Indisciplina Escolar Na Educação Infantil
Indisciplina Escolar Na Educação Infantil
Indisciplina Escolar Na Educação Infantil
RESUMO
A indisciplina na educação infantil tem sido fonte de discussões abrangentes no meio escolar,
pois se trata de um problema vivenciado cotidianamente, onde a indisciplina torna-se mais um
empecilho na aprendizagem do aluno. As causas são diversas e neste sentido a família e a escola
estão em constante embate atribuindo uma à outra a responsabilidade pela exibição de regras
para as crianças. A presente pesquisa tem por objetivo analisar a indisciplina no contexto
escolar na educação infantil. Por esse motivo foi utilizado o método de pesquisa qualitativa, em
que foram utilizados questionários com perguntas objetivas, os quais foram entregue na escola
para dez professores. Os resultados desta pesquisa indicaram que os professores não são
valorizados nem respeitados, a ausência da família contribui para a indisciplina, e o problema da
indisciplina afetar a aprendizagem dos alunos.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Este artigo é o resultado de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que teve
como tema de pesquisa: A indisciplina escolar na educação infantil: desafios e
possibilidades na sala de aula. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola da rede
pública no Município de Monte das Gameleiras/RN, realizada com dez professoras
regentes de classe, com formação em Pedagogia, sendo que três pós-graduadas.
A coleta de dados se deu apartir de um questinário, segundo Cervo et al (2007,p.
53) “forma mais usada para a coletar dados, pois possibilita medir com exatidão o que
se deseja‟‟. Sendo assim foram elaboradas questões apartir das necessidades e dúvidas
sobre o assunto, o questionario foi aplicado com os professores que atuar com esse
público, sendo esta de abordagem qualitativa.
REFERENCIAL TEÓRICO
Nos últimos anos, tem sido possível perceber que a indisciplina se torna cada dia
mais corriqueira nas salas de aula das escolas brasileiras. Quando nos deparamos com o
tema indisciplina no espaço escolar, isso implica em avaliar acerca de diversos fatores
que colaboram para tal complexidade.
O tema em questão tem sido discutido cada vez mais no cotidiano escolar e vem
se tornando um desafio constante para professores que se depara com o problema. Na
visão de alguns autores a indisciplina na Educação Infantil esta ligada à falta de limites
no qual as crianças estariam apresentando com mais intensidade nas ultimas décadas, e
que seria causa de preocupação entre pais e educadores.
De acordo com o dicionário Aurélio: (1986, p.938) “Procedimento, ato ou dito
contrário á disciplina; desobediência; desordem; rebelião.” A palavra indisciplina está
bastante ligada á disciplina, enquanto a primeira é entendida, pelo senso comum, como
quebra de regras, desobediência, a segunda significa ordem, observância de preceitos ou
normas.
Dessa forma quando falamos em indisciplina, é importante destacar a falta de
respeito que há pelas regras mínimas de convivência com outras pessoas, é tão imensa
que os alunos passam a se comportar de maneira violenta diante dos professores e
demais colegas. Se manifestando entre as mais variadas formas, desde jogar papeizinhos
no colega, conversas que atrapalham o bom andamento da aula, e vandalismo no espaço
escolar.
Nessa perspectiva Aquino (1996, p.40) diz que a indisciplina é traduzida como:
“bagunça, tumulto, falta de limite, maus comportamentos, desrespeito às figuras de
autoridade, etc.” Esta definição de indisciplina mostra a realidade das salas de aula
frequentadas por alunos de diferentes comunidades do Brasil.
Nesse sentido, a indisciplina dos alunos é algo tão antigo quanto à própria escola
e tem se tornado uma reclamação inevitável entre a maioria dos educadores. Adentrando
na pré-escola, a criança se depara com um conjunto de novas regras estabelecidas pelas
instituições escolares, o que acaba afetando outras áreas da sua vida, como, por
exemplo, sua rotina; acordar e dormir cedo, fazer as tarefas de casa, e inúmeras outras
situações que a criança ainda não está acostumada.
(...) crianças precisam sim aderir a regras e estas somente podem vir de seus
educadores, pais ou professores. Os „limites‟ implicados por estas regras não
devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não poderia
ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentindo
positivo: o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum
espaço social – a família, a escola, e a sociedade como um todo. (La Taille
1996, p.9)
Conforme o autor, as regras são de grande importância para impor limites e não
devem ser vistas de forma negativa, pois é através delas que as crianças aprendem o que
é certo e errado. Desta forma pais e educadores são fundamentais nesta fase para ajudá-
las a refletir a respeito disto, e ensinar sobre os limites.
Desde muito pequenas as crianças querem saber o porquê de tudo, fazem
perguntas e vão além, querem saber como funciona, exploram tudo que esta a sua volta,
e muitas vezes são surpreendidas por um não, e sem saber o motivo continua tentando
fazer aquilo que não lhe explicaram ser proibido. Na verdade:
(...) as crianças de hoje em dia não tem limites, não reconhecem a autoridade,
não respeitam as regras, a responsabilidade por isso é dos pais, que teriam se
tornado muitos permissivos. (AQUINO, 1998, p.7).
Portanto pais e educadores devem deixar claras as regras impostas para evitar
confusões na cabeça das crianças. Se hoje é possível fazer algo, amanhã o mesmo já não
é permitido, sem que exista clareza a criança pode tornar-se confusa, e ainda sem limite,
o que intervém em sua educação acerca da importância dos limites nessa fase inicial.
Diante deste contexto os pais muitas vezes, sem saber como agir diante da
indisciplina de seus filhos, creem que todos os problemas serão resolvidos na escola.
Com medo de perder o afeto dos filhos, toleram qualquer atitude, sem compreender que
esse comportamento será agravado na escola, quando o estudante precisar se adequar ás
regras impostas pelos docentes.
(...) É muito comum ouvirmos dos professores a queixa de que os pais não
estabelecem limites, não educam seus filhos com princípios básicos como
saber se comportar e respeitar os outros, saber esperar sua vez.
(VASCONCELOS, 2009, p. 240).
Conforme nos aponta Oliveira (2005 p. 21): Além de a indisciplina causar danos
ao professor e ao processo ensino- aprendizagem, o aluno também é prejudicado pelo
seu próprio comportamento: ele não aproveitará quase nada dos conteúdos ministrados
durante as aulas, pois o barulho e a movimentação impedem qualquer trabalho
produtivo.
Dessa forma o papel da família e o meio em que o aluno esta inserido, acarretam
para uma série de fatores que contribuem para a dificuldade da aprendizagem no
contexto escolar, e que carece ser visto como um problema que requer uma atenção
pedagógica eficiente e adequada, para que a relevância de suas ações educacionais
possa produzir resultados mais eficazes na construção de uma escola melhor para todos
que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem da criança.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este tópico aborda a análise dos resultados coletados a partir de uma pesquisa
qualitativa, realizada com dez professoras regentes de classe, com formação em
Pedagogia, sendo que três pós-graduadas, lecionando para crianças no município de
Monte das Gameleiras/RN, tendo como finalidade conhecer e compreender sobre a
indisciplina no meio educacional. Através dos questionários apresentados, obtiveram-se
os seguintes resultados.
No primeiro gráfico 1 em relação ao o que é indisciplina mostra um percentual
de 60% das professoras afirmam que a indisciplina esta relacionada a não cumprir
regras impostas pela a escola, já 30% das respondentes alegam que a indisciplina
relaciona-se com a falta de respeito, e 10% menciona como a falta de participação das
aulas.
Falta de participação
10% nas aulas
30% Falta de respeito
60%
Há respeito
mútuo entre
30% professor e
aluno
O aluno nem
70% respeita e
nem valoriza
o professor
Gráfico 3- Qual é a reação dos pais quando é chamado para tratar da questão da
indisciplina de seus filhos
Colocam a culpa no
professor
10%
30%
Reagem de forma
indiferente sem saber
60% como proceder
São omissos não
comparecendo a
escola
10%
A falta de
20% imposição de
regras
70%
Desinteresse dos
alunos
Conversar,chamar
10%
a direção
30%
Conversar,chamar
os pais
Conversar com os
60% alunos, buscar
entendimento
20%
Sim
Não
80%
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A indisciplina na educação infantil é um tema que vem sendo discutido na
sociedade de forma cotidiana entre todos os envolvidos no processo educacional,
considerando que a indisciplina é um fator muito complexo, e se tornou a causa de
tantas adversidades na escola como também fora dela, pode-se falar que é um problema
social, já que abrange toda a comunidade.
O papel da família nesta fase é de grande importância, sendo os pais os maiores
responsáveis pela educação dos filhos, se o aluno vai bem ou não na escola o motivo
está na relação que este tem com a família, sobretudo se esta, que deveria ensinar-lhe
desde cedo a ter respeito pelo outro, incentiva-o a levar as suas ações conforme sua
vontade, sem considerar regras nem deveres estabelecidos, muitas vezes as crianças não
têm uma boa base familiar e isso acaba prejudicado o seu desenvolvimento no ambiente
escolar.
É necessário que haja uma parceria entre escola e família, de um lado a família
dar amor, carinho e principalmente limites, o amor da família não precisa esta
relacionado com a permissividade, e do outro lado temos a escola, que atualmente deve
cumprir sua função de instituição de educação dando-lhes conhecimentos teóricos e, ao
mesmo tempo, ficar atenta aos sinais de indisciplina para descobrir sua causa e se
possível, diminuir a frequência desta ação.
A relação família e escola devem andar juntas, visto que uma depende da outra,
trabalhando unidas será mais fácil construir soluções que possam contribuir para
amenizar ou resolver o problema da indisciplina não esquecendo que o aluno precisa ser
prioridade de todos.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Julio Groppa. A indisciplina e a escola atual. Ver. Fac. Educ., São Paulo,
v.24 n.2, 1998. Disponível em: <http://www.Scielo.b/scielo. php?
GENTILI, P. A indisciplina como aliada. Nova Escola. São Paulo, ed. 007, janeiro,
2002.
OLIVEIRA, Maria Izete. A indisciplina escolar: determinações, conseqüências e
ações. Brasília: líber livro, 2005.