Contexto Histórico Do Funk No Brasil: Cepmg - Vasco Dos Reis

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR


CEPMG - VASCO DOS REIS
Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica
SÉRIE/ANO: 8º TURMA(S): ABCDEFG DISCIPLINA: ARTE/MÚSICA DATA:
PROFESSOR (A): RENATA SANTANA TEXTO
COMPLEMENTAR E
ALUNO (A): ___________________________________________________________________N°
ATIVIDADE

CONTEXTO HISTÓRICO DO FUNK NO BRASIL

Na década de 70, a ditadura militar brasileira estava a todo vapor. Se faltavam opções e possibilidades
de lazer para as classes mais altas, na periferia das grandes cidades a situação era muito pior. Na
política de pão e circo, literalmente, faltava o circo. Como a criatividade é algo que não falta a nós
brasileiros, não demorou muito para que as pessoas inventassem suas próprias formas de diversão
e foi aí que surgiram os bailes dançantes. Eles aconteciam à noite, nos clubes das comunidades e
periferias do Rio de Janeiro, onde as pessoas dançavam ao som do funk soul, do break, free style e
outro estilos com batidas animadas.

A década de 80 serviu para “quebrar” o funk tradicional e transformá-lo em vários outros subgêneros,
de acordo com o gosto do ouvinte, já que a música nesse período era extremamente comercial. Seus
derivados rap, hip-hop e break ganhavam uma força gigantesca nos EUA através de bandas como
Sugarhill Gang e Soulsonic Force.

No final dos anos 80, surgiu a house music. Derivado do funk, esse estilo tinha como característica a
mistura do funk tradicional com samplers e efeitos sonoros eletrônicos.
A house music foi um novo fenômeno nas pistas de dança do mundo inteiro. Um pouco mais recente,
o funk sofreu alterações para o lado do metal, com a fusão de guitarras distorcidas de heavy-metal
com batida do funk através de bandas atuais como Red Hot Chili Peppers e Faith No More.

O derivado do funk mais presente no Brasil é o funk carioca. Na verdade, essa alteração surgiu nos
anos 80 e foi influenciada por um novo ritmo originário da Flórida, o Miami Bass, que dispunha de
músicas erotizadas e batidas mais rápidas. Depois de 1989, os bailes funk começaram a atrair muitas
pessoas. Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a
temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido. O
funk carioca é bastante popular em várias partes do Brasil e inclusive no exterior, chegou a ser uma
das grandes sensações do verão europeu em 2005.

As primeiras letras do que seria o funk brasileiro eram, na verdade, paródias de músicas norte-
americanas. Contagiadas pelo ritmo envolvente e sem conseguir entender o que os cantores diziam,
as comunidades começaram a criar suas próprias letras para as músicas. O famoso grito de “Uh,
tererê”, por exemplo, vem da música Whoomp There It Is, da dupla norte-americana Tag Team.

Com o sucesso dos bailes aumentando, eles começaram a se espalhar cada vez mais em diferentes
zonas e comunidades. Cada comunidade criava seus próprios grupos, e assim começaram as
batalhas. As batalhas eram marcadas entre duas ou mais comunidades, que disputavam em várias
categorias diferentes: batalhas de passinho, de rima, de ritmo e beatbox, por exemplo.

Quando as batalhas começam a tomar proporções maiores, criando rivalidades sérias e agravando
as brigas entre as comunidades, começam também a surgir os MCs.Inspirados não só por esse
problema, mas também pelas dificuldades diárias da periferia, principalmente a violência, eles cantam
letras pedindo paz e igualdade, com os ritmos mais melódicos que estouraram na década de 90. Um
exemplo é a música Barco da Paz, da dupla Claudinho e Buchecha.

Até hoje, o funk carioca permanece como o mais famoso do Brasil. Mas, com o passar dos anos, o
som seguiu em evolução, distanciando-se de suas origens e conquistando novos nichos. O funk
ostentação, originado nas periferias paulistanas, fala da ascensão social e saída da favela, com
representantes como MC Guimê e MC Livinho, que cantam sobre carros, dinheiro e riquezas.
Atualmente, o funk acelerado e de letras quentes, conhecido como funk 150 bpm, dominou os bailes
do Rio e do Brasil, ao som de nomes como FP do Trem Bala, MC Kevin O Cris e DJ Rennan da Penha.
Além disso, o funk pop, mais melódico e com letras mais leves, representado por cantoras como Anitta
e Ludmilla, alcançou projeção nacional e representa a cultura do Brasil no mundo.

Embora ainda sofra preconceito, principalmente, por ser um ritmo da periferia, com letras que falam,
muitas vezes, de sexo e sensualidade, o funk brasileiro deixou de ser apenas um ritmo e se tornou
um movimento social que, não só retrata a vida nas favelas, mas também dá voz a quem é
constantemente silenciado e oportunidade aos excluídos. Por se tratar de um gênero musical
acessível, de fácil concepção e conter uma forte mensagem, o funk tem aberto portas e tirado muitos
jovens do mundo do crime.

ATIVIDADE

A partir da leitura do texto complementar e de todo o contexto abordado sobre a História do Funk no
Brasil, responda às questões abaixo: (Copiar- pergunta e resposta no caderno).

1- Qual é a origem do Funk no Brasil?


2- Em qual década foi o surgimento dos clubes nas comunidades e periferias do Rio de Janeiro?
3- Quais as diferenças do Funk ao longo da história?
4- Depois de 1989, os bailes funk começaram a atrair muitas pessoas, neste momento qual era
temática principal do Funk?
5- O Funk sendo um gênero musical como qualquer outro, busca trazer alguma mensagem
inspiradora no meio em que é inserido. Descreva com suas palavras todo o contexto da
problematização, ou seja, o que as letras e danças representam no contexto da sociedade.

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