Bases Farmacovigilancia Farmacocinetica Clinica 2
Bases Farmacovigilancia Farmacocinetica Clinica 2
Bases Farmacovigilancia Farmacocinetica Clinica 2
Farmacovigilância e
Farmacocinética
Clínica
Hermínio Oliveira Medeiros
Livro didático
digital
Unidade 2
A Farmacovigilância
nos contextos da
Farmacoeconomia e
da Segurança do
Paciente
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
HERMÍNIO OLIVEIRA MEDEIROS
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor
HERMÍNIO OLIVEIRA MEDEIROS
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado sobre o tema em
ou detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................10
Competências......................................................................11
Processos investigativos em farmacovigilância
hospitalar...............................................................................12
Reações adversas a medicamentos.......................................12
Notificações a reações adversas a medicamentos......16
Notificações de queixas técnicas sobre medicamentos
e a Tecnovigilância ...............................................................................21
Notificações de suspeitas de inefetividade
terapêutica................................................................................................24
A farmacovigilância e a segurança do paciente.....26
Segurança do Paciente e Gerenciamento de risco....26
A Segurança do paciente no Brasil.........................................30
Protocolo de segurança na prescrição, uso e
administração de medicamentos.............................................34
Indicadores...............................................................................................38
Aspectos econômicos da saúde....................................41
A Economia da Saúde.......................................................................42
Estudos de avaliação econômica em saúde....................45
A Farmacoeconomia e uso racional de medicamentos.....48
A ANVISA e a avaliação de tecnologias em saúde..52
Tecnologia em saúde.........................................................................52
Avaliação de tecnologia em saúde (ATS)...........................54
Incorporação tecnológica..............................................................56
Bibliografia...........................................................................59
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 9
02
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Prezado aluno! Nessa unidade veremos como
são operacionalizados os processos investigativos em
Farmacovigilância no ambiente hospitalar a partir da
compreensão das reações adversas relacionadas a
medicamentos e das notificações que proporcionarão o
cálculo de indicadores e a intervenção das instituições
e órgãos sanitários. Abordaremos também como a
Farmacovigilância se relaciona à atual tendência do
gerenciamento de risco e da segurança do paciente
nessas organizações de saúde. Analisaremos os
aspectos econômicos na saúde, aprofundando os
conhecimentos em Farmacoeconomia e nos estudos
de avaliação econômica em saúde envolvendo
medicamentos, procedimentos e avaliação de
incorporação tecnológica. Convidamos você a evoluir
seus conhecimentos sobre a segurança no uso de
medicamentos e da relevância econômica desses
produtos para a saúde coletiva.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 11
COMPETÊNCIAS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade
2 - A Farmacovigilância nos contextos da
Farmacoeconomia e da Segurança do Paciente.
Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das
seguintes competências profissionais até o término
desta etapa de estudos:
1. Compreender o funcionamento dos processos
investigativos em Farmacovigilância em âmbito
hospitalar;
2. Relacionar a farmacovigilância ás ações de
gerenciamento de risco e segurança do paciente;
3. Utilizar a Farmacoeconomia como ferramenta
na avaliação econômica em saúde;
4. Analisar os processos de avaliação e
incorporação de tecnologias em saúde.
Processos investigativos em
Farmacovigilância Hospitalar
O ambiente hospitalar, devido à grande utilização
de medicamentos, a proximidade com seus usuários,
e a presença da equipe multidisciplinar em saúde,
é um local onde, por meio da comunicação e da
observação, muitos problemas relacionados ao uso
de medicamentos são identificados.
Por esse motivo, os hospitais valem-se de
comissões miltidisciplinares e das ferramentas da
Farmacovigilância para efetivarem as suas ações no
sentido de promoverem a segurança e a qualidade de
saúde dos pacientes.
Ao concluirmos essa unidade você será capaz
de compreender a cultura do gerenciamento de risco
e da segurança do paciente. Também compreenderá
a utilização da economia da saúde na avaliação de
opções terapêuticas e na incorporação de tecnologias
em saúde. Esse conhecimento será essencial para a
atuação do profissional farmacêutico engajado nas
questões da segurança e da gestão eficiente. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!
DEFINIÇÃO:
“As reações adversas a medicamentos (RAM)
são definidas como “qualquer resposta
prejudicial ou indesejável e não intencional
que ocorre com medicamentos em doses
usualmente empregadas no homem para
profilaxia, diagnóstico, tratamento de doença
ou para modificação de funções fisiológicas”.
VOCÊ SABIA?:
Dados sobre ocorrência de RAM no Brasil
evidenciaram que elas são responsáveis
por 6,6% das admissões hospitalares,
caracterizando um problema de saúde pública
e comprovando a importância de medidas
para minimizá-las (CAPUCHO, 2008).
REFLITA:
Modesto et al. (2016), defendem que existe
uma grande dificuldade de reconhecimento
dos profissionais quanto a importância da sua
participação ativa na segurança do paciente
no que tange às RAM e suas notificações. As
maiores causas das subnotificacões de casos
são atribuídas à cultura vigente e a falta de
conhecimentos, percepção e compreensão
dos incidentes envolvendo o uso de
medicamentos.
Fonte: ©Freepik
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 15
REFLITA:
Diversos fatores interferem no aparecimento
das RAM, o que impossibilita a sua previsão
de ocorrência. Fatores individuais como idade,
sexo, gênero, presença de comorbidades e
uso concomitante de vários medicamentos
são alguns deles. Alguns destes influenciam
o aparecimento de RAM de forma direta e
outros de maneira insidiosa justificando uma
permanente e cuidadosa atenção da equipe
de saúde na sua identificação e prevenção de
(MODESTO et al., 2016).
IMPORTANTE:
O desafio a superado é a dificuldade
existente os profissionais de saúde em
reconheceras as RAM e compreender
a importância de fazer a notificação
espontânea no seu cotidiano de trabalho
(MODESTO et al., 2016).
VOCÊ SABIA?:
No Brasil, estudos estimam que somente
6% de todas as ocorrências de RAM sejam
notificadas (MODESTO et al., 2016).
Fluxograma
Fonte: Pixabay
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 19
SAIBA MAIS:
De acordo com a OMS (2005, p.3), é
considerado RAM grave aquela que: “seja
fatal; ameace a vida; seja incapacitante,
permanente ou significativamente; requeira ou
prolongue a hospitalização; cause anomalia
congênita; requeira intervenção para prevenir
incapacidade ou dano permanente”.
EXPLICANDO MELHOR:
O algoritmo mais utilizado para a determinação
da causalidade de um evento adverso é o
algoritmo de Naranjo et al., (1981), composto
por dez perguntas com o objetivo de buscar
informações sobre as RAM (CAPUCHO, 2008).
Provável
5a8
1a4 Possível
0 ou - Duvidosa
DEFINIÇÃO:
a queixa técnica é descrita como “qualquer
problema relacionado com a qualidade do
produto medicamentoso, como, por exemplo,
a falta de eficácia terapêutica, presença de
corpo estranho, dificuldades na reconstituição,
diluição, alteração ou adulteração evidente
(mudança das características organolépticas:
cor, odor, ou sabor) do produto.”
SAIBA MAIS:
A Tecnovigilância visa à segurança sanitária
de produtos para saúde pós-comercialização
(Equipamentos, Materiais, Artigos Médico-
Hospitalares, Implantes e Produtos para
Diagnóstico de Uso “in-vitro”) (ANVISA, 2019).
ACESSE:
Você pode pesquisar os alertas de
Tecnovigilância acessando: < http://www.
anvisa.gov.br/sistec/alerta/consultaralerta.
asp>.
ACESSE:
Os formulários avulsos para notificação
de eventos adversos e queixas técnicas
podem ser acessados pelo endereço:
<http://portal.anvisa.gov.br/notificacoes/
produtos>.
Fonte: Freepik
DEFINIÇÃO:
“a inefetevididade ausência ou a redução
da resposta terapêutica esperada de um
medicamento, sob as condições de uso
prescritas ou indicadas em bula”.
NOTA:
Os problemas envolvendo a prescrição
dos medicamentos pode ser indicação
incorreta, a posologia insatisfatória, a via de
administração errada, dentre outros.
A Farmacovigilância e a Segurança do
Paciente
No contexto da Farmacovigilância e do
monitoramento da RAM e demais eventos adversos
envolvendo o uso de medicamentos, é evidente a
necessidade de se trabalhar a cultura do gerenciamento
de risco e da segurança do paciente, em âmbito
individual e coletivo, tanto no cuidado ambulatorial
quanto hospitalar.
Na gestão de risco, faz-se de extrema importância
as intervenções e o gerenciamento relativo aos eventos
adversos é de extrema importância. Esses eventos
envolvem, por exemplo, infecções hospitalares,
quedas, erros de medicação e procedimentos, temas
recorrentes e ainda grandes fatores gerador de
problemas no ambiente institucional da saúde.
Logo, toda a equipe profissional está relacionada
à prevenção de eventos adversos que exponham o
paciente ao risco assistencial. Porém, o gerenciamento
de risco deve também se ater aos processos
gerenciais, uma vez que deles demandam as
atividades administrativas fundamentais à organização
e manutenção dos serviços prestados aos usuários.
Essas questões justificam a cultura da segurança do
paciente e a utilização da economia da saúde pelas
organizações e sistemas de saúde.
SAIBA MAIS:
Em 1999, o Instituto de Medicina dos EUA
com a publicação “To Err Is Human: Building a
Safer Health System” proporcionou o aumento
conhecimento e conscientização acerca dos
eventos adversos geralmente ocorridos em
serviços de saúde acelerando as deliberações
governamentais para a prevenção de sua
ocorrência. Já no ano de 2007 o instituto
americano realizou publicação relevante
sobre erros relacionados à medicação, onde
apresenta dados alarmantes e declarando
inadmissível sua ocorrência devido às graves
conseqüências desses eventos para os
pacientes e instituições de saúde. Leia o
documento completo acessando: < http://
www.nationalacademies.org/hmd/~/
media/Files/Report%20Files/1999/To-Err-
is-Human/To%20Err%20is%20Human%20
1999%20%20report%20brief.pdf >.
Fonte: Pixabay
IMPORTANTE:
A partir desse momento se normatizou
sobre a obrigatoriedade e as ações de
segurança do paciente a serem implantadas
e demonstrou-se a importância de se
mensurar a situação global da segurança
por meio de diagnóstico de avaliações que
abordem as percepções e as atitudes dos
profissionais relacionadas à segurança e o
gerenciamento de risco, identificando os
pontos com necessidade de intervenção,
subsidiando a implementação de ações
de melhoria, de acordo com a legislação
sanitária.
ACESSE:
O filme “Os micróbios e o homem”,
baseado nas biografias de Oswaldo Cruz
e Semmelweis, mostra a evolução dos
conceitos relacionados ao gerenciamento
do risco hospitalar. Assista acessando:
<https://www.ccih.med.br/os-microbios-
e-o-homem-biografia-de-semmelweis-e-
de-oswaldo-cruz/>.
30 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
NOTA:
Esse documento estabelece as linhas
guia para o monitoramento da ocorrência
de erros relacionados aos processos
que envolvam o medicamento visando à
implantação de práticas que assegurem
a proteção da saúde dos pacientes nas
instituições prestadoras de serviços.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 31
RESUMINDO:
De acordo com Anacleto et al. (2010), os eventos
adversos relacionados a medicamentos
podem levar a importantes agravos à saúde
dos pacientes, com relevantes repercussões
econômicas e sociais. Dentre eles, os erros de
medicação são ocorrências comuns e podem
assumir dimensões clinicamente significativas
e impor custos relevantes ao sistema de saúde.
Estudos evidenciam a importância do tema
devido às altas taxas de erros relacionados
à medicação que expõem os pacientes,
os profissionais e as organizações ao risco
da ocorrência de eventos graves sendo
assim considerado fator de vulnerabilidade
no processo de atenção. Pode-se citar os
estudos de Paranaguá et al. (2013), em que
a prevalência dos incidentes relacionados à
medicação foi presumida em 48,0% do total
dos eventos adversos notificados, e Azevedo
Filho et al. (2013), onde estimou-se prevalência
ainda maior, sendo essa de 97,4% relacionada
no processo de medicação.
NOTA:
A realização de pesquisas explorando
essa temática nas instituições hospitalares
é realizada por meio de coleta de relatos
dos profissionais médicos, enfermeiros e
farmacêuticos evidenciando a ocorrência
de erros relacionados à medicação,
notificados ou não e, nesse último caso,
não trabalhados pela equipe de saúde.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 33
Fonte: Freepik
1. Identificação do paciente;
2. Prevenção de úlcera por pressão;
3. Segurança na prescrição, uso e administração
de medicamentos;
4. Cirurgia segura;
5. Prática de higienização das mãos;
6. Prevenção de quedas.
IMPORTANTE:
Os protocolos são sistêmicos e gerenciados,
promovem a melhoria da comunicação entre
os profissionais da equipe multidisciplinar
oportunizando a vivência do trabalho em
equipe, construindo instrumentos para a
prática assistencial segura e gerenciando
riscos.
RESUMINDO:
Esse protocolo considera as etapas de
prescrição, separação e administração de
medicamentos. Logo os erros podem ser:
“Erro de prescrição”, “Erro de separação” e “Erro
de administração”.
EXPLICANDO MELHOR:
De acordo com a OMS (2005), os erros de
medicação mais comuns são: omissão de
dose; dose excessiva; medicamento prescrito
sem horário; medicamento prescrito sem
quantidade; medicamento prescrito sem
concentração; medicamento prescrito
sem forma farmacêutica; medicamento
dispensado com concentração incorreta;
medicamento dispensado incorretamente,
diferente do prescrito ou não prescrito e
dispensado; medicamento dispensado com
desvio de qualidade; medicamento vencido;
medicamento incorretamente administrado.
IMPORTANTE:
Abordagens dos erros de medicação
nos serviços de urgência e emergência
demonstram que, por representarem área
de alto risco para a ocorrência de eventos
indesejáveis, existe uma maior necessidade
de intervenção imediata.
REFLITA:
O serviço de Urgência e Emergência por
sua rotatividade e dinâmica de atendimento,
agrega fatores agravantes dessa situação
como o stress e escassez de profissionais.
Desse modo, é considerada como sendo
uma área de alto risco para ocorrência de
eventos adversos, principalmente aquelas
relacionados à medicamentos.
38 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
Indicadores
Considerando a ocorrência do “Erro de prescrição”,
“Erro de separação” e “Erro de administração”, a
legislação preconiza a mensuração desses eventos
definindo a abrangência dos tipos de erros nas
respectivas etapas através dos seguintes indicadores:
1. Taxa de erros na prescrição de medicamentos;
2. Taxa de erros na dispensação de medicamentos;
3. Taxa de erros na administração de
medicamentos.
IMPORTANTE:
A implantação e operacionalização de
normas visando adequar-se o Programa de
Segurança do Paciente nas organizações
prestadoras de serviços de saúde de
acordo com o dispositivo legal, proporciona
o monitoramento dos erros relacionados
à medicação promovendo melhoria da
qualidade da segurança da assistência
e a obtenção e acompanhamento de
informações obtidas por meio da vigilância
contínua e monitoramento de indicadores
de processo. Assim, pode-se identificar os
riscos assistenciais e promover intervenções
em momento oportuno.
Fonte: Pixabay
40 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
RESUMINDO:
A implantação do Protocolo de segurança
na prescrição, uso e administração de
medicamentos permitirá o monitoramento dos
erros relacionados à prescrição, dispensação
e administração de medicamentos por meio
de sistema de informação, monitoramento
de indicadores de processo e de resultados,
capacitação de recursos humanos,
padronização de procedimentos e supervisão
sistemática de estrutura e processo, visando
a obtenção de diagnóstico situacional para a
instituição e contribuindo para a segurança e
melhoria contínua do processo referenciado.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 41
NOTA:
Os crescentes gastos e custos na área da
saúde geram preocupação, principalmente
para os gestores públicos. Estudos
demonstram que os gestores em saúde
pública possuem pouco conhecimento
sobre os custos inerentes aos serviços,
sendo as informações e relatórios
disponibilizados pouco aproveitados na
gestão (BONACIM e ARAÚJO, 2010).
42 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
A Economia da Saúde
A saúde pública representa grande parcela doa
aplicação dos recursos governamentais destinados
à área social. Por esse motivo, é tratada de maneira
especial uma vez que os recursos são limitados e as
necessidades de saúde da população cada vez maiores,
tornando fundamental a alocação racional de recursos.
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL,
2018):
DEFINIÇÃO:
A Economia da Saúde é responsável por
promover o uso racional e eficiente dos
recursos públicos na área da saúde, a partir
da construção de uma cultura do uso de
indicadores e parâmetros econômicos para a
tomada de decisão racional.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 43
IMPORTANTE:
Considerando-se as restrições
orçamentárias em uma realidade em
que as demandas por bens e serviços de
saúde são crescentes, opta-se por realizar
análises econômicas para que a aplicação
dos escassos recursos se faça de maneira
racional e maximizada.
REFLITA:
É desafiador enfrentar o aumento dos custos
em saúde, gerados pela incorporação
tecnológica, utilização de medicamentos mais
avançados, dentre outros. Esses fatores geram
ganhos e custos, aumentando a eficiência e
simplificando os processos.
Fonte: Freepik
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 45
NOTA:
Vale lembrar que esta integração necessita
partir da atenção primária, porta de entrada
do sistema de saúde, e que essa ordene
os fluxos e contra-fluxos, referências e
contrarreferências do sistema. É fato que
essa integração trará vantagens como
a melhoria da qualidade da atenção, a
redução de custos com economia de
escala e o aumento da eficiência do SUS
(MENDES, 2011).
SAIBA MAIS:
Pela Teoria do bem-estar social, o Estado é o
responsável pela política econômica, cabendo
a ele as funções de proteção social dos
indivíduos e o financiamento e execução das
ações de educação, saúde e seguridade social.
Leia mais em: <COSTA, Nilson do Rosário.
Estado de Bem-Estar Social e Democracia.
Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v.
23, n. 10, p. 3471, Oct. 2018. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232018001003471&lng=e
n&nrm=iso>.
ACESSE:
O papel fundamental do Estado na
reafirmação da saúde como direito
constitucional em plena tendência mundial
da mercantilização da saúde (CORREIA;
OMENA, 2013). Leia mais sobre o assunto
acessando:
<http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/
joinpp2013/JornadaEixo2013/anais-eixo3-
estadolutassociaisepoliticaspublicas/pdf/
amercantilizacaodasaudeeapoliticadesaudebrasileira.
pdf>.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 47
RESUMINDO:
Assim, através da avaliação econômica em
saúde pode-se promover uma alocação dos
recursos limitados frente a uma realidade de
demanda crescente de bens e serviços de
saúde, na busca da eficiência e na otimização
dos custos operacionais do sistema de saúde.
48 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
EXPLICANDO MELHOR:
A Farmacoeconomia se vale de avaliações
econômicas para comparar custos de opções
de tratamento e seus desfechos clínicos para
usuários, organizações e o sistema de saúde.
Trata-se de uma ferramenta de auxílio na
seleção racional entre opções terapêuticas
que sejam eficazes e financeiramente
equilibradas, otimizando a distribuição dos
recursos e contribuindo para a promoção do
uso racional de medicamentos pela integração
dos custos à segurança, eficácia e qualidade
dos diferentes tratamentos (PACKEISER;
RESTA, 2014)
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 49
SAIBA MAIS:
Para a realização de uma análise
farmacoeconômica devem ser considerados
na árvore de decisão todos os insumos
utilizados no tratamento e que envolvam
custos ao processo (recursos humanos
diversos, honorários profissionais, materiais e
medicamentos, utilização de equipamentos,
exames de apoio ao diagnóstico, internações
hospitalares, dentre outros), classificados
em custos diretos, indiretos e intangíveis.
Leia mais em:
< h t t p : // r e v i s t a s . c f f . o r g . b r / ? -
journal=infarma&page=arti-
cle&op=view&path%5B%5D=683&-
path%5B%5D=pdf_17>
Fonte: Freepik
IMPORTANTE:
“A farmacoeconomia identifica, calcula e
compara custos (recursos consumidos),
riscos e benefícios (clínicos, econômicos,
humanísticos) de programas ou terapias
específicas, e determina quais são as
alternativas que produzem os melhores
resultados em face dos recursos investidos”
(SECOLI et al., 2005, p. 287).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 51
Tecnologia em saúde
A tecnologia em saúde é tida como aquela
relacionada à promoção da saúde, prevenção e
tratamento de doenças e reabilitação de indivíduos.
Como exemplos de tecnologias em saúde temos
medicamentos, produtos biomédicos, procedimentos,
exames e sistemas de informação utilizados nas
ações e serviços de saúde ofertados à população. As
tecnologias em saúde são aplicadas desde a prevenção
de doenças até o tratamento e recuperação da saúde
dos indivíduos. Sua utilização correta por parte dos
profissionais da saúde é fundamental para aumentar o
benefício para os usuários (BRASIL, 2016).
NOTA:
Nem sempre um menor preço individual
por produto/serviço em saúde acarreta em
um menor custo total por procedimento/
tratamento.
Fonte: Pixabay
REFLITA:
Considerando-se que os recursos disponíveis
para a saúde são limitados e carecem de
aplicação racional e maximizada faz-se
extremamente pertinentes as avaliações de
tecnologia em saúde.
NOTA:
A avaliação de tecnologia e engloba as
análises e decisões sobre quais opções
em saúde devem ser ofertados, baseando-
se na necessidade da população, nos
benefícios, efetividade, utilidade, e os
custos econômicos.
Questionamentos
A tecnologia funciona?
Que benefício a tecnologia fornece e para quem?
Quanto custa a tecnologia (para os serviços de saúde,
para o paciente, etc.), incluindo os custos os chamados
“custos de oportunidade”?
Ou seja, o que podemos ganhar se os recursos forem
gastos com outros cuidados em saúde comprovada-
mente eficientes?
A tecnologia funciona naquele contexto de saúde em
que se encontra?
Incorporação tecnológica
Grande parte dos esforços de pesquisas
científicas e industriais que visam o desenvolvimento
e a produção de novas tecnologias em saúde se
destina à atender os serviços de atenção especializada
(ambulatorial e hospitalar) (BRASIL, 2012).
REFLITA:
Diversos estudos demonstram grande
aumento do número de tecnologias produzidas
e incorporadas nos últimos anos associadas
à queda das taxas de mortalidade geral,
materno-infantil, cardiovascular, dentre outras,
demonstrando eficiência nos investimentos
governamentais (BRASIL, 2012).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 57
REFLITA:
Os protocolos clínicos constituem a tecnologia-
mãe da qual derivam as demais ferramentas
de gestão da clínica (BRASIL, 2015).
REFLITA:
Um dos pontos de assistência onde as
desigualdades nos tratamentos de saúde se
expressam de maneira mais clara é o hospital.
BIBLIOGRAFIA
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
– ANVISA. Guia Regulatório. Glossário. Brasília.
2009. Disponível em: < http://portal.anvisa.gov.br/
documents/33868/2894051/Gloss%C3%A1rio+da+R
esolu%C3%A7%C3%A3o+RDC+n%C2%BA+4%2C+de+1
0+de+fevereiro+de+2009/61110af5-1749-47b4-9d81-
ea5c6c1f322a>. Acesso em 22/06/2019.