Aula 11 - 26.09.2024

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Planejamento Contábil e Tributário

Imposto Sobre Serviços – ISS


O ISSQN ou ISS
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza,
identificado por alguns com a sigla ISSQN, ou simplesmente
ISS, é um tributo de competência dos Municípios e do
Distrito Federal, conforme previsto no Art. 156 da
Constituição Federal (CF) de 1988.

É a Lei Complementar (LC) nº 116, de 31/07/2003, com as


alterações trazidas pela Lei Complementar (LC) nº 157, de
29/12/2016, que trata desse tributo de forma geral nas unidades da
Federação do Brasil.
O ISSQN ou ISS

É um tributo que incide sobre os serviços prestados


pelas empresas – Pessoas Jurídicas - ou pelos
Profissionais autônomos, desde que o fato gerador do
serviço não seja de competência tributária do Estado ou
União.
O ISSQN ou ISS
O ISS tem sua estrutura básica definida na Constituição Federal, que
estabelece:
a) competência aos Municípios e DF para instituir a cobrança do imposto;
b) prestação de serviços como fato gerador da respectiva obrigação tributária;
c) o preço do serviço como base de cálculo do imposto;
d) o prestador de serviço como contribuinte;
e) os serviços onerados pelo imposto municipal são os definidos em lei complementar,
não podendo fazer parte da lista os serviços que ficaram na competência dos
Estados, como os serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação (ICMS); e
f) a necessidade de lei complementar federal para regular a forma e as condições
como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
Fato Gerador
O fato gerador do ISS é a prestação de serviços constantes da lista
anexa à Lei Complementar no 116/03, ainda que esses não se
constituam como atividade preponderante do prestador. O que faz
nascer a obrigação tributária de pagar o imposto é a PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO, qualquer que seja sua denominação (Art. 1º).

Destaca-se que a incidência do ISS não depende da DENOMINAÇÃO


dada ao serviço prestado. O ISS também incide sobre os serviços
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados
economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o
pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário.
Conceito de serviços - ISS
Serviço se define como trabalho ou contraprestação mediante pagamento
do encomendante, consubstanciado no fato econômico, cujo produto final
quase sempre será incorpóreo, ou seja, sem existência física, a exemplo dos
serviços de consultoria prestada por uma empresa especializada em tributos
para um de seus clientes.

ELEMENTOS ESSENCIAIS para ocorrência do fato gerador do ISS:

(1) efetividade e habitualidade do serviço prestado;

(2) autonomia do serviço prestado, assim entendido o serviço realizado em


nome próprio; e

(3) finalidade lucrativa da atividade prestada.


Não Incidência do ISS
O ISS NÃO incide sobre (Art. 2º):
I. as exportações de serviços para o exterior do país;
II. a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores
avulsos, dos diretores e membros de conselho consultivo ou de
conselho fiscal de sociedades e fundações, bem como dos sócios-
gerentes e dos gerentes-delegados; e
III. o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o
valor dos depósitos bancários, o principal, juros e acréscimos
moratórios relativos a operações de crédito realizadas por instituições
financeiras.
Base de Cálculo do ISS
A base de cálculo do ISS é o preço do serviço prestado,
entendido como o valor total cobrado em virtude da prestação
do serviço.

Tal regramento está estabelecido no Art. 7º da LC 116/2003.


Por exemplo: uma empresa que presta serviço de consultoria a
uma outra empresa, em que foi contratada para execução de
determinado serviço, cujo preço foi de R$1.000,00. Esse é o valor
que servirá de BASE DE CÁLCULO do imposto.
Base de Cálculo do ISS – construção
civil
De modo geral, a base de cálculo do ISS é o preço do serviço.
Entretanto, na prestação de serviços a que se referem os subitens
7.02 e 7.05 (atividade de construção civil) da lista de serviço, o
imposto será calculado deduzindo-se do preço as parcelas
correspondentes:
 valor dos materiais fornecidos pelo prestador de serviço e
incorporado à obra;
 valor das subempreitadas já tributadas pelo ISS.
Base de Cálculo do ISS – construção civil - Exemplo
ABC Construções Ltda foi contratada para executar obras de instalações hidráulicas em
determinado empreendimento residencial. O preço da empreitada global foi de R$130.000 e
foram aplicados R$ 50.000 em tubos, conexões e materiais afins. Também subempreitou
serviço no montante de R$ 20.000, já tributados pelo ISS. Portanto a BASE DE CÁLCULO
DO ISS será de:
Alíquotas
A alíquota máxima definida na LC 116/2003, conforme Art. 8º, é de
5%, não prevendo alíquota mínima. Até a edição da LC 157/2016,
tomava-se como parâmetro para estabelecer a alíquota mínima do ISS a
EC 37/02, que estabelecia a alíquota mínima em 2%, até que a Lei
Complementar fizesse a regulamentação. (Art. 8º-A).

Nesse contexto, as alíquotas do ISS de determinado serviço devem observar as


regras internas de cada Município, estabelecidas nos seus Códigos de Rendas
Municipais, vez que eles são livres para estabelecer alíquotas do ISS entre 2% e
5%. Para as empresas optantes do Simples Nacional, ver regra específica.
Onde é devido o imposto?
Art. 3º. O serviço considera-se prestado, e o imposto devido no
local do estabelecimento prestador ou, na falta do
estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto
nas hipóteses previstas nos incisos I a XXV, quando o imposto
será devido no local (onde foi prestado o serviço):

Obs: Ver lista de serviços no Art. 3º LC 116/03, alterada pela


LC 157/2016.
Estabelecimento Prestador
Art. 4º. Considera-se estabelecimento prestador o local
onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar
serviços, de modo permanente ou temporário, e que
configure unidade econômica ou profissional, sendo
irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede,
filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório
de representação ou contato ou quaisquer outras que
venham a ser utilizadas.
REGRAS

REGRA PRIMEIRA: O serviço considera-se prestado e o


imposto devido no local do estabelecimento prestador;

REGRA SEGUNDA: Na falta de estabelecimento do prestador,


o serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do
seu domicílio;
Regras
REGRA TERCEIRA: Por exceção, nos casos previstos (Art.3º e
incisos da Lei Complementar nº 116/2003), no local da prestação
indicado em cada um dos relativos casos;

REGRA QUARTA: Também nos casos previstos nos incisos do


Art. 3º, conforme indicado poderá ser exigido o pagamento do
ISSQN no local da prestação do serviço, pelo tomador, por
responsabilidade (necessitando para isso de Lei municipal para
prevê tal hipóteses).
Contribuinte de fato versus Responsável
Os contribuintes do ISS são os prestadores de serviços, pessoas físicas ou
jurídicas, com ou sem estabelecimento fixo, dos serviços especificados na
tabela anexa à LC 116/2003.

A LC 116/2003 permitiu que cada município determinasse, em legislação própria, a


instituição da figura do contribuinte responsável, para retenção do ISS dos
prestadores de serviços.

E, uma vez instituída lei municipal, o contribuinte responsável será obrigado a cumprir o
pagamento do imposto em nome do contribuinte de fato, inclusive com os acréscimos de
multa e juros. As legislações municipais têm poder para regulamentar o assunto (Art. 6º,
da LC 116/03).
Responsável Tributário
LC 116/03, Art. 6º, §2º. Sem prejuízo do disposto no caput e no § 1o deste
artigo, são responsáveis: (Vide Lei Complementar nº 123, de 2006).

I. o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior do País ou


cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País;

II. a pessoa jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária


dos serviços descritos nos subitens 3.05, 7.02, 7.04, 7.05, 7.09, 7.10, 7.12,
7.14, 7.15, 7.16, 7.17, 7.19, 11.02, 17.05 e 17.10 da lista anexa.
Retenção na Fonte
A retenção na fonte consiste na obrigação de reter o montante de
imposto incidente na prestação para posteriormente recolhê-lo
ao fisco municipal.

Dessa forma, o responsável tributário deverá deduzir do valor a


ser pago ao prestador o montante equivalente ao tributo
incidente.

Assim como se faz nas RETENÇÕES FEDERAIS!


Simples Nacional – LC 123/2006
A alíquota aplicável na retenção na fonte deverá ser informada no
documento fiscal e corresponderá ao percentual de ISS previsto
nos Anexos III, IV ou V desta Lei Complementar para a faixa de
receita bruta a que a microempresa ou a empresa de pequeno
porte estiver sujeita no mês anterior ao da prestação.

Na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte


estar sujeita à tributação do ISS no Simples Nacional por
valores fixos mensais, não caberá a retenção.
Contabilização
(1) sem retenção
do ISS, neste
caso, tendo o
Prestador de
Serviço a
responsabilidade
do recolhimento
do imposto aos
cofres do
Município, como
o contribuinte
do imposto
propriamente
dito.
Contabilização
(2) com retenção
do ISS, como os
casos do Art. 6º,
da LC 166/03,
em que os
municípios
legislaram
determinando a ISS A RECOLHER
retenção e
recolhimento do
imposto pelo
tomador do
serviço, como
contribuinte
responsável.
Planejamento Contábil e Tributário

Atividade 006!

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