GPRS2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 49

Gerenciamento de

Perigos e Riscos à
Saúde (GPRS)
Unidade 2
Evolução da segurança do trabalho
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ROSIVANY AUXILIADORA GOMES
E IZADORA SOARES CARDOSO
AUTORIA
Rosivany Auxiliadora Gomes
Olá. Sou uma profissional com sólida carreira na área de gestão
Educacional, com experiência em pós-graduação, graduação e educação
profissional, gestão de pessoas e educação a distância. Possuo mestrado
em Biociências e Biotecnologia e atuo no SENAC RIO desde 2006 como
oordenadora/instrutora no Pós-graduação MBA em SMS, curso técnico
em Segurança do Trabalho. Além disso, sou bolsista voluntária no projeto
de pesquisa pelo IFF no centro de Tecnologia da Informação com apoio do
CNPQ, estudando sobre a recomendação de materiais didáticos baseada
em estilos cognitivos de aprendizagem. Sou apaixonada pelo que faço e
adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando
em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder
ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

Izadora Soares Cardoso


Olá. Sou doutoranda em Engenharia Elétrica pelo Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG). Mestra em Engenharia Elétrica (2022) e Bacharel
em Engenharia Elétrica (2019) pela mesma instituição. Técnica em
Eletrotécnica pelo Instituto Federal de Alagoas - IFAL Campus Palmeira
dos Índios (2012). Desenvolveu projetos de extensão em Eletrônica
Básica para alunos do ensino médio da rede pública e projeto de
iniciação científica pelo Programa Nacional de Cooperação Acadêmica
(PROCAD), nas áreas de instrumentação e telemetria de sistemas não
tripulados. Desenvolvi estudos relacionados ao processo de Ensino e
Aprendizagem no curso de graduação em Engenharia Elétrica da UFCG,
além de videoaulas para alunos de graduação em temas relacionados
à Engenharia Elétrica e Eletrônica. Desde 2013, sou colaboradora do
Laboratório de Instrumentação e Metrologia Científicas (LIMC) da UFCG,
no qual participei de diversos projetos de ensino, pesquisa e extensão.
Atuei como Analista de Engenharia por mais de três anos no setor
privado. Participo de Projetos de Ensino voltados ao desenvolvimento de
material didático instrucional para o Curso de Engenharia Elétrica. Possuo
experiência com desenvolvimento de material didático instrucional;
elaboração de itens; criação de conteúdo e elaboração de aulas e
avaliações para a educação técnica e superior. Tenho interesse em temas
como: Ensino, Eletrônica Analógica e Digital, Processamento de Sinais,
Desenvolvimento de material didático instrucional, Criação de conteúdo
e Gestão de pessoas. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões.
Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do
desenvolvimento houver necessidade
de uma nova de apresentar um
competência; novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando necessárias as observações
observações ou escritas tiveram que
complementações ser priorizadas para
para o seu você;
conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a
bibliográficas necessidade de
e links para chamar a atenção
aprofundamento do sobre algo a ser
seu conhecimento; refletido ou discutido;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando uma
atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
for aplicada; forem explicadas;
SUMÁRIO
Evolução histórica da segurança do trabalho.................................10
Histórico da Saúde do Trabalhador....................................................................................10

Histórico da legislação nacional .......................................................................................... 12

Segurança no trabalho ..............................................................................13


Importância da conduta profissional segura................................................................ 13

Ações básicas de segurança................................................................................................... 14

Classificação dos Riscos Ocupacionais .............................................17


Riscos biológicos.............................................................................................................................. 18

Riscos químicos................................................................................................................................. 19

Riscos físicos...................................................................................................................................... 20

Riscos ergonômicos....................................................................................................................... 21

Contenção de Riscos Químicos e Biológicos.............................................................. 22

Barreiras de Contenção Primárias e Secundárias....................................................28

Mapa de risco, Equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva


(EPC)...........................................................................................................................................................29

Vigilância em saúde e a saúde do trabalhador .............................32


A Saúde Pública e a Vigilância em Saúde.....................................................................32

Evolução da Vigilância em Saúde ......................................................................................33

Áreas de atuação da Vigilância em Saúde...................................................................34

Vigilância em Saúde do Trabalhador................................................................................ 36

A saúde ocupacional no contexto da Vigilância em Saúde ........................... 38

Ações de saúde do trabalhador ......................................................................................... 39


Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 9

02
UNIDADE
10 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

INTRODUÇÃO
Prezado aluno! Nesta unidade veremos como os estabelecimentos,
em conjunto com os profissionais, podem trabalhar com segurança e
qualidade, resguardando a saúde laboral dos trabalhadores sem perder
a produtividade requerida pelo mercado. Serão abordados a legislação
referente à saúde ocupacional, bem como os demais documentos
normativos pertinentes e as ferramentas utilizadas na minimização dos
riscos laborais e na proteção da saúde do trabalhador. Vamos lá! Bons
estudos!
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 11

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término
desta etapa de estudos:

1. Explicar a evolução da segurança do trabalho.

2. Identificar os riscos, atos e condições inseguras.

3. Organizar a implantação da cultura da segurança nas organizações.

4. Apontar a Saúde do Trabalhador como estratégia da Vigilância em


Saúde no SUS.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
12 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

Evolução histórica da segurança do trabalho

OBJETIVO:

Ao concluirmos esta unidade você será capaz de


compreender como evoluiu a segurança do trabalho no
Brasil e no mundo, levando à instituição de uma legislação
que protege o trabalhador de condições inseguras de
trabalho. Também conhecerá como o SUS trabalha a
questão da saúde do trabalhador como importante foco da
saúde pública. Preparado? Vamos lá!

Histórico da Saúde do Trabalhador


A história do trabalho está intimamente ligada à da humanidade.
O trabalho proporcionou ao homem uma evolução impressionante, mas
também está fortemente ligado a lesões, adoecimento e óbitos, fatos
relatados em escrituras desde a antiguidade (BRASIL, 2017a).

VOCÊ SABIA?

O Novo Testamento, por exemplo, relata o desabamento


da Torre de Siloé, farol que causou a morte de dezoito
trabalhadores. Acidentes de trabalho e doenças acarretadas
pelas condições de trabalho também são descritas desde
a Grécia Antiga. Hipócrates, há mais de dois mil anos
antes de Cristo, descreveu a intoxicação por chumbo em
trabalhadores das minas gregas (BRASIL, 2017a).

Data do início do século XVIII a publicação do médico Bernardino


Ramazzini da sua obra De Morbis Artificum Diatriba, discorrendo sobre
mais de 50 atividades laborais e sua época (JACKSON FILHO et al., 2015).

Não existem, porém, indícios de nenhuma política pública voltada à


redução dos riscos ocupacionais nesse período, uma vez que os acidentes
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 13

vitimavam escravos e a parcela trabalhadora que era advinda de classes


sociais inferiorizadas (BRASIL, 2017a).

Já no período que compreende a Revolução Industrial, vivenciou-


se o agravamento do número de acidentes de trabalho pelo aumento
crescente do uso de máquinas, longas jornadas de trabalho, grande
número de trabalhadores em confinamento em pequenos espaços,
trabalho infantil, péssimas condições de trabalho, insalubridade, dentre
outros aspectos ligados a esse período e às primeiras indústrias inglesas,
principalmente (BRASIL, 2017a).

IMPORTANTE:

A Revolução Industrial foi responsável por tornar o trabalho


assalariado como fonte primordial de inserção das pessoas
no processo produtivo. Assim, tornou-se grande geradora
de exploração econômica e social, levando a danos à
saúde que causavam doença, danos permanentes e
mortes (JACKSON FILHO et al., 2015).

A partir do momento em que os trabalhadores se conscientizaram


dessa situação e se reuniram como classe, grande mobilização se formou
no intuito de cobrar intervenção do Estado na relação em patrões e
empregados para a redução dos riscos ocupacionais (JACKSON FILHO
et al., 2015).

Desse modo, na Inglaterra surgiram as primeiras leis trabalhistas.


Em 1802, foi promulgada a Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes.
Posteriormente, legislação semelhante se expandiu na Inglaterra e nos
países europeus em processo de industrialização (BRASIL, 2017a).

NOTA:

Em 1919 foi criada a Organização Internacional do Trabalho


(OIT) logo após o término da I Guerra Mundial. Sua criação
alterou a velocidade e o foco das normas e práticas de
proteção à saúde dos trabalhadores (BRASIL, 2017a).
14 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

Histórico da legislação nacional


O mesmo fenômeno ocorrido nos países europeus em
desenvolvimento também ocorreu no Brasil, porém de forma mais tardia
(BRASIL, 2017a). No período do Brasil Colônia essa preocupação não
existia, uma vez que a força de trabalho era composta basicamente por
índios e negros escravos (BRASIL, 2017a).

A preocupação com a criação de uma legislação de proteção


aos trabalhadores surgiu com o processo de industrialização, durante a
República Velha (1889–1930) (BRASIL, 2017a).

Grandes avanços foram realizados no Governo Vargas (1930–1945),


com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), instituída pelo Decreto-
Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 (BRASIL, 1943).

NOTA:

O Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, no


Brasil, foi criado em 26 de novembro de 1930 (BRASIL,
2017a). Posteriormente, foi sensivelmente alterado pela
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988).

Atualmente, após robusta legislação, os profissionais em Saúde


do Trabalhador atendem a um mercado de trabalho amplo, que exige a
atuação de engenheiros, médicos e técnicos em segurança do trabalho
(JACKSON FILHO et al., 2015).
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 15

Segurança no trabalho
INTRODUÇÃO:

A segurança no trabalho é de suma importância para a


manutenção da saúde do profissional. As medidas de
segurança, parte das boas práticas profissionais, vão desde
a utilização de jalecos, luvas de procedimento, capacetes e
aventais plumbíferos até ações simples, porém importantes,
de conduta segura.

Em saúde, por exemplo, a execução de práticas seguras e o


uso de luva, por exemplo, não deve se restringir a procedimentos que
exponham o profissional ao contato com sangue, fluídos corpóreos e pele
não íntegra de clientes com diagnóstico de doenças infectocontagiosas
(como AIDS e Hepatite B), mas a todos os clientes, em geral, por questões
não somente de risco de infecções, mas também para manter o bem-
estar do profissional e do seu cliente (BRASIL, 2013).

Importância da conduta profissional segura


Para entendermos o raciocínio apresentado nesse texto, precisamos
conhecer os conceitos de perigo e risco. Sanders e McCormick (1993)
definiram:

DEFINIÇÃO:

Perigo é uma condição ou um conjunto de circunstâncias


que têm o potencial de causar ou contribuir para uma lesão
ou morte. Já o risco é a probabilidade ou chance de lesão
ou morte.

Assim, na presença de perigo, não existe risco zero. No ambiente de


trabalho do profissional existe uma série de fatores de perigo que contribui
para situações de risco: materiais e instrumentais perfurocortantes;
equipamentos e máquinas pesadas; exposição a substâncias
potencialmente tóxicas; microrganismos como bactérias e fungos
16 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

presentes normalmente em todos os ambientes e no corpo humano e que


podem causar doenças; postura inadequada e movimentos repetitivos;
dentre diversos outros que tornam cumulativo o risco no ambiente de
trabalho.

NOTA:

Assim, cabe ao profissional realizar a sua tarefa de forma


segura, atendendo às normas de segurança e as boas
práticas profissionais, minimizando os riscos inerentes
ao seu trabalho, reduzindo-os para níveis considerados
seguros (CVSE-SP, 2012).

Ações básicas de segurança


Os profissionais devem, acima de tudo, manter a execução de suas
atividades (e seu ambiente de trabalho físico) regulares frente às normas
de segurança.

De acordo com a ANVISA, as ações básicas de segurança,


considerados padrões mínimos a serem seguidos são (BRASIL, 2016):

• Usar jaleco, calçado fechado, calça comprida e óculos de proteção;

• Utilizar capacetes, cinto de segurança para trabalho em altura,


talabartes;

• Aventais plumbíferos para trabalho em radiatividade;

• Utilizar sempre luvas de procedimento, que devem ser trocadas a


cada procedimento ou troca de paciente;

• Máscaras e toucas também devem ser utilizadas e, como sendo


de uso único, seguem as mesmas orientações;

• Luvas de borracha, protetores auriculares, aventais, sapatos e


botinas.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 17

Figura – Luvas de procedimento e de borracha são EPI amplamente utilizados.

Fonte: @freepik

Os equipamentos de proteção individual são divididos em


(BRASIL, 2016):

1. Proteção da cabeça;

2. Proteção auditiva;

3. Proteção respiratória;

4. Proteção ocular e facial;

5. Proteção de mãos e braços;

6. Proteção de pés e pernas;

7. Proteção contra quedas;

8. Proteção do tronco.

A caracterização de insalubridade se dá quando o empregado


estiver exposto, em caráter habitual e permanente a agentes nocivos
à saúde, quando se tratar de ruído contínuo ou intermitente; ruídos de
impacto; exposição ao calor; radiações ionizantes; agentes químicos cuja
insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local
18 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

de trabalho e poeiras minerais; ou em quaisquer atividades sob condições


hiperbáricas, com agentes químicos ou agentes biológicos; e quando
comprovada através de laudo de inspeção do local de trabalho para
radiações não ionizantes; vibração; frio e umidade, que podem causar o
seu adoecimento, definida pela NR 15 (BRASIL, 2018).

Já a periculosidade caracteriza-se pelo fator “fatalidade”, ou seja, a


submissão do empregado a risco de vida, em função das atividades por
ele exercidas (BRASIL, 2018).

Como exemplo cita-se o uso de explosivos, inflamáveis (exceto para


o transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos)
litros para os inflamáveis líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para
os inflamáveis gasosos liquefeitos), radiações ionizantes ou substâncias
radioativas, atividades e operações perigosas com exposição a roubos
ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de
segurança pessoal ou patrimonial, atividades perigosas com energia
elétrica ou atividades em motocicleta. A periculosidade é definida nos
artigos 193 a 196 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na NR 16
(BRASIL, 2018).
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 19

Classificação dos Riscos Ocupacionais


OBJETIVO:

Para uma definição precisa e oficial, utilizaremos aqui


os conceitos apresentados pela Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes do Ministério do Trabalho e
Emprego que subdivide os riscos encontrados nos
ambientes de trabalho em biológicos, químicos, físicos e
ergonômicos (BRASIL, 1978).

Figura – Simbologia dos riscos ocupacionais.

Fonte: @freepik.

A classificação se faz importante devido ao estudo dos fatores


que influem na saúde ocupacional e dos mecanismos para contê-los na
tentativa de tornar o ambiente o mais salutar possível.
20 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

Riscos biológicos
Na categoria dos riscos biológicos englobamos os seres vivos
que representem ameaça ao organismo humano. Consideram-se como
agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, dentre
outros organismos que possam causar danos aos seres humanos,
causando doenças.
Figura – Símbolo do Risco Biológico.

Fonte: @pixabay

NOTA:

O símbolo da biossegurança foi padronizado como sendo


o símbolo do risco biológico. Contradições sobre o seu
idealizador e seu significado são motivos de discussão no
meio acadêmico e científico (COSTA; COSTA, 2006).

Profissões simples, como cabeleireiros e manicures, por exemplo,


devem se atentar para o risco biológico contido em seu instrumental
cotidiano. Artigos como escovas, alicates, agulhas, espátulas e luvas
são potencialmente perigosos quanto à carga microbiana que podem
apresentar.

O manejo inadequado de instrumentais perfurocortantes utilizados


em hospitais e clínicas pode expor os trabalhadores a microrganismos
patogênicos, como os vírus do HIV, Hepatite B e Hepatite C.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 21

Riscos químicos
Como agentes de risco químico consideram-se as diversas
substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo
humano pela via respiratória, ser absorvido pela pele (mesmo íntegra),
lesar os olhos, ou que possuem toxicidade se ingeridos.

Pela via respiratória, essas substâncias podem ser inaladas


acidentalmente nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas
ou vapores. Já a pele pode absorver substâncias tóxicas ou mesmo ser
danificada pelo contato.
Figura: Símbolo de risco químico.

Fonte: @pixabay

Produtos químicos, com composição química variada, podem


causar danos à saúde dos trabalhadores, de forma aguda ou crônica.
Quando absorvidos pelo organismo por inalação e, principalmente,
pela exposição prolongada, apresentam como risco o aparecimento de
doenças graves, como o câncer.

Uma ameaça constante é o risco de dermatites de contato


ocasionadas pelo manuseio inadequado de substâncias químicas,
22 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

podendo levar a irritações e queimaduras na pele. O contato dessas


substâncias com os olhos também deve ser considerado um problema e
a devida proteção deve ser utilizada.

Riscos físicos
A essa classe se agrupam os agentes físicos de formas de energia
a que os trabalhadores possam estar expostos. São exemplos de riscos
físicos ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações, eletricidade,
vibração, dentre outros.

Os agentes desse grupo se tornam especialmente perigosos


devido ao caráter cumulativo do dano causado, tornando a exposição
crônica responsável por problemas do aparelho auditivo, como redução
da audição ou surdez permanente.
Figura: Ruídos constantes levam ao risco de surdez.

Fonte: @freepik

Cuidado especial deve ser aplicado também no uso de aparelhos


elétricos juntamente ou próximos a pontos de água, devido ao alto risco
de choques elétricos.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 23

Riscos ergonômicos
Os fatores do risco ergonômico envolvem uma série de situações
em que o profissional se expõe a algum tipo de esforço excessivo, seja
ele físico ou psicológico, e que possa vir a interferir em suas funções
fisiológicas.

NOTA:

Os riscos ergonômicos, ligados à engenharia humana, são


responsáveis por doenças que levam à dor e ao desconforto,
muitas das vezes sobre o sistema osteomuscular e nervoso.

Figura – A postura inadequada é um grande fator de risco

Fonte: @freepik

Como exemplos desses agentes, podemos citar o levantamento


de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, os movimentos
repetitivos e a postura física inadequada no trabalho.
24 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

Os danos à saúde do trabalhador são causados de maneira


cumulativa pela repetição dos fatores ou atitudes que estão relacionados
à etiologia do problema. Assim, uma vez identificado o risco, uma
alteração sensível na maneira de se trabalhar pode ser a solução para a
sua contenção.

IMPORTANTE:

Acidentes e outros eventos adversos ocorridos no ambiente


de trabalho, que estejam relacionados ao serviço prestado
pelo profissional e que configuram danos à saúde dos
clientes, são a preocupação central de todo profissional
da saúde. A saúde, maior bem e direito de todo indivíduo,
deve ser resguardada acima de tudo. Sabe-se que a
prestação de serviços em saúde é cercada de riscos, o que
pode deixar o profissional receoso e inseguro frente à sua
práxis profissional, porém o conhecimento desses agentes
proporciona a implantação de ferramentas que permitem
a sua contenção, minimizando sobremaneira os riscos
e tornando seguro o trabalho do profissional para seus
clientes e para si próprio.

Contenção de Riscos Químicos e Biológicos


A minimização dos riscos de transmissão e/ou desenvolvimento
de doenças infecciosas ou ocupacionais e acidentes de trabalho nos
serviços de saúde é alcançada através da adoção de medidas preventivas
e educativas (CVSE-SP, 2012).

A norma regulamentadora 32 — NR 32 — é a que estabelece a


segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde.

As barreiras de contenção para agentes químicos são dispositivos ou


sistemas que protegem o profissional do contato com substâncias químicas
irritantes, nocivas, tóxicas, corrosivas, líquidos inflamáveis, substâncias
produtoras de fogo, agentes oxidantes e substâncias explosivas.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 25

IMPORTANTE:

Trabalhadores de diversas indústrias estão diariamente


expostos a uma variedade de substâncias químicas que,
se não utilizadas nas concentrações definidas e de maneira
correta, podem tornar-se nocivas sobre o organismo,
podendo desencadear quadros de intoxicação, irritações
e queimaduras. Assim, os produtos químicos devem ser
utilizados criteriosamente, de acordo com as orientações de
segurança. Aventais, luvas, máscaras e óculos são barreiras
de proteção que devem ser utilizadas, evitando-se, assim,
o contato com a pele, os olhos e as vias respiratórias.

Exemplo:

Avental de chumbo ou colete de chumbo são nomes populares


do avental plumbífero, um tipo de uniforme obrigatório designado
como VPR (Vestimenta de Proteção Radiológica), que tem como
objetivo proteger o usuário diante de uma possível exposição à
radiação emitida pelos aparelhos radiológicos. Profissionais que
trabalham com equipamentos radiológicos utilizam aventais de
chumbo (plumbíferos) para proteção da tiroide, gônadas e tórax.

NOTA:

Precaução especial deve ser dada aos produtos que


possuem constituintes voláteis e que podem ser inalados,
causando quadro de intoxicação ou mesmo irritação nos
olhos.

Nunca se devem misturar produtos sem que tal prática seja


autorizada pelo fabricante: o resultado é imprevisível e a mistura pode ser
tóxica (o manuseio seguro de substâncias perigosas só pode ser realizado
em um equipamento denominado capela de exaustão).
26 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

NOTA:

Em casos de intoxicação, ligue no telefone 0800 0148110


e se oriente com o Centro e Assistência Toxicológica —
CEATOX, órgão vinculado à Universidade de São Paulo.

As barreiras de contenção de agentes biológicos são aquelas que


impedem a proliferação e transmissão dos microrganismos no ambiente.
Estão relacionadas à higiene do ambiente, higiene pessoal e os processos
de limpeza, desinfecção e esterilização de superfícies e artigos utilizados
nos procedimentos.

Atualmente são conhecidos os mecanismos de reprodução,


crescimento e transmissão desses microrganismos (bactérias, fungos,
vírus e demais parasitas) e busca-se, assim, a implantação de rotinas
que interfiram nesses ciclos, impossibilitando a propagação de doenças
(TRABULSI, 2008).

EXPLICANDO MELHOR:

Trata-se de barreiras físicas (luvas de procedimento) e a


utilização de processos físicos e químicos que destruam
os microrganismos ou sua capacidade reprodutiva (calor e
álcool 70%).

Faz-se importante que o ambiente esteja de acordo com o projeto


arquitetônico e dentro das normas sanitárias, uma vez que o material
utilizado no acabamento das paredes e bancadas deve ser lavável,
permitir fácil higienização e desinfecção, e não favorecer o crescimento
microbiano.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 27

NOTA:

Uma ferramenta simples e que possui grande impacto


sobre a transmissão de microrganismos é a higienização
criteriosa das mãos. Para o profissional de saúde, a
higienização das mãos é extremamente importante e
necessária, pois a execução dos procedimentos pode
acarretar em transmissão de microrganismos para os
clientes através do contato.

O método de higienização das mãos com água e sabão é considerado


um processo de antissepsia, uma vez que elimina os microrganismos
presentes nos tecidos vivos. Esse procedimento deve ser realizado antes
e após todos os atendimentos para se evitar a contaminação cruzada de
cliente para cliente (HIRATA; MANCINI FILHO, 2002).

NOTA:

Para fins de enquadramento nas leis sanitárias e de


biossegurança, graus distintos de adoção de medidas de
precaução, os ambientes são classificados em críticos,
semicríticos e não críticos.

Desse modo, são consideradas áreas críticas aquelas onde existe


risco aumentado de transmissão de agentes infecciosos. Nesses ambientes
são realizados procedimentos invasivos, como laboratórios de análises
clínicas, as salas de cirurgias e partos, unidade de tratamento intensivo,
bancos de sangue, salas de hemodiálise e a área de processamento de
roupa hospitalar suja.

As áreas semicríticas são aquelas onde estão internados pacientes


com doenças infectocontagiosas de baixa transmissibilidade e baixo risco
biológico e doenças não infecciosas como as enfermarias e ambulatórios.
Já as áreas não críticas são todas as áreas de serviços de saúde não
ocupadas por pacientes em tratamento, como os setores administrativos,
almoxarifados, sanitários, salas de espera e de visitantes (BRASIL, 2011).
28 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

SAIBA MAIS:

Muitos filmes abordam situações em que a transmissão


de agentes infecciosos coloca em risco a sobrevivência da
humanidade. Assistam ao filme: Extermínio — 28 Days Later.
Direção: Danny Boyle. Produção: Andrew Macdonald. Reino
Unido. British Film Council, 2002. DVD.

A ANVISA (2000), de maneira análoga, classifica os artigos utilizados


nos procedimentos. Os artigos críticos são aqueles utilizados em
procedimentos de alto risco para desenvolvimento de infecções ou que
penetram tecidos ou órgãos. Requerem esterilização para uso, como, por
exemplo, instrumental cirúrgico e agulhas hipodérmicas.

Os artigos semicríticos entram em contato com a pele não íntegra


ou com mucosas e requerem desinfecção de alto nível ou esterilização
para uso, como equipamentos utilizados em endoscopia.

Já os artigos não críticos são utilizados em procedimentos com


baixíssimo risco de desenvolvimento de infecções associadas ou que
entram em contato apenas com pele íntegra. Esses requerem limpeza
apenas ou desinfecção de baixo ou médio nível, dependendo do risco
de transmissão secundária de microrganismos de patogênicos ao ser
humano. Como exemplo, podemos citar as toalhas, macas, paredes e
pisos das salas.

IMPORTANTE:

Desse modo, os ambientes destinados ao cuidado


em saúde podem ser classificados nos três níveis de
criticidade, dependendo da complexidade dos serviços
que realizam e dos artigos que utilizam. Para a manutenção
de um ambiente sempre seguro, os profissionais devem
seguir rigorosamente às referências técnicas para o
funcionamento dos serviços de estética e embelezamento
com ou sem responsabilidade médica (BRASIL, 2016).
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 29

Existem quatro níveis de biossegurança: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-


4, crescentes no maior grau de contenção e complexidade do nível de
proteção, que consistem de combinações de práticas e técnicas de
laboratório e barreiras primárias e secundárias de um laboratório.

IMPORTANTE:

O responsável técnico pelo laboratório é o responsável


pela avaliação dos riscos e pela aplicação adequada dos
níveis de biossegurança, em função dos tipos de agentes e
das atividades a serem realizadas (BRASIL, 2006).

Um ambiente de saúde deve ser devidamente planejado


e elaborado de maneira a atender à legislação pertinente sobre
edificações dos estabelecimentos assistenciais de saúde, a RD
50/2002 (BRASIL, 2002).

A elaboração de um projeto arquitetônico que valorize as boas


práticas de segurança é o primeiro passo para a autorização legal de
funcionamento de uma empresa.

NOTA:

O ambiente físico deverá contemplar espaços com


dimensões compatíveis com as atividades propostas,
atendendo a uma lógica de organização espacial e
funcional e utilizando-se de materiais (de construção e
acabamento interno) que minimizem os riscos (BRASIL,
2002; BRASIL, 2011).
30 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

Figura – O projeto arquitetônico deve seguir as normas para minimizar os riscos do


ambiente laboral.

Fonte: @freepik

As normas para cada estabelecimento são encontradas nas


resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em que se
instituem regulamentações sobre a organização estrutural, física e o bom
funcionamento dos serviços de saúde (BRASIL, 2002).

NOTA:

Um espaço físico adequado e o respeito às boas práticas,


juntamente com a classificação e contenção dos riscos
desse ambiente, são a chave para a realização de um
trabalho seguro.

Barreiras de Contenção Primárias e


Secundárias
De acordo com Hirata e Mancini Filho (2002), as barreiras de
contenção são classificadas em primárias e secundárias. A contenção
primária é aquela que consiste na proteção direta do profissional e do
ambiente de trabalho à exposição a agentes nocivos.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 31

São realizadas através do uso de Equipamentos de Proteção


Individual (EPIs), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e das Boas
Práticas na realização dos procedimentos.

NOTA:

A manutenção do cartão de vacinação (com todas as


vacinas exigidas aos profissionais de saúde) é parte
integrante das estratégias de contenção primária contra
agentes biológicos.

Já as barreiras de contenção secundária compreendem a proteção


do ambiente externo da contaminação originária do serviço de saúde,
sendo mecanismos que preservam a saúde coletiva e o meio ambiente.

São obtidas pela estrutura física adequada, tratamento dos resíduos


(esgoto e descarte de resíduos) e também pelas rotinas diárias, como
a limpeza do ambiente e a desinfecção e esterilização de artigos e
instrumentais.

Mapa de risco, Equipamentos de proteção


individual (EPI) e coletiva (EPC)
De acordo com HOKERBERG et al. (2006), as avaliações de risco
constituem um conjunto de procedimentos com o objetivo de estimar o
potencial de danos à saúde ocasionados pela exposição de indivíduos a
agentes de risco no ambiente laboral.

NOTA:

Tais avaliações servem de subsídio para o controle e a


prevenção dessa exposição. Nos ambientes de trabalho,
esses agentes podem estar relacionados a processos de
produção, produtos e resíduos.
32 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

No Brasil, a norma regulamentadora NR-9 (BRASIL, 2020) estabelece


a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos
os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais — PPRA,
visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham
a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do
meio ambiente e dos recursos naturais.

O mapa de risco está englobado nos mecanismos de contenção


primária, juntamente com os equipamentos de proteção individual (EPI)
e coletiva (EPC).
Figura – Equipamentos de proteção individual.

Fonte: @freepik

De acordo com o mapeamento dos riscos, podem-se identificar os


equipamentos de proteção ideais para que o profissional possa contê-los
durante a sua jornada de trabalho.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 33

Os equipamentos de proteção individual (EPI) são os dispositivos


de uso individual destinados à proteção única e exclusiva do trabalhador
frente aos agentes de risco presentes no seu ambiente de trabalho.

NOTA:

São considerados EPI e devem sempre ser utilizados pelos


trabalhadores de saúde, de acordo com a avaliação de
risco, os jalecos, luvas de procedimento, máscaras, toucas,
óculos e protetores auriculares. Esses equipamentos
tendem a anular ou minimizar os danos causados pelos
agentes físicos, químicos e biológicos a que, porventura, o
profissional possa estar exposto.

Os equipamentos (ou medidas) de proteção coletiva (EPC) são


aqueles que visam à proteção da saúde do trabalhador, porém podem
envolver um ou mais indivíduos. Utilizam-se para esse fim dispositivos,
sinais luminosos, imagens, sons, instrumentos ou mesmo equipamentos.

Exemplos clássicos são corrimãos de escada, sinalização de piso


molhado, capelas para manuseio de produtos tóxicos e voláteis, fitas
isolando áreas de risco, extintores de incêndio e kits de primeiros socorros.
34 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

Vigilância em saúde e a saúde do trabalhador

OBJETIVO:

A proposta do Ministério da Saúde foi trabalhar com


a metodologia da Vigilância em Saúde, intersetorial,
multidisciplinar, porém com grande interfaceamento,
complementaridade e descentralizada em todo o território.

REFLITA:

Quais áreas, porém, são prioritárias para foco das políticas


e ações da Vigilância em Saúde? Considerando-se os
determinantes de saúde, como prover a vigilância dos
condicionantes tão amplos, como os epidemiológicos,
ambientais, sanitários e ocupacionais? Como se trabalhar
a intersetorialidade entre essas áreas de monitoramento
prioritário para implantar efetivas ações de controle e
prevenção?

Veremos nessa competência como a Vigilância em Saúde


conseguiu intervir no complexo e dinâmico processo do adoecimento,
delegando atribuições a órgãos tão distintos, mas que, afinal, convergem
para uma mesma finalidade.

A Saúde Pública e a Vigilância em Saúde


O processo dinâmico que envolve o adoecimento de uma
população, considerando-se doenças transmissíveis, doenças crônicas
não transmissíveis, saúde do trabalhador e saúde ambiental, é
continuamente monitorado através de ações de saúde executadas dentro
da vasta e eficiente metodologia denominada “Vigilância em Saúde”.

No ano de 1963, no âmbito da saúde, surge o conceito de vigilância


enunciado por Langmur (1963 apud BOCCATTO, 2012, p. 2).
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 35

Para ele:

DEFINIÇÃO:

“Vigilância é a observação contínua da distribuição e


tendências da incidência de doenças mediante a coleta
sistemática, consolidação e avaliação de informes de
morbidade e mortalidade, assim como de outros dados
relevantes, e a regular disseminação dessas informações a
todos os que necessitam conhecê-la”.

Importante ressaltar que o seu conceito traz características


essenciais que se repetiriam em todos os próximos conceitos e métodos
de trabalho em vigilância em saúde: a “observação contínua” e a “coleta
sistemática”.

A evolução desse conceito nos leva ao enunciado de Raska (1966


apud BRASIL, 2007), que define vigilância em saúde já como estudo
epidemiológico de enfermidades transmissíveis. Aqui, observa-se foco
exclusivo da vigilância em saúde no processo de transmissão de agentes
infecciosos, numa tentativa de se intervir na cadeia de infecção através do
conhecimento e da ecologia dos agentes infecciosos, do hospedeiro, dos
reservatórios e vetores e dos mecanismos de transmissão.

Desde então, a vigilância em saúde evoluiu e ampliou as dimensões


de sua atuação para que, de maneira integral, efetive a proteção e a
promoção da saúde.

Evolução da Vigilância em Saúde


A evolução do conceito de Vigilância em Saúde (VS) originou
a estratégia utilizada hoje pelo SUS e que está contida na legislação
brasileira. Nela, o conceito e a metodologia de trabalho envolvem a
responsabilidade pela vigilância, prevenção e controle de doenças
transmissíveis, bem como a redução da exposição aos fatores de risco
para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, saúde
ambiental e saúde do trabalhador, intervindo de maneira preventiva
e coletando sistematicamente dados para cálculo e indicadores
36 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

epidemiológicos que reflitam a real situação de saúde da população


brasileira (BRASIL, 2017b).

EXPLICANDO MELHOR:

Nesse contexto, a vigilância em saúde visa à prevenção


e controle de riscos, agravos e doenças e à promoção
da saúde geral, bem como subsidiar os gestores com
indicadores para a realização de análise crítica que
direcione o planejamento e a implementação de políticas
públicas para a promoção da saúde de uma população
(TEIXEIRA et al., 2018).

Áreas de atuação da Vigilância em Saúde


Na perspectiva desse contexto ampliado e integrado que tomou o
conceito de VS, suas ações atualmente buscam respostas efetivas para
todas as necessidades de saúde que emanam do povo, propondo-se a
trabalhar articuladamente ações de saúde no território e nas populações
de modo que extrapolem as unidades de saúde e promovam intervenções
no meio ambiente e na cultura locais (OLIVEIRA; CRUZ, 2015).

EXPLICANDO MELHOR:

A saúde e a doença estão intimamente ligadas às situações


sociais e ambientais, como saneamento básico, educação,
alimentação, moradia, trabalho e lazer.

Com essa noção sistematizada de VS buscou-se uma interlocução


maior entre o controle de causas, riscos e danos por meio da redefinição
da metodologia de trabalho, propondo-se uma ação no âmago das
comunidades.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 37

NOTA:

Essa proposta trouxe a discussão sobre integrar esses


serviços de VS já existentes no Brasil de forma dispersa
e agrupá-los de forma a combater efetivamente a
complexidade das demandas existentes no quadro
sanitário brasileiro (PAIM; ALMEIDA FILHO, 2014).

Para concretizar essa proposta, a operacionalização das ações da


VS se dá por meio de interfaces incluídas no SUS, executando importantes
programas de prevenção e controle, considerando-se prioridades, recursos
e cronograma, em diversas áreas, como apresentado (BOCCATTO, 2012):

1. Epidemiológica;

2. Ambiental;

3. Saúde do Trabalhador;

NOTA:

Trabalha a promoção e a proteção à saúde dos


trabalhadores. Visa à recuperação e à reabilitação de
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos laborais.

1. Imunização;

2. Sanitária;

3. Infraestrutura.

A proposta de cada uma das áreas de atuação da VS se resume


no compartilhamento de atribuições e responsabilidades, sem que
cada uma das “vigilâncias” abandone sua atuação técnica específica.
Essa integração, porém, implica novos papéis, novas interfaces e a
implantação de práticas inovadoras no quesito técnico-operacional
(OLIVEIRA; CRUZ, 2015).
38 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

EXPLICANDO MELHOR:

Assim sendo, cada uma das “vigilâncias” possui funções


técnicas bem específicas, que se integram no complexo
conjunto da Vigilância em Saúde.

Vigilância em Saúde do Trabalhador


O trabalho na sociedade atual acabou por se transformar em
importante fonte de acidentes e de doenças laborais, demandando a
criação de órgãos de Vigilância em Saúde do Trabalhador que possam
propor mecanismos de controle e prevenção nos ambientes organizacionais
e relações de trabalho existentes (DALTON; LACMAN, 2013).

IMPORTANTE:

A qualidade da saúde do trabalhador, nesse contexto,


acaba sendo resultado do gerenciamento de todos os
riscos presentes no ambiente laboral, de modo que se
deve buscar a redução da exposição ao fator de risco e,
por consequência, do desenvolvimento das doenças
ocupacionais, seja de maneira aguda ou crônica,
ocasionadas pela repetição acidental ou cotidiana do
contato do indivíduo com os agentes de risco.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 39

Figura - O trabalhador se expõe a diversos tipos de risco no seu ambiente laboral.

Fonte: @freepik

A necessidade de ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador


surgiu como uma proposta governamental de promoção da saúde e
redução da morbimortalidade da classe trabalhadora, visando integrar
atividades de educação e intervenção direta sobre os riscos, agravos e
seus determinantes que se relacionam aos diversos tipos de processos
produtivos (VIANA et al., 2017).

No Brasil, a Portaria nº 3.120/1998 e as normas regulamentadoras


(NR) regulam Instrução a Vigilância em Saúde do Trabalhador, definindo os
procedimentos básicos de prevenção e controle dos acidentes, agravos e
doenças ocupacionais (BRASIL, 1998; VIANA et al., 2017).

As ações de cuidado à saúde dos trabalhadores devem se basear na


compreensão de que o trabalho é determinante importante do processo
saúde–doença. Desse modo, é fundamental que se conheça o ambiente
de trabalho e a ocupação dos indivíduos (AMORIM et al., 2017).
40 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

A saúde ocupacional no contexto da


Vigilância em Saúde
A saúde do trabalhador é uma área de estudo complexa e
multidisciplinar, que analisa os processos de adoecimento e busca
determinar uma relação causal direta com o trabalho.

Sabe-se que esse processo é multicausal e se relaciona aos


diversos agentes de riscos aos quais estão expostos os trabalhadores
(químicos, físicos, biológicos e ergonômicos) no ambiente de trabalho.

A biomecânica ocupacional minimiza problemas como postura


inadequada, esforço repetitivo e demais fontes de dores e doenças
laborais (DEFANI et al., 2005).

A relação entre o profissional e o seu trabalho se torna desfavorável


para o trabalhador quando as condições oferecidas pelo ambiente não
são saudáveis. Assim, a realização contínua desse trabalho pode ser
a causa de desenvolvimento e evolução de doenças, ditas laborais ou
ocupacionais, que levam à perda de produtividade.

NOTA:

Isso acontece devido a dores, que geram mobilidade


reduzida, e a outras situações debilitantes, até mesmo a
morte em casos extremos.

A Saúde Ocupacional analisa parâmetros ambientais e biológicos


de exposição no trabalho e seus efeitos sobre a saúde do trabalhador
gerando as doenças ocupacionais, aquelas que produzem malefícios à
saúde do trabalhador.

Desse modo, de acordo com o agente causador e a exposição,


existem vários tipos doenças ocupacionais que acometem o ser humano,
afetando os diferentes sítios do organismo (DALTON; LACMAN, 2013).
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 41

Figura - O tipo do agente ao qual houve exposição no ambiente laboral definirá as


características da doença ocupacional.

Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/herbicida-avignon-no-campo-de-arroz-587589/]].

No Brasil, a Lei nº 8.213/1991 define a doença ocupacional como


aquela que é produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
específico a uma determinada atividade laboral ou mesmo a condições
especiais em que a atividade ocupação se realize e com ela se relacione
diretamente (BRASIL, 1991).

Ações de saúde do trabalhador


Na Atenção Básica, compreendem-se os usuários como
trabalhadores e se investe na investigação da sua situação de trabalho e
as relações existentes que possam servir de gatilhos para o adoecimento
(AMORIM et al., 2017).

NOTA:

Espera-se, porém, que as empregadoras sigam as normas


de Medicina e Segurança no Trabalho que preconizam
métodos de prevenção de danos à saúde que possam ser
causados pela exposição ocupacional.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)


e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), apresentados,
42 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

respectivamente, pelas normas regulamentadoras (NR) 7 e 9, são


instrumentos legais elaborados e implantados obrigatoriamente pelas
empresas, visando preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores
(BRASIL, 1994; BRASIL, 1998).

A NR 7 (BRASIL, 2020, p. 1), estabelece a obrigatoriedade de


elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa
de Controle Médico de Saúde Ocupacional — PCMSO, objetivando
promover e preservar a saúde dos trabalhadores em caráter preventivo,
de rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados
ao trabalho além da constatação da existência de casos de doenças
profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

O PPRA, por sua vez, expresso pela NR 9 (BRASIL, 1994, p. 1), define
que a proteção “da saúde dos trabalhadores deve ser realizada mediante a
antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais
existentes do ambiente de trabalho, considerando sempre a proteção do
meio ambiente”.

DEFINIÇÃO:

A vigilância em saúde visa à prevenção e controle de


riscos, agravos e doenças e a promoção da saúde geral,
bem como subsidiar os gestores com indicadores para a
realização de análise crítica para o planejamento.

Assim, na Vigilância em Saúde do Trabalhador, utilizam-se


mecanismos de investigação, análise, intervenção sobre os processos, os
ambientes, as organizações e as relações de trabalho, visando à promoção
e à manutenção da saúde dos trabalhadores, bem como à prevenção de
acidentes e de doenças ocupacionais.

Desse modo, representa parte fundamental das ações de Vigilância


em Saúde, contribuindo de maneira intersetorial com a efetiva qualidade
de vida e saúde dos trabalhadores e da população de maneia geral.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 43

TESTANDO:

A coordenadora da Vigilância em Saúde da cidade de


Papagaios se deparou com uma situação de saúde pública
em que centenas de pessoas de uma região rural estavam
dando entrada nas unidades de saúde com sintomas
de intoxicação. Elas tinham em comum a fonte de água
para consumo, primeira sugestão de análise por parte da
equipe. Constatou-se que a água estava contaminada com
resíduos de uma pequena indústria têxtil. Na averiguação,
foi relatado que a indústria possuía local adequado para
descarte dos resíduos, mas que os funcionários tinham
“preguiça” de carregar os galões até o local e acabavam
por descartar no esgoto comum que ia diretamente para
o rio. Questionados, os funcionários reclamaram que os
galões eram muito pesados e que acabavam derramando
sobre eles. Não foi evidenciada utilização de EPI por parte
dos funcionários. Muitos deles se queixavam de dores no
corpo, problemas de coluna e intoxicação. Pela sua análise,
a Vigilância em Saúde percebeu que a intervenção envolvia
duas áreas de atuação: a Vigilância Ambiental e a Saúde do
Trabalhador. A resposta efetiva da Vigilância em Saúde aos
agravos e demais problemas de saúde pública necessita
da integração entre as suas áreas de atuação, ou seja,
que exista um compartilhamento eficiente de atribuições
e responsabilidades, sem que cada umas das “vigilâncias”
abandone sua atuação técnica específica. Essa integração,
porém, implica utilização de ações e intervenções distintas,
valendo-se dessas interfaces para a implantação de
práticas inovadoras no quesito técnico-operacional da VS
que surta efeitos reais sobre a saúde e a qualidade de vidas
dos indivíduos.
44 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

RESUMINDO:

Nesta unidade pudemos ver como a saúde do trabalho é


uma construção coletiva e interdisciplinar que visa, além de
promover a minimização dos riscos e doenças ocupacionais,
promover a saúde da população de uma maneira coletiva.
Aprendemos também como identificar os tipos de riscos
presentes no ambiente de trabalho e como reduzi-los a
níveis aceitáveis mantendo a saúde do trabalhador e a sua
produtividade.
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 45

REFERÊNCIAS
AMORIM, L. de A. et al. Vigilância em Saúde do Trabalhador na Atenção
Básica: aprendizagens com as equipes de Saúde da Família de João
Pessoa, Paraíba, Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n.
10, p. 3403–3413, oct. 2017. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017021003403&lng=en&nrm=iso.
Acesso em: 16 nov. 2019.

BOCCATTO, M. Vigilância em saúde. UNA-SUS. UNIFESP. Disponível


em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4232427/mod_resource/
content/2/texto%20unifesp%20vigilancia.pdf. Acesso em: 15 nov. 2019.

BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de


Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm. Acesso em: 15
nov. 2019.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 19, de 9 de abril


de 1998. Altera a Norma Regulamentadora nº 7 — Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional [Internet]. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, 9 abr. 1998. Disponível em: https://www.
legisweb.com.br/legislacao/?id=181894. Acesso em: 15 nov. 2019.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 25, de 29 de


dezembro de 1994. Altera o texto da Norma Regulamentadora nº 9 —
Riscos Ambientais [Internet]. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Brasília, 29 dez. 1994. Disponível em: http://www.trtsp.jus.br/geral/
tribunal2/LEGIS/CLT/NRs/NR_9.html. Acesso em: 15 nov. 2019.

BRASIL. Portal Ministério da Saúde. Vigilância em Saúde. 2017a. Disponível


em: http://portalms.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/atuacao. Acesso
em: 15 de novembro de 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Vigilância em Saúde


Vigilância Ambiental. 2017b. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/
vigilancia-em-saude/vigilancia-ambiental. Acesso em: 15 nov. 2019.
46 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Básico de


Controle de Infecção Hospitalar: caderno C: métodos de proteção anti-
infeciosa. Brasília. ANVISA, 2000. Disponível em: http://www.cvs.saude.
sp.gov.br/pdf/CIHCadernoC.pdf. Acesso em 14 nov. 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Programa


Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas
à Assistência à Saúde. Brasília. ANVISA, 2013. Disponível em:
https://bit.ly/3d1tCIi. Acesso em 15 nov. 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Referência técnica


para o funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem
responsabilidade médica. Brasília. ANVISA, 2012. Disponível em: http://
www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Manual%20est%C3%A9tica%20revisado-
11set13.pdf. Acesso em: 15 nov. 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da


diretoria colegiada — RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível
em: https://bit.ly/3jyJIM1. Acesso em: 15 nov. 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria


colegiada- RDC nº 63, de 25 de Novembro de 2011. Disponível em: http://
portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/rdc0063_25_11_2011.
pdf/94c25b42-4a66-4162-ae9b-bf2b71337664. Acesso em: 15 nov. 2019.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Senado Federal: 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 nov.2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Classificação de Risco dos Agentes


Biológicos. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Editora MS. Brasília,
2011. Disponível em: https://www2.fcfar.unesp.br/Home/CIBio/
ClassificRiscoBiologico.pdf. Acesso em: 15 nov. 2019.

BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978. Comissão Interna de


Prevenção de Acidentes. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29.
ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489p.

COSTA, E. A. (org.). Vigilância Sanitária: temas para debates. Salvador:


UFBA, 2009. 240 p. – (Coleção Sala de Aula, 7). Disponível em: http://
Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS) 47

books.scielo.org/id/6bmrk/pdf/costa-9788523208813.pdf. Acesso em 15
de novembro de 2019.

COSTA, M. A. F.; COSTA, M. F. B. Entendendo a Biossegurança:


epistemologia e competências para a área de saúde. Rio de Janeiro,
Publit, 2006. Disponível em: http://www6.ensp.fiocruz.br/repositorio/
resource/358576. Acesso em: 15 nov. 2019.

CVSE-SP. Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. Manual


de orientação para instalação e funcionamento de institutos de beleza
sem responsabilidade médica. 2012. Disponível em: http://www.cvs.
saude.sp.gov.br/zip/Manual%20est%C3%A9tica%20revisado-11set13.pdf.
Acesso em: 15 nov. 2019.

DALTON, M. T. B.; LANCMAN, S. Vigilância em Saúde do Trabalhador:


rumos e incertezas. Rev. bras. saúde ocup., São Paulo, v. 38, n. 127, p. 92–
106, june 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0303-76572013000100012&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 15
nov. 2019.

DEFANI, J. C. et al. A contribuição da antropometria para adequação


do posto de trabalho na embalagem de linguiça granada: estudo
de caso na agroindústria. In: SIMPEP, 12. Bauru, 2005. Anais [...].
Disponível em: http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_12/copiar.
php?arquivo=Defani_JC_estudo_de_caso.pdf. Acesso em: 21 nov. 2018.

HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J. Manual de Biossegurança. São Paulo:


Ed Manole, 2002. Disponível em: https://bdpi.usp.br/item/002803435.
Acesso em: 21 nov. 2018.

HOKERBERG, Y. H. M. et al. O processo de construção de mapas de


risco em um hospital público. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v.
11, n. 2, p. 503-513, June 2006. Dispnível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232006000200027&lng=en&nrm=iso.
Acesso em: 17 nov. 2019.

JACKSON FILHO, J. M. et al. Da segurança e medicina do trabalho


à Saúde do Trabalhador: história e desafios da Revista Brasileira de
Saúde Ocupacional. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 20, n. 7,
48 Gerenciamento de Perigos e Riscos à Saúde (GPRS)

p. 2041–2051, julho 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.


php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000702041&lng=en&nrm=iso.
Acesso em: 16 nov. 2019.

OLIVEIRA, C. M. de; CRUZ, M. M. Sistema de Vigilância em Saúde no


Brasil: avanços e desafios. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 39, n.
104, p. 255–267, mar. 2015. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042015000100255&lng=en&nrm=iso.
Acesso em: 15 nov. 2019.

PAIM, J. S; ALMEIDA FILHO, N. de. Saúde Coletiva: Teoria e Prática. Rio de


Janeiro: MedBook, 720p, 2014.

SANDERS, M. S.; McCORMICK, E. J. Human Error, Accidents, and Safety.


In: SANDERS, M. S.; McCORMICK, E. J. Human Factors in Engineering and
Design. 7th ed. New York: McGraw-Hill, 1993. chap. 20, p. 655–695.

TEIXEIRA, M. G. et al. Vigilância em Saúde no SUS — construção, efeitos


e perspectivas. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 1811–
1818, jun. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232018000601811&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 15
nov. 2019.

TRABULSI, L. R. Microbiologia. São Paulo: Ed. Atheneu, 2008.

VIANNA, L. C. R. et al. Vigilância em Saúde do Trabalhador: um estudo


à luz da Portaria nº 3.120/98. Saúde debate, Rio de Janeiro, v. 41, n. 114,
p. 786–800, sept. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-11042017000300786&lng=en&nrm=iso.
Acesso em: 15 nov. 2019.

Você também pode gostar