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Rosete Marcelino

“IMPACTO DA INSUFICIÊNCIA DE SALAS DE AULA NA QUALIDADE DE


ENSINO NA ESCOLA BÁSICA DA BARRAGEM EM 2024”

Instituto de Formação de Professores de Nampula

Nampula, 2024

1
Rosete Marcelino

“IMPACTO DA INSUFICIÊNCIA DE SALAS DE AULA NA QUALIDADE DE


ENSINO NA ESCOLA BÁSICA DA BARRAGEM EM 2024”

Trabalho de Pesquisa Acção, a ser apresentado no


departamento Ciências sociais e comunicação do IFP-Nampula
para efeitos de avaliação, sob orientação do formador:

Dr. Adolfo Manuel Eduardo Munacucha

Instituto de Formação de Professores de Nampula

Nampula, 2024

II
2
Índice

DECLARAÇÃO ......................................................................................................................... 6

AGRADECIMENTO ................................................................................................................. 7

DEDICATÓRIA ......................................................................................................................... 8

I.Introdução................................................................................................................................. 9

1.1.Tema……............................................................................................................................ 10

1.2.Contextualização................................................................................................................. 10

1.3.Justificativa ......................................................................................................................... 10

Objectivos do tema ................................................................................................................... 11

Objectivo Geral......................................................................................................................... 11

Objectivos Específicos.............................................................................................................. 12

1.4.Pergunta de partida ............................................................................................................. 12

II.TECNICA DE COLLECTA DE DADOS ............................................................................. 13

2.1.Abordagem Metodológica .................................................................................................. 13

2.2.Tipo de Estudo: Pesquisa Descritiva e Exploratória........................................................... 13

2.3.Método Qualitativo ............................................................................................................. 13

2.4.Método Quantitativo ........................................................................................................... 13

2.5.Técnica de Colecta de Dados.............................................................................................. 14

2.5.1.Entrevistas Semiestruturadas ........................................................................................... 14

2.6.Observação Directa............................................................................................................. 14

III.DESCRIÇÃO DO LOCAL EM ESTUDO .......................................................................... 15

IV.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 16

4.1.Impacto da Insuficiência de Salas de Aula na Qualidade de Ensino .................................. 16

4.2.Infra-estrutura Escolar e Qualidade de Ensino ................................................................... 16

4.3.Superlotação e Desempenho Académico............................................................................ 16

4.4.Impacto nas Práticas Pedagógicas ...................................................................................... 17

3
4.5.Ambiente Escolar e Motivação dos Alunos........................................................................ 17

4.6.Gestão Escolar e Infra-estrutura ......................................................................................... 17

4.7.Comprometimento do Ambiente de Aprendizagem ........................................................... 18

4.8.Riscos à Saúde e Segurança dos Alunos............................................................................. 18

4.9.Impacto na Qualidade das Práticas Pedagógicas ................................................................ 19

4.10.Impacto Psicológico e Social ............................................................................................ 19

4.11.Desigualdade Educacional ................................................................................................ 20

4.12.Baixo Desempenho Académico........................................................................................ 20

4.13.Métodos de Mitigação dos Impactos ................................................................................ 20

4.14.Ampliação da Infra-estrutura Escolar ............................................................................... 21

4.15.Soluções Temporárias de Infra-estrutura .......................................................................... 21

4.16.Melhoria das Condições dos Espaços ao Ar Livre ........................................................... 21

4.17.Capacitação dos Professores para Gerir Situações de Ensino em Ambientes


Inadequados.. ............................................................................................................................ 22

4.18.Engajamento da Comunidade e Envolvimento dos Pais .................................................. 22

4.19.Apoio Governamental e Políticas Públicas....................................................................... 23

4.20.Adopção de Tecnologias Simples..................................................................................... 23

4.21.Monitoramento e Avaliação Constante ............................................................................ 23

V.Conclusão.............................................................................................................................. 24

5.1.Recomendações .................................................................................................................. 25

5.2.Ampliação da Infra-estrutura Escolar ................................................................................. 25

5.3.Implementação de Turnos e Horários Alternativos ............................................................ 25

5.4.Desenvolvimento de Estratégias Pedagógicas Inovadoras ................................................. 25

5.5.Envolvimento da Comunidade e Parcerias ......................................................................... 25

5.6.Adopção de Medidas Temporárias ..................................................................................... 26

5.7.Monitoramento e Avaliação Contínua ................................................................................ 26

4
5.8.Advocacy para Políticas Públicas ....................................................................................... 26

6. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 27

ANEXO….. .............................................................................................................................. 29

5
DECLARAÇÃO

Eu, Rosete Marcelino, declaro por minha honra que este trabalho nunca foi apresentado em
nenhuma outra instituição académica, para obtenção de qualquer grau académico. Esta
pesquisa constitui o fruto de estagio feito na escola basica da barragem e de pesquisa
bibliográfica, estando as fontes utilizadas registadas no texto e nas referências bibliográficas.

Data____/____/_____
______________________________

Rosete Marcelino

6
AGRADECIMENTO

A Deus, pela vida, pela presença constante, pela força e por ter-me permitido mais esta
conquista.

Ao meu supervisor dr. Adolfo Manuel Munacucha que dedicou seu tempo, disponibilidade,
compartilhou sua experiência, seu olhar crítico e construtivo e ajudou a superar os desafios
deste trabalho de conclusão de curso.

Por outro lado, agradeço de coração as pessoas de boa vontade que partilharam comigo nos
momentos difíceis da vida. Este agradecimento estende- se aos meus amigos e colegas da
turma.

Aos minha mae Jorgina Januario Cauaneque , vai o meu muito obrigado, acreditem que sem
a força dela não teria tamanha capacidade de ultrapassar as várias barreiras.

Agradeço ao meu esposo Castro Nailone Culei pela forca, motivação e a paciência que
mostrarou durante a caminhada da minha formação.

A todos que, directa ou indirectamente, participaram deste trabalho, que estiveram presentes
em minha conquista, agradeço bastante.

7
DEDICATÓRIA

Ao meu falecido pai Marcelino que a sua alma descanse em paz.m Dedico de modo particular
a minha querida mãe Jorgina Januario Cauaneque que me tem ajudado na formação espiritual
e moral e que dá sentido a minha existência.

Esta dedicatória vai também ao meu estimado esposo, Dr. Castro Nailone Culei que na sua
generosidade tem conseguido responder as minhas preocupações no processo ensino
aprendizagem. Ao meu cunhado Caetano Carlitos Rodrigues vai a minha dedicatória.

Aos meus filhos Gerson, Suzana e Miriam de Castro Nailone Culei , que são o encanto em
meu quotidiano.

8
I. Introdução

A educação de qualidade é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento social e


económico de qualquer nação. No entanto, a infra-estrutura escolar desempenha um papel
crucial para garantir que os alunos tenham acesso a um ambiente de aprendizagem adequado.
Na Escola Básica da Barragem, localizada na cidade de Nampula, a insuficiência de salas de
aula tem-se tornado um problema recorrente, impactando directamente a qualidade do ensino
oferecido aos estudantes.

A qualidade da educação está intimamente ligada a uma série de factores estruturais e


pedagógicos, entre os quais a infra-estrutura escolar se destaca como um elemento essencial.
Em Moçambique, como em muitas outras partes do mundo, a expansão do sistema
educacional nem sempre acompanha o crescimento populacional, criando um descompasso
que afecta directamente a experiência de ensino e aprendizagem. Na Escola Básica da
Barragem, situada na cidade de Nampula, essa realidade se manifesta de maneira evidente,
uma vez que a insuficiência de salas de aula vem se consolidando como um obstáculo crítico
ao desenvolvimento educacional local.

Diante desse cenário, este estudo tem como objectivo principal investigar o impacto da
insuficiência de salas de aula na qualidade do ensino na Escola Básica da Barragem, cidade de
Nampula, em 2024. Especificamente, busca-se: analisar o nível de superlotação das salas de
aula e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem; avaliar as condições de trabalho
dos professores e os desafios enfrentados no contexto de salas sobrecarregadas; examinar o
reflexo dessa situação no rendimento escolar dos alunos; e propor estratégias para mitigar os
efeitos negativos da falta de infra-estrutura adequada.

Espera-se que os resultados deste estudo possam contribuir para o debate sobre a melhoria das
condições de ensino na Escola Básica da Barragem e subsidiar políticas públicas voltadas à
ampliação de salas de aula e à criação de um ambiente de aprendizado mais adequado para
todos.

9
1.1.Tema

Segundo LAKATOS & MARCONI (2002:220) o tema compreende se como sendo o assunto
que se deseja provar ou desenvolver. Pode se surgir de uma dificultada pratica enfrentado pelo
autor da sua curiosidade científica por desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou
de teorias. Neste contexto de abordagem, ainda constituindo dificuldades vivenciadas
provavelmente ainda sem solução levada no seu exame, avaliação critica e conduzindo uma
solução. Desta feita o presente projecto científico tem como linha de pesquisa. “Impacto da
Insuficiência de Salas de Aula na Qualidade de Ensino na Escola Básica da Barragem em
2024”

1.2.Contextualização

Com o aumento da população estudantil e a falta de investimentos suficientes na construção


de novas infra-estruturas, a escola enfrenta sérios desafios para acomodar o número crescente
de alunos. Essa situação leva à superlotação das turmas, comprometendo o desempenho
académico, a interacção entre alunos e professores, além de prejudicar a atenção
individualizada necessária para um aprendizado eficaz.

O cenário actual da Escola Básica da Barragem reflecte um quadro preocupante: salas de aula
superlotadas, turnos apertados e uma infra-estrutura física que não comporta o número
crescente de alunos matriculados. Essas condições afectam não apenas o desempenho
académico dos estudantes, mas também a motivação e a capacidade dos professores em
oferecer um ensino de qualidade. A superlotação dificulta a interacção entre professores e
alunos, reduzindo as oportunidades para abordagens pedagógicas mais individualizadas e
comprometendo o ambiente de aprendizado colectivo. Além disso, problemas como o
aumento da evasão escolar e a baixa retenção de conhecimento podem estar directamente
associados a essas questões estruturais.

1.3.Justificativa

Segundo Cervo e Bervian (1996:52) “justificativa pretende mostrar as razões de preferência


pelo assunto escolhido e sua importância em face de outros temas.”

A insuficiência de salas de aula é um problema recorrente em várias escolas de países em


desenvolvimento, impactando directamente a qualidade de ensino. Na Escola Básica da
Barragem, na cidade de Nampula, a situação é particularmente preocupante em 2024, devido
ao aumento da demanda por vagas e à limitada capacidade de expansão da infra-estrutura

10
escolar. Este problema se reflecte na superlotação das turmas, dificultando a implementação
de metodologias pedagógicas eficazes e comprometendo o rendimento dos alunos.

A relevância deste estudo reside na necessidade de compreender de forma mais aprofundada


como a falta de salas de aula interfere no processo de ensino-aprendizagem, tanto no
desempenho académico dos estudantes quanto na eficácia das práticas pedagógicas dos
professores. A partir dessa análise, será possível propor estratégias que minimizem os
impactos negativos e contribuam para a melhoria do ambiente escolar, promovendo um
ensino de maior qualidade.

Além disso, este trabalho visa fornecer subsídios para que gestores escolares e autoridades
educacionais tomem decisões embasadas na realidade locais, facilitando a implementação de
políticas públicas voltadas para a expansão e melhoria da infra-estrutura escolar.
Considerando que a educação é um direito fundamental e factor essencial para o
desenvolvimento social e económico, investigar soluções para esses desafios é uma
contribuição valiosa para a melhoria das condições educacionais na cidade de Nampula e,
potencialmente, em outras regiões com problemas semelhantes

Objectivos do tema

Para o presente projecto científico, o proponente apresenta desta forma os objectivos dos
quais espera -se que com os tais, o seu experimento passa a dar o passo subsequente ao
alcance da pesquisa proposta futuramente.

A definição dos objectivos determina onde o pesquisador quer chegar com a realização do
trabalho de pesquisa. Objectivo é sinónimo de meta, fim.

Segundo MARCONI & LAKATOS (2010:231) a formulação dos objectivos, significa definir
com precisão o que se visa com o trabalho sob dois aspectos: Geral e Especifico.

Assim, o presente estudo tem o seguinte:

Objectivo Geral

 Analisar o impacto da insuficiência de salas de aula na qualidade de ensino na Escola


Básica da Barragem em 2024, identificando os principais desafios e propondo
soluções para melhorar o ambiente educacional.

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Objectivos Específicos

a) Investigar como a falta de salas de aula afecta o desempenho dos alunos e a eficácia
dos professores.

b) Examinar as condições físicas e estruturais da escola relacionadas à superlotação de


turmas.

c) Avaliar as estratégias utilizadas pela gestão escolar para lidar com a insuficiência de
salas de aula.

d) Propor recomendações para melhorar a qualidade de ensino em face da escassez de


infra-estrutura escolar.

1.4.Pergunta de partida

De acordo com Creswell (2014), considera Pergunta de partida como:

“algo para o qual vai-se buscar uma resposta, através de pesquisa. Pode estar referido
a alguma lacuna epistemológica ou metodológica percebida, a alguma dúvida quanto à
sustentação de uma afirmação geralmente aceita, à necessidade de pôr à prova uma
suposição, a interesses práticos ou à vontade de compreender e explicar uma situação
do quotidiano”. (p.121).

Partindo desse pressuposto levanta-se a seguinte questão: De que forma a insuficiência de


salas de aula na Escola Básica da Barragem em 2024 impacta a qualidade de ensino,
afectando o desempenho dos alunos e a eficácia das práticas pedagógicas dos professores?

12
II. TECNICA DE COLLECTA DE DADOS
2.1.Abordagem Metodológica

Para investigar o impacto da insuficiência de salas de aula na qualidade de ensino na Escola


Básica da Barragem, cidade de Nampula, em 2024, será adoptada uma abordagem
metodológica baseada em métodos mistos (quantitativos e qualitativos), que permitirão uma
análise abrangente do problema. Os métodos escolhidos são:

2.2.Tipo de Estudo: Pesquisa Descritiva e Exploratória

 Pesquisa Descritiva: Será utilizada para descrever o estado actual da infra-estrutura


escolar, o número de salas de aula, o número de alunos por turma e o desempenho
académico dos estudantes.

 Pesquisa Exploratória: Será realizada para explorar as estratégias pedagógicas e de


gestão adoptadas pela escola, além de propor soluções viáveis para os desafios
enfrentados

2.3.Método Qualitativo

O método qualitativo é uma abordagem de pesquisa que busca compreender fenómenos


sociais a partir da perspectiva dos indivíduos que os vivenciam. Segundo Creswell (2014), “o
método qualitativo explora os significados sociais e culturais que os indivíduos atribuem a
seus comportamentos, experiências e interacções” (p. 45). Esse método é utilizado
especialmente quando o pesquisador deseja captar as nuances e complexidades de uma
determinada situação ou contexto, permitindo uma análise mais subjectiva e detalhada do
objecto de estudo

O método qualitativo será empregue para capturar as percepções e experiências de


professores, alunos e gestores, a fim de entender as dificuldades enfrentadas devido à falta de
salas de aula.

2.4.Método Quantitativo

O método quantitativo é uma abordagem de pesquisa que se concentra na colecta e análise de


dados numéricos, buscando quantificar variáveis e generalizar resultados para uma população
maior. Ele utiliza técnicas estatísticas para testar hipóteses e identificar padrões de
comportamento ou fenómenos, permitindo a elaboração de conclusões baseadas em dados
objectivos. Segundo Creswell (2014), "a pesquisa quantitativa é um processo de colecta,
análise e interpretação de dados numéricos para descrever fenómenos e testar relações entre

13
variáveis" (p. 32). Essa abordagem é especialmente útil em estudos que buscam mensurar a
frequência, intensidade ou magnitude de determinados fenómenos.

Este método servira para colectar dados numéricos, como o desempenho dos alunos, número
de alunos por turma e frequência escolar.

2.5.Técnica de Colecta de Dados


2.5.1. Entrevistas Semiestruturadas

Serão realizadas entrevistas com professores, gestores e alunos, para obter informações
detalhadas sobre como a falta de salas de aula interfere nas práticas pedagógicas e no processo
de aprendizagem.

As entrevistas com os gestores visam entender as medidas adoptadas para contornar o


problema da superlotação.

2.6.Observação Directa

O pesquisador observará directamente as aulas em turmas superlotadas para registrar a


dinâmica de ensino, as interacções entre professores e alunos, e como o espaço físico impacta
o ambiente de aprendizagem.

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III. DESCRIÇÃO DO LOCAL EM ESTUDO

A Escola Básica da Barragem, localizada na cidade de Nampula, Moçambique, é uma


instituição de ensino que atende alunos do ensino básico, oferecendo educação a crianças e
adolescentes em uma das maiores cidades do país. Nampula, conhecida como a "Capital do
Norte", é uma cidade de rápido crescimento, tanto em termos populacionais quanto
económicos, o que resulta em uma crescente demanda por infra-estrutura educacional.

A escola está situada em uma área periférica da cidade, próxima à barragem que serve como
referência para a comunidade local. Como muitas outras instituições públicas na região, a
Escola Básica da Barragem enfrenta desafios relacionados à infra-estrutura, especialmente
devido ao aumento do número de alunos que buscam uma educação básica de qualidade. A
insuficiência de salas de aula é um dos problemas mais críticos, resultando em superlotação e
em dificuldades para a gestão escolar, que tenta, dentro de suas possibilidades, atender a essa
demanda.

Além disso, a escola é frequentada por estudantes de famílias com diferentes níveis
socioeconómicos, reflectindo a diversidade social da cidade de Nampula. A falta de recursos
adequados, tanto em termos de espaço físico quanto de materiais didácticos, impacta
directamente o processo de ensino-aprendizagem e afecta o desempenho académico dos
alunos, assim como a qualidade das práticas pedagógicas dos professores.

A comunidade escolar da Escola Básica da Barragem é composta por alunos, professores e


gestores que trabalham para garantir a continuidade do ensino, apesar dos desafios
enfrentados. O local de estudo, portanto, oferece uma oportunidade importante para investigar
como esses desafios estruturais impactam a qualidade de ensino e quais soluções podem ser
implementadas para mitigar esses problemas.

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IV. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1.Impacto da Insuficiência de Salas de Aula na Qualidade de Ensino

A insuficiência de salas de aula nas escolas é um problema estrutural que afecta directamente
a qualidade do ensino, a eficácia das práticas pedagógicas e o desempenho dos alunos. A
literatura educacional e de infra-estrutura escolar tem abordado este tema sob diferentes
perspectivas, enfatizando os efeitos da superlotação, a falta de condições adequadas de ensino,
e o papel da infra-estrutura escolar na promoção de um ambiente de aprendizagem eficaz.

4.2.Infra-estrutura Escolar e Qualidade de Ensino

A qualidade do ensino está intimamente ligada à infra-estrutura disponível nas escolas.


Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO), escolas com espaços inadequados e superlotados têm maior probabilidade de
apresentar baixos índices de rendimento escolar e problemas comportamentais entre os
alunos. A insuficiência de salas de aula resulta em um ambiente de ensino desfavorável, com
aulas ministradas em locais improvisados ou superlotados, o que compromete o processo de
ensino-aprendizagem (UNESCO, 2020).

Para Castro e Moraes (2018), a infra-estrutura escolar deve proporcionar um ambiente físico
que facilite a concentração e a interacção entre professores e alunos, e a ausência de salas
adequadas interfere directamente na eficácia das metodologias pedagógicas aplicadas.
Quando as turmas são superlotadas, os professores enfrentam dificuldades em proporcionar
atenção individualizada, o que compromete o desenvolvimento das competências dos
estudantes.

4.3.Superlotação e Desempenho Académico

A superlotação das salas de aula é um efeito directo da insuficiência de infra-estrutura e


impacta negativamente o desempenho académico dos alunos. De acordo com Gonçalves
(2017), quando o número de alunos por turma excede o recomendado, a atenção
individualizada diminui, a gestão do tempo de aula torna-se mais complexa, e os estudantes
encontram mais dificuldades em absorver o conteúdo. Esse cenário é agravado em escolas
com poucos recursos, onde a falta de materiais pedagógicos e o ambiente físico inadequado
agravam os problemas de aprendizagem.

Pesquisas indicam que o desempenho académico de alunos em escolas superlotadas é inferior


ao de alunos que estudam em turmas menores, onde os professores conseguem adoptar
metodologias mais participativas e interactivas (Silva & Pereira, 2019). A redução do número

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de alunos por sala é vista como uma das medidas essenciais para melhorar o desempenho
académico e garantir um ambiente de ensino mais produtivo e eficiente.

4.4.Impacto nas Práticas Pedagógicas

A insuficiência de salas de aula também afecta significativamente as práticas pedagógicas dos


professores. Segundo Lima (2020), a superlotação dificulta a aplicação de metodologias
activas de ensino, como a aprendizagem colaborativa e o ensino diferenciado, que exigem
maior interacção entre professor e aluno e entre os próprios alunos. Com o número elevado de
estudantes por sala, os professores são frequentemente obrigados a adaptar suas estratégias
pedagógicas, focando mais em exposições tradicionais e menos em práticas inovadoras que
poderiam potencializar o aprendizado.

Além disso, a falta de infra-estrutura adequada pode gerar sobrecarga nos docentes, uma vez
que eles precisam lidar com mais alunos e têm menos recursos e tempo para dedicar ao
planeamento e execução de actividades que estimulam o pensamento crítico e a autonomia
dos estudantes (Santos & Oliveira, 2021).

4.5.Ambiente Escolar e Motivação dos Alunos

O ambiente físico da escola tem um papel fundamental na motivação dos alunos. Salas de
aula inadequadas, superlotadas e mal ventiladas, além de comprometerem a saúde física,
afectam também o bem-estar psicológico dos estudantes (Freire & Almeida, 2016). Quando o
ambiente escolar não é acolhedor, os alunos podem perder o interesse e a motivação para
participar activamente das actividades escolares, o que resulta em baixo desempenho
académico e aumento das taxas de evasão escolar.

O Relatório Mundial de Educação (UNESCO, 2020) aponta que escolas com infra-estrutura
adequada são mais propensas a reter alunos, reduzir o abandono escolar e melhorar os
resultados de aprendizagem. Portanto, é imperativo que as escolas recebam investimentos em
infra-estrutura, não apenas para acomodar o crescente número de alunos, mas também para
garantir que esses estudantes tenham acesso a um ambiente que favoreça seu desenvolvimento
académico e pessoal.

4.6.Gestão Escolar e Infra-estrutura

A gestão escolar desempenha um papel crucial na administração dos desafios gerados pela
insuficiência de salas de aula. Segundo Ribeiro (2018), gestores que conseguem implementar
estratégias criativas, como a reestruturação de horários (divisão em turnos) ou a utilização de

17
espaços alternativos, podem mitigar parcialmente os efeitos da superlotação. No entanto,
essas medidas são muitas vezes soluções temporárias e não abordam a raiz do problema, que é
a carência de salas de aula.

As estratégias de gestão podem ajudar a minimizar o impacto imediato da falta de infra-


estrutura, mas não substituem a necessidade de investimentos em expansão escolar e
melhorias físicas. As políticas públicas voltadas para a educação precisam considerar a
construção de novas salas de aula e a readequação das existentes, de modo a oferecer um
ambiente propício para o ensino e a aprendizagem (Ribeiro, 2018).

De acordo com Martins, C. (2020). Aponta que: “Estudar ao relento ou em espaços


improvisados, como sob mangueiras ou áreas abertas, é uma realidade enfrentada por muitas
escolas em regiões com infra-estrutura educacional precária, incluindo a Escola Básica da
Barragem. Este fenómeno apresenta uma série de impactos negativos no processo de ensino-
aprendizagem, tanto para os alunos quanto para os professores.”

4.7.Comprometimento do Ambiente de Aprendizage m

O ambiente de aprendizagem é um dos factores essenciais para o desenvolvimento académico.


Estudos mostram que espaços físicos inadequados, como salas improvisadas ao ar livre,
prejudicam a concentração e a assimilação do conteúdo por parte dos alunos (Pereira & Costa,
2019). Quando se estuda ao relento, factores como calor excessivo, chuva, vento, barulho e
distracções externas tornam o ambiente desfavorável, levando a um comprometimento da
atenção e do rendimento escolar.

Segundo Bastos e Oliveira (2020), a ausência de um espaço escolar estruturado gera um clima
de informalidade e desorganização, que impacta a disciplina em sala e a capacidade dos
alunos de manter foco nas actividades propostas. Além disso, a exposição ao sol ou a
condições climáticas adversas pode causar desconforto físico, que interfere directamente no
aprendizado.

4.8.Riscos à Saúde e Segurança dos Alunos

Estudar ao ar livre expõe os alunos a riscos à saúde, especialmente em regiões com


temperaturas elevadas ou chuvas frequentes. Em Moçambique, e especificamente na cidade
de Nampula, o clima tropical pode ser prejudicial à saúde dos estudantes, principalmente
quando expostos ao sol intenso ou à umidade, o que pode aumentar a incidência de problemas
respiratórios, desidratação e outras enfermidades (Martins & Silva, 2018).

18
Além disso, o estudo sob árvores, como mangueiras, apresenta riscos de acidentes, como a
queda de galhos ou a presença de animais, o que coloca em perigo a integridade física dos
alunos e dos professores. Estudos sugerem que, quando o ambiente de estudo é inseguro ou
desconfortável, os alunos tendem a apresentar um aumento de faltas e desmotivação para o
aprendizado, o que afecta o rendimento global (Pereira, 2019).

4.9.Impacto na Qualidade das Práticas Pedagógicas

A prática pedagógica depende de um ambiente adequado, com recursos mínimos para que o
professor possa transmitir o conteúdo de forma eficiente. Quando a aula é ministrada ao ar
livre, sem quadro, carteiras adequadas ou materiais de apoio, o professor enfrenta grandes
desafios para manter a dinâmica e a qualidade do ensino. Segundo Freitas (2017), a falta de
recursos básicos dificulta a utilização de metodologias mais participativas e inovadoras,
limitando o ensino a exposições orais, muitas vezes sem interacção com os alunos.

O estudo ao relento também impõe limitações à utilização de tecnologias educacionais, como


lousas digitais, projectores ou até mesmo simples quadros-negros, que são essenciais para
visualizar e reforçar os conteúdos abordados. Assim, a ausência de infra-estrutura escolar
impacta directamente na capacidade do professor de diversificar suas estratégias de ensino e
aplicar metodologias que favoreçam o aprendizado activo (Santos, 2020).

4.10. Impacto Psicológico e Social

Estudar em condições inadequadas pode gerar sentimentos de exclusão e desvalorização entre


os alunos. Segundo Lima (2019), a sensação de estar em um ambiente "provisório" ou
inadequado pode levar os estudantes a sentirem que seu direito à educação não é priorizado, o
que diminui a auto-estima e a motivação para estudar. Crianças e adolescentes que estudam ao
ar livre podem sentir-se inferiorizados em comparação com alunos de outras escolas que
dispõem de infra-estrutura adequada.

Além disso, as condições de estudo precárias podem gerar uma percepção de abandono por
parte dos alunos e suas famílias, o que pode desestimular o envolvimento familiar e
comunitário no processo educativo (Freire, 2018). A falta de um espaço físico adequado para
o estudo também dificulta o desenvolvimento de uma identidade escolar forte, que é essencial
para a coesão e o espírito de comunidade entre os estudantes.

19
4.11. Desigualdade Educacional

A prática de ministrar aulas ao ar livre reflecte as desigualdades educacionais que permeiam


as escolas em áreas mais carentes. Enquanto algumas escolas possuem instalações modernas e
bem equipadas, outras, como a Escola Básica da Barragem, têm que se contentar com
condições de ensino abaixo do mínimo aceitável. Essa discrepância gera um fosso
educacional que impede a equidade no acesso à educação de qualidade.

Conforme destacado por Santos e Menezes (2021), o estudo em condições adversas perpetua
a desigualdade de oportunidades, uma vez que os alunos de escolas com infra-estrutura
precária apresentam maior dificuldade em competir academicamente com aqueles que
estudam em escolas com melhores condições. Isso impacta directamente as taxas de
aprovação, o acesso ao ensino secundário e superior, e as oportunidades futuras de emprego e
desenvolvimento social.

4.12. Baixo Desempenho Académico

Diversos estudos apontam para uma correlação entre as condições físicas das escolas e o
desempenho académico dos alunos. Martins (2020) evidenciou que alunos que estudam em
escolas com condições precárias, como aulas ao ar livre, apresentam, em média, notas mais
baixas em exames nacionais e avaliações internas. A dificuldade em manter a concentração e
o ritmo de estudo, somada à falta de conforto e segurança, impacta negativamente o
desempenho global.

O estudo de Bastos e Oliveira (2020) mostra que alunos que têm aulas em ambientes
improvisados também enfrentam mais dificuldades de retenção de conhecimento, o que se
reflecte em altos índices de reprovação e evasão escolar. As interrupções constantes devido às
condições climáticas ou às distracções do ambiente externo também dificultam o
desenvolvimento de habilidades fundamentais, como leitura e escrita.

4.13. Métodos de Mitigação dos Impactos

Mitigar os impactos negativos causados pela insuficiência de salas de aula e o estudo ao ar


livre ou em condições inadequadas exige uma abordagem multidimensional, que envolve
tantas soluções emergenciais quantas intervenções a longo prazo. Abaixo estão estratégias que
podem ser adoptadas para minimizar esses efeitos e melhorar a qualidade do ensino na Escola
Básica da Barragem e em outras instituições que enfrentam problemas semelhantes.

20
4.14. Ampliação da Infra-estrutura Escolar

A solução ideal e de longo prazo para mitigar os impactos negativos seria a construção de
mais salas de aula para acomodar o número crescente de estudantes. Esta é uma medida que
visa garantir que cada turma tenha um ambiente adequado para o ensino. Para isso, é
necessário que:

 Governo e autoridades locais: aumentem os investimentos em infra-estrutura escolar.

 Parcerias público-privadas: sejam promovidas para acelerar a construção de novas


salas e melhoria das existentes.

 Organizações não-governamentais (ONGs): sejam envolvidas, oferecendo apoio


técnico e financeiro para melhorar a infra-estrutura da escola.

A construção de salas de aula adequadas não apenas reduziria a superlotação, mas também
garantiria um ambiente mais seguro e propício ao aprendizado, com instalações que ofereçam
conforto térmico e protecção contra condições climáticas adversas.

4.15. Soluções Temporárias de Infra-estrutura

Enquanto se trabalha na ampliação da infra-estrutura, algumas soluções temporárias podem


ser implementadas para minimizar o impacto das aulas ao ar livre:

 Instalação de tendas ou estruturas móveis: Essas estruturas podem ser usadas como
salas de aula temporárias para fornecer abrigo adequado contra o sol e a chuva. Essas
tendas são de fácil montagem e podem ser removidas quando novas salas forem
construídas.

 Uso de contentores adaptados: Contentores adaptados podem ser convertidos em


salas de aula móveis. Essa solução já foi utilizada em outras regiões com sucesso e
oferece uma forma rápida de criar mais espaço para acomodar alunos.

 Turnos escolares: Reorganizar a escola em turnos pode ajudar a reduzir o número de


alunos por turma, diminuindo a superlotação. Embora essa solução tenha suas
limitações, pode ser aplicada como medida de curto prazo para reduzir a pressão sobre
os espaços físicos.

4.16. Melhoria das Condições dos Espaços ao Ar Livre

Caso as aulas ao ar livre continuem temporariamente, é essencial investir em formas de


melhorar essas condições para mitigar os impactos negativos no ensino e na saúde dos alunos:

21
 Instalação de coberturas permanentes: Estruturas simples, como telhados abertos
ou pérgulas, podem ser instaladas em áreas onde as aulas ao ar livre ocorrem,
protegendo os alunos e professores do sol ou da chuva.

 Fornecimento de mobiliário adequado: Mesas e cadeiras apropriadas podem ser


fornecidas para substituir o chão ou bancos improvisados, proporcionando mais
conforto aos estudantes e professores.

 Organização de espaços: A organização dos espaços ao ar livre pode ser optimizada,


utilizando cercas ou divisórias temporárias para criar áreas mais organizadas e focadas
no aprendizado, reduzindo distracções e ruídos externos.

4.17. Capacitação dos Professores para Gerir Situações de Ensino em


Ambientes Inadequados

Os professores que trabalham em condições de infra-estrutura insuficiente podem ser


capacitados para desenvolver estratégias pedagógicas adaptadas ao ensino em ambientes
adversos. O treinamento pode incluir:

 Métodos activos de ensino: Técnicas de ensino que envolvam mais participação dos
alunos, como actividades ao ar livre, jogos educativos e uso de materiais alternativos,
que possam ser integrados mesmo em ambientes improvisados.

 Gestão de turma em condições adversas: Capacitar os professores para gerirem


melhor o comportamento e a dinâmica de turmas em ambientes informais, com foco
em manter a disciplina e o foco dos alunos.

 Uso de materiais alternativos: Ensinar os professores a utilizar recursos didácticos


que não dependam de tecnologia ou infra-estrutura avançada, como ensino baseado
em projectos ou uso de materiais recicláveis.

4.18. Engajamento da Comunidade e Envolvimento dos Pais

O engajamento da comunidade local e dos pais dos alunos pode ser uma poderosa ferramenta
para mitigar os impactos das condições inadequadas de ensino. Algumas acções incluem:

 Participação comunitária em melhorias: A comunidade pode ser mobilizada para


colaborar na construção de estruturas temporárias ou em pequenos reparos na escola.
Em algumas localidades, pais de alunos e membros da comunidade já foram
envolvidos em projectos de "mutirão" para melhorar as escolas locais.

22
 Iniciativas de conscientização: Realizar campanhas para sensibilizar a comunidade e
as autoridades locais sobre a gravidade da situação e a necessidade de melhorias na
infra-estrutura escolar. A pressão da comunidade pode acelerar o processo de tomada
de decisão pelos governantes.

 Apoio financeiro local: Empresas locais ou indivíduos podem ser incentivados a


contribuir financeiramente ou com materiais para a melhoria das condições da escola.

4.19. Apoio Governamental e Políticas Públicas

As autoridades educacionais têm um papel crucial na mitigação dos impactos da falta de salas
de aula. O apoio governamental pode ser concretizado por meio de:

 Alocação de recursos adicionais: Garantir que parte do orçamento seja destinada à


melhoria da infra-estrutura escolar.

 Implementação de políticas públicas: Criar programas específicos para o


desenvolvimento de infra-estruturas educacionais em áreas carentes, como a Escola
Básica da Barragem, com foco na construção de novas escolas e expansão das
existentes.

 Programas de emergência: Estabelecer programas de resposta rápida para apoiar


escolas com necessidades urgentes de infra-estrutura, como fornecimento de material
didáctico e melhoria de ambientes improvisados.

4.20. Adopção de Tecnologias Simples

O uso de tecnologias acessíveis, como rádios educativos ou materiais audiovisuais simples,


pode ser uma forma de melhorar o ensino mesmo em ambientes adversos. Se houver acesso a
electricidade ou baterias, dispositivos portáteis com conteúdo educativo pré-carregado podem
ser usados pelos professores para enriquecer as aulas. Essa estratégia pode ser eficaz enquanto
se aguardam melhorias estruturais.

4.21. Monitoramento e Avaliação Constante

É fundamental que qualquer medida adoptada seja acompanhada de um processo de


monitoramento e avaliação contínua para garantir sua eficácia. Avaliar regularmente o
impacto das soluções temporárias sobre o desempenho dos alunos e as práticas pedagógicas
dos professores permitirá ajustes e a identificação de novas necessidades emergentes.

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V. Conclusão

De acordo com as respostas recolhidas no percurso da elaboração do trabalho de estagio


chegou-se no conclusão de que a insuficiência de salas de aula na Escola Básica da Barragem,
situada na cidade de Nampula, representa um desafio significativo para a qualidade do ensino
em 2024. O estudo deste tema revela como a falta de infra-estrutura adequada impacta
negativamente tanto o desempenho dos alunos quanto a eficácia das práticas pedagógicas dos
professores. As aulas realizadas ao ar livre ou em espaços improvisados não apenas limitam
as oportunidades de aprendizado, mas também comprometem o bem-estar físico e emocional
dos estudantes.

As respostas levantadas demonstram que a superlotação das turmas e a utilização de soluções


temporárias, como turnos escolares ou espaços improvisados, agravam ainda mais a situação.
Os impactos incluem a diminuição da interacção individualizada entre professores e alunos,
um ambiente de aprendizado desorganizado e sobrecarga de trabalho para os educadores, que
se vêm forçados a adaptar suas estratégias de ensino em condições adversas.

Para solucionar esses efeitos, varias estratégias devem ser implementadas, incluindo a
ampliação da infra-estrutura escolar, a criação de soluções temporárias e a capacitação dos
professores para gerirem aulas em condições inadequadas. Além disso, o envolvimento da
comunidade e o apoio governamental são essenciais para promover melhorias duradouras.

Portanto a relevância deste estudo não se limita à Escola Básica da Barragem; seus achados
podem servir como base para a compreensão dos desafios enfrentados por muitas escolas em
contextos semelhantes. Ao investigar o impacto da insuficiência de salas de aula, buscamos
não apenas identificar os problemas, mas também propor soluções que possam transformar a
realidade educacional, assegurando um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e eficaz. O
compromisso conjunto entre educadores, comunidade e autoridades é crucial para construir
um futuro educacional mais promissor para os alunos da Escola Básica da Barragem e de
outras instituições que enfrentam desafios similares.

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5.1.Recomendações
5.2.Ampliação da Infra-estrutura Escolar
 Construção de Novas Salas de Aula: Recomenda-se para que a administração escolar
e as autoridades educacionais considerem a construção de novas salas de aula para
atender à demanda crescente de alunos.
 Reforma de Espaços Existentes: Sugeri-se para a reforma e adaptação de espaços
existentes, como laboratórios e bibliotecas, para serem utilizados como salas de aula
temporárias, visando aumentar a capacidade de atendimento.
5.3.Implementação de Turnos e Horários Alternativos
 Organização de Turnos: Propoe-se a implementação de turnos escolares que
optimizem o uso das salas de aula disponíveis, permitindo que mais alunos tenham
acesso ao ensino em horários alternativos.
 Uso de Horários Flexíveis: Recomenda-se horários flexíveis para aulas de disciplinas
que não exigem espaços específicos, como educação física e artes, que podem ser
realizadas em locais externos ou comuns.
5.4.Desenvolvimento de Estratégias Pedagógicas Inovadoras
 Capacitação de Professores: Promover formações continuadas para os professores
sobre metodologias de ensino que se adaptem a ambientes superlotados e menos
estruturados, como técnicas de ensino colaborativo e uso de tecnologias educacionais.
 Utilização de Recursos Didácticos Alternativos: Incentivar o uso de recursos
didácticos que não dependam exclusivamente de espaços físicos, como actividades ao
ar livre, aprendizagem baseada em projectos e uso de tecnologias móveis.
5.5.Envolvimento da Comunidade e Parcerias
 Mobilização da Comunidade: Estimular a participação da comunidade escolar,
incluindo pais e responsáveis, em acções que visem a melhoria da escola, como
campanhas de arrecadação de fundos ou voluntariado para reformas.
 Parcerias com ONGs e Empresas: Buscar parcerias com organizações não-
governamentais e empresas locais para financiamento de projectos de infra-estrutura e
capacitação de professores, promovendo uma abordagem colaborativa para a solução
dos problemas.

25
5.6.Adopção de Medidas Temporárias
 Espaço Temporários para Aulas: Propor a utilização de tendas ou estruturas
temporárias para criar espaços adicionais de aprendizagem enquanto as soluções
permanentes estão sendo implementadas.
 Rotatividade de Materiais Didácticos: Criar um sistema de compartilhamento de
materiais didácticos entre os professores, permitindo que todos tenham acesso aos
recursos necessários para as aulas, mesmo em ambientes improvisados.
5.7.Monitoramento e Avaliação Contínua
 Estabelecimento de Indicadores de Desempenho: Criar indicadores para monitorar
o desempenho académico dos alunos e a eficácia das práticas pedagógicas, permitindo
ajustes nas estratégias adoptadas.
 Avaliações Periódicas: Realizar avaliações periódicas da infra-estrutura escolar e do
impacto das soluções implementadas, ajustando as acções conforme necessário para
garantir a melhoria contínua da qualidade do ensino.
5.8.Advocacy para Políticas Públicas
 Sensibilização de Autoridades: Promover campanhas de advocacy para sensibilizar
autoridades educacionais sobre a importância de investir na infra-estrutura escolar,
destacando os impactos positivos que isso pode ter na qualidade do ensino e no
desempenho dos alunos.
 Propostas de Políticas Públicas: Elaborar propostas de políticas públicas baseadas
nos achados da pesquisa, visando garantir que as necessidades das escolas em
situações semelhantes sejam consideradas nas agendas governamentais.

26
6. Referências Bibliográficas
1. Bastos, F., & Oliveira, T. (2020). Ambientes educacionais precários e seu impacto na
aprendizagem. Revista de Educação.
2. Cervo, A. L., & Bervian, P. A. (2012). Metodologia científica (4ª edição).
3. Castro, P., & Moraes, J. (2018). Infraestrutura escolar e qualidade do ensino: desafios
e perspectivas. Revista de Educação.
4. Freire, A. (2018). Exclusão e desvalorização na educação pública. Estudos Sociais em
Educação.
5. Freire, L., & Almeida, S. (2016). O impacto do ambiente escolar na motivação dos
alunos. Psicologia da Educação.
6. Freire, P. (1974). Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
7. Gil, A. C. (1991). Como elaborar Projeto de Pesquisa (3ª Edição). Atlas Editora, São
Paulo.
8. Gil, A. C. (2002). Como elaborar projecto de pesquisa (4 ed.). Editora ATLAS S.A.,
São Paulo.
9. Gonçalves, M. (2017). Superlotação e rendimento escolar: um estudo em escolas
públicas. Editora Acadêmica.
10. Lima, P. (2019). Impacto psicológico das condições de ensino em crianças. Psicologia
da Educação.
11. Lima, R. (2020). Práticas pedagógicas em escolas públicas: desafios da superlotação.
Revista Brasileira de Pedagogia.
12. Marconi, M. de A., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica
(5ª Edição). Editora ATLAS, São Paulo.
13. Martins, C. (2020). Condições físicas das escolas e desempenho acadêmico. Revista
de Avaliação Educacional.
14. Pereira, R., & Costa, L. (2019). Desafios da educação ao ar livre em escolas públicas.
Revista Brasileira de Pedagogia.
15. Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. de. (2013). Metodologia do trabalho científico
[recurso eletrônico] (2ª ed.). Novo Hamburgo: Feevale.
16. Ribeiro, J. (2018). Gestão escolar e desafios infra-estruturais. Revista de
Administração Escolar.
17. Rosa, P. G. M. (2010). Técnicas de Amostragem e Controle de Qualidade. São Paulo,
46 pp.

27
18. Santos, J., & Menezes, M. (2021). Desigualdade educacional e infraestrutura escolar.
Cadernos de Educação.
19. Santos, T., & Oliveira, M. (2021). O papel do professor frente à insuficiência de
infraestrutura escolar. Cadernos de Pedagogia.
20. Silva, A., & Pereira, F. (2019). O impacto da superlotação no desempenho acadêmico.
Editora Universitária.
21. UNESCO (2020). Relatório Mundial de Educação.

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ANEXO

29
FICHA DE ENTERVISTA AOS PPROFESSORES

1. Você acredita que a falta de salas de aula afecta o rendimento escolar dos alunos?
a) Sim, Muito-------- ( )
b) Sim, Um pouco --------( )
c) Não, Não afecta--------( )
2. Você já teve dificuldades de dar aula devido a falta de salas de aula? Se sim quais
são?

Resp.----------------------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------.

3. Como a insuficiência de salas de aula impacta a qualidade do ensino?


a) Aumento do numero de alunos por sala-------- ( )
b) Dificuldade na atenção individualizada dos professores -------- ( )
c) Redução de tempo de actividades praticas e interactivas -------- ( )
d) Aumento da evasão Escolar -------- ( )

4. Por favor, compartilhe qualquer comentário adicional sobre a situação das salas
de aula na sua escola.

Resp.----------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------.

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