Pneumologia Resumo PDF
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Anatomia do Tórax
OBS: Anteriormente os ossos dos arcos costais não chegam até o esterno,
1. Topografia pulmonar e torácica posteriormente, chegam até a coluna.
Os tipos de pulmões podem variar entre os biotipos. É importante
examinar todo o pulmão, anterior, posterior e lateralmente;
Além disso, deve-se saber a topografia torácica: em muitos laudos 2. Árvore brônquica e vias aéreas
vem descrita a região onde a alteração está presente. Região pós-laríngea: entrada para vias aéreas inferiores;
Região subglótica;
Cartilagem tireoidea: a traqueostomia é feita embaixo da
glândula tireoide (que fica acima das cartilagens tireoidea
e cricoide), entre o 1° e 2° anel (rebater a tireoide cra-
nialmente);
Membrana cricotireoidea: local da cricotireoidostomia,
feita na urgência;
Cartilagem cricoide;
Imagem A Imagem B Imagem C Anéis traqueais: os superiores são mais fortes;
1-Região supraclavicular 1-Região supraescapular 1-Região axilar
Carina: fim da traqueia e início dos brônquios principais. É
2-Região clavicular 2-Região supraespinhosa 2-Região infraxilar
3-Região intraclavicular 3-Região infraespinhosa uma região rica em linfonodos hilares e paratraqueais,
4-Região mamária 4-Região interescapulovertebral que podem estar aumentados em algumas doenças;
5-Região intramamária 5-Região infraescapular Brônquio principal direito: pequeno, mais calibroso e ver-
6-Região supraesternal
7-Região esternal superior tical. Origina o brônquio do lobo superior;
8-Região esternal inferior Brônquio intermediário: se divide em lobo médio e inferior;
Brônquio principal esquerdo: maior, mais fino e horizontal
Arcos costais
Pulmão está dentro da caixa torácica;
Anteriormente: esterno;
Lateralmente: arcos costais;
Posteriormente: coluna e arcos costais.
Costelas;
Verdadeiras: 10 → se comunicam através de cartilagem
até o esterno. O diafragma está na 7ª costela anterior
ou na 9ª ou 10ª posterior (posteriormente é mais baixo);
Falsos: 2 (11° e 12°) → não chegam até o esterno.
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Brônquios pulmonares
Brônquio principal direito;
Lobo superior: 3 divisões;
o B1: segmento apical;
o B2: segmento anterior;
o B3: segmento posterior.
Brônquio intermediário: 2 divisões;
Lobo médio: 2 divisões;
Lobo inferior: 5 divisões.
Brônquio principal esquerdo;
Lobo superior: a língula sai do lobo superior esquerdo;
Lobo inferior.
OBS: Essa divisão é importante principalmente para quem faz broncoscopia
(localização de lesões).
3. Circulação pulmonar
Principais artérias e veias
Artéria pulmonar;
Veias pulmonares;
Aorta torácica (seus ramos);
Artérias brônquicas;
Veias brônquicas;
Sistema ázigos e hemiázigos;
Veia cava superior;
Tronco braquiocefálico;
Artéria torácica interna: “mamária”.
Pulmões
Coração
Lobo superior: 3 segmentos → em cima e anterior;
Lado direito: sangue não oxigenado - VCS e VCI → AD → VD → A.
Apical;
pulmonar (direita e esquerda → levam sangue não oxigenado e dão
Anterior;
origem a ramos para os lobos pulmonares);
Posterior.
Lado esquerdo: sangue oxigenado - V. pulmonares → AE → VE →
Lobo médio: 2 segmentos → inferior e anterior;
Aorta → corpo.
Lateral;
Medial.
Lobo inferior: 2 segmentos → posterior (chega próximo ao ápice);
Superior;
Basilar lateral.
OBS: Isso ajuda na identificação de lesões. O RX não é o melhor exame para
ajudar a identificar onde está a lesão.
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Ramos da Aorta Artéria pulmonar
VE → Aorta ascendente; Leva sangue não oxigenado do VD para os pulmões.
Tronco braquiocefálico; A. pulmonar direita;
o A. carótida comum direita; A. pulmonar esquerda.
o A. subclávia direita. OBS: Vai uma artéria e voltam 2 veias pulmonares de casa lado, trazendo san-
A. carótida comum esquerda; Do lado esquerdo não há gue oxigenado para o AE.
A. subclávia esquerda. tronco braquiocefálico
OBS: Subclávias vão irrigar o MMSS e carótidas, o pescoço e o crânio.
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Artéria torácica interna 5. Mediastino
Irriga porção anterior do tórax. Principal causa de sangramento em regiões
anteriores próxima ao esterno. Principais estruturas
Ramo da A. subclávia; Tireoide;
Originam todas as Aa. intercostais; Traqueia;
Anteriores: ramo da A. torácica interna; Esôfago;
Posteriores: ramo da Aorta descendente. Timo;
Também chamada de “A. mamária”. Coração;
Nervos: laríngeo recorrente, vago, frênico, tronco simpático;
Linfonodos mediastinais.
Compartimentos do mediastino
Mediastino anterior ou pré-vascular: superior e anterior;
Mediastino médio ou visceral: região do coração, linfonodos;
Mediastino posterior ou paravertebral: aorta descendente e coluna
→ tumores neurogênicos.
OBS: Segunda nomenclatura é usada na radiologia.
Tireoide
Localização: da cartilagem tireoide até o 1°-2° anel da traqueia;
Porções: lobo direito, lobo esquerdo e istmo. Pode haver lobo pira-
midal.
OBS: O aumento da traqueia pode dar sintomas respiratórios, como tosse, en-
4. Pleura gasgo, dispneia, estridor.
Camada fina que reveste os pulmões. Está presente também no diafragma,
face lateral dos arcos costais, no ápice e na região mediastinal (portanto, uma Timo
manifestação próxima ao mediastino pode ser doença pleural). Presente em RN e crianças;
Pleura parietal: encostada nas costelas → dor (nervos); Involui com o tempo;
Pleura visceral: encostada nos pulmões. Lipossubstituição: substituição por gordura → é comum ver resquí-
OBS: Possuem função constante de formação e reabsorção de líquidos. A fa- cio junto de gordura pré-pericárdica. Nessa região podem ocorrer
lha nesse processo pode resultar em derrame pleural. algumas doenças, como a hiperplasia tímica/miastenia gravis ou tu-
mores (timomas ou carcinomas tímicos).
Pleura cervical
Esôfago
Localização: junto à parede posterior da traqueia.
OBS: Tumor no esôfago pode abaular traqueia, formar fístulas, entre outras.
Paciente com refluxo pode aspirar conteúdo e evoluir para pneumonia.
Pleura costal
Nervo laríngeo recorrente
Direito: embaixo da tireoide, ao lado da traqueia, passa embaixo da
subclávia e sobe. Origina o ramo do nervo laríngeo superior. Esses
dois nervos estão relacionados à voz;
Pleura mediastinal Esquerdo: embaixo da tireoide, ao lado da traqueia, passa embaixo
da aorta e sobe.
Pleura diafragmática
OBS: Compressão do nervo laríngeo recorrente pode levar a disfonia ou pa-
ralisa de cordas vocais. Cuidado com esse nervo ao realizar tireoidectomia ou
traqueostomia.
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Linfonodos torácicos
O normal é que sejam menores que 1 cm.
Paratraqueais;
Infracarinal;
Hilares.
OBS: Algumas doenças acometem linfonodos e causam linfonodomegalia. Neo-
plasias primárias de pulmão podem aumentar linfonodos. Sempre que encon-
trar linfonodos aumentados, pesquisar causas.
Ducto torácico
Drena linfa do tórax e de outras regiões do corpo. Origina-se no abdome, na
cisterna do quilo e sobe pelo tórax, do lado direito. Quando passa pelo coração
muda para o lado esquerdo e passa a drenar na junção da subclávia com a
jugular, onde desemboca. É por esse motivo que se evita fazer punção do lado
esquerdo (do lado direito não tem o ducto torácico). A ruptura do ducto torá-
cico pode dar o derrame quiloso no tórax/quilotórax (aspecto leitoso à punção
pulmonar).
Nervo frênico
Face medial do mediastino, ao lado do coração. Passa em cima do pericárdio e
dá ramos para o diafragma.
OBS: Um tumor, abscesso hepático ou pneumonia em lobo inferior que com-
prima o frênico pode dar paralisia diafragmática (sobe) ou causar dores no
ombro, devido ao trajeto do nervo.
6. Diafragma
Músculo fino que separa o tórax do abdome. Tem grande importância por se
comunicar com estruturas dessas 2 regiões, podendo permitir a passagem
de sangue, líquido ascítico ou pus através de 3 hiatos/orifícios:
Tronco simpático Hiato aórtico;
Localizado nas regiões intercostais, posterior, ao lado da coluna. Cada um pos- Hiato esofágico;
sui um gânglio. O primeiro gânglio é chamado de gânglio estrelado, que manda Hiato da veia cava inferior.
ramos para a cabeça e para o ombro. A lesão dessa região pode levar a Sín- É inervado pelo nervo frênico e intercostais inferiores. Tem muita irrigação
drome de Horner (enoftalmia + miose + ptose palpebral + anidrose). sensitiva/dolorosa. Por isso que processos inflamatórios ou passagem de dre-
OBS: Nessa região são comuns os tumores neurogênicos, como Schwannoma, nos nessa região causam muita dor.
neuroblastoma ou ganglioneuroma. Na hiperhidrose ressecção de gânglios da
região de T3 e T4.
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Radiologia do Tórax
um pouco mais alto que o hilo direito). 4-Traqueia (ao lado mediastino, bem fino. Não é
Introdução para se ter abaulamentos provenientes da V. cava). 5-Crosta da Aorta. 6-Cúpula
Principal método de imagem do pneumologista; diafragmática direita (é mais alta que a esquerda). 7-Cúpula diafragmática esquerda.
Exame de imagem mais solicitado no hospital; 8- Seio costofrênico (ângulo < 90°), geralmente 30°. 9-Coração. 10-Bolha gástrica
Baixo custo, grande disponibilidade; (radiografia feita em PA, em pé)
Detectar e excluir várias lesões, doenças e/ou complicações.
Fissura horizontal, que separa lobo superior do lobo médio e inferior, no pulmão
direito. É melhor visualizada quando há líquido ou congestão. Em radiografia de PA é
difícil identificar localização da lesão, pedir mais 1 incidência, preferencialmente de
perfil (tridimensionalidade) I Fissura horizontal e oblíqua do pulmão direito,
Zíper da blusa do paciente. demarcando os lobos superior (1), médio (2) e inferior (3)
AE VE
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Decúbito lateral (posição de Laurel): escorre;
Etiologias: pneumonia, TB pleural, neoplasia, ICC.
Compartimentos do mediastino Opacidade homogênea, com curva de Demoiseau, com mediastino desviado para lado
contralateral e obliteração do seio costofrênico
Mediastino anterior ou pré-vascular: superior e anterior;
Mediastino médio ou visceral: região do coração;
Mediastino posterior ou paravertebral: aorta descendente, esôfa-
go e coluna.
OBS: Segunda nomenclatura é usada na radiologia.
3. Atelectasia pulmonar
Opacidade homogênea;
Desvio do mediastino para mesmo lado (ipsilateral);
Diminuição dos espaços intercostais;
Elevação da cúpula diafragmática;
Decúbito lateral (posição de Laurel): não escorre;
Etiologias: corpo estranho, neoplasia endobrônquica, pneumonia,”ro-
lhas” de secreção, aspiração, etc.
OBS: Pode ocorrer no pulmão inteiro ou em lobos/segmentos pulmonares.
Normalmente é possível visualizar linhas retas, o que favorece a distinção com
Radiografia de tórax – Padrões clássicos derrame pleural.
1. Consolidação
Brônquio contendo ar circundado por parênquima doente;
Etiologias: pneumonia, COP (bronquiolites), neoplásicas (carcinoma
lepídico, linfoma).
2. Derrame pleural
Opacidade homogênea na região inferior do tórax, com obliteração
Opacidade homogênea, sem curva (diferente do derrame pleural), com traqueia e
do seio costofrênico;
mediastino puxados para lado ipsilateral. Há diminuição dos espaços intercostais. Não
Presença da curva de Demoiseau;
é possível visualizar as cúpulas diafragmáticas elevadas
Desvio do mediastino contralateral;
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Principais achados
Ausência de trama vascular, principalmente na região acometida;
Linha paralela ao gradil costal: perpendicular, se muito grande;
1-Atelectasia mais discreta, triangular I 2-Atelectasia triangular, falando contra Pneumotórax no pulmão direito. Além da linha paralela existe a perpendicular, que
derrame pleural I 3-Atelectasia segmentar, acometendo somente lobo médio I 4- aparece quando o pneumotórax é muito grande
Atelectasia triangular em lobo superior
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Etiologia: TB miliar, histoplasmose, sarcoidose, pneumoco-
niose, pneumopatias intersticiais, algumas neoplasias (lin-
foma bronquioalveolar). Raras: histiocitose de células de
Langherans.
Intersticial reticulonodular: linhas e micronódulos.
OBS: Padrões intersticiais são aqueles em que parece que há “sujeira” no pul-
mão, mas em que ainda é possível observar o parênquima, diferente de um
derrame pleural, por exemplo.
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Espaço que contém gás, com ou sem nível líquido, dentro de nódulo,
massa ou consolidação pulmonar;
Paredes costumam ter contornos irregulares e medir mais de 1
mm de espessura;
Etiologias: TB pulmonar, abscesso pulmonar ou neoplasia abscedada.
9. Alargamento do mediastino
Divisão do mediastino: ântero-superior, médio ou posterior;
Etiologia: tumores e cistos do mediastino (linfoma, teratoma, semi-
noma, timoma, cisto broncogênico, Schwannoma, aneurisma de aor-
ta, cisto duplicação esofágica).
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Covid-19
Alterações neurológicas: cefaleia, tontura, encefalopatia, ageusia,
Pneumonias anosmia, acidente vascular encefálico;
Em 38% dos casos o agente etiológico pode ser definido. Alterações hepáticas: aumento das transaminases e bilirrubinas;
23%: 1 ou mais vírus → influenza, rinovírus, SARS-CoV-2; Alterações endócrinas: hiperglicemia e cetoacidose diabética;
11%: bactérias → Streptococcus pneumoniae; Alterações dermatológicas: rash eritematoso, urticária, vesículas,
3%: coinfecção; petéquias e livedo reticular.
1%: fungos ou micobactérias.
OBS: Linfocitopenia é mais associada a pneumonia viral e leucocitose com neu-
trofilia com pneumonia bacteriana. Gravidade da doença
Doença leve: paciente com síndrome gripal (febre, tosse, dor de
garganta, mal-estar, cefaleia, mialgia, etc) sem sintomas respirató-
Agente etiológico rios (falta de ar/dispneia) ou anormalidades radiológicas;
Coronavírus Doença moderada: paciente com evidência clínica ou radiológica de
7 subtipos doença respiratória e Sat02 ≥ 94% em ar ambiente;
3 subtipos: infecções respiratórias mais graves em humanos; Doença grave: paciente com frequência respiratória > 30 irpm, Sat
SARS-CoV-2: agente etiológico da doença pelo coronavírus 19 (Co- 02 < 94% em ar ambiente (ou em pacientes com hipóxia crônica,
vid-19) → início na China, em Wuhan (2019). uma redução > 3% do nível de base, taxa de Pa02/FIO2 < 300
mmHg ou opacidades em > 50% do pulmão;
Doença crítica: pacientes com falência respiratória, choque séptico
Fisiopatologia e/ou disfunção de múltiplos órgãos.
SARS-CoV-2 se liga aos receptores ECA2 das células, presentes
principalmente nos pulmões, rins, SNC, coração e endotélio;
Entram nas células, liberam seu material genético, realizam proteó- Estágios da doença
lise e iniciam a replicação de seu RNA; Estágio 1
Usam do aparato celular para se replicar e se multiplicar: o período Início da infecção;
de replicação viral perdura por 6-7 dias após a contaminação. Nes- Presença de resposta viral intensa: replicação viral;
se momento, dar corticoide ao paciente debilita o sistema imune e Presença de linfocitopenia;
favorece ainda mais a replicação viral. Portanto, deve-se combater Detecção pelo RT-PCR: swab nasofaringe ou pesquisa de antígenos
o uso precoce de corticoide, que só deve ser dado a partir do 7° a partir do 3° dia.
dia, quando a inflamação é predominante.
Estágio 2 (a partir do 6° dia)
Diagnóstico clínico Fase em que há comprometimento pulmonar;
Presença de alterações nos exames de imagem;
Período de incubação – até 14 dias (média 4-5 dias)
É subdividida em 2, de acordo com a presença ou ausência de hipo-
Sinais e sintomas
xemia;
Febre: 83-99%;
Estágio 2A: sem hipoxemia;
Tosse: 59-82%;
Estágio 2B: com hipoxemia.
Astenia: 44-70%;
Anorexia: 40%;
Mialgia: 11-35%; Estágio 3 (a partir do 10° dia)
Dispneia: 31-40%; Fase hiper inflamatória;
Secreção respiratória: 27%; Inflamação intensa, que pode matar o paciente.
Cefaleia; OBS: Os anticorpos IgM começam a ser produzidos por volta do 10° dia. Assim,
Náusea e vômitos; até o 10° dia do início dos sintomas o método mais eficaz para DX é RT-PCR
Diarreia; (swab nasofaringe). A partir do 10° dia a carga viral cai e a sorologia é melhor.
Fadiga;
Confusão;
Dor no peito;
Anosmia a ageusia: mais de 80%.
Os sintomas mais frequentes são febre, tosse, anosmia e ageusia.
Outros métodos
Detecção de anticorpos das classes IgA, IgM e IgG
Detecção dos anticorpos de fase aguda (IgA e IgM) parece se iniciar
em torno do 8° ao 10° dia de sintomas;
Os anticorpos da classe IgG aparecem a partir de 14-21 dias do iní-
cio dos sintomas.
Solicitação de exames
Hemograma: pode haver linfopenia e discreta plaquetopenia. Se há
presença de mais neutrófilos que linfócitos, há infecção bacteriana Opacidade homogênea com broncograma aérea ao RX. Essa não é a imagem mais
sobreposta e maior a gravidade do quadro; frequente em pacientes com Covid, nos quais o RX pode estar normal ou com vidro-
Pesquisa RT-PCR SARS-CoV-2 por swab nasofaringe até 10° dia do fosco (mais comum)
início dos sintomas;
RX de tórax ou tomografia de tórax;
Marcadores de gravidade: D-dímero, ferritina, TGO e TGP, gasome-
tria arterial, CPK, PCR, LDH, função renal e pesquisa de influenza
(H1N1).
OBS: No início da doença ao RX tem-se vidro fosco, que muitas vezes não é
perceptível, sendo mais evidente somente na TC. As alterações ao RX são
mais bem visualizadas quando se começa a ter consolidação.
Vidro fosco à tomografia de tórax
RT-PCR
Método padrão-ouro na prática clínica; Orientações sobre isolamento
Especificidade: próxima a 100%;
Manter TODO paciente suspeito/confirmado em isolamento/pre-
Sensibilidade: 63% a 93% de acordo com o início dos sintomas, di-
cauções de contato e respiratórias;
nâmica viral e do espécime clínico coletado;
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Orientar contactantes a isolar-se, observar sintomas e se possível
realizar testes diagnósticos.
Tratamento
Depende da fase da doença.
Não existe tratamentos preventivos;
No estágio 2B (pneumonia viral com hipoxemia) há indicação do uso
de corticoides.
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Asma
Definição Fenótipos – Manifestações clínicas
O ambiente é capaz de alterar a fisiopatologia da doença.
Doença inflamatória crônica que se manifesta por sinais e sintomas
Asma alérgica
respiratórios: sibilos, dispneia, dor torácica retroesternal e tosse;
Mais comum;
Variam ao longo do tempo e em intensidade: diferente do DPOC, em
Manifestações de atopia se iniciam na infância;
que há progressão ao decorrer do tempo;
História familiar;
Limitação variável ao fluxo aéreo: reação inflamatória na parede
Inflamação eosinofílica.
dos brônquios e bronquíolos fazendo com que o ar passe com mais
Asma não alérgica
dificuldade;
Início tardio;
Grande heterogeneidade: fisiopatologias ≠ resultam em fenótipos
Sem associação com alergia;
diferentes;
Polipose nasal.
Endótipos: mecanismo molecular ou fisiopatologia;
Asma de início tardio
Fenótipos: características “observáveis” de um indivíduo.
Mais comum em mulheres;
Vida adulta;
Fisiopatologia Sem sinais de atopia.
Antígeno é apresentado pela célula dendrítica (APC) ao sistema imu- Asma com limitação ao fluxo aéreo (tabagistas)
ne do indivíduo: alguns antígenos desencadeiam respostas mais exa- Asma e obesidade
cerbadas; Pacientes asmáticos que são obesos têm asma de difícil
LB e LT (padrões TH1, TH2 e TH17) desencadeiam respostas infla- controle. Menor reposta ao corticoide.
matórias;
LB: ativação de eosinófilos, que liberam várias interleu- Epidemiologia
cinas, como TNF-α → asma alérgica;
2013 – Brasil: 129.728 internações e 2.047 mortes;
LT: ativam várias células;
Apenas 12,3% dos asmáticos têm asma bem controlada.
o Mastócitos: sofrem degranulação e liberam
histaminas, leucotrienos e prostaglandinas;
o Neutrófilos: maior produção de muco, acome- Diagnóstico
te pacientes mais velhos (asma tardia). Diagnóstico clínico;
OBS: O tipo celular influencia na resposta clínica do paciente. Diagnóstico funcional: limitação variável ao fluxo aéreo → espiro-
metria;
Consequências Medidas do estado alérgico: IgE total;
Lesões na integridade epitelial; Diagnóstico diferencial: RX de tórax → deve ser pedido ao menos
Inflamação de vias aéreas, edema de mucosa brônquica: ↓ lúmen 1 vez para descartar outras doenças.
brônquica;
Anormalidade no controle neural autonômico: pode ↑ broncoes- Diagnóstico clínico
pasmo (fechar mais); A história clínica que fecha o diagnóstico de asma.
Hipersecreção de muco: ↑ IL-5 (interleucina-5); 1. Anamnese
Mudanças na função mucociliar. Sintomas: dispneia, tosse crônica, sibilância, dor torácica, particu-
larmente à noite ou nas primeiras horas da manhã (↓ cortisol);
Remodelamento das vias aéreas Melhora com broncodilatador.
A doença geralmente é reversível, mas pode não o ser se sem tratamento.
Fibrose subepitelial; 2. Exame físico
Hipertrofia de musculatura lisa; Pode ser normal;
Obstrução permanente ao fluxo aéreo. Achado mais comum: presença de sibilos, principalmente na expira-
ção forçada.
Endótipos – Inflamação brônquica
Na asma há inflamação brônquica, mas a depender do tipo de resposta pre- Diagnóstico funcional
dominante, a clínica será diferente. Espirometria: método de escolha;
TH2: a presença de TH2 mais baixo ou alto depende de uma série Distúrbio obstrutivo com resposta a broncodilatador.
de fatores, como ambiente e genética. Pico de fluxo expiratório: outro teste diagnóstico. Faz-se 3 mano-
bras de manhã, 3 a noite e se compara, pra ver se houve alguma
TH2 baixa TH2 alta
modificação. Se houver uma diferença grande entre os sopros des-
Início tardio Início precoce
Ausência de eosinofilia, mais Atopia, IgE, eosinofilia (vias aéreas
ses períodos, pode ser asma;
neutrófilos e sistêmicas) – asma alérgica
Menor resposta a corticoide Resposta ao corticoide
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Teste de broncoprovocação: outro teste possível. Usa-se agentes Não farmacológico
broncoconstritores (metacolina). É usado em pacientes que têm es- Evitar exposição a fumaça do cigarro;
pirometria normal e se quer saber se têm asma ou não. Atenção à agentes relacionados à asma ocupacional: ex → tinta;
Asma exacerbada pelo trabalho: paciente já tem asma
Diagnóstico diferencial e tem contato no trabalho com algum fator que piore a
DPOC – Doença pulmonar obstrutiva crônica: fatores de risco e de doença;
exposição do indivíduo podem auxiliar a diferenciar; Asma ocupacional: paciente desenvolve a asma por con-
DRGE – Refluxo gastroesofágico: traqueia e esôfago ficam muito tato com alguma substância durante o trabalho.
próximos, microaspirações podem causar dispneia e tosse; Evitar medicações que possam piorar a asma: AINES e β-bloquea-
Bronquiectasias: também pode causar tosse, dispneia e sibilância; dores;
IC – Insuficiência cardíaca: pode haver dispneia e dor torácica; Eliminar umidade e mofo nas casas;
Embolia pulmonar: pode haver dispneia e dor torácica. Quadro mais Evitar exposição a alérgenos.
agudo do que o da asma;
Neoplasia pulmonar: tosse, dor torácica e dispneia.
Farmacológico – Manutenção
Não existe uma droga, dose ou dispositivo que se aplique indistintamente a to-
Classificação dos os asmáticos. Depende de:
Classificação do controle da asma Características do paciente: fatores de risco, capacidade de usar
Asma o dispositivo;
GINA Asma Asma não Preferência do paciente pelo dispositivo;
parcialmente
Nas últimas 4 semanas controlada controlada
controlada Disponibilidade da medicação;
Sintomas diurnos > 2x/semana Manutenção x crise: tratamentos são diferentes.
Despertares noturnos por asma Nenhum
1-2 itens 3-4 itens
Medicação de asma > 2x/semana item
Limitação de atividades por asma Tipos de medicamentos
Corticoide inalatório isolado ou em combinação com broncodilata-
Classificação da gravidade dores: 1ª opção é corticoide inalatório, seguido de broncodilatador;
Avaliada através de forma retrospectiva. β2-agonista de curta duração (SABA): alívio dos sintomas;
A partir da quantidade de medicação que a paciente está utilizando β2-agonista de longa duração (LABA);
para conseguir o controle. Antagonista muscarínico de longa duração (LAMA): tiotrópio, mecli-
díneo, glicopirrôneo;
Outras opções: antagonistas de receptores de leucotrienos, anti-
Fatores que influenciam o controle da asma
IgE, anti IL-5.
Medicações: β-bloqueadores, AINES, AAS;
Cuidado com uso de β-bloqueadores não seletivos: atu-
am em receptores cardíacos e pulmonares, levando ao Corticoides inalatórios no Brasil
broncoespasmo. Em pacientes asmáticos usar β-bloque- Como a asma é uma doença inflamatória, o que realmente age na fisiopato-
adores seletivos; genia da doença é o corticoide.
AINES: inibem prostaglandinas e aumentam leucotrienos Dipropionato de beclometasona;
(via do ácido araquidônico). Os leucotrienos têm associa- Budesonida;
ção com broncoespasmo; Propionato de fluticasona;
ASS: aspirina pode desencadear crise de asma. Fuorato de fluticasona;
Uso inadequado da medicação: técnica, aderência; Fluorato de mometasona.
Exposição domiciliar ou ocupacional: atenção para asma ocupacional; Lembrar de patologia, corticoide atua na causa, broncodilatador na con-
Tabagismo: aumenta gravidade, acelera a perda de função pulmo- sequência.
nar;
Nível de controle Conduta
Comorbidades: obesidade, rinussinusite crônica, DRGE, gestação, an-
Controlado Manter e encontrar a mínima dose
siedade, depressão, apneia do sono. suficiente para controle
Parcialmente controlado Considerar o aumento de uma etapa
Tratamento Não controlado
para obtenção do controle
Subir uma etapa para o controle
Objetivos Exacerbado Tratar a exacerbação
Controlar os sintomas;
Prevenir riscos futuros: exacerbações, perda acelerada da função Tratamento por etapas
pulmonar; GINA 2019
Educação do paciente: treinamento e revisão dos dispositivos inala- Permite adequar o tratamento a sintomatologia do paciente.
tórios;
Medidas ambientais (não medicamentosas): asma alérgica;
Tratamento medicamentoso.
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Etapa 1
Pacientes com sintomas < 2x/mês
Uso de medicação, se necessário:
CI + LABA: juntos na mesma bombinha → 1ª escolha.
Etapa 2
Pacientes com sintomas 1x/semana
Corticoide inalatório em baixas doses: pode-se associar LABA, se
necessário.
Etapa 3 e 4
Pacientes com sintomas quase que diariamente
Corticoide inalatório + LABA.
OBS: Não se usa mais teofilina na prática como 2ª opção. Se paciente não
responde a tratamento, aumentar dose. Se ainda assim não responder, as-
sociar anti-leucotrieno e encaminhar para especialista.
Etapa 5
Asma avançada. Encaminhar para especialista. Pode ser necessário UTI
Tiotrópio, anti IgE, anti-IL-5, anti-leucotrienos (montelucaste).
β2-agonitas de curta duração (SABA) disponíveis: fenoterol (berotec), salbu-
tamol. 2-4 jatos (leve-moderada) e 4 jatos (grave).
Tratamento de alívio
A cada 20 min por 1 hora.
É o mesmo para todos os pacientes.
Brometo de ipratrópio: atovent → 20-40 gotas.
Corticoide inalatório + formoterol (broncodilatador de longa dura-
Corticosteroide: prednisolona 40-50 mg VO ou 0,5mg-1mg/dia IV.
ção): 1ª escolha;
Sulfato de magnésio: usado para quadros graves, não em quadros leves e mo-
SABA: 2ª escolha.
derados. Usa-se geralmente 1 ampola, EV.
Tratamento – Exacerbação da asma OBS1: Paciente com saturação < 90% na asma vai estar muito sintomático
Exacerbação (quadro grave), diferente do que ocorre no DPOC.
Agravamento agudo dos sintomas em relação ao estado habitual do OBS2: PFE → Pico de fluxo.
paciente com necessidade de aumento do tratamento habitual.
Dispositivos inalatórios
Fatores precipitantes Brasil: apenas 8% dos asmáticos são controlados (baixa adesão ao tratamen-
Infecções virais/bacterianas; to).
Exercício físico;
Estresse;
Tipos
Exposição a alérgenos;
Aerossol dosimetrado: pode conter várias medicações (isoladas ou
Refluxo gastroesofágico;
combinadas) → a escolha depende da possibilidade de aquisição e
Baixa aderência ao tratamento.
da contenção dos sintomas do paciente;
Aerossol dosimetrado + espaçador: a vantagem do espaçador é
Avaliação que aumenta o espaço morto, onde se faz a deposição da medica-
Provavelmente paciente com crise aguda/exacerbação de asma vai ção (chega mais medicação nas vias aéreas inferiores, menos me-
estar no pronto-socorro. Por isso, se faz avaliação inicial para o dicação é perdida ou retida nas bochechas). De preferência, sem-
tratamento.
17
pre colocar para auxiliar. Uso: respirar fundo, solte o ar, agite a Inalador de pó: medicação em forma de cápsula ou dentro do pró-
medicação antes de usar, coloque o espaçador na boca, aperte o prio dispositivo. O paciente coloca a boca do aparelho, faz manobra
aerossol, inspire a medicação, segure por 10 segundos e expire. inspiratória e solta. Verificar se ainda há medicamento, se neces-
Para RN, idosos ou pacientes que não consigam fazer esse pro- sário repetir processo;
cesso, pode-se acoplar o nebulizador (máscara de inalação). Faz-se Nebulizador de jato: aerossol. Muito usado em crianças e idosos. A
1 jato a cada 10 respirações do paciente (sempre agitar medicação higienização é complicada.
antes do uso);
Dispositivos inalatórios
Dispositivos Vantagens Desvantagens
Inaladores pressurizados - Compactos, disponíveis e fáceis de usar - Necessitam de coordenação entre disparo e inspiração
- Alta deposição na orofaringe
Espaçadores - Facilita uso dos pressurizados - Tamanho
- Reduz deposição em orofaringe - Manutenção e limpeza
- Uso em diferentes faixas etárias - Custo
Inaladores de pós seco - Compactos e portáteis - Gerar fluxo inspiratório 30l/min
- Tipos: turbuhaler, diskus, pulvinal - Dúvidas se inalou
- Cápsula: certeza que inalou - Pacientes idosos, graves e debilitados têm dificuldade
de gerar fluxo de ar
Nebulizadores de jato - Uso em obstrução grave - Onerosos
- Mistura de medicamentos - Fonte de energia e ruído
- Qualquer idade - Baixa adesão: transporte, demora, limpeza
Inalador de névoa suave - Mais lenta, alta deposição - Poucas medicações
- Primeiro uso: montagem
Principais erros
- Não realizar a expiração antes da inalação
- Não fazer a pausa inspiratória após a inalação
- Não agitar o dispositivo antes do uso
Pacientes com menor nível socioeconômico e educacional, assim como aqueles com idade avançada, merecem especial atenção na educação sobre a realização da técnica
inalatória, pois apresentam maior risco de cometer erros durante o uso de inaladores
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Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC)
Definição OBS: Já há vacina para S. pneumoniae (1 a cada 5 anos e 1 que é uma vez na
vida) e H. influenzae (anual).
Pneumonia adquirida na comunidade (PAC)
Processo inflamatório posterior à ação de agentes infecciosos (ví-
rus, bactérias e, mais raramente, fungos e parasitas) que acomete Fatores de risco para grupo PES
os bronquíolos e alvéolos; PES: Pneumonias da comunidade que podem ser causadas por Pseudomonas,
Paciente fora do ambiente hospitalar ou de UBS ou após 48h de enterobactérias e Staphylococcus.
internação hospitalar. ≥ 65 anos (2 pontos);
Sexo masculino (1 ponto);
Pneumonia associada a assistência à saúde (PAAS) Uso prévio de antibióticos (2 pontos);
Internados em domicílios (com assistência de equipe de saúde); Ser portador de doença respiratória crônica: DPOC e bronquiec-
Centros de diálise; tasias (2 pontos);
Internados em clínicas de enfermagem. Ser portador de doença renal (3 pontos);
Apresentar estado mental alterado (2 pontos);
Pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) Apresentar temperatura acima de 37,8°C na primeira avaliação (1
Internados em CTI/UTI. ponto).
Morfologia
Broncopneumonia: consolidação irregular (difusa);
Vários focos: ex → Covid-19.
Pneumonia lobar: consolidação localizada (lobar ou segmentar).
OBS: Podem ser uni ou bilaterais.
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Derrame pleural.
Sugerir diagnóstico diferencial: TB pulmonar, abscesso pulmonar, neoplasia.
OBS: O mais comum é consolidação, mas essa não é a única apresentação pa-
ra pneumonia.
Diagnóstico
Tríade clássica
Anamnese + exame físico + RX de tórax em PA e perfil: clínico +
imagem;
Laboratório: complementar.
Consolidação – opacidade com broncograma aéreo
Diagnóstico clínico
Anamnese Exames complementares de imagem
Tosse e 1 ou mais dos seguintes sintomas: expectoração, dispneia, TC de tórax
dor torácica; Considerar em pacientes obesos, imunossuprimidos, suspeita de in-
Achados focais no exame físico de tórax; fecções fúngicas e indivíduos com alterações radiológicas prévias;
Pelo menos um achado sistêmico: confusão, cefaleia, sudorese, ca- Exclusão de outros diagnósticos: TEP, CA de pulmão, etc.
lafrios, dores musculares e febre ≥ 37,8°C;
Opacidade radiológica não presente previamente. US de tórax
OBS: A tosse geralmente é o sintoma mais frequente. Considerar nas suspeitas de alterações pleurais associadas: pneu-
monia com derrame pleural;
Exame físico Avaliar parênquima: depende da experiência do examinador.
Semiologia: consolidação. OBS: Método em ascensão. Em alguns países já é o principal usado.
Imagem
1. Radiografia de tórax
Opacidade pulmonar não aparente antes:
Consolidação: broncograma aéreo;
Opacidade intersticial; US mostrando derrame pleural, espessamento pleural e consolidação do parênquima
Atelectasia;
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Laboratório
Hemograma: identificação de leucopenia, leucocitose e plaquetopenia
< 100.000 → critério menor de gravidade;
Dosagem de ureia: > 65 mg/dl → critério de gravidade;
Gasometria arterial: indicar se SpO2 < 92% (oxímetro de pulso) →
critério de gravidade;
PCR quantitativo: aumentado (> 6mg/l) → utilizado para evolução e
controle da infecção.
OBS: Não é obrigatório para todos os pacientes. Mais usado em pacientes gra-
ves, em internação hospitalar.
Scores de gravidade
índices de gravidade mais usados
Tratamento ambulatorial x internação (tratamento hospitalar)
PSI (Pneumonia severity index): EUA;
CURB-65: britânico;
CRB-65: britânico.
CURB-65
Desvantagem: necessidade de colher sangue para avaliar ureia;
Finalidade: avalia necessidade de internação ou não → a necessi-
dade de UTI é avaliada por outros critérios. Critérios de internação – UTI
Diretrizes da ATP simplificado 2007: mais usado;
SCAP;
SMART COP.
ATS simplificado
1 critério maior ou 3 critérios menores: UTI.
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OBS: Como Streptococcus e atípicos são as principais causas, geralmente o
tratamento da pneumonia é empírico.
Tratamento ambulatorial
Sem comorbidades: monoterapia;
Amoxicilina ou amoxicilina + ácido clavulânico (clavulim) ou
macrolídeos (azitromicina ou claritromicina): 7 dias ou 3-
5 dias, se macrolídeos.
Fatores de risco, doença grave ou uso recente de antibióticos: as-
sociar β-lactâmico + macrolídeo, por 5-7 dias.
SCAP
Amoxicilina + azitromicina;
Amoxicilina e ácido clavulânico (clavulim) + azitromicina;
Alergia a β-lactâmicos/macrolídeos: quinolonas.
22
ramente pela Sociedade Brasileira de Imunizações para indivíduos com 60 anos
ou mais.
Vacina antipneumocócica
Vacina polissacarídica 23-valente (VVP23): não conjugada a carrea-
dor proteico, possui antígenos da parede de 23 sorotipos pneumo- Complicações
cócicos; Empiema pleural: derrame pleural com pus;
Vacina antipneumocócica conjugada (PCV), PCV10 (2 anos) e PCV13 Sepse, choque séptico;
(crianças > 6 semanas até adultos): a PCV13 deve ser administrada Abscesso pulmonar;
como uma dose única em adultos com 50 anos de idade ou mais, Insuficiência respiratória;
incluindo aqueles vacinados anteriormente com a VPP23. SDRA (Síndrome do desconforto respiratório);
Um esquema sequencial de PCV13 e VPP23 está recomendada rotinei- Falência de múltiplos órgãos.
Bronquiectasias
Definição Fisiopatologia
Dilatação irreversível da parede brônquica, observada em uma TC Doença;
computadorizada de tórax (TCAR): normalmente em regiões pulmo- Destruição do músculo liso e do tecido elástico por infecções necro-
nares mais periféricas os brônquios vão afilando, na bronquiectasia, tizantes crônicas;
eles se tornam mais espessos. Dilatação permanente dos brônquios e bronquíolos.
OBS: Não é o diagnóstico final. Faz-se o diagnóstico sindrômico e procura-se a
etiologia. Principais alterações na patogênese das bronquiectasias
Interação, em diferentes níveis de intensidade, entre uma agressão
ambiental e um indivíduo com pulmões congenitamente susceptíveis;
Etiologia Susceptibilidade frequente: comprometimento dos mecanismos de
defesa pulmonares → transporte mucociliar, disponibilidade de IgG
e antiproteases nos espaços aéreos distais;
Prejuízo dos mecanismos de defesa: torna menos eficiente a elimi-
nação de partículas biológicas, não biológicas e gases tóxicos inala-
dos.
23
Taquipneia.
OBS: Depende da apresentação da doença → consolidação, impactação de
pequenas vias aéreas, atelectasia. Quando a doença não está exacerbada pode
ser que haja somente estertor fino.
Classificação Imagem
Morfologia: cilíndrica, cística ou varicosa; RX de tórax
Cilíndrica: dilatação brônquica leve, terminação abrupta;
Não é o principal exame, mas geralmente sempre é feito antes da TCAR.
Cística/sacular: brônquios dilatados com aspecto sacular,
Sinal do trilho de trem: brônquios com paredes visíveis, formando
dilatação na parede inferior; linhas paralelas (atelectasias lineares);
Varicosa: irregulares, dilatação com vários locais de es-
Imagens císticas de paredes finas ou espessas, com ou sem con-
treitamento. teúdo e nível hidroaéreo;
Localização: localizada ou difusa; Espessamento das paredes brônquicas.
Localizada: em um lobo ou segmento pulmonar. Geralmen-
OBS: O RX é pouco sensível, as vezes dá normal, mesmo que a paciente tenha
te secundário a infecções, obstruções brônquicas; muitos sintomas.
Difusa: por todo o pulmão. Padrão difuso em pacientes
jovens → investigar causas congênitas.
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2. Volume ou viscosidade do escarro;
3. Purulência de escarro;
4. Dispneia ou intolerância ao exercício;
5. Fadiga;
6. Hemoptise.
OBS: Se preencher esses critérios → antibioticoterapia.
Tratamento
Clínico: maioria dos casos;
Cirúrgico: casos selecionados.
Clínico
Antibióticos: durante as exacerbações; Cirúrgico
Fisioterapia respiratória/reabilitação pulmonar; Indicação
Broncodilatadores de longa duração; Pacientes com doença localizada e sem resposta ao tratamento clí-
Corticosteroides inalatórios: casos selecionados; nico adequado: provocando sintomatologia intensa, supuração crôni-
Prevenção de infecção: vacina de gripe e vacina antipneumocócica; ca;
Acetilcisteína: monolítico pouco eficiente. Uso diário em altas doses Hemoptise grave: embolização ineficaz;
pode ser útil como antioxidante; Tratamento cirúrgico com intenção paliativa (doença difusa): pre-
Agentes hiperosmolares: soluções hipertônicas 7% → útil para pa- sença de áreas abscedadas que não foram responsivas ao trata-
cientes muito secretivos; mento com antimicrobianos.
Macrolídeos com imunomoduladores: 4 meses.
Prognóstico
Escore E-FACED – escore de gravidade: prever mortalidade e exa-
cerbação; avaliar gravidade (leve, moderada ou grave).
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DPOC
Definição OBS: Pacientes com DPOC muito grave também podem ter cor pulmonale ou
Doença comum, prevenível e tratável; hipertensão pulmonar. Cor pulmonale é o acometimento de câmaras cardíacas
Sintomas respiratórios persistentes devido anormalidades em vias direitas secundária a uma doença pulmonar, de caixa torácica ou do centro
aéreas e/ou alveolares; respiratório. O DPOC causa destruição da rede vascular, que aumenta a pres-
Exposição significativa a partículas ou gases nocivos: pacientes com são pulmonar (hipertensão pulmonar) e gera hipoxemia.
deficiência de α1 antitripsina podem não ter sido expostos a ne-
nhum fator de risco e ainda assim, ter a doença; 3. Estresse oxidativo
Limitação do fluxo aéreo secundário a alterações alveolares e em Excesso de compostos oxidantes (radicais livres)
vias aéreas: espirometria alterada. Lesa o epitélio e promove edema das vias aéreas;
Modifica a elastina;
Impede o funcionamento adequado dos cílios das vias aéreas, pre-
Consequências dispondo a infecções por agentes virulentos.
Destruição dos espaços alveolares: diminui trocas gasosas;
Aumento da produção de muco: destruição do epitélio ciliar; 4. Processo inflamatório sistêmico
Estreitamento das vias aéreas: diminuição da luz do brônquio → Elevação sanguínea
edema, secreção, destruição do tecido de sustentação; Citocinas: IL-8, IL-6, TNF-α;
Limitação ao fluxo aéreo não reversível. Quimiocinas: CXCL-8;
Proteínas de fase aguda: proteína C reativa (PCR);
Etiologia Elementos celulares: neutrófilos, linfócitos e monócitos.
Efeitos extrapulmonares e manifestações sistêmicas da DPOC: perda de mas-
Tabaco: > 10 anos/maço → principal fator de risco;
sa muscular, caquexia, maior risco de doenças isquêmicas, IC, osteoporose,
Ambiental: combustão de biomassa, contato com fogão a lenha; síndrome metabólica, anemia normocítica e depressão.
Ocupacional;
Deficiência de α1 antitripsina;
Resultado
Proteína produzida pelo fígado: principal função de ina-
Destruição dos espaços alveolares;
tivar a elastase;
Aumento da secreção de muco;
Excesso de proteases: destruição da elastina (com con-
Estreitamento das vias aéreas;
sequente ↓ da elasticidade pulmonar), pela perda do te-
Limitação ao fluxo aéreo não reversível.
cido de sustentação das pequenas vias aéreas e destruí-
ção da rede vascular pulmonar;
Enfisema pulmonar de aparecimento precoce: < 40/45 Diagnóstico
anos. Tríade diagnóstica
Sintomas Fatores de risco Espirometria
Fisiopatologia Tosse Tabagismo
Falta de ar Exposição ambiental
Combinação de fatores Secreção Genético
Inflamação + destruição.
1. Reação inflamatória exacerbada
Lesão em vias aéreas desencadeia resposta imunológica, com destruição de 1. Quadro clínico
células e matriz celular. Sintomas
Inalação da gases nocivos: tabagismo; Tosse crônica: geralmente negligenciada;
Ativação de macrófagos, LCTD8 e neutrófilos: liberação de leuco- Produção de escarro: quantidade variável;
trieno B4, IL-8 e TNF-α → inflamação (pulmonar e sistêmica); Dispneia: sintoma mais comum → (do repouso aos esforços);
Neutrófilos: ativação de proteases. Percepção diferenciada: escalas podem auxiliar a enten-
der o grau de dispneia do paciente.
2. Desbalanço do equilíbrio entre proteases-antiproteases o Índice de mMRC;
Liberação de proteases o Escala CAT.
Excesso de proteases;
Índice de mMRC
Destruição da elastina pela elastase: ↓ elasticidade pul- 0 Dispneia somente ao realizar exercício intenso
monar; 1 Dispneia ao subir escadas ou ladeira ou andar rápido no plano
Perda do tecido de sustentação das pequenas vias aé- 2 Dispneia no próprio passo no plano ou dificuldade de acompanhar o passo
reas; de outra pessoa da mesma idade
Destruição da rede vascular pulmonar. 3 Dispneia no plano com menos de 100 m ou após alguns minutos
4 Muito dispneico para sair de casa ou dispneia para se vestir ou se despir
27
Escala CAT Hemograma: eosinofilia;
Teste de exercício e atividade física: avaliar estado de saúde, serve
como preditor de mortalidade.
RX de tórax – PA e perfil
Hiperinsuflação pulmonar;
Achatamento da cúpula diafragmática;
Atenuação dos vasos periféricos;
Costelas horizontais;
Alargamento dos espaços intercostais;
Aumento do diâmetro ântero-posterior;
Aumento do espaço retroesternal.
2. Exame físico
Doença inicial
Normal ou poucas alterações;
Taquipneia;
Estertores finos;
Roncos e sibilos: comuns durante as exacerbações.
4. Outros exames
Imagem: RX de tórax (1° exame radiológico para diagnóstico) e TC
de tórax (suspeita de bronquiectasias e CA de pulmão);
Oximetria e gasometria arterial: avaliar necessidade suplementar
de O2. Se SpO2 ≤ 92% a gasometria é necessária;
28
Tratamento Grupo B
Broncodilatador de longa duração: LABA ou LAMA.
Grupo C
Broncodilatador de longa duração: LAMA → LAMA isolado previne
mais exacerbações do que o LABA.
Grupo D
LAMA ou LAMA + LABA ou LAMA + corticoide inalatório: só se
usa corticoide em pacientes que têm exacerbação (CAT > 30) e eo-
sinofilia > 300 ao hemograma. Muitas vezes é necessário usar
OBS: Retirada do fator de risco → tabagismo. Vacinação → anti-influenza é LAMA + LABA + corticoide inalatório. Se for usar broncodilatador
anual e antipneumocócica, pneumo 13 (1x na vida) e pneumo 23 (1x a cada 5 isolado escolher LAMA (↓ exacerbação quando comparado com
anos). Para DPOC a medicação chave é o broncodilador. O uso de corticoides LABA).
é complementar. OBS: Tentar sempre fazer hemograma para todos os pacientes com DPOC.
Etiologia
Infecções virais: mais comuns, geralmente após infecções bacte-
rianas.
Classificação da exacerbação
Leve: resolve apenas com broncodilatadores;
Moderada: necessita de broncodilatadores e corticoide sistêmico;
Grave: necessita de hospitalização, mesmo que apenas na emer-
gência.
Tratamento
Broncodilatador de curta duração;
Grupo A Corticoide sistêmico: 5 -7 dias (EV no hospital e VO em casa);
Broncodilatador de curta ou de longa duração: a escolha depende Antibioticoterapia: se secundário a quadro infeccioso bacteriano;
da necessidade do paciente. Avaliar: oxigenoterapia ou ventilação não invasiva.
29
Tabagismo
Epidemiologia Abordagem diagnóstica
Tabagismo: importante problema de saúde pública; Anamnese;
1,3 bilhão de fumantes no mundo; Doenças relacionadas ao tabaco? Pesquisar sinais e sin-
Relação com várias doenças: cardiovasculares, neoplasias (CA de tomas;
pulmão) e DPOC; Comorbidades e possíveis interações medicamentosas.
Em 2030: Exame físico completo;
8,3 milhões de mortes relacionadas ao tabaco; Exames complementares;
70% em países em desenvolvimento. RX de tórax (essencial);
Espirometria.
Pesquisar história do tabagismo:
Dependência tabaco x nicotina Idade de início;
Dependência à nicotina: influencia na biologia e fisiologia do cérebro; Número de cigarros fumados por dia;
Dependência ao tabaco: associada a aspectos psicossociais do vício. Tentativas de cessação;
Influenciada por diferentes elementos motivacionais. Tratamentos anteriores e sintomas de abstinência;
Recaídas e prováveis causas;
Nicotina Fatores associados: “gatilhos”;
Principal substância psicoativa responsável pela adição ao fumo: Tipo de tabaco: cigarro, charuto, narguilé, etc.
cerca de 20 segundos depois de inalada já está no SNC. A absorção
da fumaça do cigarro é feita principalmente pelos pulmões, mas Gatilhos – Situações de risco
também pode ocorrer através de mucosas e da pele; Situações que levam o paciente a fumar.
Nicotina → ATV (área tegmentar ventral) → núcleo accumbens Levantar;
→ receptores nicotínicos → liberação de NT: esses NT liberados Ler jornal/revista;
estão relacionados a sensação de bem-estar e prazer. Tomar café;
Dirigir;
Síndrome de abstinência Trabalhar sob pressão;
Potencial aditivo da nicotina: potencial de dependência; Intervalos;
Sintomas desagradáveis: ocorrem com a cessação ou até mesmo Discussão/confronto;
com a redução da carga tabágica diária em 50%; Esperar um compromisso;
Auge: 3-4 dias; Após uma refeição;
Duração média: 4-8 semanas. Falar ao telefone;
OBS: Na síndrome de abstinência paciente pode ter insônia, cefaleia, irrita- Assistir televisão;
bilidade, sudorese e outros distúrbios de humor. Beber álcool;
Crise ou evento inesperado;
Ação dos profissionais de saúde Sentir dor.
Motivação
Novas formas de tabaco
2 em cada 3 tabagistas desejam parar de fumar;
Charuto, cigarro de palha, cigarro eletrônico, narguilé;
Apenas 48% deles são orientados por profissional de saúde.
1 baforada de narguilé: 450 ml de fumaça;
1 cigarro completo: 500 ml de fumaça.
Tipos de abordagem Cigarro eletrônico: não deve ser usado para cessação do tabagismo;
Mínima ou breve: “Há quanto tempo você fuma?”, “Já pensou em Injúria pulmonar relacionada ao uso de cigarro eletrônico:
parar de fumar?”, “Já tentou parar de fumar?”; “Deseja parar?”, SBTB alerta para o surto de doença respiratória grave
orientar sobre malefícios e fatores de risco (≈ 5 minutos); associada ao uso de cigarro eletrônico.
Intensiva: equipe multidisciplinar, é mais seletiva.
Injúria pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico
Sintomas respiratórios: tosse, dispneia, dor torácica;
Sintomas inespecíficos: diarreia + febre;
Tratamento
Tabagismo é doença, não é fator de risco.
Acolher e preparar
A base do tratamento do fumante deve ser a abordagem cognitivo-
comportamental, e utilizar apoio medicamentoso, quando necessá-
rio.
Tratamento medicamentoso
1. Nicotínicos
Terapia de reposição de nicotina – 1ª linha para cessação
Liberação lenta: adesivos transdérmicos → mais usado. Lugar sem
pelo, não expostos ao sol, dosagem de 7, 14 ou 21 mg, por 2 sema-
nas, retirando-se gradualmente;
Liberação rápida: goma, pastilhas, spray nasal.
Não nicotínicos
1ª linha: bupropiona e vareniclina;
2ª linha: nortriptilina e clonidina.
31
Derrame pleural
Anatomia Exemplos
ICC: ↑ PH capilar pulmonar e/ou linfáticos;
Pleura: membrana que recobre o pulmão (pleura visceral, parietal,
Hipoproteinemia: ↓ Pπ das proteínas na microcirculação;
costal, cervical e mediastinal);
Membranas pleurais: parede simples de células mesoteliais (células Processos inflamatórios (pneumonia, TB): ↑ permeabilidade capilar
alongadas, núcleo proeminente, apresentam microvilosidades); na microcirculação;
Microvilosidades: mais comum na pleura visceral. Aumentam super- Neoplasias: distúrbio na drenagem linfática do espaço pleural;
fície de contato, favorecem maior absorção e diminuem atrito en- Atelectasia: ↑ pressão negativa do espaço pleural;
tre as pleuras. Cirrose, pancreatite: passagem transdiafragmática de líquido peri-
toneal, através de linfáticos e de pertuitos diafragmáticos (hiatos).
Irrigação pleural
1. Vascularização Etiologia
Pleura parietal (mesma irrigação da parede torácica) Transudato pleural
Ramos da A. torácica interna. Causas frequentes ICC
Cirrose hepática
Aa. intercostais;
Causas menos frequentes Síndrome nefrótica
A. mamária interna; Hipoalbuminemia
Aa. periocardiofrênicas; Estenose mitral
Aa. frênicas superiores e musculofrênicas. Diálise peritoneal
Pericardite
Síndrome de Meigs
Pleura visceral (mesma irrigação do pulmão) Hipotireoidismo
Aa. pulmonares; Exsudato pleural
Aa. brônquicas. Causas frequentes Neoplasia
Derrame pleural parapneumônico
2. Drenagem venosa TB pleural
Causas menos frequentes Embolia pulmonar
Pleura parietal Pancreatite
V. ázigos; Pós-infarto do miocárdio
V. hemiázigos; Pós cirurgia de revascularização do miocárdio
Vv. mamárias internas. Infecções fúngicas
LES/Artrite reumatoide
Exposição ao asbesto
Pleura visceral Drogas ilícitas e fármacos
Vv. pulmonares; Síndrome das linhas amarelas
Vv. brônquicas. OBS: Uma vez que se confirma derrame pleural, deve-se pesquisar etiologia.
Líquido pleural
Quantidade mínima entre as pleuras: 0,1-0,2 ml/kg;
2. Exame físico
Líquido com equilíbrio dinâmico: produção de ≈ 700 ml a 1L/dia.
OBS: Formação e reabsorção constante e diária.
Fisiopatologia
↑ produção ou ↓ reabsorção de líquido pleural.
32
Sinal de Lemos Torres: pede-se ao paciente que inspire e expire. Haverá abau- Derrame pleural. Já é possíel evidenciar fibrina (líquido fica mais espesso → áreas
lamento na expiração. esbranquiçadas). Maior chance de ser esxudato I Derrame pleural com múltiplas
loculações/septações
US de tórax
Útil no diagnóstico de derrame pleural; Métodos de abordagem da cavidade pleural
Avaliar presença de septações/loculações; 1. Toracocentese: abordagem inicial para DX
Orientar o local da punção (toracocentese) no derrame pleural; 2. Drenagem pleural: mais usada para tratamento
Diferenciar derrame pleural x consolidação; 3. Videotoracoscopia
Estimar volume e profundidade do derrame pleural;
Sugerir distinção: derrame pleural por transudato x exsudato; Toracocentese
Reduz risco de pneumotórax (após toracocentese). Agulha é inserida perpendicular ao tórax (90°) na borda superior
da costela;
Limitações: edema de partes moles, enfisema subcutâneo e obesidade. Punção do conteúdo para análise.
Vantagens: gestantes, US beira do leito (pacientes incapazes de locomover).
Drenagem pleural
Alívio de sintomas em derrames volumosos;
Coleta de material para análise;
Material: dreno de tórax selo d’água ou pigtail (mais fino).
Videotoracoscopia
Biópsia de pleura + drenagem de derrame pleural;
Feita principalmente na suspeita de tumores;
Desvantagem: requer anestesia geral.
33
Aspecto macroscópico Metástase pleural
Metástase de CA de mama;
Metástase de CA de ovário;
Linfoma;
CA de pulmão primário com metástase pleural.
Confirmação diagnóstica
Pesquisa de células oncóticas no líquido pleural: citologia oncótica po-
sitiva com células atípicas.
Tuberculose pleural
Sintomas: dor torácica, tosse seca, febre, sudorese noturna, aste-
nia, perda ponderal (início agudo dos sintomas → 4-5 dias);
Fatores de risco: contato com pacientes em tratamento para TB,
Critérios de Light presidiários, imunossuprimidos, alcóolatras (etilistas “pesados”), mo-
Diferenciar exsudato de transudato radores de rua ou de “abrigos”;
1 critério basta pra ser exsudato: PNT > 0,5 ou DHL > 0,6; Mais comum em < 35 anos.
DHL líquido pleural > 2/3 do valor de referência sérica → exsudato.
Imagem
Parâmetros Exsudato Transudado
Proteínas (PTN) Derrame pleural unilateral;
> 0,5 < 0,5 Pode ter espessamento pleural;
PTN líquido pleural/PTN sangue
Desidrogenase láctica (DHL) Pode estar associado a lesões pulmonares concomitantes;
> 0,6 < 0,6
DHL líquido pleural/DHL sangue Líquido pleural: aspecto exsudato (amarelo citrino).
OBS: Geralmente não tem alterações da TB pulmonar, como escavações. Só
Resultado aparece o derrame da TB pleural.
Transudato: encaminhar → geralmente causa da doença não é to-
rácica (causas sistêmicas). Preencher os 3 critérios;
Exsudato: mais relacionado a causas pulmonares;
Neoplasia pulmonar ou metástase pleural;
TB pleural;
Pneumonia (derrame pleural parapneumônico).
OBS: Relembrar tabelas de causas mais e menos frequentes.
ou 40 Empiema
Líquido purulento: presença de pus na cavidade pleural;
Drenar + antibiótico
Odor fétido;
Não necessita de análise laboratorial do líquido pleural: drenar!
Drenar + antibiótico
OBS: É importante tratar na 1ª fase para que ele não progrida para as demais.
1 dos 4 critérios alterados já é suficiente para se estar na fase 2.
Importante
Definir fase da evolução da pneumonia;
Iniciar tratamento precoce;
Monitorar evolução do derrame: US de tórax;
Toracocentese diagnóstica; Conclusões – diagnóstico
Drenagem pleural/videotoracoscopia. 1. Derrame pleural neoplásico: fatores de risco para neoplasia, líquido ex-
sudato linfocítico e serohemático, citologia oncótica positiva para células
atípicas → solicitar IMH;
2. TB pleural: linfocitose > 75%, ADA > 30, citologia oncótica negativa, jo-
vens < 35 anos;
3. Derrame pleural parapneumônico: líquido pleural com predomínio de neu-
trófilos, ↑ DHL, ↓ glicose, gram/cultura +, febre, ↑ PCR, hemogra-
ma com sinais de infecção.
OBS: ADA é derivado de linfócito, se tem ↑ linfócito, provavelmente tem ↑
de ADA. ADA reduzido indica pouca presença de linfócitos. Cuidado, linfoma
também aumenta ADA → principal DDX de TB pleural.
Tratamento
DDP não complicado: antibiótico 10-14 dias;
DDP complicado: antibiótico 10-18 dias;
Toracocentese esvaziadora x drenagem pleural: na fase
2 é necessário tirar o líquido;
Considerar toracocentese esvaziadora: derrame de pe-
queno/médio volume;
Considerar drenagem pleural: derrame > 1/2 hemitórax
(grande volume), gram/cultura positiva;
Considerar videotoracoscopia: septações/loculações →
derrames organizados.
Empiema: antibiótico 14-21 dias;
Sempre fazer drenagem pleural.
Descorticação pleural: considerar fase de organização (sequela da infec-
ção).
35
Pneumotórax
Definição Pneumotórax iatrogênico
Pós-procedimentos médicos: toracocenteses, broncoscopias, aces-
Presença de ar na cavidade pleural, resultando em colapso pulmo-
so venoso central.
nar.
Fisiopatologia
Pneumotórax espontâneo primário
Blebs
Inflamação de pequenas vias aéreas (mais comum nos ápices);
↓ calibre das vias aéreas → edema;
Distensão e ruptura alveolar → formação de “blebs”;
Rotura dos “blebs” ou bolhas.
Nova entidade
Classificação Alterações pleurais tipo enfisema;
Lesões fibroblásticas + fibrose pleural com focos → fibroblastos;
Pneumotórax espontâneo Rupturas aéreas tipo enfisema.
Pneumotórax espontâneo primário;
Pneumotórax espontâneo secundário.
Porosidade pleural
Pneumotórax simples/hipertensivo. Áreas de células mesoteliais rompidas na pleura visceral;
Substituição por células inflamatórias → fibroelastase;
Pneumotórax adquirido Porosidade pleural difusa → poros 10-20 mm.
Traumático: ferimentos abertos, ferimentos fechados;
Pneumotórax iatrogênico: punção transtorácica, toracocentese,
Pneumotórax espontâneo secundário
broncoscopia, cateter venoso central.
Complicação de doença pulmonar pré-existente.
Pneumotórax simples/hipertensivo.
Pneumotórax traumático
Etiologia Lesão/ruptura pleural: após traumatismos ou ferimentos torácicos.
Pneumotórax espontâneo primário
Desconhecida: indivíduos sem doença pulmonar conhecida ou pré- Pneumotórax iatrogênico
existente. Ruptura de bolhas subpleurais – “blebs”/microporos? Lesão/ruptura pleural: após toracocentese, broncoscopias, acesso
Fatores de risco: venoso central.
Tabagismo;
Marijuana/maconha: doenças bolhosas;
Longilíneos;
Diagnóstico
Jovem: 15-34 anos.
História clínica;
Exame físico;
Radiografia de tórax PA + perfil.;
Pneumotórax espontâneo secundário
Outros exames: complementares;
Doenças pulmonares: DPOC, sarcoidose pulmonar, linfangioleiomio-
US de tórax: ascensão;
matose, endometriose, metástases, etc.
TC de tórax: casos selecionados, investigação etiológica
de pneumotórax espontâneo.
1. História clínica
Pneumotórax espontâneo primário
Dor torácica tipo pleurítica (início súbito): “dor no ombro”;
Dispneia (início súbito), geralmente “leve” intensidade;
Fatores de risco: tabagismo/marijuana, longilíneos, jovem (15-34
anos).
Pneumotórax traumático
Traumas torácicos: acidentes automobilísticos, quedas de alturas; Pneumotórax iatrogênico/traumático
Ferimentos com arma branca; Dor torácica e dispneia (após procedimento ou trauma).
Ferimentos com arma de fogo.
36
2. Exame físico 4. US de tórax
Modo B (ativo)
Não se vê movimentação pulmonar com a respiração: ar impede a
visualização da movimentação da linha pleural;
Ausência de visualização das linhas B: elas emergem da linha pleural.
Modo M (estático)
Sinal do código de barras/sinal da estratosfera: pneumotórax;
Sinal da praia: sem pneumotórax.
OBS: Pneumotórax de pequeno volume pode não ter muitas alterações. Pode-
se encontrar apenas taquipneia e taquicardia, por exemplo. Nos de grande vo-
lume o quadro já é mais florido.
3. RX de tórax
Hipertransparência pulmonar: mais escuro/preto;
Presença de linha (pleura visceral) paralela ao gradil costal;
Ausência de trama vascular;
Realizar exame em posição ortostática.
5. TC de tórax
Indicação
Estimar volume do pneumotórax;
Avaliar distribuição anatômica das blebs;
Pneumotórax à esquerda antes e após drenagem pleural. Antes há a presença da Identificar doença parenquimatosa adjacente;
linha paralela ao gradil costal, pulmão está hipertransparente, principalmente em Prever pneumotórax contralateral.
ápice, com ausência de trama vascular. Após o procedimento o pulmão se expande e OBS: No caso de blebs recomenda-se retirar as bolhas e fazer pleurodese
a trama reaparece em todo o pulmão.
Tratamento
Pneumotórax traumático
Drenagem pleural
5° EIC, linha axilar média;
Drenos:
ATLS 2012: 36F-40F;
ATLS 2019: 28F-32F;
Estudos recentes: 14F.
Pneumotórax de grande volume à esquerda. Nesses casos pode-se ver linha paralela
Sempre no trauma → drenagem.
ao gradil costal I Pneumotórax com enfisema subcutâneo
37
Pneumotórax iatrogênico Quando drenar?
Aspirar com agulha 14 ou 18 G; Depende da diretriz
Drenagem pleural: 5º EIC, linha axilar média; Portanto, hoje a tendência é: só em pacientes sintomáticos com dispneia →
Dreno: fino → 11-13 F ou pigtail (válvula unidirecional tipo aspirar primeiro e depois drenar com dreno de fino calibre.
Heimlich ou frasco selo d’água).
Bulectomia ou “plicatura de bolhas”
Pneumotórax hipertensivo Retira-se ápice pulmonar, onde estão a maioria das bolhas.
Diagnóstico clínico: mais comum em pneumotórax traumático.
Dor torácica; Pleurodese
Dispneia intensa; Inserção de uma droga no espaço pleural, que vai induzir processo inflamató-
Desconforto respiratório; rio, fazendo com que o pulmão adira à parede do peito, de forma a prevenir
Taquicardia; o acúmulo de fluido ou ar nesse espaço.
Hipotensão; Química: minociclina 300 mg, tetraciclina 150 mg, bleomicina, iodo-
Desvio da traqueia (contralateral); povidine, talco 2-4g;
Ausência de murmúrio vesicular (unilateral); Mecânica: abrasiva ou pleurectomia (ressecção da pleura parietal).
Elevação do hemitórax sem movimento respiratório;
Distensão das veias do pescoço: turgência jugular; Pneumotórax secundário
Timpanismo (percussão); Tratamento conservador: minoria dos casos;
Cianose (manifestação tardia). Tratamento cirúrgico: geralmente se faz drenagem e bulectomia +
No caso de pneumotórax hipertensivo já fazer rápida descompressão pleurodese.
(dreno de tórax 5° EIC ou punção no 5° EIC seguido de drenagem. Não realizar Toracocentese terapêutica – aspiração por agulha (abo-
nenhum exame antes, é situação de urgência. cath 14 ou 16 G);
Drenagem pleural: dreno fino com selo de água ou pigtail
Pneumotórax espontâneo primário com Heimlich;
Tratamento conservador; Bulectomia + pleurodese.
Em ascensão nos últimos anos;
Depende mais dos sintomas clínicos e não do tamanho do
pneumotórax;
Tamanho do pneumotórax
Pneumotórax hipertensivo é extremamente raro;
2 cm do pulmão até a pleura: 20%;
Pacientes com sintomas mínimos e com bom acesso a
3 cm do pulmão até a pleura: 30%.
cuidados médicos: apenas a observação pode ser apro- OBS: Hoje quase não se usa mais. O tamanho era parâmetro para ver se
priada. drenava ou não, hoje se observa muito mais se paciente está sintomático ou
Drenagem pleural:
não. Maior que 30% drenava, hoje já não se usa mais essa análise.
Toracocentese terapêutica: aspiração agulha/abocath;
o Indicação: asmáticos (dispneia) ou 1° episódio Conclusão
de pneumotórax;
o Local: 5° EIC, linha axilar média;
o Calibre: 14-18G.
Drenagem pleural: sintomáticos, drenos de fino calibre;
o Indicação: sintomáticos (dispneia);
o Local: 5° EIC, linha axilar média;
o Calibre: 11-13G;
o Tipo de sistema de drenagem: selo de água,
pigtail ou válvula unidirecional (Heimlich);
o Aspiração ou vácuo: sem benefício na maioria
dos casos.
Tratamento cirúrgico definitivo: bulectomia + pleurodese. As indica-
ções são:
Segundo episódio de pneumotórax espontâneo 1º;
Escape aéreo persistente > 3-5 dias;
Hemopneumotórax;
Profissão de risco: mergulhador, piloto de alvião, alpinista;
Pneumotórax bilateral.
OBS: Sempre investigar a etiologia do pneumotórax. Primário? Secundário?
38
Espirometria
Definição Parâmetros
Espirometria: “medida da respiração”; Espirometria: relação entre o ar expirado e o tempo decorrido;
É a medida do ar que entra e sai dos pulmões através da boca, ob- Curva fluxo x volume: permite analisar o pico de fluxo
tido por meio de um equipamento desenvolvido para esta finalidade (final da manobra inspiratória e início da expiratória →
(espirômetro). indica esforço máximo para entrar ar no pulmão);
o Parte que sobe: inspiração;
o Parte que desce: expiração → CVF.
Volumes pulmonares
Curva volume x tempo: tempo expiratório > 6 segundos
Volume corrente: volume de ar inspirado e expirado espontanea-
ou platô → melhor qualidade do exame.
mente/repouso em cada ciclo respiratório;
Capacidade pulmonar total: volume de ar no sistema respiratório da
inspiração máxima → volume total de ar que cabe no sistema res-
piratório;
Capacidade vital: volume total de ar exalado na expiração máxima. O
tempo para isso varia entre pacientes;
Lenta;
Forçada: rápida → espirometria.
Volume residual: volume de ar que resta nos pulmões ao final de
uma expiração máxima → pode estar aumentando em algumas do-
enças, como o DPOC/enfisema (hiperinsuflação).
Variáveis e medidas do teste
Capacidade vital forçada (CVF): volume de ar eliminado o mais rapi-
damente possível durante expiração forçada, partindo de uma ins-
piração máxima;
Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1): volume ex-
pirado no primeiro segundo de eliminação da CVF. Em pacientes com
doenças que levam a diminuição da luz brônquica (asma/DPOC), o
VEF1 será menor;
VEF1/CVF.
39
Limite inferior 5. Inespecífico
Deve ser usado para definir critérios de normalidade na espirome-
tria: é o resultado mínimo esperado para cada paciente (difere de
um indivíduo para outro);
Resumão
Quando não existe limite inferior? Nesses casos, usar valores pré- Padrão Restritivo Obstrutivo Misto
estabelecidos: CVF ↓ Normal ou ↓* ↓
CVF > 90%; VEF1
VEF1/CVF > 70%. VEF1/CVF Normal ou ↑ ↓ ↓
* Obstrutivo com CVF diminuído
2. Obstrutivo
Limitação ao fluxo de ar (inspiratório ou expiratório) Para diferenciar distúrbio misto de obstrutivo com CVF diminuído
Doenças: asma, DPOC. Analisar a clínica do paciente;
↓ VEF1/CVF (% limite inferior). Diferença CVF – VEF1
< 25: distúrbio misto/combinado;
Distúrbio obstrutivo (pré broncodilatador) ≥ 25: distúrbio obstrutivo com CVF diminuído.
Resultados Previsto LI Pré % Pré
CFV (L) 5,12 4,19 4,74 93
VEF1 (L) 4,59 3,76 3,13 68
VEF1/CVF (%) 94 70 66
Ex: paciente soprou 66 e o LI é 70 (relação VEF1/CVF diminuída).
3. Misto
Presença de distúrbio obstrutivo + restritivo.
Doenças: sarcoidose, tuberculose/fibrose + DPOC.
↓ VEF1/CFV;
↓ CVF.
Anatomia
40
Prognata;
Hipertrofia de amígdalas.
Outros: postura, síndrome de Down (macroglossia).
Quadro clínico
Sintomas noturnos
Ronco;
Apneia observada;
Engasgo;
Insônia;
Despertares frequentes.
Sintomas diurnos
Sonolência diurna excessiva: sono não reparador;
Instabilidade, depressão;
Deve-se observar desde o nariz, até palato, língua e arcada óssea, que são Cefaleia matutina;
estruturas que podem estar relacionadas a apneia do sono. Impotência sexual;
Alteração na concentração e memória.
Definição
Episódios recorrentes de obstrução de vias aéreas superiores du- Escala de Epworth
rante o sono: completo (apneia) ou parcial (hipopneia); > 10 pontos: sonolência diurna.
Redução ou cessação completa do fluxo aéreo;
Dessaturação da oxiemoglobina: ↓PO2 e interrupção da ventilação
alveolar;
Despertares frequentes.
OBS: Queda da língua e palato → obstrução da VA superior → despertar.
Fisiopatologia
Principais mecanismos que contribuem para colapso das VAS
1. Alterações anatômicas
Retrognatia ou micrognatia: retração do maxilar (queixo pequeno); Critérios Diagnósticos
Hipoplasia de mandíbula; Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono
Hipertrofia de amígdalas; Clínica + exame complementar;
Outras: alterações nasais, em palato e úvula, maxila, mandíbula, lín-
Diagnóstico: critério A + B ou C.
gua e retrofaringe.
A – Presença de um ou mais itens
2. Resposta diminuída dos músculos dilatadores da faringe – sono Sonolência, sono não reparador, fadiga ou sintoma de insônia
Diâmetro menor, conformação elíptica; Despertar com suspensão da respiração, ofegante ou asfixia
Ronco habitual ou interrupção da respiração durante o sono (relatado por outra
Maior chance de colabamento de VA superior.
pessoa)
Diagnóstico: HAS, distúrbio de humor, disfunção cognitiva, doença arterial corona-
3. Instabilidade respiratória riana, AVC, ICC, fibrilação arterial ou DM II
B – Polissonografia ou polígrafo portátil
4. Diminuição do limiar para despertar 5 ou mais eventos respiratórios obstrutivos (obstrução, apneia mista ou RERAs
– esforços respiratórios relacionados ao acordar), por horas de sono
C – Polissonografia ou polígrafo portátil
5. Diminuição da tração traqueal durante a inspiração (obesidade)
15 ou mais eventos respiratórios obstrutivos dominantes (apneia, hipopneia ou
↓ volume pulmonar; RERAs), por horas de sono
↓ tração caudal;
↓ tensão longitudinal. Polissonografia
Exame padrão: avaliação durante noite inteira.
Fatores de risco Apneia: cessação completa do fluxo aéreo, 10’’ (obstrutiva, central
ou mista);
Excesso de peso corporal;
Hipopneia: redução do fluxo aéreo (25%-50%) seguida de micro-
Idade: ↑ idosos;
despertar e dessaturação.
Gênero: homens;
Anatomia craniofacial;
índice de apneia/hipopneia (IAH/H)
Retrognatia;
41
Normal: <5/h; Evite fazer exercícios físicos pesados para o horário de dormir.
Leve: 5-15/h;
Moderada: 15-30/h; 2. Medidas gerais
Grave: > 30/h. Controle do peso;
OBS: Também devem ser considerados os despertares noturnos e o grau de Evitar decúbito dorsal;
dessaturação. Evitar álcool e depressores do SNC;
Cessar o tabagismo;
Evitar privação voluntária do sono;
Consequências – Complicações Tratamento clínico da obstrução nasal.
Sonolência excessiva diurna: acidentes de trabalho e trânsito;
Desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica; 3. Tratamento específico
Doenças cardiovasculares: AVC, doença arterial coronariana, IC e Aparelhos intra-orais → casos leve e moderado;
fibrilação atrial;
CPAP: aparelho de pressão aérea positiva → casos graves;
Alterações de humor e cognição;
Cirurgia: indicação específica;
Distúrbios no metabolismo da glicose.
Fonoaudiologia: exercícios;
Marcapasso: estimulação do nervo hipoglosso;
Tratamento Outros.
1. Higiene do sono: hábitos para melhora do sono;
Horários regulares para dormir e acordar. Estabeleça um ritual de Aparelhos intra-orais
relaxamento antes de se deitar; Reposicionam a mandíbula para frente e para baixo durante o sono;
Evite o uso de álcool, café, chá preto e refrigerantes pelo menos Ampliam as vias aéreas superiores e reduzem os roncos e as ap-
6 horas antes do seu horário de dormir; neias obstrutivas.
Evite fumar pelo menos 2 horas antes de ir para cama;
Não faça refeições pesadas antes de deitar; CPAP - Aparelhos de pressão positiva
Ambiente com temperatura agradável, com o mínio de iluminação e Padrão-ouro
barulho; Geradores de fluxo de ar que cria uma pressão positiva na via aérea
Vá para a cama somente quando estiver sonolento, com sono; superior. Este fluxo é direcionado por uma máscara.
Evite ficar na cama sem dormir; Bilevel
Faça atividades físicas regularmente, de preferência pela manhã Aparelhos com 2 níveis de pressão: inspiratória e expiratória.
ou à tarde;
42
Tuberculose Pulmonar
Definição de esporos, que mede 0,5 μm por 3 μm;
Doença infectocontagiosa causada por bactérias do complexo My- Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR), aeróbio, com parede celular
cobacterium tuberculosis; rica em lipídeos (ácidos nucleicos e arabinogalactano), o que lhe con-
O complexo Mycobacterium tuberculosis é composto por micobac- fere baixa permeabilidade, reduz a efetividade dos antibióticos e
térias distintas entre si que apresentam semelhanças genotípicas facilita sua sobrevida nos macrófagos.
restritas ao complexo.
Saúde pública
M. tuberculosis (bacilo de Koch): mais importante;
M. bovis: manifestação clínica semelhante ao M. tuberculosis, porém
apresenta mais formas extrapulmonares, principalmente gânglio-
nar. Comum em áreas de muito consumo de leite e derivados não
pasteurizados e áreas com rebanho bovino infectado.
Fisiopatologia
Indivíduo com infecção por TB pulmonar;
Tosse, espirro, fala;
Inalação de gotículas de Flugger contendo bacilos (expelidas pelo indi-
Epidemiologia víduo infectado): tornam-se secas e menores (núcleo seco, diâme-
≈ 10,4 milhões de pessoas desenvolveram TB pulmonar ou extra- tro < 5 μm, contendo de 1-2 bacilos) → núcleo de Wells;
pulmonar em 2015; Podem permanecer suspensos no ar por várias horas: atingem os
580 mil na forma TB multirresistente (TB MDR) ou TB resistente alvéolos e são fagocitados por macrófagos alveolares;
a rifampicina (TB RR); Disseminação via linfática ou hematogênica: lesões secundárias após
Maioria dos casos: sexo masculino; atingir gânglios reacionais;
6,3% dos casos: faixa etária < 15 anos é rara; Podem iniciar sua multiplicação e provocar a chamada primo-infec-
95% dos casos em países em desenvolvimento: Ásia, África, Amé- ção.
rica Latina e Oriente Médio.
Probabilidade da pessoa infectada desenvolver a doença depende de fatores
As metas, para cumprimento até 2035: exógenos
Infectividade do caso fonte;
Reduzir o coeficiente de incidência para menos de 10 casos por
Duração do contato;
100 mil habitantes;
Tipo de ambiente partilhado.
Reduzir o número de óbitos de TB em 95%.
Atenção
Pacientes com TB pulmonar (BAAR positivo no escarro) e portado-
res de TB cavitária são os que mais transmitem a doença;
Risco de transmissão da TB perdura enquanto o paciente eliminar
bacilos no escarro. Após início do tratamento, a transmissão tende
a diminuir, em geral, após 15 dias, ela encontra-se muito reduzida;
Bacilo sensível à luz solar. Circulação de ar possibilita dispersão de
partículas infectantes. Ambientes ventilados e com luz natural di-
reta diminuem o risco de transmissão.
Brasil
Está entre os 30 países de alta carga para TB e TB-HIV: conside-
rado prioritário pela OMS no controle da doença pelo mundo; Risco de adoecimento
Casos notificados: 72.770 (2017); Depende de:
Coeficientes de incidência variam de 10-74,7/100 mil habitantes Fatores exógenos
entre os estados; Supracitados.
Foram notificados 4.483 óbitos (2016): mortalidade de 2,2 óbitos/
100 mil habitantes. Fatores endógenos
Defesas imunológicas inatas: imunidade celular adquirida → produ-
Etiologia ção de IL-2 e IFN-γ;
Defesas não imunológicas do indivíduo.
Mycobacterium tuberculosis
90% das pessoas infectadas por Mycobacterium tuberculosis não evolu-
Bactéria aeróbia delgada, em forma de bastonete, não formadora
em para TB doença ativa.
43
Diagnóstico
História de contato com paciente com TB pulmonar;
Pesquisa de BAAR (escarro): geralmente negativa → paciente ge-
ralmente não tem expectoração;
Exames de imagem: compatível com achados de TB;
Demonstração de infecção por Mycobacterium tuberculosis: teste
tuberculínico (TT) ou teste IFN-γ release assays (IGRAs).
Apresentações clínicas OBS: TT positivo pode não ser TB (↑ vacinação). TB negativo dificilmente será
Tuberculose pulmonar primária TB → exceção: imunossuprimidos.
Tuberculose pulmonar pós-primária ou secundária ou de reativação
Tuberculose miliar: tipo de apresentação da primária ou pós-primá- 2. Tuberculose pulmonar pós-primária, se-
ria, mais comum na forma secundária.
cundária ou reativação
Clínica: tosse seca ou com expectoração há mais de 2 semanas,
1. Tuberculose pulmonar primária hemoptise. Qualquer idade → mais comum em adulto jovem;
Mais comum: crianças, adolescentes e imunossuprimidos. Sintomas sistêmicos: febre vespertina, calafrios, sudorese noturna
e perda ponderal;
Clinicamente Radiografia do tórax: cavidade com paredes espessas, nódulos, e/
Forma extrapulmonar: + frequente → forma aguda e grave, com ou consolidações (ápices pulmonares);
baixa transmissibilidade; Diagnóstico bacteriológico: BAAR escarro (pesquisa direta e cultu-
Hipersensibilidade extrapulmonar: após contato com ba- ra), teste molecular rápido.
cilo pode-se ter eritema nodoso, conjuntivite flictenular OBS: Pesquisa direta demora 2 dias e cultura de Mycobacterium tuberculosis
e artralgia de Pancet. demora muito a crescer → ≈ 2 meses. BAAR escarro não é bom pra quem
Forma pulmonar: evolução insidiosa, irritação, febre baixa, inapetên- já teve TB, pois será sempre positivo (não dá pra saber se é infecção ativa
cia e sudorese. Exame físico inexpressivo. ou “cicatriz sorológica”).
Aspecto radiológico
3. Tuberculose miliar
Foco pulmonar e/ou foco ganglionar, geralmente homolateral: terço médio e
Caracterizada por opacidades retículo-micronodulares difusas, dis-
inferior do tórax.
tribuição randômica, decorrentes da disseminação hematogênica do
1. Foco pulmonar: cavitação (- comum), consolidação (cáseo por diminuição
M. tuberculosis no parênquima pulmonar;
broncógena), miliar (cáseo com disseminação por vasos sanguíneos);
Forma grave: mais comum em HIV positivos ou imunossuprimidos;
2. Forma ganglionar: acometimento mediastinal, hilar e paratraqueal (+ co-
Pode se apresentar na TB primária ou pós-primária;
mum: cadeia paratraqueal direita). É mais comum do que a forma pulmo-
Diagnóstico: broncoscopia com lavado e biópsia brônquica (70%);
nar na TB primária;
hemocultura (20%-40%).
Complexo primário ou de Ranke: imagem do foco pulmonar + gan-
glionar através de linhas de linfangite no parênquima pulmonar;
Epituberculose: linfonodo aumentado comprimindo brônquio próximo,
causando atelectasia pulmonar. Geralmente leva a síndrome do lobo
médio;
Síndrome do lobo médio: linfonodo aumentando comprimindo brôn-
quio do lado médio.
OBS: Paciente jovem, com febre baixa, tratando consolidação para pneumonia,
mas sem melhora. Pensar em TB. É comum ter epituberculose e síndrome do
lobo médio.
Micronódulos espalhados pelo parênquima pulmonar, bilateralmente
Diagnóstico
Clínico: forma pulmonar e extrapulmonar;
Imagem: RX de tórax, TC de tórax, PET-CT;
Laboratorial (bacteriológico): pesquisa direta e cultura BARR do
escarro, teste molecular MTB-RIF (escarro).
1. Clínico
TB primária. Não é comum ter cavitações. O padrão mais comum é linfonodo Tosse seca ou com expectoração há mais de 2 semanas;
aumentado, com perda de volume pulmonar, podendo casar atelectasia
44
Sintomas respiratórios: hemoptise, expectoração purulenta ou mu- Cavidade clássica no lobo superior e segmento posterior. Bordas finas e lineares,
coide; com nódulos e áreas de impactação
Sintomas sistêmicos: febre vespertina (< 38,5°C), calafrios, sudore-
se noturna, odinamia e perda ponderal;
Usualmente se mantém em BEG;
Ausculta pulmonar: ↓ MV, sopro anfórico ou mesmo
normal.
Cultura de escarro
Meio sólido de cultura: 15 dias-2 meses para resultado. Pode aumen-
tar em 30% o diagnóstico;
Cultura em meio líquido: resultado de 5-42 dias.
45
Pacientes suspeitos de TB – sem expectoração espontânea RIPE 2 meses e RI por 4 meses.
Indução do escarro (IE) com inalação de solução salina 3%; R: rifampicina;
Coleta de lavado (LBA) por broncoscopia: pesquisa direta de BAAR I: isoniazida;
ou TRM-TB. P: pirazinamida;
E: etambutol.
4. Outros exames laboratoriais Quando se está suspeitando de TB, mas se tem dúvida se é pneumonia
ou não, não iniciar tratamento com quinolona, pois ela pode falsear a cultura
PT – Prova tuberculínica para TB. É melhor dar penicilina/amoxicilina com β-lactâmico.
Deve ser interpretada como sugestiva de infecção por M. tubercu-
losis quando ≥ 5 mm e negativa quando < 5 mm.
Tuberculose pleural e empiema pleural
IGRA (Dosagem sanguínea de IFN-γ) Todo paciente que tiver derrame pleural e não for pneumonia ou
Não é capaz de distinguir entre infecção e doença: tem ótima espe- neoplasia, investigar TB: líquido com linfocitose, ADA > 30-40 mg/dl
cificidade → não reage com outras micobactérias. e celularidade oncótica negativa.
Tratamento
OBS: Lembrar que pesquisa do BAAR em líquido pleural positiva pouco. Pode-
se pedir baciloscopia do escarro, pois mesmo que tenha só TB pleural em al-
guns pacientes o escarro vem positivo.
Tumores do Mediastino
Anatomia do mediastino O raciocínio diagnóstico dos tumores de mediastino baseia-se prin-
RX: muito pobre → procurar por alargamentos do mediastino e, cipalmente em sua distribuição anatômica;
se presentes, solicitar TC. ≈ 30% dos tumores do mediastino são malignos.
Compartimentos do mediastino
Mediastino ântero-superior ou pré-vascular: timo, gânglios linfáticos
e tecidos mesenquimais;
Mediastino médio ou visceral: grandes vasos, gânglios linfáticos, cis-
tos derivados do intestino primitivo (cistos brônquicos ou gastroen-
téricos), coração, anormalidades vasculares, nervo vago e frênico,
traqueia e esôfago;
Mediastino posterior ou paravertebral: nervos intercostais e a ca-
deia tronco simpático.
Introdução
Diversidade de tumores mediastinais: várias estruturas anatômicas
distribuídas nos compartimentos;
46
Localização dos tumores do mediastino
Mediastino anterior
4Ts: timoma, teratoma, bócio (tireoide) e “terrível” linfoma +
seminoma. Diagnóstico
60% são descobertos acidentalmente durante exames de imagem:
RX de tórax, US de abdome ou TC de tórax ou abdome;
Tumores de diversas origens: apresentações variadas.
Pode ser
Clínico: sinais e sintomas;
Imagem: RX de tórax, TC de tórax ou US de tórax;
Histopatológico: biópsia → punção transtorácica por TC ou US de
tórax, videotoracoscopia, toracotomia.
1. Clínico
Sintomas e sinais específicos
Mediastino médio
Cistos e linfonodomegalias (doenças que aumentam linfonodos).
Sinais inespecíficos
Mediastino posterior
Origem neurogênica: maioria não invade coluna.
47
Achado de massa mediastinal – Necessidade de resposta as seguintes ques-
tões
Em qual compartimento está situado?
É massa de origem vascular?
Necessita de biópsia antes de ser ressecada? Ressecção deve ser
diagnóstica ou terapêutica?
Qual o tipo de biópsia a ser realizada? Por qual via?
Há modalidades de tratamento não cirúrgico para o tumor?
OBS: Síndrome de Horner → compressão do gânglio estrelado (T1 do tronco 3. Métodos diagnósticos
simpático). Caracterizado pela presença de enoftalmia, miose, ptose palpebral Mediastinoscopia cervical: biópsia;
e anidrose. Dispneia pode ser secundária a bócio. Punção transtorácica: guiada por TC ou US de tórax;
Toracotomia convencional: biópsia e ressecção ao mesmo tempo;
Videotoracoscopia – CTVA: biópsia e ressecção ao mesmo tempo.
2. Exames de imagem
RX de tórax;
Observação
1° exame;
Teratoma
Só identifica alargamentos no mediastino.
Lesão benigna;
TC de tórax;
Histologia heterogênea: calcificações, dentes, cartilagem e líquido
US de tórax;
gelatinoso;
RM de tórax;
Massa de crescimento lento;
PET-CT;
Assintomáticos (maioria);
Marcadores tumorais (β-HCG, α-fetoproteína);
Tratamento: cirúrgico.
Alterados principalmente em tumores de células germi-
nativas: teratoma e seminomas.
48
Insuficiência Respiratória Aguda
Definição Etiologias
Incapacidade do sistema respiratório em captar oxigênio (PO2) e/ou
remover o gás carbônico (PCO2) do sangue e dos tecidos do orga-
nismo;
Não atende às necessidades metabólicas do organismo;
Instalação rápida;
Gasometria: principal instrumento de avaliação dessa síndrome →
varia de acordo com a idade do paciente e da altitude.
Classificação
IRpA hipoxêmica ou tipo I
Pa02 < 55-60 mmHg com paciente respirando em ar ambiente (FiO2
= 21%).
IRpA hipercápnica ou tipo II O estímulo para ocorrer a ventilação sai do tronco cerebral (ponte e bulbo) no SNC
PaCO2 > 50 mmHg e Pa02 < 55-60 mmHg. e via nervos periféricos, principalmente nervo frênico, chega na caixa torácica e no
diafragma. Durante a inspiração, o diafragma rebaixa, diminui a pressão intratorácica
Paciente com hipoxemia (IRpA tipo I) pode fadigar músculos respiratórios e permite a entrada de ar nos pulmões. Se há lesão há nível diafragmático, essa
entrada é comprometida. Se a lesão é a nível de C3 ou C4, o estímulo nervoso não
e evoluir com hipercapnia (IRpA tipo II).
chega ao diafragma e o paciente morre por hipoventilação
1. Cérebro
Drogas: opioides, benzodiazepínicos, venenos, barbitúricos;
Diferença alvéolo-arterial de O2 Metabólicos: hiponatremia, hipocalcemia, hiperglicemia, mixedema,
Auxilia na caracterização da origem da insuficiência respiratória. neoplasias;
Normal: depende da idade → 2,5 x (0,21 x idade); Infecção: meningite, encefalite, poliomielite.
Valores acima de 20 mmHg (Fi02 = 21%): patológico.
OBS: A fórmula demonstra quanto de oxigênio conseguiu passar dos alvéolos 2. Nervos e músculos
para o sangue. Trauma: medula espinhal, diafragma;
Drogas/toxinas: curarizantes;
PA02 - Pa02 ou P(A-a)02 Infecções: tétano, poliomielite;
A = alvéolo e a = arterial Miastenia gravis, esclerose múltipla, distrofia muscular, Guillain-Bar-
ré.
Hipercápnica
palpebral, disfunção da
deglutição e da fala
Tratamento
Overdose de sedativos ou Depressão do nível de Objetivos
opioides consciência, diminuição da FR Alívio do desconforto respiratório com resolução dos sinais e sinto-
Trauma raquimedular Nível sensitivo e motor mas relacionados à hipoxemia e/ou hipercapnia;
SARA Hipoxemia refratária, opacidades Reversão de acidose respiratória e da hipoxemia;
alveolares bilaterais ao RX tórax
Adequar oferta de oxigênio aos tecidos.
Edema agudo cardiogênico Alterações hemodinâmicas e do
ECG, ↑ área cardíaca e sinais
Hipoxêmica de congestão no RX tórax O tratamento é essencialmente de suporte enquanto “se ganha tempo”
Pneumonia grave Tosse e expectoração purulenta, para correção do fator precipitante e a terapia da doença de base
focos de consolidação RX tórax
TEP RX tórax “quase” normal com
hipoxemia refratária
50
Fornecimento de O2 Vantagens:
Vários tipos: cânula nasal, cateter, máscara de Venturi ou máscara Redução dos riscos da VM;
de reservatório; Redução da infecção respiratória;
Intervenção para ganhar tempo: Pa02 aumenta com o fornecimen- Redução da morbimortalidade;
to de O2 suplementar, melhorando PO2. Redução do tempo de internação UTI/hospital.
CPAP BIPAP
Corrige a mecânica respiratória Reduz o trabalho ventilatório
EAP: diminui o retorno venoso e otimiza Aumenta a ventilação
o trabalho do VE Reduz a PaCO2
DPOC exacerbado
a. Ventilação mecânica
Objetivos
Manter trocas gasosas adequadas;
Corrigir hipoxemia arterial e acidose respiratória descompensada;
Diminuir o trabalho da musculatura respiratória;
Evitar fadiga da musculatura respiratória ou revertê-la;
Diminuir o consumo de oxigênio, reduzindo o desconforto respirató-
rio;
Proporcionar possibilidade de início da terapêutica específica.
Objetivos:
Melhorar trocas gasosas;
Aliviar trabalho respiratório;
Evitar IOT.
51
Embolia Pulmonar
Definição
Síndrome clínica e fisiopatológica que resulta da oclusão da circulação arterial
pulmonar, por um ou mais êmbolos com prejuízo da perfusão local.
Relação com o tamanho do vaso ocluído e condição cardiorrespira-
tória do paciente;
O local mais comum em que os trombos se originam é o sistema
íleo-femoral (Vv. ilíacas ou femorais). Também podem se instalar em
MMII;
A gravidade depende do tamanho do trombo: trombos maiores, da-
nos maiores, trombos menores, danos menores.
MMII → VCS → AD → Aa. pulmonares.
Hipercoagubilidade
Contraceptivos orais;
Neoplasias.
52
OBS: Diagnóstico alternativo menos provável → há outra possibilidade sem
ser TEP? Se não, somar os pontos.
Critérios clínicos para TVP: escore de Wells → não entra saturação de O2.
Critério de Wells
Alta probabilidade: >6;
Moderada: 2-6;
Baixa: < 2.
Sinal de Fleishner: proeminência da A. pulmonar
Critério de Wells modificado
1 ponto por critério. OBS: Pneumotórax x embolia pulmonar → como diferenciar, já que em ambos
TEP provável: > 4; se tem quadro de dispneia e/ou dor torácica aguda? Se timpanismo à percus-
TEP improvável: ≤ 4. são, pensar em pneumotórax.
2. Biomarcadores
Troponina I e BNP (Peptídeo natriurético cerebral): marcadores de
disfunção/lesão miocárdica;
Não são úteis no diagnóstico: importância no prognóstico e indica-
dores de disfunção ou lesão miocárdica (sobrecarga de câmaras
Sinal de Westmark: oligoemia focal. Área do parênquima pulmonar com pobreza direitas → pode haver cor pulmonale).
vascular focal
3. Dímero D
Produto de degradação da fibrina;
Alta sensibilidade, baixa especificidade;
Diferentes métodos interferem no resultado: exclui TEP → “baixa”
probabilidade ou “intermediária”.
Ecocardiograma
Avaliação cardíaca;
Estima pressão na A. pulmonar;
Verifica se há dilatação do ventrículo direito;
Corcova de Hampton: opacidade triangular periférica → base voltada para periferia
Importância no diagnóstico diferencial de dispneia aguda, dor torá-
e ápice para hilo (15% dos casos). Característico de infarto pulmonar
cica.
53
Ultrassonografia Doppler venosa de membros inferiores Diagnóstico de TEP – Paciente instável
Positivo + sintomas: diagnóstico;
Normal: não exclui presença de TVP subclínica;
30%-50% dos casos de TEP-TVP.
OBS: USS de MMII e angiotomografia podem confirmar diagnóstico de TEP. Se
confirma no USS, geralmente se faz angiotomografia para avaliar tamanho do
trombo.
Cintilografia de ventilação-perfusão
Avalia a perfusão e ventilação pulmonar: TEP → ↓ perfusão, ven-
tilação pelo menos preservada;
Principais indicações:
Alergia a iodo;
Não podem fazer angioTC
Insuficiência renal;
Outras: obesos, claustrofóbicos.
Resultados no TEP:
Ventilação: normal;
Perfusão: áreas de ausência de fluxo bilateralmente.
Tratamento
Medidas gerais
Medidas para TVP;
Suporte ventilatório;
Suporte hemodinâmico.
Tratamento farmacológico
Anticoagulantes: dose terapêutica → pacientes estáveis;
54
Heparinas: geralmente de baixo peso molecular (enoxa- Portanto – TEP agudo
parina, 1 mg/kg de 12-12 hrs) e inibidor na vitamina K Risco baixo: normotenso, escore prognóstico/PESI baixo;
48 hrs após. Se insuficiência renal com Cl < 10, fazer Internação breve ou tratamento domiciliar, anticoagula-
heparina não fracionada; ção plena.
Cumarínicos; Risco intermediário: normotenso e PESI elevado;
Anticoagulantes orais diretos: não podem ser usados em Intermediário baixo (biomarcadores positivos ou disfun-
insuficiência renal aguda. ção de VD): internação breve e anticoagulação plena;
Trombolíticos: pacientes instáveis. Intermediário alto (biomarcadores positivos e disfunção
OBS: Contraindicações heparina de baixo peso molecular → IR com Cl < 10, de VD): admissão em CTI e reperfusão primária em casos
plaquetopenia. selecionados.
Risco alto: instabilidade hemodinâmica;
Tratamento não farmacológico Admissão em CTI, reperfusão prismática (trombolíticos,
Geralmente é feito quando há contraindicação ao tratamento farmacológico. embolectomia).
Filtro veia cava; OBS: Trombolíticos → alteplase/estreptoquinase.
Embolectomia cateter; Risco alto: reperfusão primária → trombólise.
Embolectomia cirúrgica. Risco intermediário alto e baixo/risco baixo: anticoagulação, até que se prove
o contrário.
Evento agudo sem repercussão hemodinâmica
Tempo de tratamento
Causa reversível corrigida: 3-6 meses (relacionado a causas e fa-
tores de risco);
Idiopática: perene? → mínimo 6 meses;
TEP recorrente: tempo indefinido.
TEP crônico
3% evoluem para TEP crônico;
Fibrinólise endógena não reabsorve o coágulo e há organização fi-
brinosa do trombo;
Evolução clínica insidiosa;
É uma causa de hipertensão pulmonar.
55
Câncer de Pulmão
Introdução
Doença do homem moderno;
Tornou-se epidêmico: principal causa de morte/câncer na América
do Norte e Europa (mortalidade 3x maior que o câncer de próstata
no homem e quase 2x maior que o câncer de mama em mulheres);
Câncer de pulmão é uma das principais neoplasias malignas maiores
que pode ser evitado.
OBS: O maior desafio no CA de pulmão é a cessação do tabagismo e a identi-
ficação precoce.
Etiologia
Exposição a fatores de risco adquiridos: tabagismo, tabagismo pas-
sivo, doenças pulmonares crônicas, exposição ocupacional (asbesto,
metais pesados), poluição do ar;
Predisposição hereditária ao CA de pulmão.
Sintomas loco-regionais
Disfagia: invasão/compressão do esôfago – N. laríngeo recorrente;
Disfonia (rouquidão): invasão/compressão do nervo laríngeo recor-
rente;
Paralisia do diafragma: invasão/compressão do nervo frênico;
Dor torácica: invasão/compressão pleural parietal ou costela; Nódulo pulmonar I Alargamento do mediastino
Dor e/ou atrofia da musculatura MMSS: invasão/compressão ra-
mos do plexo braquial.
Metástase
Disseminação extratorácica
Cérebro;
Fígado;
Adrenal;
Osso.
Atelectasia pulmonar (traqueia desviada ipsilateralemente) I Derrame pleural
Massa pulmonar
Opacidade > 3 cm;
Sólida, homogênea: sem broncograma aérea;
Bordas: irregulares ou lobuladas;
Pode causar: atelectasia lobar, segmentar ou pulmonar, derrame
pleural.
Massa pulmonar
TC de tórax
Não dá DX, fortalece suspeita. Necessário método diagnóstico (biópsia pa-
ra confirmar).
Massa pulmonar
Opacidade > 3 cm;
Sólida, homogênea: sem broncograma aéreo;
Bordas: irregulares ou lobuladas;
Pode causar: atelectasia, derrame pleural, linfonodomegalia medias-
2. Imagem tinal.
Radiografia de tórax;
57
Tipos de lesão e método de escolha
Lesão central: citologia de escarro ou broncofibroscopia (biópsia +
lavado broncoalveolar → mínimo 5 fragmentos para análise HE +
IMH). Melhor exame é broncoscopia;
Lesão periférica: punção transtorácica guiada por TC de tórax;
Linfonodomegalia mediastinal: mediastinoscopia (biópsia de linfono-
dos);
Derrame pleural: CTVA (biópsia por videocirurgia).
Derrame pleural/massa pulmonar OBS: Lesões periféricas são aquelas próximas das costelas.
Opacidade > 3 cm;
Derrame pleural: volumoso, serohemático, recidivante;
Nódulos pulmonares; Classificação histológica dos tumores
Linfonodomegalia mediastinal. Carcinoma de células escamosas (CEC);
Adenocarcinoma;
Carcinoma de pequenas células (“Oat cell”): pior prognóstico;
Carcinoma de grandes células;
Tumor carcinoide (típico/atípico);
Carcinoma sarcomatoide;
Carcinoma mucoepidermoide (tipo glândula salivar).
OBS: Os mais frequentes são os 4 primeiros e, entre eles, o CEC e o adeno-
carcinoma.
Estadiamento TNM
T – Tamanho
Quanto maior, pior o prognóstico.
T1 e T2: cirúrgico;
T3: avaliar possibilidade cirúrgica;
T4: nunca operar.
Adenocarcinoma I Linfoma
N – Envolvimento linfonodal
PET-CT N1: cirúrgico;
Nódulos > 0,7 cm: diagnóstico de nódulo indeterminado (suspeito pa- N2 e N3: nunca operar. N2 mediastino e N3 lado contralateral à
ra neoplasia) após realizar TC de tórax; lesão.
S 97% E 85% e acurácia 93%;
Alto valor preditivo negativo: 5% de chance de CA se PET-CT nor-
M – Metástase
mal.
Contraindicação cirúrgica.
OBS: Pode positivar também em algumas doenças infecciosas, como TB, e
a: metástase dentro do tórax;
fúngicas, além de algumas doenças inflamatórias. Se vier negativo, afasta tu-
b: metástase única em fígado, cérebro, adrenal ou rim;
mor. Se vier positivo pode ser tumor, mas lembrar das outras causas.
c: metástase em vários órgãos.
58
Carcinoma de pequenas células
Linfonodomegalia;
Síndrome da veia cava superior.
1. Tumor de Pancoast
Tumor de sulco superior
Subgrupo de doença: estágio III (T3);
Ápice do pulmão: pode invadir a 2ª e a 3ª costela, o plexo braquial,
os vasos subclávios, o gânglio estrelado e os corpos vertebrais ad-
jacentes;
Sintomas: dor no ombro ou na parede torácica, irradiação para pes-
coço, para a superfície da mão;
Etiologia mais comum: CEC.
OBS: Se invade gânglio estrelado mais enoftalmia, ptose, miose e anidrose, é
CEC que evolui para síndrome de Horner.
2. Síndrome de Horner
Tumores do sulco superior
Subgrupo de doença: estágio III (T3);
Ápice do pulmão: pode invadir a 2ª e a 3ª costela, o plexo braquial,
os vasos subclávios, o gânglio estrelado e os corpos vertebrais ad-
jacentes;
Sintomas: enoftalmia, ptose palpebral, miose e anidrose → invasão
da cadeia simpática paravertebral e gânglio estrelado;
Etiologia mais comum: CEC.
OBS: Acomete gânglio estrelado → Síndrome de Horner.
59
Hipertensão Pulmonar
Definição
Elevação persistente na pressão vascular pulmonar média em re-
pouso > 20 mmHg, medida através de cateterismo.
OBS: Não é uma doença, é uma síndrome decorrente de outras condições, co-
mo TEP, DPOC, esquistossomose, entre outras. Outro exame mais simples que
também auxilia na avaliação de HP é o ecocardiograma (é o de escolha para
triagem).
Cor pulmonale
Modificação estrutural e/ou funcional do ventrículo direito devido
a hipertrofia e/ou dilatação ventricular, resultante de doenças que
afetam o pulmão, caixa torácica ou centro respiratório;
Excluem-se dessa definição as moléstias decorrentes de cardiopa-
tias congênitas ou que envolvam o ventrículo esquerdo. Quando suspeitar do diagnóstico?
Presença de sintomas clínicos ou achados sugestivos no exame físi-
Fisiopatologia co sugestivo: dispneia, dor torácica;
Principal função da circulação pulmonar: possibilitar as trocas entre Achado incidental de exames efetuados por outros motivos.
o ar e o sangue de modo a atender as necessidades do organismo;
Baixa resistência e alta complacência: acomoda a elevação de fluxo Quadro clínico
sanguíneo ao exercício sem aumento da pressão.
Sintomas inespecíficos
Dispneia: limitação progressiva de atividade física;
Por que ocorre hipertensão pulmonar? Síncope;
Redução do leito vascular pulmonar: aumento da resistência vascular pulmonar. Dor torácica;
Isso ocorre principalmente por: Arritmias.
60
Direcionar exames complementares de acordo com a suspeita clíni- Hemograma;
ca. Pesquisa de doença autoimune;
Pesquisa de coagulopatias;
Pesquisa de tireoidopatias;
Exames complementares Função hepática;
ECG – Eletrocardiograma Esquistossomose: EPF, biópsia valva renal;
Sinais de sobrecarga de câmara direita. Sorologias hepatite B, C e HIV.
Desvio do eixo QRS para a direita;
Ondas R amplas em V1, V2 e profundas em V5, V6 com alterações
de onda T e segmentos ST.
Estudo hemodinâmico
Importante
Ecocardiograma
Exame de escolha para triagem; Cateterismo direito
Pouco invasivo; Padrão-ouro para o diagnóstico.
Achados frequentes:
Dilatação, hipertrofia de câmaras direitas; Cateterismo esquerdo
Movimento paradoxal do septo interventricular; Suspeita de cardiopatia esquerda.
Derrame pericárdico.
Escolha da medicação
Estudo radiológico Teste de vasorreatividade pulmonar.
Cateterismo cardíaco: NO ou prostaciclina após cateterismo, segui-
RX de tórax do de avaliação da HP. Se as condições abaixo forem alcançadas, o
Pouco sensível; paciente tem cateterismo com teste de vasorreatividade pulmonar
Normal: pacientes assintomáticos; positivo.
Achados sugestivos: PMAP < 40 mmHg;
Aumento do diâmetro da A. pulmonar; Queda de 10 mmHg da PMAP em relação ao basal.
Abaulamento do arco médio;
Pobreza vascular periférica.
Pode afastar ou sugerir causas pulmonares: ex → DPOC. Algoritmo diagnóstico
TC de tórax
Angiotomografia de tórax: TEP;
Alta resolução: avalição de doença intersticial.
RM de tórax
Medidas não invasivas das dimensões e formas do VD.
USG abdominal
Avaliação de hipertensão portal.
Cintilografia ventilação-perfusão
Diagnóstico de doença tromboembolítica;
TEP agudo;
TEP crônico.
Outros Atenção: investigação das causas mais comuns. Grupo 2 (cardíacas) e 3 (pul-
Polissonografia monares).
Avaliação de pacientes com suspeita de distúrbio do sono.
OBS: Podem ter HP secundária a hipoxemia típica da apneia obstrutiva do sono. OBS: A investigação da causa de HP e os exames solicitados serão feitos de
acordo com a clínica do paciente. Se encontrada a causa, não é necessário
Exames laboratoriais cateterismo (estudo hemodinâmico). Só é realizado se a HP é muito despropor-
Elucidação da etiologia ou doenças coexistentes. cional à doença de base ou quando não se identifica a causa de HP (HAP I →
61
hipertensão arterial idiopática). O cateterismo além do diagnóstico pode auxiliar Tratamento específico
a encontrar o tratamento específico. Se teste de vasorreatividade positivo Grupo I e IV.
usa-se bloqueadores do canal de Ca2+, se negativo, usa-se outra classe. Medicações vasodilatadoras
1. Grupo I: medicações vasodilatadoras;
Tratamento Teste de vasorreatividade positivo
Bloqueadores dos canais de Ca2+: + em ≈ 15% dos pacientes.
Medidas gerais
Todos os pacientes;
Teste de vasorreatividade negativo
Tratamento da doença de base: foco terapêutico na HP;
Derivados de prostaciclina: epoprostenol, iloprost;
Diuréticos (↓ pré-carga): cor pulmonale;
Antagonistas do receptor de endotelina: bosentana, ambrisentana,
Oxigenoterapia: hipoxemia;
macitentana;
Vacinação;
Inibidor da 5-fosfodiesterase: sildenafil, taldenafila;
Anticoagulação (ACO): grupo I → HP idiopática ou TEP crônico;
Estimulador da guanilato-ciclase: riociguat.
Mulheres: gravidez contraindicada;
Direcionar: centro de referência.
2. Grupo IV: para doenças inoperáveis → riociguat.
Índice de mMRC
0 Dispneia somente ao realizar exercício intenso
1 Dispneia ao subir escadas ou ladeira ou andar rápido no plano
2 Dispneia no próprio passo no plano ou dificuldade de acompanhar o passo
de outra pessoa da mesma idade
3 Dispneia no plano com menos de 100 m ou após alguns minutos
4 Muito dispneico para sair de casa ou dispneia para se vestir ou se despir
2. Achados extrapulmonares
Podem auxiliar nos diagnósticos diferenciais.
Lesões de pele: sarcoidose (eritema nodoso);
Baqueteamento digital;
Fibrose pulmonar idiopática: 30%-50% dos casos;
Pneumonia de hipersensibilidade: 25% dos casos.
3. Aparelho cardiovascular
Normal;
Exceto em estágios avançados;
Sinais de cor pulmonale e hipertensão pulmonar;
PFP: Prova de função pulmonar I LAM: Linfangioleiomiomatose I HX: Histiocitose
Sinais de IC direita: hiperfonese de segunda bulha no foco
pulmonar, edema de MMII e estase jugular → secundá-
rio a HP e cor pulmonale. Portanto
Diagnóstico: discussão multidisciplinar – radiológico.
Exames complementares
1. Radiológicos Tratamento
RX de tórax Fibrose pulmonar idiopática;
Diagnóstico, progressão e estabilidade da doença; Antifibróticos: nintedanibe e pirfenidona.
Avaliar:
Volumes pulmonares;
Padrão reticular, micronodular ou reticulonodular; Resumão
Distribuição da doença. Deve-se suspeitar de FPI em pacientes do sexo masculino com queixa de disp-
neia e tosse seca, com idade superior a 50 anos, com história de tabagismo
TC de tórax de alta resolução (TCAR) atual ou passada. Aproximadamente metade dos pacientes apresenta baque-
Faveolamento: padrão de favo de mel – mais comum na FPI. teamento digital e a presença de estertores finos, em velcro. Pode acometer
mulheres e pacientes sem história de tabagismo. Nesses casos, cuidado redo-
2. Exames laboratoriais brado deve ser tomado para descartar outras causas de FPI. Exceto pelas
Marcadores de doenças autoimunes: FAN, FR, anti-CCP, Anto Ro formas familiares, a FPI é extremamente rara em pessoas < 50 anos.
e Anti La;
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