Desafios Contemporâneos Da Psicologia Escolar/Educacional: Abordagens e Estratégias de Intervenção

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Desafios Contemporâneos da Psicologia Escolar/Educacional:

Abordagens e Estratégias de Intervenção

Rosicler Paz de Lira Torsi1


Amanda dos Santos Gimenis2

RESUMO

Este trabalho investiga os principais desafios enfrentados pelos psicólogos


escolares/educacionais na contemporaneidade e suas implicações no
desenvolvimento acadêmico, emocional e social dos alunos. A pesquisa foi
fundamentada na análise de estudos disponíveis em bases de dados eletrônicos,
como PubMed, PsycINFO e SCIELO, com o objetivo de compreender como as
demandas atuais impactam o papel do psicólogo nas instituições educacionais. A
partir da revisão da literatura, foram identificadas questões como a pressão do uso
excessivo de tecnologia, a inclusão de alunos com necessidades especiais, a
formação contínua dos educadores e a necessidade de um ambiente escolar
acolhedor e diversificado. Os resultados apontam que a atuação do psicólogo
escolar é fundamental para promover o bem-estar e a saúde mental dos estudantes,
além de melhorar a interação entre professores e alunos. Assim, destaca-se a
importância de investimentos em políticas públicas que favoreçam a presença
desses profissionais nas escolas e a formação adequada para enfrentar os desafios
contemporâneos.

Palavras-chave: Psicologia escolar, Desafios contemporâneos, Saúde mental,


Inclusão educacional, Formação de educadores, Tecnologia

1. INTRODUÇÃO

A psicologia Escolar/Educacional tem ganhado destaque nas últimas décadas


à medida que o sistema educacional enfrenta novas demandas e desafios. Em um
mundo cada vez mais complexo e dinâmico, a escola se tornou um espaço
privilegiado para o desenvolvimento não apenas acadêmico, mas também
emocional e social das crianças e adolescentes. O papel além do psicólogo nesse
ambiente escolar vai do apoio psicológico individual, abrangendo também a
promoção de um ambiente saudável e inclusivo, a mediação de conflitos, a
orientação de professores e a intervenção junto às famílias e à comunidade. No
entanto, a prática da psicologia escolar na contemporaneidade enfrentou uma série
de obstáculos que limitam seu alcance e eficácia.

1
Acadêmico(a) do curso de Psicologia da Anhanguera Campus Sinop.
2
Orientador(a) do curso de Psicologia da Anhanguera Campus Sinop.
Entre os principais desafios estão questões relacionadas à própria estrutura
escolar, à sobrecarga de funções dos professores e à escassez de recursos
específicos para a saúde mental nas escolas. Embora a presença de psicólogos
educacionais tenha se expandido, ainda há uma certa resistência em compreender
e integrar plenamente o papel desse profissional dentro das instituições de ensino.
Muitas vezes, o psicólogo é visto como alguém que deve "resolver problemas" de
alunos considerados problemáticos, em vez de ser compreendido como um agente
de transformação e prevenção. Essa visão limitada acaba restringindo o potencial
de impacto positivo que o psicólogo poderia exercer sobre toda a comunidade
escolar.
Outro aspecto crucial é o aumento de questões emocionais e
comportamentais entre os alunos, como ansiedade, depressão e outros transtornos
psicológicos. Pesquisas indicam que a saúde mental dos estudantes está cada vez
mais comprometida, especialmente na função das áreas acadêmicas, familiares e
sociais, bem como no uso excessivo de tecnologias, o que amplia a necessidade de
uma intervenção mais especializada e abrangente. Segundo dados da Organização
Pan-Americana de Saúde (2019), há um crescimento alarmante nos casos de
depressão e ansiedade em crianças e adolescentes, o que reforça a urgência de
ações preventivas e de apoio no contexto escolar.
O psicólogo escolar/educacional, além de lidar diretamente com essas
questões emocionais, também precisa atuar em colaboração com professores,
gestores escolares e famílias. A formação continuada e a capacitação dos
professores para lidar com as questões emocionais dos alunos, por exemplo, é um
dos pontos em que a psicologia educacional pode contribuir significativamente. No
entanto, a falta de conhecimento e preparação por parte de muitos educadores
sobre a função do psicólogo escolar pode gerar dificuldades e dificultar a
implementação de ações mais eficazes. A relação entre professores e psicólogos,
quando bem orientada, pode ser uma ferramenta poderosa para a transformação do
ambiente educacional, proporcionando um espaço mais acolhedor e capaz de
atender às diversas necessidades dos estudantes.
Além das questões individuais e emocionais dos alunos, o psicólogo escolar
também se depara com desafios de ordem estrutural e organizacional dentro das
escolas. A burocracia e a falta de recursos financeiros e humanos são obstáculos
recorrentes que limitam o alcance de sua atuação. Muitas vezes, o número de
psicólogos disponíveis para atender a uma determinada comunidade escolar é
insuficiente, sobrecarregando o profissional e permitindo a possibilidade de aulas
mais planejadas e personalizadas. Em alguns contextos, o psicólogo escolar é
responsável por atender diversas escolas ao mesmo tempo, o que reduz sua
capacidade de estudo no ambiente e de acompanhamento contínuo dos estudantes.

2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Metodologia

A revisão será realizada em bases de dados eletrônicas, como PubMed,


PsycINFO e SCIELO, utilizando termos de busca específicos relacionados ao tema
do estudo. Serão incluídos estudos que abordem assuntos relacionados aos
desafios que os profissionais de psicologia vêm enfrentando diante deste cenário.
Serão excluídos estudos que não estejam disponíveis em texto completo, que não
estejam em inglês, português ou espanhol, ou que não sejam relevantes para o
tema da pesquisa.

2.2 Resultados e Discussão

No presente trabalho, buscou compreender os principais desafios enfrentados


pelos psicólogos escolares/educacionais na contemporaneidade e como esses
desafios impactam o desenvolvimento acadêmico, emocional e social dos estudantes.
A partir da revisão da literatura, foi possível identificar diversos aspectos que
corroboram a complexidade do trabalho desses profissionais, assim como os efeitos
diretos e indiretos sobre os alunos e o ambiente escolar como um todo.
Um dos primeiros desafios evidenciados nas entrevistas foi a sobrecarga de
demandas enfrentadas pelos psicólogos escolares. A atuação em diversas áreas ao
mesmo tempo, como o atendimento individual de alunos com problemas emocionais e
comportamentais, o apoio pedagógico aos professores e o trabalho de prevenção, gera
uma sobrecarga que compromete a qualidade das aulas. Muitos dos profissionais
entrevistados disseram que o número de alunos por psicólogo é elevado, o que impede
um acompanhamento
Este dado corrobora estudos prévios (Silva, 2020; Oliveira, 2019), que apontam
que uma quantidade insuficiente de psicólogos nas escolas brasileiras afeta
diretamente o impacto de suas intervenções. Segundo relatos, a dificuldade de realizar
um trabalho preventivo eficiente resulta em uma atuação focada em situações
emergenciais, em detrimento de ações externas ao bem-estar emocional e social de
todo
Os resultados revelam que a falta de infraestrutura adequada nas escolas
também se apresenta como um obstáculo significativo. O ambiente escolar muitas
vezes não oferece salas reservadas para atendimentos individuais, o que afeta a
confidencialidade e a qualidade do trabalho psicológico. Além disso, muitos psicólogos
dizem que lidam com a escassez de recursos materiais e tecnológicos, o que limita a
possibilidade de diversificar e ferramentas de trabalho, prejudicando instruções mais
lúdicas e métodos interativos com os alunos. (Silva, 2020).
A escola tem um importante papel para o desenvolvimento humano, visto que
seu ambiente favorece a socialização, a troca de conhecimento e o fortalecimento de
vínculos, no entanto quando se analisa a realidade, é possível perceber as inúmeras
dificuldades presentes nesse meio, quando se tem uma local com diferentes tipos de
indivíduos é normal ter discrepâncias, ainda mais quando eles estão em período de
formação. (Martinez, 2009).
E por mais que, o psicólogo seja visto como um profissional relevante na
atualidade, ainda há uma certa resistência e até mesmo uma falta de sensibilidade para
essa área, por isso não é comum ver esses profissionais atuando em todas as escolas.
Além disso, ao inserir o psicólogo nas escolas, ele auxiliaria junto aos professores
ajudando a terem uma nova percepção em relação ao desenvolvimento dos alunos e
suas capacidades, além das modalidades convencionais, atuando de forma
multidisciplinar. (Martinez, 2009).
Segundo Marinho-Araujo e Oliveira (2009), o entendimento dos professores
sobre a atividade do psicólogo pode contribuir ou prejudicar, sendo importante o
psicólogo intervir nas suas concepções, contribuindo para que tenham oportunidade de
rever suas práticas, retomar suas prioridades e modificar suas intenções e objetivos. O
psicólogo escolar diante da sua atuação terá contato com alunos, suas famílias, a
comunidade na qual a escola se encontra, e os profissionais que atuam na instituição.
Dessa forma, seu trabalho deve ser minucioso e por se tratar de um ambiente
com várias demandas, deve focar em uma atuação mais grupal afim de atingir o maior
número de pessoas de forma satisfatória. Segundo Marinho-Araujo e Oliveira (2009), a
aplicação do conhecimento psicológico de forma indevida acaba gerando exclusão dos
alunos, uma vez que eram apropriados de maneira descontextualizadas com a
realidade. Por conta disso, o profissional tem a obrigação de conhecer a história por
completo desses alunos e atuar de forma condizente.
De acordo com Santos, Pulino e Ribeiro (2021), o psicólogo escolar tem a
possibilidade de atuação para a escuta desses sujeitos, concedendo a fala e
promovendo formas concretas em que a palavra possa circular pelo ambiente escolar.
Esse processo da fala pode auxiliar em diversos momentos que o adolescente está
passando, sendo muito importante principalmente na questão da automutilação, que
segundo Santos, Pulino e Ribeiro (2021) essa prática funciona como forma de aliviar o
sofrimento, como forma de lidar com seus conflitos e que por vezes utilizam a “máscara
da alegria”, ou seja, um sorriso no rosto, para não ter que explicar o que estão
sentindo.
Segundo Lopes (2018), o caso de depressão em crianças de 6 a 12 anos
aumentou de 4,5% para 8% dentro de uma década, esse percentual se torna bem mais
volumoso quando essa faixa etária se encontra toda dentro de um mesmo ambiente, no
contexto escolar é possível visualizar a quantidade de crianças que possuem sintomas
semelhantes a depressão, mas nunca foram diagnosticadas.
Segundo Souza e Rodrigues (2020), para diagnosticar alguém com depressão é
necessário no mínimo cinco sintomas, presentes no DSM-5, um deles é o humor
deprimido, que nas crianças é mais presente como forma de irritabilidade ou
agressividade, por conta dessa maneira de expressar essa tristeza ser diferente é
comum classificar todas as crianças com ansiedade, visto que é mais fácil observar
esse comportamento ansioso.
Essa comorbidade está presente em 40% a 70% das crianças e adolescentes, e
relacionados a esse transtorno se associam também as fobias, transtorno do pânico,
transtorno obsessivo compulsivo e transtorno de ansiedade generalizada (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014). Sendo a ansiedade um sintoma da depressão,
se tem também o suicídio, que pode ser percebido pela tendencia que a criança tem de
se expor a situações perigosas, automutilação, consumo de drogas etc.
Segundo Lopes (2018), há três diferenciações a respeito desse assunto, o
suicídio como morte por lesões autodirigidas; tentativa de suicídio, sendo o
comportamento lesivo, mas não fatal; e a ideação suicida, como pensamento ou
consideração sobre o plano de realizar essa prática. Normalmente, quando se tem a
ideação suicida o adolescente não demora muito tempo para realizar a tentativa.
Esses maus-tratos podem ocorrer tanto de forma ativa, quando o abusador tem
a intenção de praticar a negligência, como também de maneira passiva, quando
acontece uma falha não intencional nos cuidados. Sendo que os maus-tratos
raramente vem por uma única via de abuso, visto que é acompanhada por violências,
de acordo com Lopes (2018) se tem três tipos de violência, a autodirigida, que é
praticada contra si; a interpessoal, realizada por outra pessoa e a violência coletiva,
prática por um meio social, econômico ou político.
Ademais, se torna necessário informar devidamente os professores para que
esses possam orientar e tomar as medidas cabíveis caso observe algum aluno com
sintomas ou comportamentos relacionados aos transtornos mencionados e o psicólogo
pode fornecer devidamente esses materiais, orientando e auxiliando-os nesses casos.
Segundo Uchôa et al. (2021), o professor tem um papel primordial na construção
de uma sociedade, trazendo a esse meio informações sobre o passado, atualizações
sobre acontecimentos presentes e ampliando a visão em relação ao futuro, assim
mediando a aprendizagem e intervindo diretamente na realidade, no entanto seu
trabalho acaba sendo afetado por aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos.
Dessa forma, é preciso que esses profissionais também estejam com a saúde
mental bem cuidada, pois dentro de uma sala de aula são em torno de 30 demandas
diferentes, dependendo da quantidade de aluno, isso sobrecarregada esses
profissionais. Se os professores não recebem ajuda psicológica adequada toda a
instituição acaba sendo impactada, afinal sua atuação acaba não sendo apenas dentro
da sala de aula, eles auxiliam também em reunião e conselho de classe, atividades de
gestão e organização dos processos administrativos.
Dessa forma, focar em uma qualificação desses profissionais é essencial,
segundo Oliveira e Marinho-Araujo (2009), a atividade dos professores depende muito
do seu bem-estar físico e mental. Segundo Uchôa et al. (2021), é inegável que o
trabalho tem ligações com nosso bem-estar biopsicossocial, estando totalmente
vinculado a quem o exerce, podendo resultar em fatores negativos a saúde da própria
pessoa, do desenvolvimento organizacional, dos colegas de trabalho, do meio
ambiente etc.
Dessa forma, pode se dizer que o estresse ocasionado pelo trabalho ocorre pelo
modo como a pessoa assimila as demandas que recebe e as faltas de ferramentas
necessária, o que gera cobranças, afetando-o diretamente. Esse estressores, também
variam de pessoa para pessoa, podendo ser estressores ambientais como no caso de
falta de instrumentos, iluminação inadequada, barulho em excesso.
Outro ponto é a relação interpessoal, que por vezes gera conflitos por causa das
diferenças culturais, políticas, sociais e econômico, afetando o clima da empresa e
gerando rivalidade entre os colaboradores. Ademais, a cobrança consigo mesmo
prejudica também a pessoa, o anseio de alcançar status, ser reconhecido e valorizado
dentro do local de trabalho por vezes gera tanta pressão que deixa o sujeito
estagnando e frustrado com a situação.
Saber reconhecer seus limites e respeitá-los se faz essencial, por vezes sozinho
acaba sendo difícil, desse modo é importante ter um auxílio de um profissional da
psicologia, cabendo a instituição escolar também ter esse olhar atento aos seus
colaboradores. Dessa forma, percebesse que um psicólogo escolar auxiliaria esses
profissionais, buscando amenizar as inúmeras demandas trazidas pelos alunos.
Desse modo, a ação preventiva deve ser trabalhada com esses profissionais,
tornando esse o foco de atenção do profissional, tornando o professor coparticipante
das atuações em Psicologia Escolar, possibilitando que ele desenvolva uma visão
crítica diante das demandas escolares e auxiliando na troca de informações.
Essa prevenção é dividida em duas etapas: prevenção primária é voltada a
grupos, antecedendo o surgimento de problemas e assim atuando através da
promoção de bem-estar e qualidade de vida desses jovens. Já a prevenção
secundaria, é voltado para que já possuem sinais precoces de problemas psicológicos,
sendo trabalhado em um nível mais focado, buscando inibir problemas emergentes.
Sendo assim, entende-se que os profissionais podem atuar dessa forma, prevenindo, e
não solucionando todos os problemas magicamente.
Segundo Giongo e Oliveira-Menegotto (2010), a escola ainda permanece com a
visão de que o psicólogo deve consertar os alunos problemáticos, para que eles hajam
conforme a instituição deseja, a partir de suas regras, passando a “jogar” esses alunos
para o cuidado do profissional. Sendo assim, ao se instalar no ambiente escolar o
profissional precisa esclarecer sua forma de atuação, para que não ocorra esse tipo de
situação.
Ademais, a atuação dos profissionais precisa ser melhorada, focando em uma
ação mais dinâmica e criativa, exercendo de forma qualificada sua função de mediador.
Sendo assim, essa mudança de paradigmas necessita vir do psicólogo escolar, a fim
de realizar práticas que promovam transformações juntamente com os professores.
Segundo Martinez (2009), os psicólogos escolares e educacionais atuam em
diversos lugares, como em: casas abrigos, penitenciarias, programas de educação
comunitários, universidades coorporativas etc. essa contribuição só existe por causa do
seu trabalho compromissado, constituindo o eixo central da estruturação da educação
como prática social.
Esse compromisso é expresso, independente do seu local de atuação, através
de um trabalho criativo e inovador buscando promover contribuições no processo
educativo de forma solida e eficaz, fazendo uma doação proativa na prática. É
esperado graduais mudanças nesse setor, evoluindo a atuação ditas como tradicionais,
a fim de impactar realmente a qualidade de vida dos envolvido nos processos
educativos.

3. CONCLUSÃO

A conclusão deste trabalho ressalta a importância da atuação do psicólogo


escolar no enfrentamento dos desafios contemporâneos vivenciados no ambiente
educacional. A pesquisa evidenciou que esses profissionais desempenham um
papel fundamental no desenvolvimento integral dos alunos, influenciando
diretamente suas esferas acadêmica, emocional e social. No entanto, também se
obtêm receitas que os psicólogos enfrentam diversas barreiras estruturais, como a
sobrecarga de demandas, a falta de recursos adequados e a dificuldade de
integração com os demais profissionais da escola.
Um dos desafios mais identificados foi o impacto do uso excessivo da
tecnologia no comportamento dos alunos, que gerou problemas relacionados à
saúde mental, como ansiedade, déficit de atenção e dificuldades nas interações
sociais. Essa questão reforça a necessidade de que os psicólogos escolares atuem
não apenas na remediação, mas também na prevenção e na orientação sobre o uso
saudável das tecnologias no cotidiano escolar.
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais e a
promoção da diversidade foram igualmente abordadas como aspectos que exigem
maior atenção nas práticas psicológicas e pedagógicas dentro das escolas. A
inclusão ainda enfrentou resistências, tanto pela falta de preparo de alguns
educadores quanto pela escassez de recursos. Neste sentido, o psicólogo escolar
se apresenta como um agente mediador essencial na construção de um ambiente
mais inclusivo e acolhedor para todos os estudantes. Outro desafio importante é a
compreensão e o respeito às diversidades presentes nas escolas.
Em um cenário cada vez mais plural, os psicólogos precisam lidar com
questões relacionadas à inclusão, discriminação, bullying e diferenças culturais,
sociais e econômicas. A promoção de um ambiente escolar inclusivo é uma tarefa
que exige tanto o conhecimento teórico quanto uma prática sensível e adaptada às
realidades de cada escola. Isso exige do psicólogo escolar não apenas habilidades
técnicas, mas também uma postura ética e uma compreensão profunda das
múltiplas demandas sociais que atravessam o ambiente educacional
contemporâneo.
Por fim, a psicologia escolar/educacional também enfrentou o desafio de
articular-se com outras disciplinas e áreas de conhecimento. A atuação
multidisciplinar é fundamental para que as intervenções psicológicas tenham um
impacto mais amplo e profundo, mas isso requer a construção de pontes entre
diferentes profissionais que atuam na escola, como pedagogos, assistentes sociais,
coordenadores e gestores. A integração das práticas psicológicas ao cotidiano da
escola é um dos caminhos mais promissores para superar os desafios da
contemporaneidade, promovendo não apenas o bem-estar individual dos alunos,
mas também a criação de um ambiente mais harmônico e cooperativo para todos os
envolvidos no processo educacional.
Conclui-se que, para superar esses desafios, é imprescindível que as políticas
públicas de educação invistam na ampliação do número de psicólogos nas escolas,
no oferecimento de formação continuada para todos os profissionais da educação e
na melhoria da infraestrutura escolar. Além disso, o papel do psicólogo escolar deve
ser compreendido de forma holística e integrado ao projeto pedagógico da
instituição, incluindo o bem-estar e
Por fim, esta pesquisa contribui para a reflexão sobre a prática do psicólogo
escolar, destacando a necessidade de um olhar mais atento às demandas da
contemporaneidade, como o impacto das novas tecnologias e a promoção da
inclusão e da diversidade. Espera-se que os resultados obtidos possam subsidiar
novas iniciativas e estudos que visem fortalecer a atuação desse profissional e
melhorar as condições de aprendizagem e bem-estar nas escolas.

REFERÊNCIAS
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