Correção Da Provas Anteriores
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Correção Da Provas Anteriores
SUMÁRIO
Time de Professores.......................................................................................03
Prazos para realizar a interposição de recurso.............................................04
Como desenvolver meu recurso da prova prático-profissional............................05
Como funciona o sistema de interposição de recursos.........................................06
Como funciona a correção de recursos de 2ª fase do Ceisc.................................10
Peça prático-profissional do 35º Exame .......................................................12
Questão 01 do 35º Exame .............................................................................22
Questão 02 do 35º Exame .............................................................................26
Questão 03 do 35º Exame ............................................................................30
Questão 04 do 35º Exame ............................................................................34
Possibilidades de recursos apontadas pelos professores ...........................38
Olá, tudo bem? Este material de apoio foi organizado especificadamente para a
Aula de Correção da prova do 35º Exame do curso preparatório para a 2ª Fase
OAB do 36º Exame Penal | Repescagem. Esse material tem como objetivo sanar
dúvidas sobre a interposição de recursos e possibilitar que a sua prova seja
reavaliada e o gabarito revisto para identificar os pontos de falha.
Conheça nossos
professores
Professores:
Além disso, os candidatos devem ficar atentos no que tange ao prazo para a
interposição dos recursos.
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Como desenvolver
meu recurso da
prova prático-profissional?
Cada candidato poderá interpor APENAS UM recurso POR questão
discursiva e sobre a peça profissional com o limite de até 5 mil (cinco mil)
caracteres cada um. Logo, para cada questão da prova terá um limite de até
5 mil caracteres, e para a peça também terá um limite de 5 mil caracteres
(peça toda).
Dessa forma, o recurso não pode ser extenso demais. Convém salientar que
não é necessário termos jurídicos ou pesquisas do assunto, é benéfico ao
examinando um recursos o mais claro e objetivo possível.
O candidato não pode inserir seu nome no recurso, assim como quaisquer
identificações. A informação de qualquer dado pessoal ou qualquer outro
dado que leve a possível identificação do candidato levará ao indeferimento
sumário.
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Como funciona o
sistema de interposição
de recursos?
Ao acessar o site da banca, você deve selecionar o certame que você deseja
interpor recurso e o estado onde você prestou a prova. Você deve clicar na
opção destacada “Link de Interposição de Recurso Contra o Resultado
Preliminar da Prova Prático Profissional (2ª fase)“.
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Após o aviso, você terá seu primeiro contato com o sistema, devendo clicar
em “incluir novo recurso contra a nota”:
Após clicar em “incluir novo recurso contra a nota” você receberá novo
aviso do sistema.
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Você será redirecionado para nova tela, nela você poderá optar sobre qual
será o objeto do seu recurso, uma determinada questão ou a peça:
Após optar pelo objeto do seu recurso você deve clicar em “incluir novo
recurso” e então será redirecionado para área onde você deve redigir seu
recurso:
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Como funciona a
correção de recursos de
2ª fase do Ceisc?
a) informe seu CPF e senha, o mesmo utilizado para acessar seu curso na
plataforma EAD.
b) saiba como acessar a plataforma do Ceisc e redigir o seu recurso
clicando aqui.
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
No dia 04 de março de 2019, Júlio, insatisfeito com a falta de ajuda de sua mãe no tratamento
que vinha fazendo contra dependência química, decide colocar fogo no imóvel da família em
fazenda localizada longe do centro da cidade. Para tanto, coloca gasolina na casa, que estava
desabitada, e acende um fósforo, sendo certo que o fogo gerado destruiu de maneira
significativa o imóvel, que era completamente afastado de outros imóveis, e, como ninguém
costumava passar pelo local, o crime demorou algumas horas para ser identificado. Júlio foi
localizado, confessou a prática delitiva e, realizado exame de alcoolemia, foi constatado que se
encontrava completamente embriagado, sem capacidade de determinação do caráter ilícito do
fato, em razão de situação não esperada, já que ele solicitou uma água com gás e limão em
determinado bar, mas o proprietário, sem que Júlio soubesse, misturou cachaça na bebida, que
ingerida junto com o remédio que vinha tomando para combater a dependência química,
causou sua embriaguez. Foi, ainda, realizado exame de local, constando da conclusão que o
imóvel foi destruído, havendo prejuízo considerável aos proprietários, mas que não havia
ninguém no local no momento do crime e nem outras pessoas ou bens de terceiros a serem
atingidos. Com base em todos os elementos informativos produzidos, o Ministério Público
ofereceu denúncia em face de Júlio, perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de
Florianópolis/SC, juízo competente, imputando-lhe a prática do crime do Art. 250 do Código
Penal. Foi concedida liberdade provisória. Após citação e apresentação de defesa, entendeu o
magistrado por realizar produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência
de instrução e julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já que a pauta de
audiência de processos de réu solto estava para data longínqua, tendo a defesa questionado a
decisão. Após oitiva das vítimas, foi agendada audiência de instrução e julgamento, que foi
realizada em 05 de março de 2021, ocasião em que os fatos acima narrados foram confirmados.
Em seu interrogatório, o réu confirmou a autoria delitiva, destacando que pouco, porém, se
recordava sobre o ocorrido. Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o juiz
proferiu sentença condenando o réu nos termos da denúncia. No momento de aplicar a pena
base, reconheceu a existência de maus antecedentes, aumentando a pena em 03 meses, tendo
em vista que, na Folha de Antecedentes Criminais, acostada ao procedimento, constava uma
condenação de Júlio pela prática do crime de tráfico, por fato ocorrido em 20 de abril de 2019,
cujo trânsito em julgado ocorreu em 10 de março de 2020. Na segunda fase, reconheceu a
presença da agravante do Art. 61, inciso II, alínea b, do Código Penal, aumentando a pena em
05 meses, já que o meio empregado por Júlio poderia resultar perigo comum. Não foram
reconhecidas atenuantes da pena.
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Na terceira fase, não foram aplicadas causas de aumento ou de diminuição de pena, sendo
mantida a pena de 03 anos e 8 meses de reclusão e multa de 15 dias, a ser cumprida em regime
semiaberto, não sendo substituída a privativa de liberdade por restritiva de direitos com base no
Art. 44, III, do CP. Intimado da sentença, o Ministério Público se manteve inerte, sendo a defesa
técnica de Júlio intimada em 11 de julho de 2022, segunda-feira.
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Júlio, redija
a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração,
apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do
prazo para interposição, considerando que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis
em todo o país. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
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Penal 2ª Fase OAB
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime previsto no artigo 250 do Código
Penal.
Após apresentação da manifestação cabível pelas partes, o Juiz proferiu
sentença, condenando Júlio nos termos da denúncia.
O Ministério Público não interpôs recurso.
A defesa foi intimada da sentença no dia 11 de julho de 2022, segunda-feira.
II) DO DIREITO
A) DA NULIDADE DA OITIVA DAS VÍTIMAS
Após citação e apresentação de defesa, entendeu o Magistrado por realizar
produção antecipada de provas, ouvindo as vítimas antes da audiência de
instrução e julgamento, motivando sua decisão no risco de esquecimento, já
que a pauta de audiência de processos de réu solto estava para data longínqua.
Todavia, o mero decurso natural do tempo não é fundamento idôneo para
justificar tal medida. No caso, o magistrado determinou a produção antecipada
da prova simplesmente porque a data da audiência de instrução e julgamento
estava longe, sem qualquer fato concreto a indicar o risco de perecimento da
prova.
Diante disso, considerando ainda o inconformismo manifestado pela defesa,
requer a nulidade da oitiva das vítimas, com base no artigo 225 do Código de
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Correção da prova do 35º Exame de Ordem
Penal 2ª Fase OAB
Processo Penal ou Art. 564, inciso IV, do Código de Processo Penal OU Súmula
455 do Superior Tribunal de Justiça.
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E) DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE
O Juiz elevou a pena em 05 meses, pois reconheceu a presença da
agravante do artigo 61, inciso II, alínea “b”, do Código Penal.
Todavia, a situação de perigo comum já é elementar do tipo imputado, de
modo que a agravante do artigo 61, inciso II, alínea “d”, do Código Penal deve
ser afastada, por configurar bis in idem OU a agravante do artigo 61, inciso II,
alínea “b”, do Código Penal deve ser afastada, por não haver a intenção de
ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime.
F) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA
O recorrente, em seu interrogatório, confirmou a autoria delitiva.
Desta forma, deve ser reconhecida a atenuante da confissão espontânea,
nos termos do artigo 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal.
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Penal 2ª Fase OAB
inicial aberto para cumprimento da pena, conforme artigo 33, §2º, alínea “c”,
do Código Penal.
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Gabarito comentado
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Gabarito comentado
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Distribuição de pontos
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entanto, não admitiu o recurso, sustentando que a via adequada era a do Recurso em Sentido
Estrito, a teor do Art. 581, inciso XI, do Código de Processo Penal.
Considerando apenas as informações apresentadas, responda, na qualidade de advogado(a) de
Pedro, aos itens a seguir.
A) Aponte o recurso a ser interposto em face da decisão do juiz de primeiro grau que não
admitiu a apelação e o fundamento de direito processual penal a ser alegado para que o
apelo seja admitido. Justifique. (Valor: 0,65)
B) Existe alguma tese de Direito Penal material que permita a concessão da suspensão
condicional da pena no caso concreto? Justifique. (Valor: 0,60)
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal
não confere pontuação.
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Penal 2ª Fase OAB
Gabarito comentado
A) O examinando deve apontar que o recurso adequado a impugnar a decisão que não admitiu
a apelação é o Recurso em Sentido Estrito, nos termos do Art. 581, inciso XV, do CPP. Como
fundamento para questionar a inadmissão do recurso de Apelação, deveria indicar que a
negativa da suspensão condicional da pena ocorreu em sede de sentença penal condenatória,
proferida por juiz de primeiro grau. Desse modo, a defesa técnica interpôs corretamente o
Recurso de Apelação para questionar a sentença, pois, como dispõe o Art. 593, § 4º, do CPP,
quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que
somente de parte da decisão se recorra. Desse modo, como disciplina o próprio Art. 593, inciso
I, o recurso adequado para impugnar as sentenças de mérito, de condenação ou absolvição, é a
apelação, no prazo de 5 dias, e não poderia o juízo a quo ter inadmitido o recurso defensivo.
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Distribuição de pontos
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Roberto foi denunciado pelo crime de perseguição (Art. 147-A do CP). Segundo a denúncia, no
dia 15 de janeiro de 2022, na filial da sociedade empresária Ruan S/A, situada no Rio de
Janeiro/RJ, Roberto se aproveitou da proximidade física com Fábio (colega que trabalha na
matriz da empresa em São Paulo/SP e estava visitando a filial carioca por um dia apenas) no
ambiente de trabalho, para lançar-lhe olhares lascivos, o que teria “perturbado a esfera de
liberdade ou privacidade” de Fábio. Este ofereceu representação contra Roberto.
O Ministério Público se recusou a formular proposta de transação penal a Roberto, com
fundamento em uma anotação existente na sua Folha de Antecedentes Criminais (FAC), relativa
à condenação definitiva à pena corporal – extinta há mais de 5 (cinco) anos – pela prática de
crime. Sobre a hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.
A) Quais teses de mérito podem ser invocadas pelo defensor técnico de Roberto? Justifique.
(Valor: 0,60)
B) Qual medida pode ser adotada pelo defensor técnico de Roberto para viabilizar a
proposta de transação penal? Justifique. (Valor: 0,65)
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal
não confere pontuação.
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Gabarito comentado
A) Atipicidade objetiva da conduta, pois a figura delitiva da perseguição (Art. 147-A do CP) adota
verbo nuclear no infinitivo (“perseguir”), o que denota crime habitual, a exigir reiteração do
comportamento para a caracterização da tipicidade objetiva. No caso concreto, inexistiu
reiteração, tratando-se de episódio isolado, ocorrido num único dia.
B) A medida a ser adotada pelo defensor técnico do acusado para viabilizar proposta de
transação penal é requerer ao Juízo a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público
para reexame do cabimento dessa proposta. Isso porque a extinção da pena há mais de cinco
anos deixa de produzir efeitos jurídicos (Art. 64, inciso I do CP).
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Distribuição de pontos
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B) Qual tese de direito material pode ser utilizada para a defesa de Fábio? Justifique. (Valor:
0,65)
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal
não confere pontuação.
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B) A tese de direito material que pode ser utilizada é que Fábio agiu em legítima
defesa, uma vez que, usando moderadamente dos meios necessários, repeliu
injusta e iminente agressão de Paulo, que foi em sua direção para lhe dar um
soco com o intuito de quebrar seu nariz. Assim, houve exclusão da ilicitude do
fato, na forma do artigo 23, inciso II e artigo 25, caput, ambos do Código Penal.
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Gabarito comentado
B) Fábio atuou em legítima defesa, uma vez que, usando moderadamente dos meios
necessários, repeliu injusta e iminente agressão de Paulo, que foi em sua direção para lhe dar
um soco com o intuito de quebrar seu nariz. Assim, houve exclusão da ilicitude do fato e Fábio
não responde por crime algum, na forma do Art. 23, inciso II c/c. o Art. 25, caput, ambos do CP.
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Distribuição de pontos
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Arnaldo e Fábio, 22 anos, são irmãos gêmeos idênticos, mas Arnaldo sempre fez mais sucesso
com as meninas por ser mais extrovertido. Arnaldo inicia um relacionamento com Mônica, de 14
anos. Ambos costumam manter relação sexual consentida.
Elena, amiga de Mônica, sempre foi apaixonada por Arnaldo e, movida por ciúmes, resolve
noticiar às autoridades sobre as relações mantidas entre Arnaldo e Mônica, no intuito de
incriminá-lo por estupro de vulnerável. Noticiado o fato em sede policial e concluídas as
investigações, o Ministério Público ofereceu denúncia, imputando a Arnaldo o crime de estupro
de vulnerável, previsto no Art. 217-A do CP. Após recebimento da denúncia, citação e
apresentação de defesa, foi designada audiência de instrução e julgamento. De posse do
mandado, o oficial de justiça foi até a residência dos irmãos e realizou a intimação na pessoa de
Fábio, que se fez passar por Arnaldo.
No dia da audiência, Arnaldo não compareceu, embora seu advogado estivesse presente.
Finalizada a instrução e após alegações finais, o juiz condenou Arnaldo no crime de estupro de
vulnerável, na forma do Art. 217-A do CP, a pena de 8 anos de reclusão, visto que Arnaldo não
tinha qualquer anotação criminal, sendo favoráveis as condições do crime. Considerando
apenas as informações narradas no enunciado, responda aos itens a seguir.
A) O que pode ser alegado em favor de Arnaldo em matéria processual? Justifique. (Valor:
0,60)
B) Qual argumento de direito material poderia ser apresentado? Justifique. (Valor: 0,65)
Obs.: O(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal
não confere pontuação.
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Gabarito comentado
A) Nulidade da intimação e dos demais atos, na forma do Art. 564, inciso IV, do CPP. A
intimação deveria ter sido feita na pessoa do réu, Arnaldo, de modo que ele ficou privado de
efetuar sua autodefesa na audiência de instrução e julgamento, restando evidente o prejuízo
diante da condenação. Houve, portanto, violação ao Princípio da Ampla Defesa e do
Contraditório ou ao Princípio do Devido Processo Legal, na forma do Art. 5º, incisos LV e LIV, da
CRFB/88.
B) Arnaldo deve ser absolvido, na forma do Art. 386, inciso III, do CPP, porque o delito de
estupro de vulnerável tem como vítima pessoa menor de 14 anos, conforme o Art. 217-A, caput,
do CP. Mônica tinha 14 anos e, portanto, capacidade para consentir a relação sexual. Dessa
forma, o fato é atípico.
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Distribuição de pontos
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Possibilidades de recursos
apontadas
pelos professores
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Item 3: Da tempestividade
O item 3 do Padrão de Resposta definitivo, referente à tempestividade, deve
ser revisto, atribuindo-se pontuação a todos os candidatos.
De forma inusitada e inédita, a banca examinadora exigiu do candidato
referência ao prazo de interposição do recurso de apelação.
Ocorre, contudo, que o enunciado não exigiu tal quesito, determinando,
apenas, que “A peça deverá ser datada no último dia do prazo para
interposição, considerando que todos os dias de segunda a sexta-feira são
úteis em todo o país”.
Ora, se há exigência para datar a peça no último dia do prazo,
evidentemente que o candidato demonstrou conhecimento acerca do
prazo de 5 dias para interposição do recurso de apelação, bem como da
forma de contagem do prazo.
Nesse sentido, tendo o candidato datado a peça corretamente no último dia
do prazo, demonstrou conhecimento acerca do prazo de 5 dias, previsto no
artigo 593, “caput”, do Código Penal, razão pela qual deve ser atribuído a
pontuação de 0,10 na soma da nota.
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Item 8.1
Conforme o padrão de resposta, no item 8.1., atribui-se pontuação ao
candidato que afirmou “Excludente de culpabilidade (0,30), em razão da
inimputabilidade (0,20).”, devendo ser atribuída pontuação ao candidato
que fez referência à isenção da pena, ao invés de utilizar a expressão
“inimputabilidade”.
Com efeito, a expressão isenção de pena, via de regra, guarda relação com
causa de exclusão da culpabilidade, sobretudo quando se trata de
inimputabilidade.
Além disso, o próprio artigo 28, § 1º, do CP, dispõe que “É isento de pena o
agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou
força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.”
Logo, deve ser atribuída a pontuação de 0,20 ao candidato que usou a
expressão “isento de pena”, conforme prevê o artigo 28, § 1º, do Código
Penal.
Questão 02
Conforme o padrão de resposta, atribui-se pontuação ao candidato que fez
referência à atipicidade objetiva da conduta (0,20).
Todavia, também deve ser atribuída pontuação ao candidato que fez
referência a ser o fato atípico, ou que o fato não constitui crime.
Tipicidade é o juízo realizado para verificar se a conduta desenvolvida pelo
agente se enquadra nos elementos imaginados pelo legislador e descritos
no tipo penal. E a tipicidade objetiva guarda relação com a perfeita
adequação aos elementos que integram o tipo penal. Fato atípico, por sua
vez, é o fato humano que não se enquadra ou não se adéqua a um tipo
penal. Logo, percebe-se que a expressão atipicidade objetiva da conduta
guarda estreita relação com o fato atípico, contendo o mesmo significado.
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Questão 03
A questão de número 3, itens A e B, do XXXV Exame da Prova de Penal,
comporta mais teses preliminares: a) nulidade pela inadequação do
procedimento adotado; b) nulidade pela falta de proposta de suspensão
condicional do processo.
Item A
Conforme se verifica do enunciado, o Ministério Público ofereceu denúncia
contra Fábio, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal leve,
previsto no artigo 129, “caput”, do Código Penal, cuja pena prevista é de
detenção, de três meses a um ano. Logo, trata-se de crime de menor
potencial ofensivo, já que a pena máxima cominada não supera dois anos
(Lei 9.099/95, art. 61).
Em sendo infração de menor potencial ofensivo, evidente que deveria ser
seguido o procedimento previsto na Lei 9.099/95, viabilizando, por
primeiro, a possibilidade de transação penal ou composição dos danos (Lei
9099/95, art. 72).
Nos termos do artigo 77 da Lei 9099/95, na ação penal de iniciativa pública,
quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou
pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério
Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver
necessidade de diligências imprescindíveis, sendo após o acusado citado e
imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento (Lei 9099/95, art. 78).
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Item B
Por coerência, além da legítima defesa, também deveria ser considerado
como tese de direito material a decadência do direito de representação e,
por consequência, a extinção da punibilidade.
Primeiro, porque a própria FGV, considerou extinção da punibilidade como
tese de direito material, como, por exemplo, no XXV Exame, aplicada em
Porto Alegre, quando exigiu, na questão 3, item B, como resposta a
arguição da prescrição.
Segundo, porque, embora o enunciado não tenha feito expressa referência,
pode-se cogitar da hipótese de arguir a tese da decadência em resposta à
acusação, o que ensejaria a absolvição sumária, nos termos do artigo 397,
IV, do CPP.
Assim, deve a banca examinadora também considerar como correta a tese
da decadência do direito de representação e, por conseguinte, extinção da
punibilidade.
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