Livro Linguagem e Comunicação
Livro Linguagem e Comunicação
Livro Linguagem e Comunicação
..................................................................................................
Coordenação Editorial
Kelly Cotosck e Barbara Monteiro G. de Campos
Autores
Maíra Moraes
Vera Bomfim
ISBN 978-85-64987-42-5
Sobre o Espro
O Espro – Ensino Social Profissionalizante – é uma organização sem
fins lucrativos, fundada em 1979 por iniciativa do Rotary Club, que atua na
capacitação profissional e inclusão de jovens no mundo do trabalho. Tem como
missão promover essa inclusão por meio de ações socioeducativas e, por
essência, viabilizar a transformação social não só dos jovens, mas também das
suas famílias e comunidades, que é o grande diferencial do Espro em relação às
outras entidades certificadoras no Programa de Aprendizagem.
O Jovem e o Espro
Acreditamos que a capacitação é o melhor caminho para transformar vidas
e que você, Jovem, é protagonista da sua história! Investir no desenvolvimento
das suas competências, habilidades, valores e atitudes será o grande diferencial
na sua evolução profissional e pessoal.
Conte Conosco!
Equipe Espro
Sumário
Capítulo 1 ........................................................................... 06
Capítulo 2 ........................................................................... 26
Capítulo 3 ........................................................................... 40
Capítulo 4 ........................................................................... 56
Capítulo 5 ........................................................................... 72
Capítulo 6 ........................................................................... 90
Capítulo 7 ........................................................................... 106
Capítulo 8 ........................................................................... 120
Capítulo 9 ........................................................................... 138
Capítulo 10 ......................................................................... 150
1
Linguagens e Comunicação
7
Linguagem, língua e variação linguística
objetivos do capítulo
8
1
1. Linguagem, língua e variação linguística
Capítulo 1
1.1 LÍNGUA E LINGUAGEM
9
Linguagem, língua e variação linguística
10
Figura 1.2: Países onde a língua oficial é o português
Capítulo 1
PORTUGAL
cabo-verde
Guiné-bissau
moçambique Angola
Brasil
11
Linguagem, língua e variação linguística
12
••
Capítulo 1
variações geográficas: são as variações decorrentes das diferenças
regionais. Um exemplo desse tipo de variação é a palavra mandioca, que
recebe outras denominações, como macaxeira, aipim, castelinha e uaipi.
Nesse tipo também se incluem os sotaques, que você estudará adiante;
Figura 1.3: Uso do internetês Veja a Figura 1.3 e pense sobre o uso do
no meio virtual
internetês. Se você já leu ou escreveu uma
mensagem como essa, certamente sabe o
Vc sabe o q que é o internetês, a linguagem simplificada
eh internetês?
Naum? Entaum surgida lá nos anos 1990, no ambiente da
tá na hra de
aprender + sobre internet. No internetês, palavras são abrevia-
esse assunto!
das, letras e sílabas eliminadas e até a acen-
tuação gráfica de palavras pode ser descon-
siderada. Tais procedimentos servem para
deixar a comunicação mais dinâmica e rápi-
da, além de mais aproximada da conversa-
ção oral. Veja algumas formas utilizadas nos
Fonte: Bomfim (2018). textos das redes sociais.
13
Linguagem, língua e variação linguística
Quadro 1.1: Exemplos de internetês
// Blz (beleza)
//
14
Capítulo 1
Figura 1.4: Os desafios do internetês na comunicação
Pictorama (2018).
15
Linguagem, língua e variação linguística
Pictorama (2018).
16
Capítulo 1
o interlocutor possibilita ao falante adequar sua linguagem, evitando
problemas na comunicação, como visto na Figura 1.4;
•• contexto: grande parte do sucesso de uma comunicação entre
pessoas depende do conhecimento do ambiente – o contexto – em
que ocorre a interlocução. Em um ambiente de trabalho, costuma-se
usar a língua com um nível maior de formalidade, enquanto em uma
partida de futebol a conversa se caracteriza pela informalidade;
•• assunto: a escolha do tipo de linguagem mais ou menos formal tem
relação direta com o assunto a ser abordado. Uma carta de inscrição
para um congresso no meio acadêmico certamente terá linguagem
mais formal do que a de um convite para um chá de bebê;
•• intencionalidade discursiva (efeito pretendido): todo texto, oral
ou escrito, é produto da intenção de seu autor. Não existe texto
despretensioso, sem objetivo, ainda que apreender a intenção exija
uma leitura mais atenta e aprofundada. A intencionalidade do autor
definirá o grau de formalidade do texto.
2
2. Comunicação formal e informal
17
Linguagem, língua e variação linguística
3
3. Regionalismo
18
Figura 1.6: Variações geográficas da língua portuguesa
Capítulo 1
Fonte: Bomfim, adaptado de UFRN (2018).
19
Linguagem, língua e variação linguística
3.1 ESTRANGEIRISMO
20
É fato que termos em inglês inva- e política dos Estados Unidos sobre ou-
Capítulo 1
diram o cotidiano do brasileiro, que tros países. Argumenta-se, ainda, que
passeia no shopping, usa o serviço de muitos estrangeirismos se incorpora-
delivery (entrega em domicílio) e leva o ram ao português devido aos avanços
filho para brincar no play. Muitos desses da tecnologia. Observa-se, no entan-
termos têm equivalentes no português, to, que o mouse, como se denomina o
como show, cuja palavra portuguesa periférico de computador no Brasil, em
espetáculo nem sempre é apreciada Portugal é conhecido como rato.
pelo marketing. Nesse aspecto, merece destaque a
Mas por que isso ocorre? introdução de vocabulário técnico oriun-
Para muitos, o fenômeno da inva- do de outras línguas a partir da década
são do inglês decorre do processo de de 1990, com o crescimento da internet.
globalização; para outros, é fruto do Nessa época, o termo startup populari-
imperialismo norte-americano, expres- zou-se e, com ele, um numeroso voca-
são que se refere ao comportamento bulário em inglês. Somente citando al-
autoritário de influência militar, cultural guns termos iniciados pela letra B:
21
4
4. Os vícios de linguagem
Linguagem, língua e variação linguística
22
••
Capítulo 1
cacófato: caracteriza-se pelo encontro ou repetição de fonemas ou
sílabas que produzem um som desagradável;
Senhor Pedro,
O João telefonou dizendo que não
vem trabalhar porque vai levar
sua mãe ao médico.
Luís
23
Linguagem, língua e variação linguística
Senhor Pedro,
O João telefonou dizendo que não
vem trabalhar. Ele precisará levar
a mãe ao médico.
Luís
24
Em resumo...
Delivery
26
2
Linguagens e Comunicação
Língua e discurso
Você já parou para pensar que, dependendo da sua intenção, o seu
modo de falar muda? Já reparou que discursos podem provocar em você
diversos sentimentos como indignação, comoção ou engajamento? Neste
capítulo, conceituaremos discurso e vamos analisar suas condições
de produção. A intencionalidade discursiva ganhará destaque, ou seja,
você verá que todo discurso tem origem no objetivo comunicacional de
um falante.
Além disso, você conhecerá as características formais e a função
dos tipos e gêneros textuais mais utilizados na comunicação oral e
escrita. Em seguida, fechando o capítulo, o estudo dos gêneros literários
possibilitará que você tenha contato com textos literários e suas marcas,
em um percurso que certamente provocará o prazer da leitura.
objetivos do capítulo
27
1
1. Discurso e suas condições de produção
língua e discurso
e recepção
Joana,
Você acha possível ter força de vontade para se afastar do café e
acelerar a produção do relatório sobre a produção de seu setor?
Estou reavaliando sua atuação na empresa.
Paulo
28
Capítulo 2
Passada a surpresa quanto ao conteúdo do texto, Joana reflete e
responde com o seguinte e-mail:
Caro Paulo,
Obrigada por sua mensagem.
Refleti bastante sobre o teor de seu e-mail e senti que meu trabalho
não está sendo reconhecido. Tenho ciência do prazo estabelecido
para a entrega do relatório, e estou empenhada em cumpri-lo.
Caso haja preocupação quanto ao cumprimento de prazos, coloco-
me à disposição para conversar a respeito dos progressos de meu
trabalho e o andamento da tarefa.
Atenciosamente, Joana
29
Algumas formas discursivas distintas foram consolidadas ao longo
língua e discurso
do tempo.
2
2. Gêneros textuais e suas particularidades de uso
Existem diversos gêneros textuais, como o literário e o de propagandas.
Antes de abordá-los, porém, você vai entender a diferença entre os tipos
e gêneros textuais.
30
Para entender melhor a diferença, leia o quadro a seguir, que apresenta
Capítulo 2
a relação entre tipos textuais, função e gêneros textuais.
>
TIPO FUNÇÃO GÊNEROS TEXTUAIS
Cardápio, folheto turístico,
Transmitir impressões sobre
DESCRITIVO seres, lugares e espaços.
propaganda, anúncio classificado,
anúncio publicitário etc.
Manual de instrução,
Descrever processos.
regulamento, bulas, regimento,
INJUNTIVO Propor ações.
Saber fazer.
receitas, regras de jogo,
procedimento etc.
31
língua e discurso
32
Capítulo 2
A piada ou anedota é um gênero textual que se enquadra no tipo narrativo,
caracterizando-se pelo humor decorrente de um enredo geralmente curto, com
linguagem coloquial e exploração de duplo sentido de palavras. No caso da piada,
o presidente utilizou a forma verbal trabalham com um sentido, mas o empregado
entendeu de outra forma, gerando o humor.
33
3
3.Gêneros literários e suas particularidades de uso
língua e discurso
•• lírico;
•• épico;
•• dramático.
34
Capítulo 2
3.1 GÊNERO LÍRICO
35
©Shutterstock
língua e discurso
36
Capítulo 2
3.3. GÊNERO DRAMÁTICO
©Shutterstock
As características do texto dramático são listadas:
37
língua e discurso
38
Em resumo...
Capítulo 2
Discurso pode ser qualquer tipo de
comunicação oral ou escrita que en-
volve três elementos essenciais: emis-
são, recepção e compreensão.
relativos a
campos do
conhecimento
marcados pela
Para que a mensagem transmitida dimensão histórica
FN
O gênero textual é escolhido por
você de acordo com o contexto cultu-
ral em que será inserido e com a sua
O tipo textual é definido a partir da função comunicativa.
finalidade do seu texto.
LÍRICO
DRAMÁTICO
39
Empreendedoorismo
3
Linguagens e Comunicação
Capítulo 3
A importância da leitura
A leitura está presente em diversos lugares e momentos do seu dia. O
nome da rua, a mensagem instantânea no aplicativo, as sinalizações nas
ruas, a postagem dos amigos e das amigas nas redes sociais, todo o seu
dia a dia é feito de práticas de leitura. Ler é interpretar, extrair significados.
Por isso, você lê mais do que aquilo que está limitado ao significado das
palavras, frases e textos. Você lê imagens, sons e sensações.
Neste capítulo, buscou-se avançar na compreensão de que a lei-
tura é uma competência essencial no mundo contemporâneo e que
desenvolvê-la pode ser um grande diferencial na realização dos seus ob-
jetivos pessoais e profissionais.
Você verá a importância da leitura nos meios social e corporativo
e como sua experiência também contribui para a sua formação como
leitor ao desenvolver o raciocínio, o senso crítico e a capacidade de
interpretação de documentos empresariais. Fique atento às estratégias
e dicas de leitura instrumental, uma técnica de leitura cujo objetivo é
fazer compreender o que está escrito no texto, encontrando pistas como
palavras-chave, imagens, linguagem e os outros recursos presentes.
objetivos do capítulo
Neste capítulo, você irá:
compreender que a leitura e a interpretação de textos são compe-
tências essenciais no mundo contemporâneo, seja nas experiências
presenciais ou virtuais;
conhecer o conceito de analfabetismo funcional e de que forma o mundo
do trabalho contribui para o desenvolvimento da competência leitora;
conhecer as estratégias e práticas de leitura que podem ser utilizadas
em diversas situações profissionais e pessoais.
41
1
1. Ler é estar no mundo
A IMPORTANCIA DA LEITURA
42
22. O analfabetismo funcional e o mundo do trabalho
Capítulo 3
Algumas pessoas reconhecem um A experiência no mundo do trabalho
texto, leem, mas não compreendem. Esse pode melhorar sua relação com a
fenômeno é chamado de analfabetismo leitura e ampliar sua capacidade
funcional, que é incapacidade de pes- de interpretação de dados, o que,
soas já alfabetizadas compreenderem consequentemente, amplia também sua
e interpretarem textos simples, frases, competência de produzir conteúdos em
sentenças ou números. Ou seja, apesar diversos formatos, inclusive oral, nas
de reconhecerem o alfabeto e as pon- conversas diárias com seus colegas
tuações, não desenvolveram habilida- e familiares.
des de interpretação de textos. Isso traz Em que situações você precisou
obstáculos para suas conquistas inte- realizar a leitura e interpretação de
lectuais e sociais, tornando mais difícil o informações para o desempenho do
alcance de seus objetivos tanto pessoais seu trabalho?
quanto profissionais.
3
3. A importância da leitura nos meios social e corporativo
Se a leitura é a forma como você se inteirado dos fatos do dia por meio
interpreta pessoalmente um conjunto da leitura.
de informações, é por meio desta ação Se você ainda tem dúvidas sobre a
que você se localiza e age no mundo. importância de ser um bom leitor, então
Quando você acorda e confere a pense no ambiente de trabalho, onde
hora, está em um processo de leitura e saber ler (e ler muito bem) é uma com-
interpretação. O mesmo ocorre quando petência valorizada. A vida corporativa
lê os letreiros na estação de metrô e no é mediada por textos/arquivos que se
ônibus ou quando passa pelas bancas apresentam em formas e linguagens di-
de jornal e identifica as principais no- versas e que são produzidos com o ob-
tícias. Só nesse trajeto é provável que jetivo de compartilhar informações com
você já tenha acessado as mensagens colaboradores da empresa, clientes e
que foram enviadas pelos seus colegas demais públicos de interesse, conforme
em aplicativos ou nas redes sociais e a Figura 3.1.
43
A IMPORTANCIA DA LEITURA
Figura 3.1: Os diferentes tipos de documentos corporativos
Arquivo Impresso
Impresso Digital
Digital
Arquivo
<
Documentos
DOCUMENTOS Formato
Formato TextoI
Texto magem
Imagem Som
Som Video
Vídeo
Coorporativos
CORPORATIVOS
Linguagem
Linguagem Formal
Formal Informal
Informal
3.1 ARQUIVOS
44
Capítulo 3
3.2 FORMATOS
3.3 LINGUAGEM
45
Quadro 3.1: Documentos empresariais
47
4
A IMPORTANCIA DA LEITURA
1 Liste pelo menos três opções de leitura que mais lhe agradam.
Pense em gêneros literários (romance, ficção, comédia) e assun-
tos diversos.
2 Com base nessa lista, selecione os textos que você lerá. Além de ser
sincero, seja também crítico. Preocupe-se também com a qualidade
e credibilidade da fonte de informação escolhida.
3 Escolha um local para você fazer o seu ritual de leitura. Pode ser um
espaço na casa, no transporte público, em um parque público.
4 Mantenha a concentração na leitura. Se no começo forem apenas
dez minutos, esforce-se para nas próximas semanas aumentar para
quinze e assim por diante.
5 Estabeleça uma rotina. Quantas vezes por dia ou por semana você
se dedicará ao exercício da leitura? Com o tempo, tente aumentar
a frequência.
48
Capítulo 3
//Inferência > processo pelo qual se chega, por meio de determinados
dados, a alguma conclusão. É uma avaliação mental que relaciona
dados abstratos para se chegar a alguma conclusão. Os filmes de
investigação, como o do personagem Sherlock Holmes, são um bom
material para se compreender na prática o processo de inferência.
Juntando informações e fatos, o detetive chega à solução do crime.
#PRECONCEITONÃO!
todos e tod
as
contra o
racismo
49
A IMPORTANCIA DA LEITURA
50
Capítulo 3
Todo esse movimento feito em uma leitura, indo e vindo, inferindo e
desvendando é automático e quase inconsciente. Toda a informação que
se acessou foi a partir de contatos e experiências anteriores com outros
textos similares.
Se você conseguiu ler as palavras é porque em algum momento de
sua vida você foi alfabetizado na língua portuguesa. A todo momento
você buscou elementos do seu conhecimento de mundo, buscou
informações que não estão no texto, mas que são compreendidas por
suas competências.
A leitura é um processo complexo, mas você está preparado para arti-
cular diferentes tipos de informação e trabalhar com eles simultaneamente.
51
A IMPORTANCIA DA LEITURA
Para: você@aprendizlegal.com.br
De: [email protected]
Enviado: 14:16
Boa tarde.
Amanhã, às 15h, faremos uma apresentação sobre o programa para a diretoria.
Por favor, prepare um resumo com os principais destaques do texto abaixo:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5598.htm
Qualquer dúvida, me avise para que eu possa ajudá-lo.
Marcelo L.
Analista do Programa Aprendiz
Antes mesmo de ler a mensagem, você identifica que foi enviada por
um profissional da área de Recursos Humanos, pois você lembra que nas
empresas é comum utilizar a abreviação RH para a área.
52
Capítulo 3
Ao ler o texto, observe que há um link. Antes de clicar e acessá-lo,
você observa as pistas que revelam o contexto da informação:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5598.htm
confirma que é
um decreto. agora sabe do que se
trata o documento.
53
A IMPORTANCIA DA LEITURA
54
Em resumo...
56
56
Leitura e compreensão
Empreendedoorismo
de textos
4
Linguagens e Comunicação
objetivos do capítulo
57
1
1. Noções de texto
Leitura e compreensão de textos
É possível que você já tenha escutado ou lido frases como: “que texto
interessante!”, “seu texto está confuso!”, “escreva um texto sobre seu
S
trabalho”. Muito se fala sobre texto, mas pouco se conhece sobre a noção
de texto e as condições de sua produção.
Texto é uma unidade de significação de qualquer extensão: pode ser
desde uma simples palavra até um conjunto de frases. O que o define não
é sua extensão, mas o fato de ele ser uma unidade de significação em
relação a determinada situação. É o lugar em que se faz o processo de
interação entre falante e ouvinte, autor e leitor.
Você está constantemente em contato com textos, inclusive nos
ambientes de trabalho. Provavelmente já deve ter lido, em suas atividades
profissionais, placas com variadas mensagens que, mesmo curtas,
atingem plenamente o objetivo de orientar empregados e visitantes em
uma empresa. São, portanto, textos, conforme os exemplos na Figura 4.1.
equipamentos de proteção.
58
Capítulo 4
Assim, se você se deparar com o segmento:
59
Leitura e compreensão de textos
2
2. Texto literário e não literário
60
Capítulo 4
São textos literários: poemas, romances, contos, novelas, lendas,
fábulas, crônicas, peças de teatro, letras de música etc.
O texto não literário, diferentemente, tem como principal objetivo
informar, explicar, ordernar e/ou convencer. Utiliza linguagem objetiva,
clara e referencial, já que o autor tem a intenção de falar objetivamente
sobre situações, fatos e informações relacionadas ao cotidiano concreto
dos indivíduos.
Os documentos escritos em empresas são exemplos de textos não
literários: e-mails, relatórios, memorandos, ofícios, artigos científicos,
manuais de instruções, dicionários, cartas comerciais etc.
Sintetizando as características do texto literário e não literário, tem-se:
61
3
3. Raciocínio lógico verbal
Leitura e compreensão de textos
62
Capítulo 4
Compare os enunciados 1 e 2.
4
4. Interpretação subjetiva e objetiva
63
Leitura e compreensão de textos
Figura 4.2: Compreensão e interpretação
s
Compreensão
Análise de dados concretos
do texto
Conclusões, inferências
s
Interpretação
Subjetividade do leitor
64
Capítulo 4
Os textos apresentam informações explícitas e
implícitas. As primeiras dizem respeito ao que o
autor expõe no próprio texto. Já as informações implícitas estão
subentendidas e, por isso, exigem uma leitura eficiente: a leitura
nas entrelinhas.
65
Leitura e compreensão de textos
s
s
66
5
5. A importância de conhecer o vocabulário
Capítulo 4
Imagine que você recebeu, no ambiente de trabalho, um e-mail com o
seguinte texto:
67
Leitura e compreensão de textos
68
6
6. As ideias-chave e as palavras-chave de um texto
Capítulo 4
Uma das habilidades exigidas do leitor é a capacidade de reconhecer
a ideia principal de um texto, ou seja, a ideia-chave. Os textos, em
sua maioria, apresentam várias ideias-chave que, juntas, sintetizam o
seu conteúdo.
Num texto em prosa, a unidade de composição é o parágrafo,
composto por um ou mais períodos, em que se desenvolve uma ideia
central a que se juntam ideias secundárias. O parágrafo facilita ao
escritor a tarefa de organizar as ideias principais de sua composição
textual. Assim, para compreender e interpretar um texto, é fundamental
depreender a ideia-chave e as ideias secundárias de um parágrafo.
Considere receber, na empresa em que trabalha, um texto sobre
compromisso no trabalho, do qual se extraiu o parágrafo abaixo:
69
Leitura e compreensão de textos
70
Em resumo...
5
Linguagens e Comunicação
Antes de seguir com a leitura deste capítulo, reflita: como será que
você, como falante da língua portuguesa, é capaz de distinguir uma
frase de um aglomerado de palavras? Toda palavra (ou conjunto de
palavras), para tornar-se uma frase, precisa atender à finalidade primeira
da comunicação: a produção de sentido. E quais são os mecanismos
utilizados na língua para que a produção de sentido se efetive?
Além de trazer essas questões, este capítulo convida também
à reflexão quanto à importância de estruturar o parágrafo de forma
adequada, de acordo com o modelo consagrado, de modo a garantir
clareza e concisão, qualidades essenciais ao texto. O capítulo analisa,
ainda, os elementos responsáveis pela construção da coesão e da
coerência textuais, fatores essenciais à legibilidade do texto.
objetivos do capítulo
Neste capítulo, você irá:
refletir sobre o uso da língua na escuta, na produção de textos orais, na
leitura e na produção de textos escritos, de modo a atender a múltiplas
demandas sociais, responder a diferentes propósitos comunicativos
e expressivos e considerar as diferentes condições da produção
do discurso;
estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições
ou substituições que contribuem para a sua continuidade;
reconhecer o efeito de sentido, decorrente da escolha de uma
determinada palavra ou expressão.
73
1
Instrumentos para a escrita
1. Noção de frase
1 Não vá embora!
2 Quanto trabalho...
3 Tenho muito a fazer hoje no trabalho.
4 Que bagunça!
Pode ainda ser formada por uma só palavra ou por várias, podendo ter
verbos ou não.
5 Atenção!
6 Que frio!
7 Por favor, silêncio!
8 Peço a todos que façam silêncio.
74
Capítulo 5
Observe que o exemplo 5 apresenta uma frase formada por uma
palavra, diferentemente de 6 e 7, em que duas ou mais palavras formam a
frase. Quando a frase não tem verbo, como ocorre nos exemplos 5, 6 e 7,
é chamada de frase nominal.
Nos exemplo 3 e 8, têm-se frases com verbo. A frase com verbo é
chamada de oração. Observe que toda oração é uma frase, mas nem toda
frase é uma oração. A frase define-se por seu propósito comunicativo,
ou seja, por transmitir um conteúdo satisfatório a uma situação
de comunicação.
Na língua falada, a frase é marcada por entonação específica, que
permite ao ouvinte perceber facilmente seu início e seu fim. Isso porque
as frases podem ser acompanhadas por gestos, expressões do rosto, do
olhar, além de participarem de um contexto que facilita a compreensão
do sentido.
75
Instrumentos para a escrita
Figura 5.1: Sinais de pontuação na definição de entonações na língua escrita
Como se vê, cada frase transmite uma ideia diferente, embora todas
elas sejam formadas pelas mesmas palavras.
76
Capítulo 5
//Legibilidade > qualidade que determina a facilidade de leitura de
um texto.
77
“A qualificação
e a capacitação
tornaram-se requisitos
essenciais para
Informa ou declara algo. Pode qualquer tipo de
emprego, além da
DECLATRATIVa ser afirmativa ou negativa. Costuma busca por excelência,
conhecimento e
ser utilizada em textos científicos e habilidades adequadas
em documentos. ao trabalho”.
Pe rgunta a fim
“Onde posso
Interrogativa de obter informação. encontrar a relação
direta de fornecedores?”
Dividida em interrogação
direta ou indireta.
indireta
“Preciso saber onde
encontrar a relação
de fornecedores”.
“Não dê
informações
Ordem, pedido ou conselho. Frequentemente sigilosas a
Imperativa estranhos”.
utilizada em propagandas, com a finalidade de
influenciar o leitor.
2
2. Paragrafação
Você sabe que escrever faz parte da rotina de trabalho das pessoas.
De e-mails a cartas, de atas a relatórios, produzir textos é um desafio a
ser vencido com organização e objetividade. Para construir textos, você
precisa encadear ideias de forma coerente, procedimento muito facilitado
pela estruturação do texto em parágrafos. Um texto sem parágrafos
torna-se confuso, desorganizado e cansativo de ler.
79
Instrumentos para a escrita
80
Capítulo 5
A estrutura do parágrafo padrão sofre alterações de acordo com o
objetivo do texto escrito. O fundamental é perceber que a divisão do texto
em parágrafos facilita, para quem escreve, a estruturação coerente do
texto e, para o leitor, a compreensão do texto. Observe um exemplo de
parágrafo padrão.
81
3
3. Coesão e coerência textuais
Instrumentos para a escrita
3.1 CONCEITUAÇÃO
82
Capítulo 5
Observe que a palavra startup foi repetida em todas as frases.
No entanto, isso não garante coerência, pois o leitor não consegue
estabelecer sentido a esse grupo de frases. No caso, não se tem um
texto, apesar do uso do mecanismo da repetição de palavra.
83
Instrumentos para a escrita
84
Capítulo 5
//Balancete > levantamento da contabilidade de uma empresa, relativo
a período inferior a um ano.
85
Instrumentos para a escrita
•1 •No segundo período do texto, o termo elas (pronome pessoal reto) faz
referência a pequenas empresas, concordando em gênero (feminino) e
número (plural).
••
2 Nesse mesmo período, o artigo definido o refere-se à palavra setor, com
a qual concorda em gênero (masculino) e em número (singular).
••
3 Ainda no segundo período, a expressão sua existência faz referência
ao tempo de funcionamento das startups.
••
4 No último período, o termo assim introduz um segmento conclusivo em
relação às ideias expostas anteriormente.
••
5 Finalmente, a expressão essas empresas retoma, por substituição, o
termo pequenas empresas.
86
Capítulo 5
Textos como bilhetes, e-mails, relatórios, avisos, atestados,
memorandos e comunicações internas, entre outros, são formas
específicas de textos usados no trabalho. Observe um exemplo de
memorando apresentado no Manual de Redação da Presidência da
República do Brasil.
Mem. 118/DJ
Em 12 de abril de 1991
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a vossa senhoria verificar
a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste
Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que
o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto aos
programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos e outro
gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção
de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu
acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento
ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma
melhoria na qualidade dos serviços prestados.
Atenciosamente,
[Nome do signatário]
[Cargo do signatário]
87
Instrumentos para a escrita
88
Em resumo...
90
6
Linguagens e Comunicação
objetivos do capítulo
92
Capítulo 6
1.1 SINAIS DE PONTUAÇÃO QUE INDICAM PAUSA
João,
Atenciosamente,
Pedro
93
Elementos básicos para a escrita
94
Capítulo 6
1.2 SINAIS DE PONTUAÇÃO QUE INDICAM A ENTONAÇÃO DA FRASE
95
2
2. Acentuação
Elementos básicos para a escrita
96
Quadro 6.2: Regras de acentuação da língua portuguesa do Brasil
Capítulo 6
Caso Quando acentuar Observações
Proparoxítonas: SEMPRE
ônibus, lúcido, sólido
lâmpada, cômodo
Acento nos verbos Na terceira pessoa do Ele: tem, vem, detém, intervém.
ter, vir e derivações plural recebem acento Eles: têm, vêm, detêm, intervêm.
diferencial circunflexo.
97
Elementos básicos para a escrita
ATENÇÃO!
3
3. O fenômeno da crase
98
Capítulo 6
A Comparecerá às reuniões: fusão da preposição a, exigida pelo
verbo comparecer, e o artigo definido as, que antecede reuniões,
substantivo feminino.
99
••
Elementos básicos para a escrita
4
4. Concordâncias nominal e verbal
100
Capítulo 6
Na modalidade padrão da língua portuguesa, as relações de
concordância verbal e concordância nominal são formalmente marcadas,
o que nem sempre ocorre na modalidade coloquial da língua.
101
Quadro 6.3: Dúvidas sobre concordância nominal
Elementos básicos para a escrita
102
Capítulo 6
Expressão numérica de ...poderá concordar com Vinte e dois por cento dos
porcentagem o numeral ou com o colaboradores não foram ao
substantivo. treinamento.
Um por cento dos colaboradores ...concorda com o Cerca de quinhentos
não foi/foram ao treinamento. substantivo que segue a colaboradores participaram
Expressão indicativa de expressão. do treinamento./Mais de um
quantidade aproximada seguida colaborador participou do
de numeral treinamento.
Pronome de tratamento ...vai para a terceira pessoa Esperamos que vossas
do singular ou plural, senhorias entendam
dependendo do número do os motivos de nossa
pronome. reivindicação.
Substantivo próprio de forma ...concorda no singular, Minas Gerais é um estado
plural se o substantivo não brasileiro.
vier antecedido por Os Estados Unidos situam-se
determinante; com na América do Norte.
determinante, vai para
o plural.
Verbo na voz passiva com se ...concorda com o sujeito. Alugam-se computadores.
Conserta-se computador
Verbo haver indicando tempo ou ...permanece na terceira Há muitas maneiras de
com sentido de existir pessoa do singular. se crescer no trabalho./
Houve dúvidas durante o
treinamento./Pode haver
perguntas na reunião.
Verbo fazer indicando tempo ...permanece no singular. Faz dez meses que começou
o curso.
Verbo ser indicando tempo ...concorda com o numeral. São três horas da tarde./
Já é uma hora./Hoje são
dezesseis de março./Hoje é
dia dezesseis de março.
5
5. Parônimo e homônimo
A grafia de algumas palavras pode causar dificuldades à clareza de um
texto. É o caso dos parônimos e homônimos. É preciso ter muita atenção
a esses pares de palavras!
Parônimos são palavras que têm grafia e pronúncia parecidas,
embora apresentem significados diferentes, o que muitas vezes provoca
incoerências no texto.
103
Elementos básicos para a escrita
104
Em resumo...
:;!
Pontuação, acentuação e concor-
dância são aspectos essenciais para um
bom texto.
lorem
ipsum
Saber diferenciar os significados das
palavras ajuda a produzir bons textos.
os processos
Empreendedoorismo
da comunicação
106
7
Linguagens e Comunicação
Os processos de comunicação
Imagine dois momentos do seu dia a dia. Em um você está escrevendo
e enviando uma mensagem pelo aplicativo do seu celular. No outro você
vê de longe um grupo conversando na fila de um supermercado. O que
cada um desses momentos tem em comum?
Em primeiro lugar, eles estão inseridos em um contexto social e
comunicacional. É possível afirmar também que os dois possuem
os mesmos elementos para que haja comunicação, isto é, troca de
informações e interpretação das mesmas, seja presencialmente ou a
distância, verbal ou não verbal.
Neste capítulo você irá conhecer melhor esses elementos, identificados
como emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto.
Mas é importante estar atento ao fato de que nem sempre a troca
de mensagens é bem-sucedida. Por isso, você irá refletir ainda sobre
as barreiras que podem afetar a compreensão da mensagem e como o
feedback contribui para o diálogo entre os envolvidos numa conversação.
objetivos do capítulo
Neste capítulo você irá:
conhecer as características e os códigos das comunicações verbal e
não verbal;
entender os elementos de comunicação e de que forma podem ser
identificados nas dimensões profissional e pessoal;
identificar barreiras de comunicação presentes no dia a dia;
compreender o conceito de feedback como meio de informar ao
emissor como foi a recepção da mensagem.
107
1
1. Elementos da comunicação
os processos da comunicação
108
Capítulo 7
Atas são documentos formais em que são registradas
opiniões e decisões tomadas em uma reunião. A
ata é uma fonte de informação escrita importante para que os
profissionais executem suas atividades em alinhamento com os
objetivos do negócio.
Na elaboração desse tipo de documento, recomenda-se incluir a
natureza da reunião, o nome dos participantes, a duração do en-
contro, a pauta a ser discutida, a descrição das decisões tomadas,
além de um plano de ação ou próximos passos para a equipe.
109
os processos da comunicação
2
2. Elementos da comunicação: emissor, receptor,
mensagem, código, canal e contexto
O processo comunicacional, seja ele verbal ou não verbal, faz parte de
um contexto social. Isso significa que você está sempre estabelecendo
conexões, diálogos com o outro, por meio de mensagens a serem
transmitidas e objetivos a serem alcançados. Para o estabelecimento
desse diálogo, alguns elementos são necessários, tais como: emissor,
receptor, mensagem, código, canal e contexto.
Mas o que são esses elementos? Observe a Figura 7.1. Ela descreve
outra situação hipotética que pode contribuir significativamente para a
compreensão dos elementos da comunicação.
Rodrigo:
amiiiigaaaaa!!! vc vai no cine Marcela:
hj mesmo?
111
os processos da comunicação
Rodrigo:
Sete e meia.
tá preparada para o drama? Marcela:
drama? sério?
Marcela:
vou só pq é vc...
Rodrigo:
best friend forever!!
112
Quadro 7.1: Elementos da comunicação no diálogo entre Rodrigo e Marcela
Capítulo 7
Quem emite a mensagem, produz Rodrigo e Marcela enviam mensagens um
Emissor o texto, comunica, expressa seu para o outro e dessa forma ambos são
sentimento de forma escrita, emissores.
verbal ou não verbal.
A mensagem é emitida para Quando Rodrigo envia um texto para Marcela,
Receptor alguém ou para um grupo, ela é a receptora. Quando Marcela emite a
também chamado de interlocutor mensagem, Rodrigo é o receptor.
ou ouvinte.
A mensagem é o conjunto de No caso analisado, consiste no próprio texto
Mensagem informações transmitidas pelo junto com os emojis enviados.
emissor.
Consiste em elementos e regras O código mais utilizado nas mensagens
Código comuns tanto ao emissor quanto instantâneas é a língua portuguesa. Mas
ao receptor e contribui para a no contexto focado, os amigos também
interpretação da mensagem. compartilham outros códigos como
abreviações (“pq”, “vc”, “hj”, “cine”), língua
inglesa (best friend forever) e emojis.
Por onde a mensagem é Rodrigo e Marcela trocam mensagens
Canal transmitida, isto é, o meio de por meio de um aplicativo de mensagens
distribuição da informação. instantâneas, sendo este o canal utilizado
para a comunicação entre ambos.
Situação que envolve emissor e Os amigos trocam mensagens para
Contexto receptor, chamada também de confirmarem um encontro no cinema. Com
referente. a mensagem enviada a Marcela, Rodrigo
busca confirmar se ela o acompanhará em
uma sessão. Marcela, por sua vez, informa
que não gosta do gênero drama, mas que
acompanhará o amigo pela amizade.
113
os processos da comunicação
3
3. Barreiras na comunicação
114
Capítulo 7
Imagine que a troca de mensagens entre Rodrigo e Marcela fosse
realizada por áudio e que o ambiente de gravação da mensagem de
Rodrigo tivesse tantos ruídos (de carros na rua, de pessoas falando) que
impossibilitassem Marcela de compreender a mensagem. Encontra-se
aqui um exemplo de barreira de ordem técnica.
As barreiras organizacionais, por sua vez, referem-se às redes
disponíveis para a emissão da mensagem. Uma empresa pode ter canais
digitais e analógicos, e cada um deles exige um tipo de linguagem para
que haja fluidez e eficácia na transmissão do conteúdo. Mensagens de
texto em aplicativos de celular, por exemplo, devem ser curtas e objetivas
sob o risco de não serem completamente lidas.
Já no campo da semântica, as barreiras referem-se ao significado das
palavras, frases e textos de uma língua. Na comunicação pessoal e também
na organizacional é necessário que a língua e o vocabulário utilizados
sejam adequados e compreensíveis ao interlocutor. Observe um exemplo
de diálogo entre dois profissionais que trabalham na mesma empresa.
situação 1
Mande uma mensagem
ASAP para o CFO e
avise que precisamos de ?????
budget para conversão
de lead.
s
situação 2
Mande uma mensagem
assim que você puder para o
diretor financeiro e avise que É pra já!
precisamos de orçamento
para a conversão de clientes
potenciais.
115
os processos da comunicação
//Algoritmo > pode ser entendido como uma receita, uma sequência
finita de instruções bem definidas, sendo a base de programação
em computadores. Todos os programas utilizados, desde o sistema
operacional até o editor de texto e jogos, são uma série de instruções
seguidas pela máquina.
116
Capítulo 7
Quando as pessoas se restringem a viver em contextos limitados,
não conhecendo e experimentando diferenças culturais e de opiniões,
reduzem seu repertório de conhecimentos construídos no contato com as
diferenças. Quando as trocas de informação são limitadas às “bolhas de
opinião”, a tendência é que o grupo compartilhe não apenas as mesmas
ideias, mas também os mesmos vocabulários.
A internet e as redes sociais deixam de ser uma barreira de
comunicação quando seus usuários buscam ler e escutar opiniões
distintas, que além de enriquecer o discurso, desafiam o indivíduo ao
aprendizado e elaboração de novos conceitos cotidianamente.
4
4. Feedback na comunicação
117
os processos da comunicação
Figura 7.4: Feedback – troca de informações
Vocês
receberam o
recado que
mandei ontem?
118
Em resumo...
120
120
Comunicação
Empreendedoorismo
Empresarial
8
Linguagens e Comunicação
Capítulo 8
Comunicação empresarial
Quando você vai ao mercado em busca de um produto, consegue
imaginar quantas ações de comunicação foram realizadas para que ele
fosse visto naquela prateleira? Quantas pessoas dentro da empresa e
fora dela participaram desse processo?
Neste capítulo, você vai conhecer a dimensão da comunicação
empresarial e como suas técnicas são implementadas tanto na construção
da imagem de um produto ou serviço quanto no dia a dia da organização.
Para trilhar esse caminho, temas como comunicação na empresa,
fluxo de comunicação, atendimento ao público e comunicação formal e
informal serão apresentados e discutidos por meio de exemplos práticos
e comuns em empresas de diversos setores.
objetivos do capítulo
Neste capítulo, você irá:
entender como ocorre a comunicação nas empresas;
compreender o conceito de comunicação empresarial e como seus
métodos e técnicas são implementados no contexto organizacional;
identificar os tipos de fluxos de comunicação em uma empresa;
conhecer os diversos canais de comunicação internos e externos à
empresa e como eles são utilizados para o atendimento ao público;
diferenciar comunicação formal e informal nas empresas.
121
1
1. Comunicação na empresa
Comunicação Empresarial
122
Capítulo 8
//Release > conjunto de informações elaborado por uma empresa para
ser distribuído por assessores de imprensa a veículos de comunicação.
Tem o objetivo de divulgar os dados específicos de lançamentos ou
outros acontecimentos, facilitando o trabalho jornalístico e dando
visibilidade a produtos ou marcas.
1 2 3 4 5
Envio de
Publicação de Distribuição de Veiculação de
informações
informações Realização brindes. anúncios em
para imprensa.
em sites e de eventos. mídias on-line e
blogs. off-line.
123
2
2. Fluxos de comunicação
Comunicação Empresarial
~
Dados informação conhecimento
Fonte: Moraes (2018).
124
Capítulo 8
Nesse sentido, deve-se desenvolver canais adequados para a distribui-
ção da informação, além de contar com profissionais comprometidos com a
produção e o compartilhamento da informação, de acordo com o fluxo definido
pela empresa.
Os fluxos, isto é, as direções em que a informação flui, são definidos
pelos gestores de acordo com o perfil do negócio, podendo ser:
ascendente, descendente, horizontal, transversal e circular.
Veja, a seguir, cada um desses fluxos.
125
Comunicação Empresarial
126
Capítulo 8
2.3 FLUXO DE COMUNICAÇÃO HORIZONTAL
127
Comunicação Empresarial
128
3
3. Canais de comunicação
Capítulo 8
Qualquer mensagem, para chegar ao seu destinatário, depende de
um canal de distribuição. Inúmeros são os canais disponíveis para uso
da empresa e, com os avanços tecnológicos, novas possibilidades são
oferecidas com frequência.
A escolha do canal depende do perfil do público a ser atingido, que
também orientará a linguagem da mensagem, se formal ou informal.
Veja alguns canais que as empresas utilizam na comunicação com seus
colaboradores e suas características.
É o canal mais utilizado nas empresas Possibilitam a comunicação por voz entre
para a comunicação direta com seus pares da empresa ou pessoas externas,
colaboradores. Alguns deixaram de ser como clientes e fornecedores.
um quadro onde folhas são fixadas,
transformando-se em telas digitais.
129
NEWSLETTER POR E-MAIL E-MAIL
Comunicação Empresarial
INTRANET WebINAR
130
4 4. Atendimento ao público
De pequenas a grandes corporações, todas as empresas relacionam-se
com diversos públicos para a manutenção de seus negócios. Além de
seus colaboradores internos, empresas dialogam com fornecedores,
clientes, imprensa e comunidades onde atuam.
Para estabelecer a comunicação e o atendimento desses públicos,
diversos canais são criados. A Figura 8.5 explora alguns dos principais
canais de comunicação externa utilizados pelas empresas.
131
Comunicação Empresarial
Contatos
Estamos sempre aqui para ajudá-lo. Consulte as várias formas de falar conosco.
fale conosco
Poderá deixar aqui a sua sugestão, elogio ou reclamação.
s
reclamação
s
sugestão ou elogio
Partilhe as suas sugestões ou as Você tem alguma questão que
boas experiências. precisa ser resolvida?
Diga-nos como podemos
ajudá-lo.
2a a Domingo: 24h
132
Capítulo 8
A linguagem utilizada pela empresa também deve ser planejada
e refletir como ela quer ser percebida pelos seus clientes. Veja dois
exemplos de linguagem utilizada na comunicação por e-mail com clientes.
133
Comunicação Empresarial
134
5
5. Comunicação formal e informal
Capítulo 8
Partindo do conhecimento sobre os fluxos de comunicação, a relação
dos canais com o público-alvo e o correto atendimento ao cliente, é
possível perceber a diferenciação entre a comunicação formal e a informal.
A comunicação formal é a mensagem que flui por meio dos canais
de comunicação oficiais da empresa, sendo caracterizada principalmente
pelo fluxo descendente de comunicação.
Já a comunicação informal é aquela disseminada espontaneamente
por meio de uma rede não oficial.
Imagine que você tenha recebido esta mensagem de um colega
de trabalho:
Será que a informação está correta? Com base nessa mensagem você
deixaria de trabalhar na segunda-feira?
Esse é um exemplo de comunicação informal, pois não foi gerada a
partir de fonte oficial da empresa, tampouco disseminada em um canal
formal de comunicação interna dela.
No exemplo mencionado, antes de se programar, é melhor você
verificar se existe um comunicado oficial enviado por e-mail, publicado no
mural ou em outros canais oficiais da empresa.
135
Comunicação Empresarial
136
Em resumo...
9
Linguagens e Comunicação
objetivos do capítulo
139
1
1. Apresentações orais no ambiente empresarial
Práticas de comunicação presenciais
140
Capítulo 9
A lista de reuniões, objetivos e formatos de apresentações pode ser
extensa porque cada área da empresa, momento e gestor terão um perfil
próprio no uso desse recurso comunicacional.
Quantas apresentações você já assistiu (e quem sabe, realizou) durante
seus estudos e trabalho? É possível que tenha perdido a conta. Também
é possível que parte delas não tenha resultado em boas experiências,
tenha sido você um ouvinte ou o apresentador. Surge, então, a pergunta:
o que é preciso, para realizar uma apresentação com qualidade?
141
Figura 9.1: Pontos para refletir antes de uma apresentação
Práticas de comunicação presenciais
142
Figura 9.2: Passo a passo para planejar e executar uma apresentação
Capítulo 9
Pré-planejamento
planejamento
2 •
•
Construa o roteiro de sua apresentação: escreva seus argumentos, dê
exemplos com base nas informações coletadas no pré-planejamento;
Decida a melhor dinâmica. Considere a infraestrutura, o tempo e
também o formato de apresentação que deixa você mais à vontade.
s
Produção do material
4 • Treine sua apresentação. Você pode pedir a ajuda de amigos para que
eles assistam e proponham melhorias. Pode também gravar com um
celular ou webcam para assistir e registrar conteúdos e posturas que
você gostaria de melhorar;
• Se necessário, reveja o conteúdo e a ordem das informações;
• Faça a revisão ortográfica do material a ser utilizado.
s
apresentação
143
A Pitch
Práticas de comunicação presenciais
B TED Talks
O formato de 18 minutos de apresentação foi desenvolvido pela TED,
uma organização norte-americana sem fins lucrativos que se dedica à
divulgação de ideias. A instituição chegou a esse modelo com base em
estudos científicos indicando que o poder de concentração do cérebro
humano dura entre 10 e 18 minutos. Dessa forma, para a TED, esse é o
tempo adequado para que as pessoas mantenham a atenção no que está
sendo apresentado.
Há muitas palestras TED publicadas na internet. Assisti-las é um ótimo
caminho para aprender a técnica e também inspirar-se.
C Ignite Talks
Nessa dinâmica, o material visual é configurado para trocas automáticas
de slides, fazendo com que o apresentador mantenha o foco e controle
do conteúdo nos objetivos e conceitos principais da apresentação.
Nos eventos de Ignite Talks, utilizam-se 20 slides para a apresentação
do tema durante 5 minutos, isto é, para cada slide você tem 15 segundos
de fala antes da transição automática.
Sugerem-se duas estratégias para que sua apresentação fique ainda
mais interessante.
144
Capítulo 9
11 Usar a regra 10, 20, 30
Os estudos de Guy Kawasaki (2016) sobre apresentações de sucesso
são conhecidos mundialmente. Buscando simplificar seus resultados ele
criou a regra 10, 20, 30:
•• utilize 10 slides para uma apresentação de 20 minutos tendo o número
30 como tamanho de fonte;
•• estruture a sua apresentação para que o público preste atenção em
você, e não na quantidade de informações presentes nos slides;
•• tenha slides e outros recursos apenas como apoio visual para que
você apresente suas ideias, e não descrições detalhadas sobre o
assunto.
22 Contar histórias
Contar histórias tem sido uma estratégia cada vez mais utilizada
durante as apresentações. Quem usa esse recurso busca humanizar
a comunicação, construindo identificação entre o público ouvinte e os
objetivos. Por que você está realizando a apresentação? Como começou
um projeto? Qual é sua inspiração para superar o desafio? Quais erros
você cometeu e como eles lhe ajudaram a avançar? As pessoas gostam
de ouvir histórias reais, então seja sincero com o seu público.
Recurso O que é?
Apresentações Uma das melhores alternativas on-line para elaboração de apresentações.
do Google Fácil de ser usada em qualquer dispositivo (desktop, mobile, tablet),
possibilita edição colaborativa, isto é, vários usuários com permissão de
alteração em um documento. Tudo é salvo e registrado automaticamente,
sendo possível acessar a apresentação de diferentes locais.
145
Práticas de comunicação presenciais
PowerPoint O software mais conhecido para criação de apresentações. É fácil de ser
utilizado e oferece diversas opções de templates prontos. Ao optar por
esse recurso, é sempre recomendável realizar testes depois de salvar o
arquivo, principalmente havendo áudio, vídeo e fontes especiais.
Impress Alternativa gratuita ao PowerPoint, integrante do LibreOffice, pacote de
escritório livre e gratuito para o sistema operacional Linux.
Keynote Similar ao PowerPoint, este recurso é exclusivo para usuários da Apple.
Seu diferencial está na compatibilidade com iPads e iPhones, permitindo a
transição dos slides remotamente.
Prezi Recurso com grande disponibilidade de interação e movimentos diferentes
na transição das informações. Bom para conteúdos com links externos
como vídeos e músicas. Permite também a criação de apresentações não
lineares, isto é, quando a narrativa exige ir e voltar às informações.
Canva Serviço on-line gratuito que oferece diversos modelos para criação rápida
de apresentações. É fácil de ser usado e permite que o material seja salvo
em diversos tamanhos e formatos. Há opções de imagens e ícones para
complementação.
Fonte: Moraes (2018).
2
2. Comunicação corporal
Imagine que um amigo lhe responda uma pergunta dizendo oralmente
“não” e balançando a cabeça de um lado para outro. Ao mesmo tempo,
ele utiliza um gesto com as mãos, com o polegar para cima, conhecido
no Brasil como ok ou sim. Você vai ficar um pouco confuso e com
dúvidas, não?
Nas apresentações em público, mesmo que se faça uso de recursos
audiovisuais, a presença, expressões faciais, gestos e posturas são
observados pelo espectador e fazem parte da mensagem que se está
buscando comunicar. Esses elementos precisam estar alinhados. É
preciso manter a coerência entre o que está sendo dito e o que o corpo
demonstra para que o público compreenda com clareza a mensagem.
Para isso, é possível contar com algumas estratégias.
146
Capítulo 9
d Mão na cintura ou nos bolsos, punhos fechados, braços cruzados,
mãos se batendo são posturas que comunicam tensão, nervosismo
e desconforto.
e Mexer nos cabelos constantemente, batucar dedos na mesa ou no
microfone podem incomodar quem está atento à mensagem.
3
3. A oralidade em diversas situações de comunicação
Imagine-se em dois momentos: o primeiro, em uma conversa
espontânea entre colegas de turma e o segundo, durante entrevista
de processo seletivo de determinada empresa. As duas situações são
eventos de comunicação oral. Entre colegas, o contexto da informalidade
vai permitir o uso de recursos informais de linguagem como gírias,
interjeições e abreviações de palavras.
Já na entrevista, seguindo outras regras, é recomendado o uso de
linguagem mais formal, demonstrando competências na elaboração do
sentido da mensagem, na forma de falar e também na compreensão
do contexto.
Veja na Figura 9.3 alguns pontos importantes no aprimoramento da
sua apresentação:
exercite a dicção
Projeção da voz, alteração do volume, A maneira como você pronuncia as
articulação de sons, entonação em certas palavras é uma das dimensões da fala
palavras, falar rápido e falar devagar mais sujeitas a avaliações e pode tornar-
são algumas das habilidades que um -se um ruído na comunicação. Uma boa
bom orador desenvolve para lidar com dicção relaciona-se com a pronúncia
as diferentes situações que exigem clara e entonação adequada de palavras
comunicação oral. durante a fala, permitindo uma escuta
fluida por parte do interlocutor.
//Fluida > propriedade de algo que flui de forma corrente, fácil, fluente.
4
4. Língua Brasileira de Sinais (Libras)
148
Em resumo...
10
Linguagens e Comunicação
objetivos do capítulo
Neste capítulo, você irá:
relacionar as características da comunicação digital com os interesses
das empresas no uso de ferramentas on-line;
identificar os principais canais de comunicação digital e as vantagens
e desvantagens de cada ferramenta;
compreender o perfil empresarial do e-mail e seu modo de utiliza-
ção profissional;
analisar estratégias para a produção de textos objetivos e claros com
foco na comunicação empresarial.
151
1
Práticas de comunicação digital
1. Comunicação digital
152
Capítulo 10
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística indicam que a cada ano aumenta o número
de cidadãos com acesso à internet no país. Esse aumento se deve
em grande parte à ampliação da conexão por meio de celulares
e outros dispositivos móveis. Mas a aquisição de aparelhos e
o acesso à rede ainda é uma realidade distante para boa parte
da população no Brasil e no mundo, considerada excluída
digitalmente (IBGE, 2015).
indexação
O conteúdo produzido e publicado on-line pode ser
indexado, ou seja, classificado e ordenado com a ajuda
de diversos mecanismos, facilitando a organização da
informação e sua recuperação rápida com o uso de tags e
hashtags, por exemplo.
segmentação
Redes sociais e canais digitais permitem que a mensagem
chegue a um perfil de público específico, reduzindo os custos
de distribuição. Na televisão, por exemplo, um comercial é
veiculado em horário que possui assistência diversificada.
Nos canais digitais, um anúncio pode ser dirigido apenas
a determinado público definido pelo cliente, ou seja, um
público segmentado, e não ser veiculado para outros, o que
também reduz os custos de publicidade.
153
Práticas de comunicação digital
mensurabilidade
Os canais digitais são mais eficazes para medir os
resultados do impacto de uma mensagem, fornecendo
os dados necessários para a análise com velocidade
e qualidade, sobretudo tendo em vista o processo de
segmentação de mercado.
disseminação
“Aconteceu, está na rede”. Essa afirmação é muito utilizada
pelos profissionais de comunicação digital e representa a
capacidade de rapidez da disseminação de informações,
característica dos canais digitais.
engajamento
Um dos maiores benefícios obtidos no uso de ferramentas
digitais é o engajamento dos públicos, que participam
ativamente das ações empresariais, seja via comentários
ou hashtags. Outras mídias não têm o mesmo poder
de mobilização e persuasão porque não contam com a
vantagem da segmentação do conteúdo. Através da web é
possível montar conteúdos específicos para cada tipo de
público e obter feedbacks de forma rápida e eficaz.
154
Capítulo 10
Veja alguns exemplos.
155
Práticas de comunicação digital
156
Capítulo 10
Quadro 10.1: Canais digitais: vantagens e desvantagens
157
2
2. O e-mail no ambiente de trabalho
Práticas de comunicação digital
158
Capítulo 10
2.1. E-MAIL COMO DOCUMENTO
159
Práticas de comunicação digital
160
3
3. Produção de textos objetivos e claros, com foco
Capítulo 10
na comunicação empresarial
Um texto claro e objetivo é fundamental no processo de comunicação
empresarial. Essas características contribuem para a compreensão da
mensagem por parte do receptor e para que os objetivos da empresa
sejam alcançados.
Muitas empresas contam com um manual de redação ou livro de
estilo em que são detalhadas as regras de linguagem e padronização de
termos que refletem a cultura da empresa, também conhecida por cultura
organizacional, ou seja, o conjunto de valores, percepções e símbolos
que compõem sua imagem corporativa.
Qual a importância desses aspectos na hora de escrever um texto
de e-mail, por exemplo? Trata-se de compreender o que é adequado ou
inadequado no contexto do seu ambiente de trabalho.
Veja três tipos de e-mails sobre o mesmo tema.
Exemplo 1
Gina Lourenço
Secretária Executiva
161
Exemplo 2
Práticas de comunicação digital
Exemplo 3
162
Capítulo 10
Embora com redações bastante distintas, o objetivo das três
mensagens é o mesmo: solicitar a alteração de um documento para
apresentação em uma reunião.
O primeiro e-mail reflete uma estrutura utilizada em correspondências
oficiais, documentos jurídicos, por exemplo. Você pode encontrar esse
tipo de texto trabalhando na administração pública.
O segundo e-mail não economiza em adjetivos e argumentos de
convencimento para transmitir a mesma mensagem. Esses recursos de
linguagem podem ser utilizados em negócios (empresas, Ongs, startups,
entre outros modelos) que atuam na área social, bem-estar e qualidade
de vida, por exemplo.
Já no último exemplo, podemos dizer que a escrita privilegiou a
objetividade e clareza na elaboração da mensagem.
Observe a seguir as características recomendadas para a produção
de textos objetivos e claros.
A Adequação
Uma boa forma de construir um texto adequado é observar as
mensagens que circulam na empresa. Assim, você pode identificar se é
necessário o uso de pronomes de tratamento como “Prezado Senhor” ou
se a empresa faz uso de saudações de caráter pessoal como “Olá” ou
“Tudo bem?”.
De maneira geral, utilize o padrão culto de linguagem. Evite gírias, pois
podem ser expressões cujo significado não é compartilhado, causando
ruído na comunicação.
O uso de metáforas e de ironia nem sempre são compreensíveis no
texto escrito, confundindo o leitor. Seja direto e claro quando expressar
suas ideias.
163
Práticas de comunicação digital
b Clareza
Alguns manuais defendem que concisão e clareza são qualidades
necessárias para uma boa mensagem empresarial. Um texto claro, que
facilite a interpretação, é uma qualidade fundamental. Conheça algumas
dicas a seguir.
c Gentileza e Respeito
Em toda empresa, independentemente de suas regras de produção de
texto ou cultura, valores como gentileza e respeito devem estar presentes.
Uma forma de demonstrar essas qualidades está na finalização de uma
mensagem, por exemplo.
Nesse momento, obrigado(a) e atenciosamente são as expressões
mais indicadas pela sua neutralidade. Mandar beijos pode ser interpretado
como uma intimidade não existente no ambiente de trabalho.
164
Em resumo...
BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 15. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
BECHARA, E. Moderna Gramática do Português. 37. ed. Rev. e ampl. Rio de Janeiro:
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BRASIL, Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais
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CUNHA, C.F. Gramática da Língua Portuguesa. 12. ed. Brasília: Fundação de Assistência ao
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DINIZ, D. Carta de uma Orientadora: o primeiro projeto de pesquisa. Rio de Janeiro: Letras
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