpanzés.
5. Período de incubação: De 8 a 50 horas, em média de 1 a 3 dias, e cerca de 1
semana para a S. dysenteriae 1.
6. Modo de transmissão: A via fecal-oral é a principal forma de transmissão da
Shigella entre humanos. No que diz respeito aos alimentos, a contaminação é muitas vezes devido a um manipulador de alimentos contaminado, por falta de higiene pessoal. Moscas carregam o patógeno para os alimentos a partir de latrinas e de disposição inadequada de fezes e esgotos. Alimentos expostos e não refrigerados constituem um meio para sua sobrevivência e multiplicação. Ambientes fechados como creches, hospitais e similares são propícios para a disseminação da doença. 7. Susceptibilidade e resistência: Todas as pessoas são susceptíveis as Sigueloses. No entanto, crianças de 1 a 4 anos de idades, idosos e imunocomprometidos possuem maior risco. As shigeloses são muito comuns em pessoas com AIDS.
8. Diagnóstico: Através da identificação sorológica ou molecular por meio de cultura
de amostras de fezes. Shigella pode ser mais difícil de ser cultivada se as amostras de fezes não forem processadas em poucas horas.
9. Tratamento: O tratamento consiste na hidratação oral ou venosa. Em algumas
circunstâncias antibioticoterapia é utilizado, dependendo da gravidade.
10. Alimentos associados: Shigella geralmente é transmitida através de alimentos
crus, como alface e produtos não processados. Saladas (batata, atum, camarão, macarrão e frango), leite/derivados e aves também estão entre os alimentos que tem sido associado com sigueloses. Água contaminada por fezes e manipuladores com falta de higiene são a causa mais comum de contaminação alimentar e surtos por essa bactéria.
11. Medidas de controle: 1) notificação de surtos - a ocorrência de surtos (2 ou
mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas (detecção de práticas inadequadas na cozinha e falta de higiene pessoal/lavagem das mãos; verificação de contaminação fecal de água e outros alimentos; medidas educativas, entre outras). Orientações poderão ser obtidas junto à Central de Vigilância Epidemiológica - Disque CVE, no telefone é 0800-55-5466. 2) medidas preventivas – educação sanitária; saneamento básico; higiene pessoal para os manipuladores de alimentos, com ênfase na lavagem das mãos e procedimentos rigorosos de limpeza em ambientes/instituições fechadas. 3) medidas em epidemias – investigação do surto e detecção da fonte de transmissão. Orientações básicas sobre higiene pessoal e medidas sanitárias gerais.
12. Bibliografia consultada e para saber mais sobre a doença
1. FDA/CFSAN (2012). Bad Bug Book. Listeria monocytogenes. Atualizado em 20 de
maio de 2013. Disponível em: http://www.fda.gov/Food/FoodborneIllnessContaminants/CausesOfIllnessBadBugBook/ default.htm. 2. Center For Desease Control (CDC) – Shigellosis. Atualizado em 14 de maio de 2013. Disponível em: http://www.cdc.gov/nczved/divisions/dfbmd/diseases/shigellosis/.
Texto organizado pela Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, março