Apostila 1 - Recursos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

UNIDADE I - TEORIA GERAL DOS RECURSOS

PROF. GABRIEL SARTÓRIO

1 - Conceito de Recurso: O recurso é um meio de impugnação às decisões


judiciais a partir de fundamentos apresentados pelo recorrente, dentro de um
processo judicial. O recurso possui as seguintes características:
A) Combate decisões judiciais: Isso significa que o recurso não impugna
qualquer ato judicial, apenas aqueles com conteúdo decisório.
B) Dentro do processo: Significa que o recurso é feito dentro do mesmo
processo, não cria uma relação jurídica autônoma. Sendo assim, o recurso
causa o prolongamento do processo ou a prorrogação da litispendência, uma
vez que o recurso evita o trânsito em julgado do processo.
C) Ato voluntário: O recurso é um ato de iniciativa da parte, Ministério Público
ou terceiro interessado.
Obs: A parte recorrente é aquela que demonstra o interesse recursal, sendo
que a sua origem se dá pela sucumbência. A sucumbência pode ser total,
quando apenas uma parte é considerada perdedora no processo. A
sucumbência recíproca significa que ambas as partes são consideradas
perdedoras em algum ponto da decisão judicial.

2 - Meios de Impugnação:

Recurso

Ação autônoma de impugnação

Sucedâneo recursal

O sistema processual pátrio prevê algumas formas de impugnação, se


destacando o recurso pelo fato de ser o principal objeto de estudo deste
semestre.

O recurso tem o seu conceito definido no item anterior, sendo que que sua
finalidade consiste em buscar a reforma, a invalidação, a integração ou o
esclarecimento da decisão judicial impugnada.

A ação autônoma de impugnação é um meio de combater atos abusivos ou


ilegais de uma autoridade coatora através de um processo judicial próprio, ou
seja, não é realizada dentro de um mesmo processo, que é o caso do recurso.

Ex: Mandado de segurança, ação rescisória (combate o trânsito em julgado)


O sucedâneo recursal é considerado um instituto que faz as vezes dos
recursos, mas não pode ser considerado um recurso por não preencher todas
as características inerentes ao recurso.
Ex: Reexame ou remessa necessária, instituto processual que devolve
compulsoriamente a decisão judicial com objetivo de ser reanalisada pelo
Tribunal, toda vez que a Fazenda pública for considerada sucumbente em um
processo judicial.
3 - Decisões Recorríveis:

A) Decisões de 1° instância: Os atos do juiz que são passíveis de recurso


foram alterados com o advento do CPC/15. Portanto, a sentença definitiva ou
terminativa está sujeita a recurso, sendo que as decisões interlocutórias são
passíveis de recurso apenas nos casos taxativos lei.

B) Decisões de 2° instância e instância superior: As decisões monocráticas são


aquelas produzidas por apenas uma autoridade judicial (desembargador ou
ministro), geralmente atreladas a questões processuais, sendo passíveis de
recurso. O acórdão é o ato judicial que forma o julgamento do mérito do
recurso. O acórdão é a reunião de votos dos desembargadores ou ministros.
Logo, o acórdão também se sujeita a recursos.

4 - Classificação dos Recursos:

4.1 - Quanto a extensão:


A) Recurso Total: É aquele recurso que impugna todo o conteúdo da decisão
judicial.
B) Recurso Parcial: É aquele recurso que impugna parte ou capítulos da
decisão judicial.

4.2 - Quanto a Matéria:


A) Recurso de Fundamentação Livre: É aquele em que a parte recorrente está
autorizada a demonstrar livremente o seu inconformismo, sem qualquer
vinculação a nenhum conteúdo em específico.

Ex: Recurso de apelação, que pode requerer livremente os motivos a levarem a


reforma ou invalidação da sentença.
B) Recurso de Fundamentação vinculada: É aquele em que a parte recorrente
só pode alegar o conteúdo taxativamente previsto em lei.
Ex: Embargos de declaração cuja matéria deve abordar apenas o
esclarecimento da decisão judicial em razão de omissão, contradição ou
obscuridade.

5 - Princípios Recursais:
5.1 - Princípio do duplo grau de jurisdição: O STF se posicionou a respeito da
natureza jurídica do duplo grau de jurisdição, entendendo que o mesmo é um
princípio constitucional implícito no ordenamento constitucional, bem como não
é considerado uma garantia fundamental.

Portanto, o duplo grau de jurisdição pode ser relativizado ou limitado,


justamente porque não é considerado uma cláusula pétrea.
O STF conceitua o duplo grau de jurisdição como aquele que permite a parte
exercer o seu inconformismo através de recurso, muitas vezes encaminhados à
instância superior, sem ser uma regra absoluta. Até mesmo porque o recurso,
algumas vezes, pode ser processado e julgado na mesma instância que
produziu a decisão recorrida.
A doutrina apresenta algumas críticas ao excesso de duplo grau de jurisdição
criado a partir da enorme quantidade de recursos existentes. As principais
críticas são:

A) Dificuldade ao acesso à justiça: A enorme quantidade de recursos torna a


atividade jurisdicional extremamente morosa(lento), desprestigiando o
princípio da razoável duração do processo.

B) Desprestígio às decisões de 1° instância: A enorme quantidade de recursos


valoriza as decisões dos tribunais e desvaloriza as decisões dos juízes de piso.

C) Inutilidade do procedimento oral: A enorme quantidade de recursos acaba


por inutilizar a oralidade presente nos processos de 1° instância, considerando
que os tribunais podem produzir melhores decisões, mesmo que o julgador do
recurso não tenha tido qualquer contato com as partes do processo.

5.2 - Princípio da Taxatividade: os recursos dependem de previsão legal (Art.


994 CPC/15) . Recursos presentes no CPC, aplicável no código civil:
I) Apelação;
II)Agravo de instrumento;
III)Agravo interno;
IV)Embargos de declaração;
V)Recurso ordinário;
VI)Recurso especial;
VII)Recurso extraordinário;
VIII)Agravo em recurso especial ou em recurso
extraordinário;
IX)Embargos de divergência.

5.3 - Princípio da Singularidade ou Unirrecorribilidade: Significa que a decisão


judicial está sujeita a apenas um recurso. A apresentação de um segundo
recurso causa a extinção daquele meio de impugnação apresentado
posteriormente, devido a litispendência recursal.
Obs: O segundo recurso pode ser considerado uma litigância de má fé, desde
que a parte recorrida tenha condições de provar eventuais prejuízos causados
pelo segundo recurso.

5.4 Princípio da adequação ou cabimento:

Significa que cada decisão judicial deve ser recorrida pela a espécie de recurso
adequando.

5.5 Princípio da fungibilidade das formas:

Sabe-se que no processo civil é extremamente formal, pois exige que


determinada decisão judicial seja desafiada por algum recurso especifico. No
entanto, admita-se excepcionalmente à fungibilidade das formas. Isso quer
dizer que é possível a conversão do recurso praticado para o recurso
adequado, desde que sejam preenchidos os pressupostos:
a) Dúvida razoável – significa que a fungibilidade só pode ser admitida se
existe uma dúvida razoável, não pode ser um erro grosseiro.

b) Boa fé – é demonstrada quando o recorrente se vale do menor prazo,


caso os recursos possuam prazos distintos.

5.6 Princípio da dialeticidade:

Significa que todo e qualquer recurso deve apresentar as suas razões


recursais (motivo) e também a sua fundamentação legal e jurídica.

5.7 Princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias:

O CPC\15 torna as decisões interlocutórias irrecorríveis, como uma forma de


consagra a economia processual. No entanto, o art. 1015 do CPC admite por
via de exceção o agravo de instrumento contra decisão interlocutória que tenha
tratado de algumas matérias especificas.

5.8 Princípio do ônus da sucumbência:

Significa que a parte sucumbente deve arca com a custa, despesas e


honorários advocatícios gerados pelo recurso. Vale lembrar que os honorários
podem ser fixados, caso não tenha sido feito anteriormente ou então majorado
até o limite de 20% sobre o valor da condenação.

5.9 Princípio da proibição da reformatio in pejus:

Significa que o recorrente não pode ter a sua condição processual piorada ou
prejudicada por conta de seu próprio recurso. Essa é uma garantia que permite
o interessado apresenta seu recurso de forma segura, conforme a noção do
acesso à justiça.
6. Juízo de admissibilidade:

É a decisão judicial que define se a espécie de recurso preencheu devidamente


os pressupostos recursais, em outras palavras o juízo de admissibilidade faz
uma análise formal do recurso, afim de saber se o mesmo pode ou não
prosseguir em seu prosseguimento.

O CPC/15 define que o recurso será normalmente submetido ao único juízo de


admissibilidade chamado de juízo de admissibilidade definitivo. Por exemplo,
os seguintes recursos passam por um juízo de admissibilidade, apelação,
agravo de instrumento e embargo de declaração.

Toda via o CPC/15 prever a situação do duplo exame de admissibilidade dos


recursos, distribuídos em juízo provisório de admissibilidade feito pelo tribunal
de origem da decisão recorrida e juízo de admissibilidade definitivo feito pelo
tribunal competente para julgamento do recurso.

5.1- Recursos conhecido (adequado) e recurso não conhecido


(inadequado):

a) Recurso conhecido: é a decisão judicial que define que o recurso preencheu


todos os pressupostos recursais necessários.

b) Recurso não conhecido: é a decisão judicial que entendeu que o recurso não
preencheu algum requisito (pressuposto) recursal.

5.2- Recursos provido ou não provido (improprio):

O presente item trata de expressões quanto ao julgamento de mérito do


recurso, sendo que esse julgamento só vai ser realizado se anteriormente o
recurso tiver sido conhecido. Por tano, o conhecimento do recurso é uma
condição para o julgamento de mérito do recurso.

a) Recurso provido: é a decisão judicial de mérito que acolheu as razões


(mérito) do recurso.

b) Recurso improprio: é a decisão judicial de mérito que não acolheu as razões


(mérito) do recurso.

5.3 Juízos a quo e juízo ad quem:

a) Juízo a quo: é o órgão jurisdicional que prolatou a decisão recorrida e que


será processada e julgada por instância hierarquicamente superior. Por
exemplo, o juízo da vara civil de vitória e denominado de “a quo” quando a
parte apresentar recurso de apelação contra a sentença.

b) Juízo ad quem: é o órgão jurisdicional competente para o processamento e


julgamento do recurso apresentado contra decisão judicial de instância
hierarquicamente inferior. Por exemplo: o TJ deve ser chamado de “ad quem”
em relação ao seu serviço de julgamento de recurso de apelação contra
sentença da vara civil.

Atenção: essas expressões são utilizadas apenas naqueles casos que o


recurso gera prestação jurisdicional por diferentes instâncias. Não há
necessidade dessas expressões, se o recurso é dirigido para mesma instância
que produziu a decisão recorrida. Exemplo: embargador de declaração e
agravo de instrumento.

5.4 Pressupostos Recursais:

5.4.1- Pressupostos recursais subjetivos ou intrínsecos: São os pressupostos


ligados a existência ao direito de recorrer.

a) Cabimento: é preciso existir uma decisão judicial sujeita a recurso.

b) Interesse: é preciso existir uma decisão que tenha prejudicado alguém.

c) Legitimidade: o art. 996 do CPC/15 dispõe que pode recorrer a parte


prejudicada, ministério público ou 3° interessado.

d) Inexistência de um fato impeditivo ou extintivo: o direito ao recurso depende


de que o interessado não tenha praticado conduta incompatível o fato
impeditivo e aquela conduta incompatível e anterior a pratica ao recurso como
é o caso da aceitação e renúncia. Já o fato extintivo é a conduta incompatível e
posterior a pratica do recurso, como é o caso da aceitação e desistência.

5.4.2- Pressupostos recursais objetivos ou extrínsecos: São os pressupostos


ligados ao exercício do direito ao recurso.

a) Tempestividade: o art. 1003 §5 do CPC/15 concede prazo de 15 dias ao


recurso e as contra razões, exceto os embargos de declaração que tem prazo
de 5 dias sob pena de preclusão temporal. Vale lembrar que existem sujeitos
com prerrogativa de prazo em dobro (MP, fazenda pública, defensoria pública e
litisconsortes com diferentes procuradores).

b) Preparo: diversos recursos dependem de recolhimento das custas e


despesas, sob pena de deserção. Alguns recursos geram as despesas de
remeça e retorno dos altos por conta da necessidade de serviço postal, o que
não e devido quando o processo é eletrônico. O recorrente deve junta cópia da
guia do preparo, sob pena de ser intimado para comprovar a sua realização ou
complementar o valor se tiver sido feito de forma incompleta o prazo para
comprovação ou complementação é de 5 dias.

c) Regularidade formal: os recursos possuem estruturas próprias que precisam


ser respeitadas e também fazer a juntada de documentos obrigatórios caso a
legislação processual exija.

6. Aceitação, renúncia e desistência:

- A aceitação, renúncia e desistência são consideradas condutas incompatíveis


com a existência do recurso. A doutrina as divide em fatos impeditivos e fatos
extintivos ao recurso.

- O fato impeditivo é definido como conduta incompatível a existências do


recurso, sendo que a sua pratica acontece antes mesmo da apresentação do
recurso. E o caso da aceitação e renúncia.

- A aceitação é entendida como a prática de ato conforme a decisão judicial, ou


seja, o exato comprimento da ordem judicial. Já a renúncia é conhecida como a
abdicação do direito ao recurso, por exemplo, a renúncia pode ser feita em um
acordo entre as partes.

- Os fatos extintivos são definidos como condutas incompatíveis a existência do


recurso, sendo a sua prática acontece após a apresentação ao recurso. É o
caso da aceitação e desistência nesse contexto, a aceitação é o exato
comprimento da decisão judicial, porém após a apresentação do recurso.

- A desistência é definida como ato voluntário no qual o recorrente não tem


mais vontade de prosseguir com o recurso apresentado.

- Importante destacar que aceitação pode ser classificada como fato impeditivo
e extintivo dependendo do momento (antes ou depois da apresentação do
recurso). Outro ponto é a diferença entre desistência do recurso e desistência
da ação.

- Desistência do recurso:

1- Ato expresso e voluntário do recorrente (Não precisa de fundamentação,


direito protestativo).

2- Independe da concordância do recorrido.

3- Independe de homologação judicial.


4- Pode ou não causar a extinção do processo com ou sem resolução de
mérito.

- Desistência da ação:

1- Ato expresso e voluntário do autor (precisa de fundamentação).

2- Independe da concordância do réu, salvo se tiver sido citado.

3- Depende de homologação judicial

4- Causa a extinção do processo sem resolução de mérito

A desistência do recurso é um ato expresso e voluntário do recorrente, sem


necessidade de fundamentação que precisa ser apresentado antes do
julgamento de mérito do recurso. É considerado um direito protestativo por que
depende apenas a expressão de vontade do recorrente, sem necessidade de
concordância do recorrido e deferimento judicial. A desistência pode causar a
extinção do procedimento com ou sem resolução de mérito, se, por exemplo,
se desisti da apelação que combate uma sentença terminativa ou definitiva. Em
alguns casos a desistência não determina a extinção do prosseguimento, como
e a situação do agravo de instrumento que se for desistido, apenas deixa de
combater a decisão interlocutória, prosseguindo normalmente o processo.

Já a desistência da ação é um ato expresso e voluntário que precisa de


fundamentação e necessário saber que independe da concordância do réu,
salvo se tiver sido citado, e que não se pode desistir após o início da instrução
probatória. O deferimento judicial é necessário e se for acolhido o pedido de
desistência então haverá a extinção do processo sem resolução de mérito.

6 Efeitos dos recursos:

a) Efeito devolutivo: define a extensão da matéria a ser reexaminada pelo


órgão competente, por força do recurso apresentado. A matéria devolvida pode
ser total ou parcial, dependendo do prejuízo e interesse do recorrente.

b) Efeito suspensivo: é aquele que impede a exigibilidade da decisão


judicial. Assim, a decisão judicial não tem condições de produzir seus efeitos.
c) Efeito translativo: é o efeito que torna possível a autoridade competente
de decretar nulidade de oficio, toda vez que encontrar violação a matéria de
ordem pública (regras e princípios processuais previstos na constituição).

d) Efeito interruptivo: é o efeito interrompe o prazo do recurso. Isso significa


que o recurso apresentado interrompe a contagem do prazo fazendo com o
que o próximo recurso tenha todo o seu prazo efetivamente garantido. Por
exemplo, o recurso de embargos de declaração deve ser apresentado no prazo
de 5 dias, e se foi apresentado no tempo exigido uma decisão judicial ao seu
respeito. Então, a decisão judicial dos embargos permite que o interessado
tenha integralmente o prazo para se valer, por exemplo, da apelação.

e) Efeito infringente (modificado): é o efeito que torna possível a alteração


ou modificação do conteúdo decisório. É o caso dos embargos de declaração
que pretendem o esclarecimento da decisão judicial e por isso em alguns casos
pode levar a alteração o próprio resultado da decisão.

f) Efeito regressivo ou de retratação: é o efeito que torna possível o juízo


de retratação de uma decisão judicial, por que a autoridade judicial se
convenceu das razões do recurso.

g) Efeito expansivo subjetivo: é o efeito que torna possível um recurso ser


também aproveitado pelo outro litisconsorte unitário, mesmo que ele não tenha
recorrido.

7. Recurso adesivo: Importante destacar que o recurso adesivo não é uma


espécie de recurso, apesar de seu nome. A doutrina comenta que o recurso
adesivo é na verdade uma forma de interposição de recurso

Obs 1 : O recurso adesivo tem por requisito a sucumbência recíproca, ou seja,


os dois pólos da relação processual tem interesse de apresentar o recurso.
Nesse caso, o recurso adesivo é permitido a aquele que por alguma razão não
teve interesse em exercer o seu direito ao recurso e se viu obrigado a fazê-lo
porque a outra parte apresentou o seu recurso. É o caso, por exemplo de João
ingressa com ação de reparação civil com pedido de condenação no valor de
30 mil reais. A sentença proferida, condena a parte requerida apenas ao
pagamento de 10 mil reais. João, por sua vez, por não apresentar nenhum
recurso pelo fato de entender que seria melhor aceitar o valor do que esperar o
processamento de seu recurso. Acontece que andar, o réu, apresenta o
recurso de apelação contra a sentença, pois não aceita o fato de ser
condenado ao pagamento de 10 mil reais. João pode apresentar seu recurso
no momento de sua contrarrazões.

Obs 2 : O recurso adesivo é permitido apenas nos casos de recurso de


apelação, recurso especial e recurso extraordinário. Até mesmo o porquê
apenas os recursos mencionados possuem a finalidade de combater o mérito
da decisão judicial.

Obs 3 : O recurso adesivo é a forma de apresentação dos recursos


mencionados, que deve ser realizada no prazo das contrarrazões. (15 dias)

13 - Recurso adesivo: Importante destacar que o recurso adesivo não é uma


espécie de recurso, apesar de seu nome. A doutrina comenta que o recurso
adesivo é na verdade uma forma de interposição de recurso

Obs 1 : O recurso adesivo tem por requisito a sucumbência recíproca, ou seja,


os dois pólos da relação processual tem interesse de apresentar o recurso.
Nesse caso, o recurso adesivo é permitido a aquele que por alguma razão não
teve interesse em exercer o seu direito ao recurso e se viu obrigado a fazê-lo
porque a outra parte apresentou o seu recurso. Éo caso, por exemplo de João
ingressa com ação de reparação civil com pedido de condenação no valor de
30 mil reais. A sentença proferida, condena a parte requerida apenas ao
pagamento de 10 mil reais. João, por sua vez, por não apresentar nenhum
recurso pelo fato de entender que seria melhor aceitar o valor do que esperar o
processamento de seu recurso. Acontece que andar, o réu, apresenta o
recurso de apelação contra a sentença, pois não aceita o fato de ser
condenado ao pagamento de 10 mil reais. João pode apresentar seu recurso
no momento de sua contrarrazões.

Obs 2 : O recurso adesivo é permitido apenas nos casos de recurso de


apelação, recurso especial e recurso extraordinário. Até mesmo o porquê
apenas os recursos mencionados possuem a finalidade de combater o mérito
da decisão judicial.

Obs 3 : O recurso adesivo é a forma de apresentação dos recursos


mencionados, que deve ser realizada no prazo das contrarrazões. (15 dias).

Obs 4 : O MP, fazenda pública, defensoria pública é litisconsortes com,


diferentes procuradores possuem prerrogativa de prazo de modo geral no
processos, inclusive para apresentar e responder o recurso.

Obs 5 : O recurso adesivo exige também que o recurso apresentado seja


submetido ao juízo de admissibilidade. Portanto, recurso apresentado em
forma adesiva precisa a preencher todos os pressupostos recursais.
Obs 6: O recurso apresentado em forma adesiva é considerado acessório, o
seu processamento depende do conhecimento do recurso principal.

Obs 7: O recurso apresentado em forma adesiva dele ser interposto no prazo


das contrarrazões, podendo a parte fazê-lo dentro da própria contrarrazoes, ou
elaborar petições distintas (contrarrazões e o recurso na forma adesiva), desde
que protocolados simultaneamente.

Obs 8 : O recurso adesivo não é admitido no caso de reexame necessário,


justamente porque o reexame necessário não é um recurso. O recurso adesivo
só é admitido nos casos dos recursos anteriormente apresentado.

Obs 9 : O recurso adesivo não é admitido no juizado especial, salvo o caso de


recurso especial.

Você também pode gostar