Papel Do Professor
Papel Do Professor
Papel Do Professor
PRÁTICA OU DESAFIO?
RESUMO: O presente artigo tem como objetivo geral elencar elementos que auxiliem o
professor na formação de leitores, e como objetivos específicos definir leitura e seus
diferentes níveis e apresentar informações acerca do desafio que é a formação de
leitores para que se torne uma prática docente. O Ler é uma atividade bem mais
complexa do que a simples interpretação de símbolos gráficos e de códigos, e o
professor já não é mais um mero transmissor de conhecimentos, se não, a figura de um
sujeito que lê criticamente o mundo. São várias as discussões referentes a estratégias
para a efetiva prática de leitura. Nesta pesquisa apontaremos somente alguns
direcionamentos, sendo assim, este trabalho constitui uma pesquisa bibliográfica
explicando o problema em questão a partir de referências teóricas. Tem como aporte
teórico obras de João Wandeley Geraldi, Marisa Philbert Lajolo e Ana Mariza Ribeiro
Filipouski. O enfoque é dado a importância de conquistar o aluno para que se torne um
bom leitor, procurando evidenciar as inúmeras possibilidades que a leitura traz para o
indivíduo, e o importante papel não apenas dos professores, mas das instituições de
ensino e também da família na formação de leitores.
INTRODUÇÃO
1 Mestre em Letras pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Especialista em Comunicação:
Linguagens e Construção Textual e Literatura, pela Associação Educacional do Vale do ItajaíMirim
Faculdade do Vale do ItajaíMirim (FAVIM);Especialista em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e
Hispanoamericana, pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci. Graduada em Letras com habilitação em
Espanhol, pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
tema leitura é sempre um risco dada as inúmeras possibilidades e divergências de
opiniões, risco este que assumimos ao elaborar este artigo. Trataremos neste trabalho
especificamente a leitura e a formação do leitor em relação ao professor, buscando
sermos criteriosos quanto as informações e afirmações. Pretendemos ainda, alcançar
nossos objetivos elencar elementos que auxiliem o docente na formação de leitores;
definir leitura e seus diferentes níveis e apresentar informações acerca da formação de
leitores.
Este artigo está estruturado de forma que contem o título, um resumo em língua
portuguesa, considerações iniciais, os tópicos: o que é leitura – no qual fazemos uma
esclarecimento do de leitura e apresentamos os três níveis de leitura existentes;
formação de leitor- breve relato de como se da a formação do leitor a fim de conhecer
melhor quem é o leitor; o professor e a formação de leitor em que encontra-se
considerações e formas como o professor pode trabalhar de maneira a contribuir com a
formação de leitores, e para finalizar as considerações finais e referências.
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Considere ”leitura flutuante” conforme conceito de Laurence Bardin (1977).
1 O QUE É LEITURA?
Conforme Martins (1982) a leitura apresenta três níveis que não aparecem
separadamente mas simultaneamente, são eles: a leitura sensorial, emocional e
racional: a sensorial está ligada aos sentidos, a emocional a emoções e racional com a
parte da intelectualidade, reflexão, dinâmica e questionamentos. São estas três
responsáveis pelo entendimento de textos como eles se apresentam. Os níveis de
leitura se inter-relacionam, e são imprescindíveis nas diversas situações do cotidiano
dos alunos, seja no âmbito familiar ou escolar.
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Livre-docência em Análise do Discurso e Professor Titular pela Universidade Estadual de Campinas. Professor
Aposentado, colaborador visitante da Univ. do Porto (Portugal).
exigidos os direitos e deveres ou ainda como ferramenta capaz de possibilitar a atuação
crítica do cidadão frente ao ambiente e os elementos que o cercam, como sugere o
PCN de Língua Portuguesa (1997), em seus objetivos para o aprendizado do aluno do
ensino fundamental nesta disciplina.
2 FORMAÇÃO DE LEITOR
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Doutorado em (Letras Teoria Literária e Literatura Comparada). Atualmente professora da Universidade
Presbiteriana Mackenzie.
O ato de ler foi de tal forma afastado da prática individual que a tarefa que hoje
se solicita de profissionais da leitura como professores, bibliotecários e
animadores culturais, é exorcizarem o risco da alienação, muito embora eles
possam acabar constituindo elo a mais na longa e agora inevitável cadeia de
mediadores que se impõem entre o leitor e o significado do texto. (LAJOLO,
1993, p.105)
É preciso que haja “modelos de leitura” no lar (visto aqui como instancia
primeira ou microssistema de socialização) para que a criança possa perceber e
assimilar o valor e a função do ato de ler e, movida por mecanismos como a
observação, curiosidade, identificação, etc., passe a executar esse ato em sua
vida. (SILVA, 1983, p.88)
A citação acima nos lembra o que a psicologia tem afirmada por meio de
diversas teorias que muito da aprendizagem humana se da por meio dá observação de
comportamentos de outros humanos, como Albert Bandura (1986) defendeu em sua
teoria cognitivo – social. Dessa forma, a escola juntamente com o professor podem
propiciar um ambiente de leitura adequado para que por meio da observação, os alunos
possam desenvolver o hábito da leitura e tornarem-se leitores maduros, ou seja,
indivíduos capazes de usar suas experiências de leitura para atuarem positivamente em
diversas situações. O melhor é que adquirissem o gosto pela leitura com sua família,
mas como temos crianças cada vez mais cedo nas escolas e diversos outros fatores
sociais que impendem isto, a escola caba por ter como função tal ação.
Bourdieu apud Geraldi (1987:133), ressalta a ideia que não se pode debater
sobre a leitura sem perguntar sobre as condições de possibilidade dela. Para perguntar-
se sobre as condições de possibilidade é “se referir as condições sociais de
possibilidades de situações nas quais se lê e também sobre as condições sociais de
produção de leitores”. Condições de trabalho e salários, assim como, de leitura para os
que formam os leitores? A escola deve ser o local melhor estruturado para a leitura, no
entanto, ironicamente aquele que devia estar bem capacitado para orientar o aluno e
direcioná-lo, na maior parte das vezes também não lê. Como esperar mudanças
significativas se a escola estimula a formação do leitor que apenas repete as leituras do
professor e não estimula a leitura crítica? Infelizmente para muitos a leitura assim com a
escola e o professor se tornou sinônimo de desprazer, obrigação e
cobrança.Precisamos levar em consideração o que enfatiza Geraldi:
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Filipouski - Pós- doutorado na Universidade de Coimbra, onde estudou a obra de Eça de Queirós. Professora da
equipe do Núcleo de Integração Universidade Escola, da Pró-Reitoria da Extensão da UFRGS-NIUE/UFRGS.
si não precisa fazer parte de seu cotidiano, pois por meio da internet por exemplo, pode
fazer leituras rápidas e superficiais e não criticamente analisando os possíveis
significados e contextos. Por outro lado existem aqueles que por condições financeiras
não tem acesso nem as tecnologias e nem ao livro, se distanciam assim também do
mundo da leitura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse artigo, consta de forma sucinta a definição de leitura, como produção de
sentido formada a partir de um contexto e experiências pessoais de cada indivíduo
leitor, assim como, um breve relato histórico da formação do leitor e outros aspectos.
Fizemos estas considerações a fim de nortear o leitor desta pesquisa acerca do tema
proposto. Além disso, buscamos por meio de relatos e teorias presentes neste artigo
alcançar nossos objetivos de elencar elementos que auxiliem o professor na formação
de leitores; definir leitura e seus diferentes níveis e apresentar informações acerca da
formação de leitores.
Sabemos que o mundo atual está em processo de mudança, seja pela chegada
das novas tecnologias, seja pela aquisição e inversão de novos valores, e o professor
como um ser social precisa buscar ferramentas para exercer seu papel de mediador e
formador , independente de ser o professor de leitura ou o professor leitor, já que o
professor de leitura precisa ser um leitor e o professor leitor tem embasamento que o
auxilia como professor de leitura, pois é um individuo da leitura, possibilita a
concretização do círculo da leitura e é capaz de incentivar seus alunos a lerem” dando
o exemplo”
REFERÊNCIAS
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 3ª. ed. Lisboa: Edições 70, 2004.
LAJOLO, M. Do Mundo da Leitura para o Leitor do Mundo. São Paulo: Ática, 1993.
CARVALHO, Maria Angélica Freire de; MENDONÇA, Rosa Helena (orgs.). Práticas de
leitura e escrita – Brasília: Ministério da Educação, 2006.
ZILBERMAN, Regina. Fim do Livro, Fim dos Leitores? São Paulo: a editora SENAC,
2001.