Adeus Homem de Deus Michael Rose Compress
Adeus Homem de Deus Michael Rose Compress
Adeus Homem de Deus Michael Rose Compress
ADEUS,
HOMENS
DE DEUS
COMO CORROMPERAM AIGREJA CATÓLICA NOS EUA
ECCLESIAE
Adeus, homens de Deus - Como corromperam a Igreja Católica nos EUA
Michael S. Rose
Copyright O 2002 by Michael S. Rose
t• edição - agosto de 2015 - CEDET
Título original: Goodbye, Good Men - How Liberais Brought Corruption into the Catholic
Church, Regnery Publishíng, Inc.
Editor:
Diogo Chiuso
Editor-assistente:
Thomaz Perroni
Tradução:
Felipe Lesage
Revisão:
Roger Campanhari
Diagramação:
Maurício Amaral
úzpa:
Laura Barreto
Conselho Editorial:
Adelice Godoy
César Kyn d'Ávila
Diogo Chiuso
Sílvio Grimaldo de Camargo
9 ECCLESIAE - www.ecdcsiac.com.br
INTRODUÇÃO ...............................................................................................7
CAPITULO 1 .................................................................................................11
UMA CRISE ARTIFICIAL
O ARCEBISPO CURTISS DIZ QUE A ESCASSEZ DE
PADRES É ALGO "ARTIFICIAL E PREMEDITADO"
CAPITULO 2 .................................................................................................23
SUFOCANDO O CHAMADO
O CAMINHO RUMO À ORDENAÇÃO DE ALGUNS
HOMENS É INTERROMPIDO LOGO APÓS HAVER COMEÇADO
CAPITULO 3 .................................................................................................39
O EFEITO CANCELA
BONS HOMENS SÃO FREQÜENTEMENTE
EXCLUÍDOS DURANTE O PROCESSO DE CANDIDATURA
CAPITULO 4 .................................................................................................69
A SUBCULTURA GAY
POLÍTICAS HOMOSSEXUAIS DISCRIMINAM
OS SEMINARISTAS SÃOS E HETEROSSEXUAIS
CAPITULO 5 ...............................................................................................105
O ESMORECIMENTO DA HETERODOXIA
FALSOS ENSINAMENTOS CORROMPEM E
DESENCORAJAM OS ASPIRANTES AO SACERDÓCIO
CAPITULO 6 ...............................................................................................135
DESDENHANDO A PIEDADE
EXPRESSÕES TRADICIONAIS DA FÉ DESQUALIFICAM,
COM FREQÜ~NCIA, O SEMINARISTA ORTODOXO
CAPITULO 7 ...............................................................................................147
VÁ FAZER TERAPIA!
O ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO ~ UTILIZADO
PARA EXPULSAR BONS HOMENS DE SEUS SEMINÁRIOS
CAPITULO 8 ...............................................................................................163
A INQUISIÇÃO VOCACIONAL
SEMINARISTAS ORTODOXOS SÃO IDENTIFICADOS E PERSEGUIDOS
NOTAS ........................................................................................................273
INTRODUÇÃO
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Cincinnati, Ohio
Abril de 2002.
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CAPÍTULO 1
"A mim me parece que a 'crise' das vocações é causada por gente que quer
mudar a agenda da Igreja, gente que não apóia os candidatos ortodoxos,
leais ao magistério do Papa e dos bispos, que, na verdade, desencoraja can-
didatos aptos na busca pelo sacerdócio e pela vida religiosa consagrada tais
como definidos pela Igreja".
- Elden F. Curtiss, Arcebispo de Omaha
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Durante o Ano do Jubileu de 2000, eu dediquei muito tempo e
energia entrevistando dezenas de seminaristas, ex-seminaristas, pa-
dres recém-ordenados, professores de seminários e diretores voca-
cionais. Os 125 entrevistados representam cerca de 50 dioceses e 22
seminários maiores (alguns dos quais foram fechados). Cada entre-
vistado descreveu-se a si mesmo como mais ou menos representante
do "seminarista ortodoxo" ao qual aludia o arcebispo Curtiss. Esses
são homens leais aos ensinamentos da Igreja, que vêem o papa como
pai espiritual e líder, rezam o terço e apóiam o sacerdócio masculino
e celibatário. Eles não têm nenhum interesse em apoiar agendas que
não aquela da Igreja. Seus testemunhos, amiúde sustentados por evi-
dências documentais, são notavelmente consistentes.
Eles descrevem os vários obstáculos propositalmente colocados
no caminho de autênticas vocações sacerdotais, conduzindo os se-
minaristas ortodoxos à expulsão ou ao abandono voluntário - e isso
considerando, em primeiro lugar, que eles já tenham sido aceitos no
programa do seminário. Esses obstáculos incluem, comumente:
• abordagem tendenciosa do processo seletivo;
• aconselhamento psicológico antiético;
• membros do corpo docente e diretores espirituais focados em
detectar sinais de ortodoxia entre os seminaristas;
• uma vida prática, por parte de alguns estudantes e membros da
hierarquia, incompatível com os padrões da Igreja;
• apoio às práticas e agendas homossexuais;
• promoção de idéias e ensinamentos que erodem o Credo católi-
co nas doutrinas mais fundamentais da Igreja;
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- - DIOCESANOS
- - ORDENS RELIGIOSAS
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padres, mas sentem não ter para onde ir. Outros dentre aqueles que
sentiram um chamado ao seminário crêem no julgamento tendencio-
so das equipes de formação, que afirmam que eles não se adequam
ao sacerdócio. Em alguns casos isso é verdade e se evidencia ao se-
minarista. Mas em todos os outros casos, que são muitos, o jovem
parte confuso, sem saber muito bem por que é que ele não tem o perfil
adequado ao sacerdócio, mas aceitando a conclusão assim mesmo.
Outros partem escandalizados, mas constrangidos em dividir com
seus amigos e familiares - que vinham rezando por eles - a razão pela
qual tiveram de deixar o seminário católico. Muitos terminam com
reputações manchadas, enquanto outros concluem que fracassaram
ou foram rejeitados por motivos psicológicos ou emocionais.
***
Esse livro foi escrito para trazer à luz abusos cometidos nos seminá-
rios dos EUA ao longo das três últimas décadas, para que aqueles que
estão de fora da subcultura dos seminários possam entender o que está
agravando a crise vocacional neste país (assim como em outros). Ele foi
escrito na esperança de encorajar a reforma urgentemente necessária
em muitos seminários. Este livro almeja despertar o laicato para que
exija uma maior responsabilidade por parte das instituições encarrega-
das de educar e formar padres para as gerações futuras.
Ao mesmo tempo, Adeus, homens de Deus irá apontar os sinais
inconfundíveis de que essa situação deplorável está ao menos come-
çando a se reverter. Jovens rapazes que, agora, na aurora do século
XXI, entram em seminários ao redor do país têm um perfil muito mais
ortodoxo que os seminaristas de 20 ou 30 anos atrás. Seu número tam-
bém cresce lentamente. Cada vez mais dioceses e seminários estão cor-
rigindo seus programas, percebendo que os seminaristas têm um foco
espiritual muito mais intenso do que aquele das últimas décadas. Há
razões para crer que as dioceses e ordens religiosas superarão a crise
vocacional sem ter de "reinventar o sacerdócio", nem tampouco criar
um "novo modelo de Igreja" no qual padres católicos são reduzidos a
ministros sacramentais. Mas, para tanto, diversos problemas devem ser
corrigidos de forma objetiva, e muitas mudanças precisam ser feitas.
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CAPÍTULO 2
SUFOCANDO O CHAMADO
"Eu percebi na noite de sábado que não poderia confiar nas pessoas que
conheci ali para discernir se eu tinha a vocação sacerdotal ou não. Eu estava
bem consciente de que não seria capaz de lidar com o convívio e os estudos
numa atmosfera de tamanha dissidência e desobediência".
- KEVIN ROWLES, ex-candidato de um seminário
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Outro problema é o profundo escândalo de incorreção sexual de
diversos padres nos últimos anos. A traição pública dos votos sacer-
dotais causa um estrago interminável à imagem do sacerdócio. Esses
incidentes são brandidos como evidência de que a Igreja deve recon-
siderar sua posição quanto ao celibato sacerdotal. Eles também de-
sencorajam os jovens a considerarem o sacerdócio, que começam a
crer que não serão capazes de suportar as exigências do celibato, ou
simplesmente porque não querem ser vistos como homossexuais.
O pior de tudo são os intermináveis casos de abuso sexual de crian-
ças (a maioria deles em jovens meninos) por parte do clero católico,
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Review of Books, Garry Wills, que fora outrora ele mesmo um esco-
lástico, cita a queixa de um jovem jesuíta: "diversos de meus antigos
amigos jesuítas mencionavam o enorme número de jesuítas gays e
o impacto que isso teve na vida da comunidade como uma grande
razão para eles terem deixado a ordem. Acredito que eu seja parte
de uma minoria jovem heterossexual entre os jesuítas, o que levanta
questões ao meu redor" . 13 Peter McDonough e Eugene C. Bianchi,
em seu livro de 2002 sobre os jesuítas americanos, Passionate Un-
certainty,í relatam o consenso presente entre antigos e atuais jesuítas
quanto ao florescimento de uma subcultura predominantemente gay
no interior da ordem.
O conseqüente bombardeio midiático, também expondo o assunto
dos padres homossexuais, eclodiu apenas alguns meses mais tarde,
através do artigo do Kansas City Star tratando da AIDS entre padres
católicos. O Star apresentava evidências de que mais de 300 padres
haviam morrido de AIDS desde a metade da década de 1980. O jornal
de Missouri concluía que o relatório traduzia-se numa taxa de mor-
talidade anual de quatro sobre dez mil - quatro vezes a taxa da popu-
lação geral. A reportagem citava especificamente o caso de Emerson
Moore, bispo auxiliar de Nova Iorque, que morreu de AIDS num hos-
pital em Minnesota em 199 5.
Embora a Liga Católica para os Direitos de Civis e Religiosos te-
nha alegado que respeitáveis estatísticos descreditaram os resultados
da pesquisa do Star sobre os 300 padres, o fato é que, considerando
os ensinamentos da Igreja Católica, que diz que relações homosse-
xuais são imorais, 300 padres morrendo de AIDS é um número gran-
de demais para não merecer a atenção da mídia.
Reportagens anteriores publicadas no Village Voice, New York
Post, e National Catholic Reporter relatavam casos similares de AIDS
entre padres católicos. De fato, já em fevereiro de 1987, a St. Paul
Pioneer Press publicou um artigo também afirmando que a incidência
de AIDS entre padres parecia ser quase quatro vezes mais alta do que
aquela entre a população geral.
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Esses são apenas alguns dos casos mais expressivos para os quais a
mídia voltou sua atenção. Bispos e padres responsáveis pela formação
de seminaristas deram, com muita freqüência, maus exemplos através
de seu profundo desprezo pela moral sexual claramente anunciada
pela Igreja a que eles haviam jurado servir. É um escândalo de propor-
ções inéditas, pelo menos 100 vezes pior que o que a mídia já revelou
nos Estados Unidos.
Muito mais atenção será dada à questão da homossexualidade nos
seminários americanos no Capítulo 4, que irá examinar suas inúme-
ras conseqüências para os seminaristas ortodoxos. Por ora basta dizer
que o mau exemplo dos padres na vida diária e o escândalo da má
conduta que continua a manchar a imagem do sacerdócio exercem
um efeito profundamente negativo nos jovens que aspiram ao sacer-
dócio católico.
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CAPÍTULO 3
O EFEITO CANCELA
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críticas do diretor vocacional na diocese de minha cidade natal, no
estado de Nova Iorque, por não apoiar a ordenação de mulhere~
nem tampouco aprovar os escritos de Charles Curran,4 que estava em
todas as manchetes àquela época".
Embora seja com freqüência o diretor vocacional, habitualmente
um padre, quem conduz as entrevistas iniciais, é comum que um assis-
tente, freqüentemente uma freira, sirva como aquilo que alguns cha-
mam de "inquisidor". Em outros casos, bispos permitem que "mulhe-
res religiosas perturbadas - muitas das quais já haviam deixado suas
ordens - ocupem posições no topo de seus escritórios vocacionais e
posições administrativas no seminário" .5 Em ambos os casos, disse
o Padre Bob Oravetz, ex-diretor regional do grupo Serra para a pro-
moção de vocações, "Uma maneira de detectar urna diocese que não
faz muito esforço para recrutar vocações é tentar descobrir se eles
têm uma mulher como diretora vocacional. Freqüentemente elas são
assistentes ou associadas ao padre que deveria ser, ele, o diretor; mas
a irmã progressista faz o trabalho propriamente braçal, como entre-
vistar os potenciais candidatos".
John Sherman, * hoje em dia um comentarista de rádio nacional-
mente respeitado, lembra que quando ele se candidatou para estudar
para o sacerdócio na arquidiocese de Portland, Oregon, "nossa dire-
tora vocacional assistente era uma freira progressista. Ela era a única
a trabalhar em tempo integral no ministério das vocações".
Poucos anos atrás, Dr. Garvan Kuskery, dentista californiano, par-
ticipou de um jantar no clube Serra. Algo como três quartos de todos
os padres da área participavam do evento, bem como diversos semi-
naristas do Seminário St. John's em Camarillo, Califórnia. "Minha
esposa e eu tivemos uma conversa longa e franca com três dos ho-
mens que estavam prestes a ser ordenados", Kuskey relembra. "'Eu
perguntei aos três se era verdade, como eu havia ouvido falar, que a
freira no escritório vocacional tinha a palavra final quanto a quem
entra no seminário e quem sai". Era da opinião dos três, ele diz, que
aquilo de fato era verdade. "Eles disseram que se v~ê não passasse
pela irmã, não poderia entrar no seminário".
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Num outro dia, como parte de sua avaliação, ele visitou um psi-
quiatra em St. Louis durante uma hora. "Eu comecei a me sentir in-
seguro em seu consultório quando sua linha de questionamentos pas-
sou a perguntas do tipo 'Você já teve relações sexuais com seu pai ou
seu avô?"'.
Joseph Aarons também se lembra de sua entrevista com a psicó-
loga, em 1999, como parte de sua candidatura para uma diocese do
Meio-Oeste. Para além daquilo que Aarons considerou ser uma ênfa-
se exagerada em assuntos sexuais, a psicóloga, diz ele, "demonstrava
uma genuína ignorância da fé e da prática católicas". Quando o re-
sultado da avaliação chegou a sua casa, algumas semanas mais tarde,
a psicóloga havia escrito que Aarons tendia a ser "inflexível e com
idéias estritas quanto a certo e errado". Em seguida, em reposta a sua
afirmação de que é essencial para um padre "manter um estilo de vida
celibatário com vistas a servir a Deus com um coração não-dividido",
ela escreveu, "não está claro ainda o quão realistas são suas visões
referentes à manutenção de um estilo de vida celibatário".
O resultado da avaliação psicológica chegou poucos dias após a
entrevista com o diretor vocacional. Relembra Aarons:
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Birch não apenas estava surpreso. Estava chocado, não por acre-
ditar ser "psicologicamente estragado", mas porque sabia não o ser.
Birch se desfez de todos os seus bens, mudou-se para a casa de sua
mãe, estava tomando lições de Teologia no seminário de Cincinnati
por sua própria conta, e finalmente foi acusado por um psicólogo de
"não ser sincero" em sua vontade de ser padre.
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Em 1999, a Associação Médica Católica publicou uma declaração
posicionando-se quanto à avaliação psicológica de candidatos ao sa-
cerdócio. Esse documento foi preparado por uma força-tarefa de oito
médicos (dos quais quatro eram psiquiatras), um psicólogo clínico e
um teólogo moral. Começa a declaração:
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Outras entrevistas com membros de equipes vocacionais, incluin-
do o diretor vocacional ou um de seus associados, também exerce um
papel fundamental nos processos de avaliação. É comum que uma
decisão definitiva seja tomada nesse ponto do processo. Ou o pró-
prio candidato sente-se tão desmotivado por aqueles com quem se
encontra que acaba, por sua própria vontade, decidindo abandonar o
processo de discernimento, como discutido no capítulo anterior, ou,
como segunda possibilidade, as entrevistas com o diretor vocacional,
ou comitês de admissão, conduzem a uma exclusão do candidato por
razões ideológicas.
Alguns anos atrás, Timothy O'Keefe cogitou entrar numa ordem
religiosa da Costa Leste. Após haver preenchido a papelada e conver-
sado por diversas vezes ao telefone com o diretor vocacional, uma
entrevista foi agendada. O'Keefe encontrou o diretor vocacional, em
seu primeiro passo para integrar aquela ordem existente já há séculos.
O'Keefe lembra que a entrevista parecia-se mais com uma entre-
vista de emprego secular, na qual ele teve de responder perguntas tais
como "você é responsável? Há quanto tempo você está em seu traba-
lho atual? Você gosta de pessoas?".
O'Keefe ficou desapontado. Ele esperava ser confrontado com
questões mais relevantes quanto a sua adequação à ordem. Por exem-
plo, "corno é sua vida de orações? Você teme o celibato? Você aceita
os ensinamentos da Igreja? Você vai à missa e se confessa regularmen-
te?". Não havia questões desse tipo, explica O'Keefe. "Eu lembro,
no entanto, de comentar que eu estava profundamente interessado
na fé - especialmente nas Santas Escrituras e em Teologia". A única
questão relativa à teologia, contudo, dizia respeito à ordenação de
mulheres ao sacerdócio, a qual O'Keefe respondeu que iria seguir o
ensinamento da Igreja na matéria.
"Ao final da entrevista, fiquei realmente chocado", O'Keefe relem~
bra. "O diretor vocacional disse, 'Tim, se você não acredita na orde-
nação de mulheres, então você não pertence a nossa ordem"'. Essas
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Tal discriminação contra homens ortodoxos é também evidencia-
da no caso daqueles que se candidatam ao programa de treinamento
ao diaconato. Glenn Jividen, coronel das forças armadas, aposentado
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A rejeição de um candidato interessado em servir a Igreja enquanto
diácono ordenado se encerra imediatamente assim que ele é afastado
por sua própria diocese, mas no caso da vocação sacerdotal é um pou-
co diferente. A rejeição de um potencial seminarista por uma diocese
traz ramificações ao candidato que vão para além das fronteiras de sua
diocese. Uma vez rejeitado por uma diocese, um candidato encontra-se
amiúde "banido" das outras, das quais muitas cuidam de não conside-
rar homens rejeitados por outras dioceses ou ordens religiosas.
Em meados dos anos 90, Gerald St. Maur"' tinha 36 anos quando
recebeu uma avaliação psicológica negativa do psicólogo que sele-
cionava candidatos para a arquidiocese de Detroit. Ele era descrito
como "inflexível" e "rígido" por sua adesão expressa ao catolicismo
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···,·-
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uma vez mais, pela avaliação de Detroit, que St. Maur considerava
inválida; ele pediu ao reitor que escolhesse um psicólogo em qualquer
parte dos Estados Unidos em cujo julgamento ele confiasse. Ele viaja-
ria para se encontrar com esse psicólogo a suas próprias custas, assim
como pagaria pela avaliação de seu próprio bolso. Daí então, sugeriu,
esse relatório poderia ser comparado àquele de Detroit.
O reitor respondeu que, em lugar disso, St. Maur poderia encon-
trar um psicólogo católico de sua própria escolha com quem ele pu-
desse conversar por um período de muitas semanas. Se esse psicólogo
dissesse não haver validade no que estava escrito no exame de De-
troit, então ele consideraria seriamente a admissão de St. Maur.
St. Maur conseguiu então localizar um psicólogo respeitado, ele
próprio um ex-seminarista. "Ali estava alguém que conhecia a fé ca-
tólica e o sacerdócio, então confiei que teria uma avaliação honesta",
ele disse.
Passando pela segunda entrevista com o psicólogo católico, St.
Maur perguntou se ele gostaria de telefonar ao reitor, "para ter cer-
teza que estávamos todos de acordo quanto ao que estávamos bus-
cando". O psicólogo disse que faria isso, que telefonaria ao escritório
vocacional na arquidiocese de Detroit para ver que tipo de informa-
ção ele poderia obter.
Quando St. Maur chegou para a terceira entrevista, urna semana
mais tarde, o psicólogo disse que havia um "problema". Em sua con-
versa com um oficial da arquidiocese, ele pôde confirmar que a arqui-
diocese achou St. Maur demasiado "ortodoxo" em suas crenças e que
sua admissão no Sagrado Coração havia sido negada basicamente
por essa razão. Ele também afirmou que após sua conversa com o
reitor do segundo seminário, ele descobriu que a instituição não tinha
a intenção de aceitá-lo ao menos que ele "mudasse". De acordo com
o reitor, a equipe de formação queria que o psicólogo submetesse St.
Maur a algum tipo de terapia que resultasse em que ele não fosse mais
tão "conservador,,. O psicólogo disse ao reitor que St. Maur era psi-
cologicamente são e que considerava que urna terapia de tal tipo seria
desnecessária e mesmo antiética. Ele também disse ao reitor que se o
...
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CAPITULO 4
A SUBCULTURA GAY
"O problema nunca foi a minha adequação ou não ao sacerdócio. Era, isso
sim, o fato de que a panelinha gay tinha poder de veto sobre as ordenações
em Chicago".
- JOSEPH KELLENYI, ex-seminarista,
Seminário Mundelein, Chicago
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"Vamos lá, gente ... Não resmunguem ... Mesmo quando ...
O reitor de vocês não enxerga ...
Sua formação não tem substância ...
E você não tem identidade sacerdotal...
O que o seu seminário tem é:
Um monte de padres homossexuais na equipe de formação ...
Um monte de estudantes, já em seu quarto ano tentando
discernir suas vocações ...
Um corpo estudantil que não sabe como agir numa litur-
gia católica ...
Um senso geral de apatia ...
Uma forte resistência a intervenções externas por parte de
uma administração medrosa ...
Se você não agüenta o tranco Canary... Renuncie•.• Nós
arrumaremos suas malas!".
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Como evidencia o caso de Brooks, a vida no seminário pode ser
muito difícil para o seminarista "dissidente", aquele que não apro-
va desvios desse tipo. Eu ouvi diversos relatos de seminaristas sendo
abordados ou molestados por colegas estudantes e de membros do
corpo docente que não levavam esse assunto a sério.
Em 1999, por exemplo, um homem estudando para o sacerdócio
no Seminário St. John em Boston se viu forçado a solicitar uma or-
dem de restrição contra um colega seu, após a administração haver
sumariamente ignorado suas queixas: ele estava sendo sexualmente
assediado por um colega de classe gay "saído do armário". Ele aca-
bou deixando o seminário, enquanto seu colega seminarista avançou
em boa posição.
Paul Sinsigalli (cujo relato que segue é corroborado por um ex-ofi-
cial da arquidiocese de Boston, que disse que "defenderia Sinsigalli na
corte" se isso fosse necessário) não era o seminarista assediado, mas
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No final daquele ano, nem Kent nem Sinsigalli foram aceitos para
prosseguirem no seminário. Na prática, eles foram chutados. O'Rou-
rke, no entanto, continuou ali em toda impunidade. "Nunca deixou
de me surpreender que O'Rourke pudesse fazer qualquer coisa que
ele quisesse por conta de ele ser homossexual". E, acrescenta Sinsigal-
li, O'Rourke não estava "fora do padrão" de St. John.
Bill Eversleigh • esteve em St. John por quatro anos, para estudos
de pós-graduação em Teologia. "Ele era aclamado com um supers-
tar", relembra Sinsigalli. "Os professores o amavam. Eles o achavam
ótimo e inteligente e que ele seria um padre exemplar um dia".
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vü Sistema de notação acadêmica GPA, no qual 4.0 equivale a l 00% de aproveitamento - NT.
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Mais tarde nesse mesmo semestre, após Kellenyi haver tentado seu
melhor para manter distância desse homem, o seminarista veterano o
informou que se ele não quisesse entrar num "relacionamento" com
ele, ele e o Padre Windsor fariam com que ele quisesse deixar o semi-
nário. Àquela época, Kellenyi estava ciente de que o seminarista gay
encarregado de sua formação estava obcecado por ele, e outros semi-
naristas também haviam percebido o mesmo. "Eu vinha recebendo
uma atenção indesejada durante meses", disse Kellenyi. "Ele me disse
que eu não fazia idéia do quão sério era o fato de eu estar evitando-o".
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com Enderby. Ele disse que Ascher a princípio estava tentando con-
vencê-lo de que ele, Raymond, era um "homossexual latente", que só
precisava aceitar ser gay. Ascher o disse de tal modo que fez Raymond
se lembrar dos fundamentalistas que afirmam que basta aceitar Jesus
como nosso "Senhor e Salvador pessoal" para sermos salvos. Ascher
também afirmou saber que São João Evangelista era gay, e que "São
Paulo deveria ter suas bolas cortadas e enfiadas goela abaixo".
Com o auxílio de Enderby, Raymond, que tinha 20 e poucos anos,
prestou queixa de assédio sexual ao seu mestre de noviciado, Padre
Sixtus. Embora ele tenha agido como se estivesse preocupado e sim-
pático a sua queixa, disse Enderby, o mestre de noviciado não agiu.
Ascher continuou com seu comportamento assediador, e uma se-
gunda queixa foi feita ao Padre Sixtus. Dessa vez o mestre de novicia-
do pareceu menos simpático. "Ele literalmente baixou seus braços e
nos perguntou", relata Enderby, "o que é que ele deveria fazer, dado
que o escritório vocacional continuava lhe enviando gays".
"Quando Raymond e eu nos queixamos por uma terceira vez",
disse Enderby, "o Padre Sixtus ameaçou nos expulsar. Ele estava mui-
to bravo conosco, e percebemos que nosso mestre de noviciado não
faria nada para resolver o problema de assédio homossexual".
Alguns meses mais tarde, numa noite fria de março de 1994, En-
derby relembra, Raymond e Ascher estavam assistindo televisão na
sala comunitária, e ambos haviam bebido vinho. Depois de Raymond
recolher-se ao leito naquela noite, Ascher entrou no quarto de Ray-
mond sem ter sido convidado - as portas não tinham fechadura - e
o molestou sexualmente. Na manhã seguinte, Raymond, bravo e de-
primido, disse a Enderby o que havia acontecido e então o informou
de que iria deixar a vida religiosa. Após algumas breves palavras com
o Padre Sixtus, Raymond comprou passagens de trem e partiu, para
nunca mais voltar.
Embora Ascher tenha mais tarde atacado .e estuprado um outro
noviço, disse Enderby, ele saiu dali impune. "Não somente não foi
pedido que ele deixasse a instituição, como ele foi promovido à po-
sição de decano dos noviços, uma posição que nem mesmo existia
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que a prudência era necessária para evitar escândalos" .24 Ele também
contou que as aulas eram conduzidas de forma a orientar os semina-
ristas à aceitação dos homossexuais e sua homossexualidade como
um estilo de vida viável. "Os heterossexuais que objetassem eram
convocados para avaliação psiquiátrica", ele escreveu.
"Os homossexuais eram bem organizados", ele continuou, "e
como eles tinham o apoio das autoridades do seminário, eles aberta-
mente intimidavam os heterossexuais. Disseram-me para participar
de um curso de psiquiatria porque eu abertamente resisti às intimida-
ções deles e seus esforços para que a homossexualidade fosse aceita
no seminário". 25
***
O seminarista ortodoxo vê-se diante de mais uma complicação
quanto a essa questão: se há algo de desajustado ou imoral ocorrendo
no seminário e ele traz tal fato aos olhos de seus superiores, corre o
risco de ser expulso. Muitos membros do corpo docente não apre-
ciam quem vai aos superiores com queixas, sobretudo sobre manias
sexuais. Refletindo sobre sua experiência no Seminário Mount Angel
em Oregon, o Padre John Lewandowski observou, "muitos de meus
colegas estudantes me faziam pensar nos três macacos: um com as
mãos sobre os olhos; outro com as mãos sobre as orelhas; e o outro
com as mãos sobre a boca". A máxima "não veja o mal, não ouça o
mal, não fale do mal" parece ser um padrão tático para a sobrevivên-
cia nos seminários. Esse tipo de formação não prepara exatamente
um seminarista para ser um forte pregador do Evangelho. Não obs-
tante é esse o ambiente no qual muitos padres estão sendo formados
hoje em dia.
Um sem número de outros seminaristas, repelidos pela subcultura
gay, deixam o seminário num virtual silêncio. John Macarthur, * que
esteve num seminário em Waterloo, Ontario - hoje fechado -, era um
desses estudantes. "Eu nunca disse a meus pais nem a minha esposa
que essa foi a 'real' razão de minha saída", ele disse. "Eles ficariam
escandalizados".
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CAPÍTULO 5
O ESMORECIMENTO DA
HETERODOXIA
"Quando nos perguntavam uma questão do tipo 'O que é Pecado Original;
não podíamos responder o que a Igreja ensinava sobre o Pecado Original;
tínhamos que responder o que o professor afirmava ser o certo. Eu tive de
fazer isso ao longo de quatro anos, o que significa que não saí dali completa-
mente isento - o sistema deixou cicatrizes em todo mundo".
- PADRE EDUARD PERRONE, ex-seminarista,
Seminário St. John, Plymouth, Michigan
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"Envolta em compaixão", sem versão brasileira - NT.
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negativa. Por exemplo, uma mulher que está entediada com sua relação
marital afirma o seguinte: 'Ao ter relações sexuais com meu marido,
com quem sou casada há 17 anos, eu freqüentemente fantasio estar le-
vando um jovem virgem para a cama pela primeira vez. Eu lhe mostro
o que quero que seja feito, do jeito como eu gosto, ao mesmo tempo
em que ofereço a esse pobre jovenzinho uma experiência da qual ele se
lembrará por muito tempo"'. (Uma gravura em estilo oriental mostra
uma jovem mulher fantasiando uma relação sexual ao mesmo tempo
em que se masturba).
• "Uma fantasia com a qual as mulheres se masturbam: Eu fantasio
ser seduzida por outra mulher. Embora eu nunca tenha vivido um
caso com uma outra mulher, fico excitada ao pensar em fazer ou re-
ceber sexo oral. Uma fantasia de masturbação dos homens reflete as
descobertas de um estudo que diz que um em cada três homens tem
fantasias com homens do mesmo sexo".
• "A masturbação foi tema para preocupação social e censura ao longo
da história judaico-cristã. O estado de coisas resultou tanto em má in-
formação quanto em vergonha e medo. Muitas das atitudes negativas
com relação à masturbação estão enraizadas na visão judaico-cristão
antiga de que a procriação era o único propósito legítimo do compor~
tamento sexual". (Quadros explícitos de homens e mulheres se mastur-
bando acompanham o texto).
• "Você pode querer experimentar loção para o corpo, óleo ou pó afro-
disíaco. Após massagear delicadamente, passe a exercer pressões mais
firmes, prestando atenção nas áreas que estão tensas ... As técnicas es-
pecíficas de masturbação variam. Os homens comumente empunham
apenas o tronco do pênis com uma mão, como mostrado na figura
9 .1. Movimentos para cima e para baixo, com pressão e ritmo variá-
veis, provêem estimulação".
• "Se você quiser utilizar um vibrador para o prazer sexual, a experiên-
cia é válida". (Quadros anexos ilustram a masturbação feminina).
• " ... a masturbação pode ser considerada como parte normal do reper--
tório sexual de cada parceiro".
• "Os leitores que queiram experimentar alguns ou todos esses passos
estão convidados a fazê-lo ... Tente limpar sua mente de pensamentos
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Ser exposto a opiniões dissidentes num seminário católico parece
exercer um efeito desmoralizante nos seminaristas. Não é somente a
provação acadêmica que os seminaristas devem enfrentar, mas tam-
bém provação em suas formações. Num seminário americano típico,
cada estudante será designado para uma "equipe de formação", um
grupo de padres, freiras e leigos que se encarregam da formação espi-
ritual daqueles sob seus cuidados. Uma pessoa no grupo de formação
habitualmente serve como conselheiro espiritual e confessor. O time
de formação quase sempre informa ao reitor se o estudante passará
ao próximo estágio de formação, inclusive ordenação, ou se será des-
cartado como sendo inadequado ao sacerdócio católico.
Lawrence Redding,,. seminarista da Escola de Teologia Sacred
Heart em Hales Comer, Wisconsin, considera-se um ortodoxo na fé
católica. Ele disse não poder dizer o mesmo de seu seminário, no qual
qualquer tentativa de apoiar os ensinamentos da Igreja é vista como
sendo "ultraconservadora, rígida, e fechada".
"Minha classe de formação era encabeçada por duas pessoas",
explicou Redding, "um padre infeliz e uma freira progressista, ambos
os quais apoiavam questões da homossexualidade e do aborto, bem
como pesquisas com células tronco". Durante a "aula de formação"
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Gaskell disse que a atitude pessimista de Dunn quanto ao minis-
tério exercia um "efeito extremamente negativo" em alguns dos se-
minaristas. "Ele parecia gostar de ser um provocador, e atacava os
ensinamentos da Igreja a cada oportunidade", disse ele sobre Dunn,
que, ademais, era porta-voz do grupo católico dissidente Cal/ to Ac-
tion de Iowa.
Como resultado, os seminaristas receberam uma formação espiri-
tual igual aos ensinamentos em St. Ambrose. Gaskell disse se lembrar
de ter ficado igualmente chocado com o que ele estava ali aprenden-
do. Durante uma aula, o Padre Drake Shafer, que segundo se lembra
Gaskell, estava sempre vestindo terno e gravata, promoveu a "espiri-
tualidade da criação" de Matthew Fox.
"Fox, é claro, era um ex-padre católico", explica, "que deixou a
Igreja Católica para tornar-se colaborador da autoproclamada bruxa
Starhawk" . 14 O livro do teólogo independente Fox, Original Blessing:
A Primer in Creation Spirituality Presented in Four Paths, Twenty-Six
Themes, and Two Questions,Vii 15 o qual apresenta uma "alternati-
va,, aos ensinamentos católicos quanto ao pecado original, foi usado
como livro didático para o curso.
Uma perspectiva similar era oferecida aos seminaristas que fre-
qüentavam as aulas de Filosofia do padre William Dawson, disse
Gaskell. "Nós começávamos cada aula com uma meditação budista e
estudávamos o 'princípio de Gaia' - louvor à Mãe Terra", ele recorda.
"Nós também estudamos o livro 'Situation Ethics'viii de Joseph Flet-
cher". Era um ambiente no qual havia claros tabus contra a expressão
de visões ortodoxas,,.
"Acho esses professores 'abertos e iluminados' da St. Ambrose
muito covardes", refletiu Gaskell. "Eles estavam preparados para
atacar os ensinamentos da Igreja, mas não para defenderem suas pró-
prias visões. Um professor, graduado no Biblicum de Roma, disse ao
diretor do departamento de Teologia que nunca mais me aceitaria em
vii "Benção original: Uma cartilha sobre a Criação apresentada em quatro caminhos, vinte e seis
temas e duas questões", sem versão brasileira - NT.
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CAPÍTULO 6
DESDENHANDO A PIEDADE
"Havia ali uma constante pressão. O fato é que tínhamos de esconder a de-
voção a Maria e à Eucaristia, ou quaisquer outros piedosos exercícios da fé
que não estavam na lista de atividades aceitáveis".
- PADRE JOHN LEWANDOWSKl,
ex seminarista Seminário Mount Angel,
St. Benedict, Oregon
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diz ele, nem sequer ligam para assistir à missa diariamente. "Outros
não se vestem adequadamente para a celebração da missa", ele expli-
ca, "porque dizem que essas 'celebrações exclusivamente masculinas'
contribuem com a opressão das mulheres". Ele disse:
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quais ele participou por um ano enquanto estava estudando para uma
ordem religiosa missionária. "Elas eram uma zombaria com a missa,
sério", comenta ele, "tudo com o objetivo de satisfazer o desejo de
poder e dominação das freiras feministas na Igreja".
O Padre John Rattery'~ se lembra de uma liturgia indígena da qual
ele participou num seminário da costa oeste no início da década de
1990. O rito quase-litúrgico começou: "Nós o saudamos, Grande Es-
pírito da Terra. Foi de você que viemos, como de uma mãe. Você nos
nutre e nos dá abrigo", e incluía a seguinte prece:
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CAPÍTULO 7
VÁ FAZER TERAPIA!
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Sinsigalli também diz ter sentido que estavam usando "iscas" con-
tra alguns dos seminaristas, para que eles próprios se denunciassem
em suas convicções ideológicas. "Uma docente", explica Sinsigalli
como exemplo, "ensinava Filosofia. Durante o almoço eu a vi e ouvi
falar que haverá mulheres sacerdotisas dentro de não muito tempo, e
que a Igreja permitirá finalmente que os padres se casem. Uma coisa
é ter opiniões, mas naquele caso ela as expunha e incitava os semi-
naristas a se posicionarem contra ela, a manifestarem uma opinião
diferente".
Sinsigalli foi enviado ao aconselhamento psicológico no início de
seu primeiro ano em St. John.
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Para muitos padres e seminaristas, o aconselhamento psicológico -
"vá fazer terapia!" - parece ser uma forma de punição para aqueles
que não aceitam a linha politicamente correta do seminário. Em mui-
tos casos, as más avaliações psicológicas são usadas como desculpa,
como sugerido anteriormente, para expelir o estudante ortodoxo do
sistema de ensino.
O Padre Andrew Walter passou 14 anos transitando entre um se-
minário e outro. O aconselhamento psicológico e as avaliações de-
sempenharam uma parte importante de sua carreira como semina-
rista. Em fevereiro de 1995, após ter defendido consistentemente os
ensinamentos da Igreja contra os docentes no Seminário St. Mary em
Baltimore, Walter foi enviado ao Centro Ne~ Life em Middleburg,
Virgínia, para dois dias de avaliação psicológica. Ele diz ter sido en-
viado ali por conta de supostos "problemas de comportamento".
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CAPÍTULO 8
A INQUISIÇÃO VOCACIONAL
"Eu sinto que fui indicado para esse tratamento expressamente por conta de
minhas posições clássicas e tradicionais em algumas áreas - posições que são
o ensinamento oficial da Igre;a hoje".
- PADRE WILLIAM H. HINDS,
em carta a seu diretor vocacional referindo-se a
seu tratamento no seminário Atheneu de Cincinnati
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Para se entender o fundo dessa história, Hinds era um ex-noviço
jesuíta que deixara a ordem em 1960. Embora profundamente mol-
dado na espiritualidade de Santo Inácio, fundador da Companhia de
Jesus, ele não podia reconciliar o que vivera na ordem com o carisma
de seu fundador. Ele posteriormente ensinou em escolas secundárias
católicas e estudou psicologia desenvolvimentista.
Durante os anos 70 ele continuou a buscar um modo de responder
adequadamente a seu chamado ao sacerdócio. Embora Hinds tenha
nascido e vivido próximo ao rio de Cincinatti, ele também, trabalhou
por alguns anos no norte do Kentucky. Ele decidiu então aproximar-
se do Padre Roger Kriege, diretor vocacional em Covington. Em abril
de 1983 ele explicou em que situação ele se encontrava quanto ao
ensinamento da Igreja.
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era que ele não estava suficientemente certo quanto ao fato de que a
masturbação era por vezes saudável, tanto psicologicamente quanto
psicossexualmente. Apesar de Hinds ter mostrado conhecer a posição
dos experts desse campo da psicologia, ele escreveu detalhadamente
sobre o assunto, estudou-o e tomou uma decisão bem fundada de
que o ensinamento da Igreja quanto a esse tema é verdade, especial-
mente quando considerado do ponto de vista da lei natural. Entre-
tanto, Koernke estava preocupada com o fato de Hinds estar usando
a autoridade e o ensinamento da Igreja como uma de suas fontes de
formação para sua visão.
"Como eu poderia responder tal queixa?" perguntou Hinds ao seu
padre supervisor quando eles discutiram o assunto. "Eu não acho que
eu esteja cega e estupidamente seguindo afirmações questionáveis da
Igreja", disse Hinds mais tarde numa defesa por escrito.
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irão achá-lo uma pessoa fácil com quem trabalhar quando ele vier a
ocupar uma posição de liderança ... Acredito que qualquer um que
convoque Bill para a ordenação terá de estar ciente de todos esses
fatores antes de fazer uma avaliação adequada".
A recomendação de Sweeney, tendo falhado a tentativa de expul-
são de Hinds, era que lhe faria bem "explorar alguns desses temas
mais demoradamente por meio de uma relação psicológica e espiri-
tual intensiva com um profissional competente".
Uma cópia do memorando fora também enviada a Kriege na dio-
cese de Covington. Hinds acredita que o memorando indicava que ele
não deveria ser recomendado à ordenação. "A conclusão da carta",
explicou Hinds, "era que o reitor deveria me mandar fazer terapia".
De 29 de maio até 7 de agosto de 1986, Hinds passou por dez sessões
de psicoterapia com o Dr. Joseph F. Wicker (Wicker era o Grão-Mes-
tre da Loja Maçônica local, veja Capítulo 3 ). Hinds admitiu:
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CAPÍTULO 9
ENFRENTANDO OS OBSTÁCULOS
"Se você vestisse batina, você era um reacionário 'filho de Trento'. Se você
vestisse lingerie feminina, eles fariam de você o seminarista do ano. Tinha
alguns rapazes que às vezes vestiam roupas de mulher, lingerie, maquiagem".
- PADRE JOHN TRIGILlO,ex-seminarista,
Seminário Mary Immaculate,
Northampton, Pensilvânia
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Nenhum desses padres nunca foi indagado por conta desse tipo
de comportamento inapropriado e potencialmente escandaloso, disse
Trigilio. "Àquela época ninguém iria acreditar se você contasse. No
final dos anos 70, mesmo que você tivesse fotografias, eles as queima-
riam e não acreditariam em você. Ninguém sentia poder expor esse
tipo de informação, porque usariam isso contra quem quer que as
publicasse, fazendo com que o denunciante tivesse de esquecer defi-
nitivamente a possibilidade de tornar-se padre" .Os estudantes eram
ativamente aconselhados a manterem silêncio quanto às atividades
estranhas no seminário. Trigilio lembra que quando dois seminaristas
foram expulsos por fumarem maconha,
"o reitor nos ameaçou dizendo que se nós contássemos aos
nossos párocos sobre isso, ele iria negar, e nós não permanece-
ríamos em St. Mark por mais muito tempo. Fomos claramente
ameaçados. Disseram que tudo o que vimos e ouvimos no
seminário deveria ser mantido conosco. Sentíamos como se
estivéssemos num campo de concentração, sempre sendo ob-
servados. As coisas que aconteciam ali eram tão ruins, quase
como um convite para que o demônio aparecesse por ali a
qualquer momento. Eu cometi o erro de mencionar isso ao
meu diretor espiritual certa vez, e tudo o que ele pôde dizer
foi que tudo ia bem no seminário e, ademais, esse negócio de
diabo de todo modo não existe".
Como Trigilio recusou-se a se submeter à vida moral decadente e
ao que ele chama de "uma política de teologia inovadora e dissidente"
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O ponto alto de cada ano para Trigilio era uma conferência anual
promovida pela Opus Dei aos seminaristas, durante a semana de Pás-
coa. Ela atraía por volta de 150 seminaristas ortodoxos de todo o país.
"Nós encóntrávamos os conferencistas ortodoxos top de linha numa
semana cheia de catolicismo, sem adulterações", explica Trigilio.
Era também uma chance para ele e uns poucos seminaristas orto-
doxos do MIS de trocarem "histórias de guerra" com outros padres
aspirantes que estavam em situação parecida. "Nós descobríamos que
havia gente na maioria dos seminários passando pela mesma situa-
ção", diz ele. "E recebíamos ensinamentos naquela conferência que
nunca poderíamos ouvir no seminário, nem nos nossos sonhos mais
loucos".
A cada ano, contudo, havia uma ponta de frustração ao voltar
ao Seminário Mary Immaculate, admite Trigilio. Os seminaristas que
participavam da conferência se perguntavam, invariavelmente, por
que não podiam receber o mesmo tipo inspiração que tiveram naque-
la conferência, por que não podiam ter o apoio a suas vocações que
receberam das pessoas que encontraram ali, e por que eles tinham
que se sentir como se estivessem voltando para "o subsolo", como se
estivessem vivendo na Inglaterra elisabetana, apenas para que suas
vocações pudessem sobreviver por mais um ano. Reflete Trigilio:
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***
Embora a experiência do Padre John Trigilio possa parecer espe-
cial e até mesmo uma exceção, infelizmente esse não é o caso. Todos
os anos, dezenas de homens são submetidos às mesmas táticas visan-
do a que suas vocações sejam minadas. O candidato ideal ao sacerdó-
cio, aos olhos de muitos dos encarregados de formá-los, é o homem,
jovem ou velho, que chega como uma folha em branco, conhecendo
pouco da substância da fé católica. Obviamente, esses são homens
mais facilmente amoldáveis à própria imagem dos professores. Aque-
les que de fato entendem a fé católica tal como ensinada pelo magisté-
rio da Igreja são vistos como uma ameaça ao status quo de confusão
e ao esquerdismo moral e religioso.
São relativamente poucos os homens jovens que querem ou mes-
mo que são capazes de enfrentar o tipo de atmosfera deprimente en-
contrada com muita freqüência em alguns seminários, avançando até
a ordenação sacerdotal. O jogo da inquisição vocacional pode ser
brutal, dizem muitos padres ortodoxos e ex-seminaristas. Quão mais
jovem e imaturo é o seminarista, mais difícil é carregar a cruz de um
martírio branco visando a atender ao seu chamado. 11
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CAPÍTULO 10
CABEÇAS NA AREIA
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apenas um ano antes de ele haver sido eleito à Sé de Pedro. Ainda as-
sim, os encarregados dos seminários receberam com choque a ordem
dada em setembro de 1981 por João Paulo para que se examinasse os
seminários dos Estados Unidos. Àquela época, no que era somente o
terceiro ano de seu pontificado, o papa já havia enfatizado repetidas
vezes a necessidade de uma conformidade doutrinal entre os teólogos
católicos. No correr do ano anterior, em caso que recebeu bastante
publicidade, o papa censurou o teólogo suíço Padre Hans Küng por
atacar certos dogmas da fé católica, incluindo a infalibilidade papal.
Assim, quando o Arcebispo John R. Roach, 1 então presidente da Con-
ferência Nacional de Bispos Católicos, anunciou a investigação dos
seminários americanos pelo Vaticano, o New York Times relatou que
o plano "chamou a atenção de alguns chefes de seminários, que crêem
que esse estudo pode resultar numa tentativa de extirpar dissidentes
e sufocar a liberdade acadêmica". 2 De acordo com o Times, nenhum
dos críticos do plano do Vaticano permitiria que seu nome fosse di-
vulgado. Mas um dos educadores de um seminário chamou o estu-
do de "caça às bruxas", dizendo que as autoridades dos seminários
dos EUA não haviam requerido tal exame. Um outro crítico anônimo
previu que o estudo seria usado para impor a "ortodoxia doutrinal"
e para "apavorar todo mundo". 3 Se há algo que a reportagem do
New York Times revela é que os educadores nos seminários dos EUA
admitem estar fazendo tudo o que lhes apraz, em total desprezo da
ortodoxia e da lealdade à Igreja universal. E eles não queriam ser in-
comodados por ninguém em Roma.
O Vaticano indiciou o Bispo John Marshall4 de Burlington, Ver-
mont, para coordenar o projeto nos Estados Unidos, auxiliado por
outros 40 bispos, 19 superiores religiosos e 57 padres que haviam
trabalhado como educadores em seminários. Refletindo sobre o ocor-
rido, alguns anos mais tarde, o Arcebispo Edwin O'Brien5 ofereceu
uma explicação para as visitas planejadas: "Na aurora do Vaticano
n, uma grande ênfase foi colocada no aspec~o pastoral da formação,
sobre o quão necessário era que o padre fosse um comunicador eficaz;
se ele era capaz de atingir as necessidades psicológicas das pessoas;
e se estava consciente do evangelho social da Igreja" .6 Conseqüente-
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mente, diz ele, alguns homens estavam sendo ordenados sem estarem
prontos para a "longa jornada que é o sacerdócio" .7
Muitos católicos fiéis têm fornecido provas conclusivas da pre-
sença de um pensamento heterodoxo e um treinamento litúrgico
deficiente entre os padres recém-ordenados - fruto dos seminários
de 1970. Num editorial de outubro de 1981 no National Catholic
Register, Francis X. Maier explica que o estudo demonstrava uma
preocupação crescente por parte do Vaticano quanto à situação dos
seminários americanos. "Isso não é surpresa para ninguém" ele es-
creve. "As queixas quanto a erros doutrinais, abusos litúrgicos e até
mesmo má conduta pessoal nos seminários dos EUA tornaram-se ro-
tina nos dias de hoje". 8 O Padre Kenneth Baker, editor da Homiletic
and Pastoral Review, também confirma a situação percebida pelos
católicos no início dos anos 80. "Está claro para muitos padres e lei-
gos envolvidos na vida da Igreja", escreve ele, "que muitos seminários
têm problemas sérios" .9 Durante anos, ele acrescenta, os padres e os
membros do laicato envolvidos com a Igreja escreveram para Roma
solicitando que algo fosse feito quanto ao triste estado de coisas nos
seminários dos EUA. Mas Baker foi mais além, identificando a cone-
xão entre esse estado ruim e a crise vocacional. Referindo-se a um edi-
torial que ele redigira em 1973, Baker relata que havia questionado
padres de todo o país quanto a se eles estimulavam ou não os jovens
a entrarem para o seminário. O que ele descobriu foi estarrecedor; a
maioria dos padres, de fato, não o fazia. As razões, ele explica, eram:
"1) o colapso de disciplina e moral nos seminários, e 2) a ausência de
um sólido ensinamento católico (para não falar das queixas quanto a
erros doutrinais, heresias e a noção meramente situacional da ética)".
Em 1982, diz Baker, ele não tinha razões para mudar essa visão. "Eu
estou convencido de que aquilo era correto àquela época, e de que
isso ainda é correto", ele escreve. 10
Maier, ex-editor da Register, previu que o resultado do estudo do
Vaticano seria o fechamento de diversos seminários, uma vez que em
1981 havia muito poucos seminaristas para o número existente de
instituições. Isso deixaria alguns desses educadores problemáticos sem
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uma caça às bruxas. Nós apenas iremos aos seminários para apurar o
que é que eles estão ensinando'", aparentemente referindo-se ao arti-
go do New York Times. "O bispo de Vermont estava de fato dizendo,
'Nós não queremos descobrir coisas demais'", lamenta Trigilio. Ele
também ficou surpreso com o uso do termo "caça às bruxas" pelo bis-
po, o que lhe pareceu irônico, tendo em conta que "os seminários e as
dioceses instauraram uma verdadeira caça às bruxas para identificar,
descreditar e remover os seminaristas ortodoxos que ameaçavam o
status quo dos dissidentes". Olhando para trás e constatando a falta
de resultados gerados pelas visitas aos seminários ao redor do país,
ele considera que o Comitê Marshall foi algo "análogo à indústria de
tabaco que conduz seus próprios testes médicos, querendo saber se o
fumo provoca ou não câncer".
Quando a equipe do Vaticano veio ao Mary Immaculate, o se-
minário de Trigilio em Northampton, Pensilvânia, "encíclicas papais
surgiram misteriosamente", diz ele, "como se nós realmente apren-
dêssemos com elas". Coisas que eles nunca fizeram, como a benção
do Santíssimo Sacramento, passaram subitamente a ser feitas. Era um
grande espetáculo. E assim que a delegação partiu, as encíclicas foram
colocadas de volta em prateleiras remotas; os terços foram colocados
de volta nas gavetas, e os trajes eclesiais guardados nos armários. "As-
sim como a bella figura que os nazistas interpretaram quando a Cruz
Vermelha visitou os campos de concentração, os administradores do
seminário 'fizeram o que tinha de ser feito e disseram o que tinha de
ser dito' quando o comitê estava ali presente", diz ele.
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vestissem traje eclesial, coisa que nunca haviam sido feita, e as aulas
foram "amenizadas, para passar a impressão de que o seminário era
ortodoxo, quando definitivamente ele não o era".
Quando a equipe do Vaticano visitou o seminário de Cincinnati no
Atheneum de Ohio, o Padre William H. Hinds lembra ter esperado
que eles "chegassem montados em seus cavalos brancos e salvassem o
seminário". Mas eles mais pareciam estar montados sobre mulas, diz
ele. Ele também lembra que as autoridades do seminário dificultavam
o contato pessoal com os bispos visitantes. "Nós tínhamos de ir até
o escritório para nos inscrever para um encontro, e então nos diziam
que poderíamos falar com um dos bispos 'se sobrasse tempo"'. Mui-
tos dos seminaristas que queriam dizer tudo o que pensavam quanto
às condições "deploráveis" da atmosfera moral e espiritual ali ficaram
intimidados. Se você se inscrevesse, ele explica, você seria repreendido
pelas autoridades do seminário, e eles perguntariam por que é que
você queria um encontro secreto, perguntando "você irá contar seus
próprios pecados ou os do seminário?".
Hinds finalmente pôde encontrar-se com um bispo. Na esperan-
ça de ser recebido por um tipo como Savonarola, que faria algumas
cabeças rolarem, ele deparou-se, na verdade, com um bispo idoso de
fala mansa da Pensilvânia. "Ele parecia ser apenas um padre comum,
apenas verificando algo que nem precisava ser verificado", relembra
Hinds. Toda aquela visita foi algo altamente burocrático e superficial,
diz ele. "Quando o bispo descobriu que eu sabia falar latim, ele con-
duziu toda a entrevista em latim", o que Hinds disse ter sido bizarro e
cômico. "Eu fui tão franco quanto poderia ter sido em latim", brinca.
Ao final, ele percebeu que os visitantes não iriam compreender o que
realmente estava acontecendo, e provavelmente nem queriam mesmo
saber. "Eles perguntaram às autoridades do seminário como eles es-
tavam, e eles disseram 'ótimo', e a equipe de avaliação ficou feliz ao
ouvir essa resposta".
Quando o Padre Norman Weslin soube que uma equipe de visita
do Vaticano iria visitar o Seminário Sacred Heart em Hales Comer,
Wisconsin, ele nutriu uma esperança similar de que os bispos tives-
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CAPÍTULO 11
"Em primeiro lugar, muitos [dos atuais seminaristas] tiveram diversas ex-
periências sexuais. Suas histórias são diferentes das nossas. Também estou
surpreso com a franqueza com a qual eles discutem suas vidas pessoais. Isso
é ótimo".
- REMBERT WEAKLAND, arcebispo de Milwaukee
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vili "Sexualidade humana: novas direções do pensamento católico americano", seom V1:rsio bta·
sileira - NT.
.us
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I'
rista vá para a cama com uma mulher, você destruirá sua vocação". !
l
De fato, muitas e muitas vocações foram destruídas através da sabo- \
tagem da castidade. Uma vez "dessensibilizados" por workshops de \
1
sexo ou por mergulharem no material sexualmente explícito contido i
nos livros didáticos dos seminários, a perspectiva de namorar e man-
ter relações sexuais simples com uma mulher (em oposição a relações
sexualmente pervertidas) fora provavelmente aceita por muitos semi-
naristas como algo razoável. Seja como for, os santos vêm ensinando
repetidamente que é difícil manter-se fiel à Igreja sem se manter casto.
O que aconteceu com o Seminário de St. Pius X na diocese de
Covington, Kentucky, provê um exemplo ilustrativo de como as voca-
ções podem ser sistematicamente sabotadas numa diocese. Em 1979,
o Bispo William Hughes30 sucedeu o prelado conservador Richard
Ackerman. 31 O seminário de Covington ainda vivia um período de
florescimento. Era, de fato, um dos poucos seminários no país que
ainda mantinham a ortodoxia, a disciplina e um alto número de se-
minaristas. Os jovens ainda usavam batinas ou clérgima nas aulas até
1982. Naquele ano o novo bispo decidiu que não gostava daquilo
que ele chamava de "um ambiente monástico" e, de acordo com o
Padre Joseph Jenkins, presidente do corpo estudantil da última turma
a se graduar ali, Hughes disse aos seminaristas, direto e reto, que não
queria mais vê-los vestindo trajes eclesiais e que eles deviam namorar
garotas, num campus misto. Hughes, contudo, disse ao público que
ele almejava fechar o seminário por razões econômicas. Ele afirmou
que a manutenção de cada homem na escola estava custando 25,000
dólares em subsídios à diocese de Covington, coisa que Jenkins não
acredita ser verdade. "Dinheiro não era um problema. Na verdade, o
Bispo Glennon Flavin, 32 de Lincoln, Nebraska, ofereceu um cheque
em branco a Hughes caso ele simplesmente não mexesse no seminá-
rio". 33 Não foi o que Hughes fez, continua jenkins. Como as regras
de Roma exigiam que um outro bispo estivesse de acordo com sua
decisão de fechar a escola, ele convocou o Bispo Walter Sullivan de
Richmond, Virgínia, que nem sequer enviava estudantes ao St. Pius x.
"Sullivan chegou ao seminário vestindo shorts, camiseta regata e san-
dálias, maldizendo a escola enquanto procurava por sujeira", escre-
veu Jenkins.
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Essa profecia auto-realizável se evidencia na abordagem adotada
pelos comitês de "força-tarefa" para a vida sem padres numa diocese
em particular. Durante os anos 90, bispos publicaram relatórios aler-
tando sobre a vindoura crise de padres em suas dioceses. Diziam eles
que nos anos por vir simplesmente não haveria mais padres para ser-
vir as paróquias adequadamente. Em novembro de 2000, por exem-
plo, o Bispo Thomas V. Daily, do Brooklyn, lançou uma carta pastoral
tratando desse tema. Afirmando que a redução do número de padres
de sua diocese era "urgente e séria", ele solicitou uma maior ênfase
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diáconos. Essa sua ação veio após muitos anos indicando membros e
religiosos como "coordenadores pastorais" de algumas paróquias. O
prelado, evidentemente pensando ser possível haver uma Igreja Cató-
lica sem um sacerdócio católico, ostenta sua decisão como "não uma
simples solução de problemas" advindos da redução no número de
padres, mas "um novo modelo de Igreja" .54 Semelhante a Green Bay,
que enfaticamente abraçou o novo paradigma de liderança na Igreja,
Gervais também revelou que a Igreja gerida por leigos era mais do
que uma solução temporária, mas o sinal de uma Igreja do futuro.
Na arquidiocese de Cincinnati durante o final da década de 1990,
cada decano foi encarregado de trazer recomendações ao Arcebispo
Daniel Pilarczyk referentes à diminuição no número de padres. Um
dos decanos recomendou a dissolução por ordem canônica de todas
as 23 paróquias existentes à época naquele decanato e o reestabeleci-
mento de nove paróquias novas, com as paróquias existentes tornan-
do-se "comunidades de fé" no interior de cada nova paróquia. Cada
comunidade de fé continuaria existindo, mas teria uma equipe de ad-
ministração de paróquia e um pároco não-residentes. O plano pro-
punha que a missa fosse celebrada em cada comunidade através de
um calendário rotativo definido por cada uma das novas paróq'uias,
e as comunidades desprovidas de um padre ofereceriam serviços de
oração aos domingos.
Aqui, também, vemos mais um exemplo de um novo modelo de
Igreja, no interior da qual os padres servem como meros ministros de
sacramento. "Comunidades de fé" 55 sem padres tendem, ao longo do
tempo, a tornarem-se simples comunidades congregacionais centra-
das na leitura das escrituras, homilia e nó compartilhar do pão e do
vinho - estando ausente o perfeito ato de adoração, o santo sacrifício
da missa-, baseadas no modelo de uma comunidade protestante.
De igual modo, muitos outros bispos americanos e canadenses no-
mearam "forças-tarefa" e "comissões de planejamento" para estuda-
rem a redução prevista no número de padres para um futuro próximo
e proporem soluções para lidar com a crise. É notável que as soluções
para o problema amiúde se concentram na redução do número de
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CAPÍTULO 12
A COISA CERTA
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O bispo não lhe outorgou esse poder senão muitos anos mais tarde.
Inicialmente designado para assistir um padre mais velho, quando
esse padre morreu João Maria foi enviado a Ars, pequeno vilarejo a
aproximadamente 50 quilômetros de Lyon, onde ele ficou muito co-
nhecido no desempenho de suas tarefas de pároco. Em sua nomeação
em 1818 ele escreveu a seguinte oração: "Meu Deus, concedei-me a
conversão da minha paróquia. Quero sofrer tudo o que for preciso
para que permaneçais comigo. Sim, estou pronto a sofrer, por cente-
nas de anos se preciso for, as mais duras penas, conquanto meu povo
se converta". João Maria rezava seriamente pela conversão de sua
paróquia, não apenas porque aquela era sua função, mas porque Ars
estivera sem um padre por muitos anos, e sua população se tornara
completamente ignorante à fé. Os anos seguintes à sangrenta Revo-
lução Francesa (1789-99) testemunharam a perseguição e execução
de grande parte do clero da França. Houve conseqüentemente uma
severa redução artificial no número de padres, naquele mesmo país
católico outrora conhecido ternamente dentre a cristandade como a
"terra dos santos". O santo Cura d' Ars lamentava-se e dizia "deixe
uma paróquia sem padre por 20 anos e ela passará a louvar as bes-
tas". Foi isso que aconteceu, segundo ele, na paróquia de Ars. ·
As preces do Cura foram atendidas: ele sofreu sem parar durante
40 anos até sua morte aos 73. Alguns sofrimentos foram escolhidos
por ele próprio. Ele dormia num quarto pequeno e sóbrio, desprnvi-
do de qualquer mobília exceto por uns poucos elementos. Ele comia
cascas de pão no café da manhã, e não mais que uma batata em seu
jantar. Ele não dormia mais do que uma hora a cada noite. Essas
mortificações que João Maria praticou durante mais de quatro dé-
cadas atestam a natureza milagrosa da vida do santo. Sua alimen-
tação e seu sono, humanamente falando, não eram o bastante para
sustentar um homem.
O segundo tipo de sofrimento que o Cura teve de suportar foi
infligido por seu próprio povo. Eles zombavam do pároco em can-
ções obscenas, escreviam-lhe cartas ameaçadoras e pregavam cartões
caluniosos em sua porta. Alguns moradores do vilarejo chegaram a
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dizer que ele deveria deixar Ars de uma vez por todas. Ainda assim ele
continuou a pregar destemidamente do púlpito de sua pequena igreja
do interior. "Se um padre está determinado a não perder sua alma",
diz ele, "ele não deve permitir que nada o impeça de cumprir com seu
dever, ainda que saiba que será morto ao descer de seu púlpito". Seus
sofrimentos logo começaram a render frutos. Quanto mais sofrimen-
tos ele vivia, mais os pecadores se convertiam. Suas longas horas no
confessionário - por vezes 16 a 18 horas num só dia - conferiram-lhe
a reputação de brilhante confessor. De fato, conforme os anos se pas-
saram, sua pregação e direção espiritual atraíram pessoas de outras
paróquias. Milhares começaram a peregrinar de toda a Europa para
ouvi-lo pregar e confessar seus pecados com ele. Quando um padre
de um vilarejo vizinhou perguntou-lhe qual era o segredo para dar as
corretas penitências no confessionário, o Cura respondeu, "dê a eles
penas leves, e faça você mesmo o resto".
João Maria continuou a conduzir almas aos sacramentos, coisa
que causou distúrbios até mesmo entre os líderes da Igreja. Uma po-
pular heresia de seu tempo era aquela dos jansenistas, que acredita-
vam, com falsa humildade, serem indignos de receberem os sacra-
mentos com freqüência (por exemplo, todos os domingos). Mas o
Cura pregava contra eles, alguns dos quais bispos e padres franceses,
instruindo corretamente seu povo quanto aos sacramentos. "Temos
os sacramentos a nossa disposição", dizia ele, "porque pertencemos à
religião da salvação. Devemos dar graças a Deus por esses sacramen-
tos, do fundo de nossos corações, pois eles são fonte de salvação. Os
jansenistas têm os sacramentos, é verdade, mas os sacramentos não
servem de nada para eles, pois eles imaginam que apenas os perfeitos
podem recebê-los". Ele explicava que, é claro, ninguém nunca será
"digno" de receber Jesus na Santa Eucaristia, por exemplo, mas se
Jesus tivesse em vista nosso merecimento, ele nunca teria instituído
a Eucaristia. Jesus olhava, isso sim, para nossas "necessidades", e o
Cura fez com que seu povo tomasse parte nos sacramentos, os quais,
se recebidos com fé, o conduziriam à salvação.
O número de peregrinos que visitaram São João Maria Vianney
aumentou para 20,000 a cada dia. Eles vinham ouvir sua pregação,
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continuar sua missão salvífica". Esse dom foi "conferido aos apósto-
los e continua na Igreja, por meio dos bispos, seus sucessores". Por-
tanto, a identidade do padre está centrada na participação no sacer-
dócio do Cristo. O padre, em outras palavras, age in persona Christi.
Ele dedica-se a pregar o Evangelho e pastorear os fiéis, e sobretudo a
celebrar o santo sacrifício da missa.
O Diretório também explica claramente o que um padre faz e o
que ele deve fazer para crescer em santidade e realizar um ministério
apostólico frutífero, incluindo aí a atração de vocações ao sacerdócio.
Sete hábitos devem ser cultivados:
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CAPÍTULO 13
"As vocações estão 'lá fora', mas uma vocação é como uma planta; ela pre-
cisa ser nutrida e apoiada. Você colhe aquilo que planta".
- PADRE DAVID MISBRENER,
diocese de Youngstown, Ohio
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despeito do que é dito por alguns, eles, 'os seminaristas', não estão 'lá
fora' se nós os procurarmos" .1 Miller atesta que ele e outros diretores
vocacionais ao redor do país vinham tentando "com muito esforço"
recrutar candidatos, mas com pouco sucesso. Ele afirma:
"Em grande parte as dioceses de hoje em dia admitem can-
didatos que não têm e provavelmente não terão as habilida-
des intelectuais e psicológicas necessárias para conduzir um
rebanho de bem educados fiéis católicos no próximo milênio.
Muitos dos atuais seminaristas têm uma inclinação a práticas
de piedade católica 'datadas' (das quais eles não podem se
lembrar de primeira mão por serem muito jovens), sem de-
monstrarem uma real e autêntica espiritualidade católica".
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i .. Padres perambulando" - m.
ü Cold ca/l - contato com potencial cliente de perfil próximo ao almejado pelo comerciante, sem
manifesto interesse prévio desse mesmo cliente - m.
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ser útil olhar para essa instituição e buscar saber o que é que ela está
fazendo corretamente.
Mount St. Mary - não se o confunda com o Seminário St. Mary de
Baltimore - foi objeto de diversos artigos em publicações como Crisis
Magazine e New York Times Magazine no final dos anos 90.
O Padre Thomas Kocik é um padre recém-ordenado e graduado
em Mount, como é carinhosamente conhecido o seminário. Durante
dois anos, enquanto interno do Seminário St. Mary em Baltimore, ele
sofreu amargamente com seus professores e colegas, quando estuda-
va por sua diocese original de Syracuse, Nova Iorque. Quando ele
trocou de diocese e foi para Fall River, Massachusetts, o Bispo Sean
O'Malley decidiu enviá-lo ao Mount St. Mary de Emmitsburg, que,
embora geograficamente próximo do seminário de Baltimore, tinha
um perfil absolutamente diferente.
Passado somente um mês em Mount, Kocik disse já poder prever
que a vida em Emmitsburg iria ser muito mais benéfica para sua voca-
ção. Em claro contraste com a vida no "Pink's Palace" de Baltimore,
Kocik descreve a vida dos seminaristas em Mount St. Mary com essas
oito observações:
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ainda que esse seminário de Nova Iorque não estivesse entre os mais
problemáticos que são comumente listados, deve-se dizer. Os semi-
naristas ali inscritos o consideravam em sua maioria como uma insti-
tuição ortodoxa, por vezes demasiado burocratizada e politizada, no
máximo. O mínimo que essa medida tomada por Egan nos prova- a
despeito de que alguns críticos digam que ele "podou" alguns dos
professores errados - é que o bispo local tem a autoridade e a opor-
tunidade de "re-formar" rapidamente um seminário. Isso pode e
precisa ser feito, na maioria dos seminários ao redor dos EUA e tam-
bém fora deles.
Uma vez mais a solução remonta à formula de sucesso do Arcebis-
po Curtiss: ele reconhece - e outros deveriam fazer o mesmo - que a
ortodoxia suscita vocações. Reiterando, ele sugere educadamente que
é hora de prestar maior atenção em dioceses que não testemunharam
redução em seu número de padres nem crise vocacional. Se os bispos
diocesanos e autoridades dos seminários recusam-se a reconhecer as
razões de tal sucesso, diz ele, "então nos permitimos apoiar uma pro-
fecia que se auto-realiza quanto à redução no número de vocações".
O arcebispo fez um grande favor a todos nós ao identificar as dio-
ceses de sucesso como sendo aquelas que promovem a ortodoxia e a
lealdade à Igreja, que não apresentam ambigüidades no tocante ao
sacerdócio ordenado tal como a Igreja define tal ministério, que têm
bispos prontos e capazes de enfrentar dissidentes, e desejosos de con-
vocar candidatos que compartilhem de sua lealdade ao papa. "Quan-
do essa fórmula, baseada na total fidelidade aos ensinamentos da
Igreja, é seguida nas dioceses e comunidades religiosas", ele escreve,
"aí então as vocações aumentam".
O seminarista ortodoxo quer, naturalmente, ser apoiado em sua
vocação, e não força a aceitar opiniões teológicas que a Igreja conde-
na. Ele quer ser formado num ambiente que não o impeça de aderir
ao magistério da Igreja e nem apresente obstáculos, tais como uma
"subcultura gay", em seu crescimento na santidade. Ele quer estar
cercado de colegas e educadores que compartilhem de sua visão. Isso
não constitui um anseio idiossincrático, mas uma visão universal da
Igreja, trabalhando em unidade pela salvação das almas.
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NOTAS
Introdução
CAPITULO 1
Uma crise artificial
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CAPITUL02
Sufocando o chamado
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CAPfTULO 3
O efeito cancela
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CAPfTUL04
A subcultura gay
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8 Jason Berry, Lead Us Not into Temptation (New York: Doubleday, 1992),
271-72.
9 Ibid., 245.
10 Ibid., 247.
11 Ibid., cf. 248.
12 "Sob um extraordinário manto de sigilo, a arquidiocese de Boston apaziguou
discretamente acusações de assédio infantil contra pelo menos 70 padres, de acordo
com uma investigação do Globe Spotlight Team ... Uma só firma de advocacia recebeu
indenizações referentes de pelo menos 45 padres e cinco irmãos de ordens religiosas,
de acordo com o advogado que lidera esses casos, Roderick MacLeish Jr.", "Scores of
Priests Involved in Sex Abuse Cases", Boston Globe, 31 de janeiro de 2002.
13 A ordem de restrição foi arquivada na corte do distrito de Brighton (Mas-
sachusetts) na sexta-feira 2 de abril de 1999.
14 Joe Fitzgerald, "Priest Fears Gays in Ranks Pose Threat to Church", Boston
Hera/d, 6 de março de 2002.
15 Extraído da avaliação dos pares de Joseph Kellenyi, inclusa no "Theology 1
Assessment", 25 de abril de 2000.
16 Extraído dos comentários escritos nas avaliações dos pares de Joseph Kel-
lenyi por Wolfgang Dietrich, também incluídas no "Theology I Assessment", 25 de
abril de 2000.
17 Rev. Kevin A. Codd, "Formation Advisor's Evaluation of Joseph Kellenyi"',
8 de março de 2000.
18 Carta de David Windsor a Joseph Kellenyi, 25 de agosto de 2000.
19 Seminaristas membros de ordens religiosas comumente vivem numa .. casa
religiosa" onde recebem formação espiritual.
20 Pamela Schaeffer, "Court OKs Harassment Suit", National CAtholic Re-
porter, 17 de dezembro de 1999.
21 A Madre Maria Angélica é uma freira conservadora que fundou a Eternal
Word Television Network (EWTN).
22 "Postulado" é um período anterior ao noviciado para candidatos a uma
ordem religiosa.
23 Norman Weslin, The Gathering of the Lambs (Boulder, CO: Weslin, 2000),
102.
24 Ibid.
25 Ibid.
26 Cozzens, The Changing Face of the Priesthood, 102.
CAPrTULO 5
O esmorecimento da heterodoxia
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ADEUS, HOMENS DE DEUS
moral, o leitor verá sem muita dificuldade que o livro enxerga as "posições oficiais da
Igreja" como sendo simplesmente erradas.
7 Levada serviu como arcebispo de Portland de 1986 a 1995, quando veio a
se instalar como arcebispo de São Francisco.
8 Paul Likoudis, "Northwest Seminary's Required Sex Textbook Attacks
Church and Encourages Deviant Behavior", The Wanderer, 13 de outubro de 1991.
9 AI Matt Jr., "Another Seminary Scandal", The Wanderer, 13 de outubro de
1991.
1O Ela mudou legalmente seu nome para Frodo Okulam ao ser ordenada min-
istra da Igreja da Comunidade Metropolitana. "Frodo" deriva do personagem do
Senhor dos Anéis de Tolkien. Diz ela que sua primeira experiência com o divino se
deu ao rezar para Elbereth, Rainha das Estrelas, também ela uma figura do clássico
de Tolkien. Elbereth, disse ela para a audiência de uma conferência sobre espiritu-
alidade lésbica em 1998 (CLOUT), falou com ela quando ela tinha treze anos, afir-
mando sua orientação sexual. O nome "Okulam" ela tomou de um livro infantil de
contos nativo-americanos chamado Kutkos, Chinook Tyee. Okulam significa "som
do mar".
11 Cf. site da SisterSpirit em http://home.teleport.com/-sistersp.
12 A Congregação para a Doutrina da Fé censurou os escritos do padre jesuíta
indiano Anthony DeMello em 1998. A Congregação disse que os escritos do padre
contêm omissões e referências a contradições quanto à doutrina católica.
13 "Progress 2000", Quad City Online (Iowa), http://www.qconline.com/
progress2000/religion.shtml.
14 Starhawk é um dos mais célebres promotores do "Goddess worship" e dos
aspectos feministas da Wicca (feitiçaria). O enredo de seu livro, The Fifth Sacred
Thing, é anunciado assim: "uma cidade de bruxas eco-feministas deve enfrentar a
violência de um exército que se apóia numa repressiva ideologia cristã".
15 De acordo com a publicidade desse livro, "Fox foi excomungado pela Igreja
Católica Romana por conta das ideologias que ele apóia nessa obra". Em sua auto-
biografia espiritual, Fox se autodenomina um "padre pós-denominacional".
16 Charles Fiore, "Seeds, Weeds, Seminaries, and Gardeners", The Wanderer,
14 de novembro de 1995.
CAPITUL06
Desdenhando a piedade
1 Papa João Paulo II, Pastores Dabo Vobis, 25 de março de 1992, parágrafos
47-48.
2 Por exemplo, o Papa João Paulo II, como bispo de Roma, não penníre que
a Santa Comunhão seja distribuída "na mão" na diocese de Roma.
3 Katarina Schuth, Seminaries, Theologates, and the FutNn of Clmrch M;m,.
try (Collegeville MN: The Liturgical Press, 1999), 92.
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CAPÍTULO 7
Vá fazer terapia!
1 Lesley Payne, "Salt for Their Wounds", Catholic World Report, fevereiro de
1997.
2 Ibid.
3 Ibid.
4 Ibid.
5 Ibid.
6 Ibid.
7 John Fraunces, "Vocations Crisis: The Self-Inflicted Wound", Homiletic and
Pastoral Review, julho de 1997.
8 Ibid.
9 "Position Statement of the Catholic Medical Association on Inpatient
Treatment and Outpatient Psychiatric Evaluations for Priests and Religious".
CAPÍTULO 8
A inquisição vocacional
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ADEUS, HOMENS DE DEUS
CAPÍTUL09
Enfrentando os obstáculos
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CAPÍTULO 10
Cabeças na areia
1 John R. Roach foi arcebispo de St. Paul, Minneapolis, de 1975 a 1995. Ele
foi presidente da NCCB de 1980 a 1983.
2 Kenneth A. Briggs, "Vatican Will Investigate U.S. Seminaries with Aid of
Bishops", New York Times, 23 de setembro de 1981.
3 Ibid.
4 Marshall veio a tornar-se o bispo de Springfield, Massachusetts, em 1991.
Ele morreu em 1994.
5 O arcebispo O'Brien foi reitor do Seminário St. Joseph em Yonkers, Nova
Iorque, à época das visitas do Comitê Marshall. Ele foi nomeado bispo auxiliar de
Nova Iorque em 1996 e mais tarde arcebispo da arquidiocese militar. O seminário
de Yonkers, apelidado "Dunwoodie" em alusão à área de Yonkers, foi durante muito
tempo visto como um centro de ortodoxia, embora por conta de sua localização, em
Nova Iorque, também tenha reputação de ser um tanto provinciano.
6 Joop Koopman, "Priestly Formation Returns to the Basics", National Cath-
olíc Register, 11 de agosto de 1996.
7 Ibid.
8 Francis X. Maier, "American Seminaries", National Catholic Register, 4 de
oufQbro de 1981.
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CAPITULO 11
Uma profecia auto-realizável
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ADEUS, HOMENS DE DEUS
13 Tom Fox, "Costs of Clerical Celibacy Are Rising", National Catholic Re-
porter, 3 de setembro de 1999.
14 Muito da discussão quanto ao celibato supõe que essa prática seja antinat-
ural, ou ao menos que assim seja quando "imposta". A Igreja Católica, contudo, não
pode ser acusada de nada impor. Um homem é ordenado ao sacerdócio em pleno
conhecimento daquilo que dele é esperado. "Portanto, o celibato não é um influxo
que do exterior recai sobre o ministério sacerdotal, nem pode ser considerado sim-
plesmente uma instituição imposta por lei, até porque, quem recebe o sacramento da
Ordem, a isso se empenha com plena consciência e liberdade, depois de uma prepa-
ração de muitos anos, de profunda reflexão e de oração assídua". Diretório para a
vida e o ministério dos presbíteros, 1994, n. 80.
15 Altham, "The Religion of Self: An Interview with Dr. William Coulson".
16 E. Michael Jones, "Carl Rogers and the IHM Nuns: Sensitivity Training,
Psychological Warfare, and the Catholic Problem", Culture Wars, outubro de 1999.
17 De 1898 a 1987, o Seminário St. Anthony em Santa Bárbara, Califórnia, era
um seminário menor operado pela Província de Santa Bárbara da Ordem dos Frades
Menores. Ele operava como internato para rapazes do ensino médio que aspirassem
a tornarem-se padres ou irmãos franciscanos. A escola foi fechada em 1987.
18 William Coulson, "Full Hearts and Empty Heads: The Price of Certain Re-
cent Programs in Humanistic Psychology". Esse artigo foi lido em 20 de outubro de
1994, em conferência para a Franciscan University of Steubenville chamada "Nature-
za e Funções da Psicologia Personalista".
19 Relatório ao Padre Joseph P. Chinnici, IFM, Ministro da Província de Santa
Bárbara, Independent Board of Inquiry (22 de novembro de 1993), 46.
20 Ibid., 1.
21 Panfletos e fichas de inscrição do workshop Reassessment of Sexual Attítu-
des conduzido no Archdiocesan Cousins Center em Milwaukee.
22 Dignity é um grupo pró-homossexual que foi banido do Vaticano em 1986,
pois o grupo não foi capaz de aderir aos ensinamentos católicos referentes à morali-
dade sexual.
23 "To Answer Some Questions", anúncio postal de autoria do reverendo
James Arimond e Leon Konieczny, em conjunto com o Comitê de Apoio de Cônjuges
e Pais através do Ministério de Adultos e Famílias da arquidiocese de Milwaukee,
envelope selado em 18 de março de 1988.
24 Em 1980, o Padre Arimond conduziu sua série de quatro conferências
chamada "Homossexualidade e Seu Impacto na Família". Nos anúncios promocio-
nais nos jornais de Milwaukee, há uma citação de Arimond que diz que "um perver-
tido é alguém que vai contra a tendência sexual dele ou dela. Se um heterossexual age
como homossexual, isso seria uma perversão. De igual modo, se um homossexual age
como um heterossexual, isso seria uma perversão,. (20 de setembro, 1980).
25 Marie Rohde, "Convicted Priest Working as Counselor in Racine•, Mil~
waukee journal-Sentinel, 30 de abril de 2002.
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MICHAEL S. RO'.'>E
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ADEUS, HOMENS DE DEUS
39 Seja dito que outras igrejas cristãs estão, atualmente, ordenando mulheres e
homossexuais confessos.
40 Helen Hull Hitchcock, "l Will Give You Shepherds", Adoremus Bulletin,
setembro de 1999.
41 O Cardeal Mahony é arcebispo de Los Angeles desde 1985.
42 Cardeal Roger Mahony, As I Have Done for You: A Pastoral Letter on Min-
istry, 20 de abril de 2000.
43 Ibid.
44 Pilarczyk foi arcebispo de Cincinatti desde 1982.
45 Michael S. Rose, "Archbishop Pilarczyk Shares Vision of Church", St. Cath-
erine Review, março a abril de 1998.
46 Muench foi bispo de Covington de 1996 a 2002. Ele foi instaurado como
bispo de Baton Rouge em 2002.
4 7 É exigido dos bispos diocesanos que eles façam visitas a Roma a cada cinco
anos com o objetivo de prestar contas do que está se passando em suas dioceses. Essa
é considerada uma peregrinação ad limina apostolorum, ao túmulo dos apóstolos.
Ela é chamada, abreviadamente, de visita ad limina.
48 Jerry Enderle, "Bishop Describes Highlights of 'Ad Limina' Visit", Messen-
ger, 10 de abril de 1998.
49 Brian McGuire, "Reversing the Vocations Crisís", National Catholic Regis-
ter, 9 de julho de 2000.
50 Paul Moses, "Daily: Consider Cutting Masses-Priest Shortage Getting
Worse", New York Newsday, 12 de novembro de 2000.
51 Mike Blecha, "Catholic Diocese Faces Dramatic Change", Green Bay
Press-Gazette, 23 de abril de 2000.
52 De acordo com um estudo feito por Cornelius Hughes e publicado numa
edição de 1992 da Review of Religious Research, os católicos ao sudoeste dos .Esta-
dos Unidos são majoritariamente contrários a participar de serviços de comunhão
ao invés de uma missa com um padre: "A resposta oficial das autoridades da Igreja
contra o problema da ausência de padres para os serviços dominicais tem sido prov-
er serviços de comunhão para substituir a missa. A primeira questão nessa seção
[do estudo] questiona, nesse sentido, 'se a sua paróquia fosse incapaz de prover a
missa de domingo, qual das seguintes alternativas seria preferível?'. As alternativas,
com exceção da participação no serviço de comunhão, eram apresentadas de modo
a torná-las deliberadamente pouco atraentes, o que facilitava a escolha da opção
pré-determinada ... [Ainda assim] dois terços escolheram soluções diferentes da altcl'-
nativa oficial".
53 Lexington é a cidade da proponente à ordenação feminina Janice Sevni
Duszynska. Vestida de alva e estola, ela se apresentou ao Bispo Williams para a orde-
nação durante o serviço de ordenação de 1997 na Catedral Christ the King em Lex-
ington. "Bispo Williams! Bispo Williams!", ela gritou. "Eu sou chamada pelo Espírito
Santo para me apresentar à ordenação. Meu nome é Janice. Eu faço esse pedido por
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MICHAEL S. ROSE
mim e por todas as mulheres". Embora Williams não a tenha ordenado nesse dia, ele
continua simpático à ordenação de mulheres, bem como à idéia de uma Igreja gerida
por leigos.
54 Bob Harvey, "lntroducing a 'New Model of Church"', Ottawa Citizen, 16
de dezembro de 2000.
55 Os católicos são membros do corpo do Cristo, e não de uma comunidade
de fé. Nas palavras do colunista George Weigel, comunidade de fé é "um conceito
ultramundano de Igreja que nos oculta a realidade da comunhão com os santos".
CAPITULO 12
A coisa certa
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ADEUS, HOMENS DE DEUS
CAPÍTULO 13
Onde estão os homens
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FICHA CATALOGRAF!CA
Rose, Michael S.
Adeus, homens de Deus - como corromperam
a Igreja Católica nos EUA f Michael S. Rose;
tradução de Felipe Lesage - Campinas, SP:
Ecclesiae, 2015.
ISBN: 978-85-8491-014-4
1. Igreja Católica 2. Vocação sacerdotal
I. Autor u. Título
CDD - 282
248.894.2