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FACULDADE FAVENI

MÔNICA SANTANA DA COSTA

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL NA INTERFACE


ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

MACAPÁ

2022
FACULDADE FAVENI

MÔNICA SANTANA DA COSTA

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL NA INTERFACE


ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à


obtenção do título especialista em PSICOPEDAGOGIA
INSTITUCIONAL E CLÍNICA.

MACAPÁ

2022
A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL NA INTERFACE
ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

RESUMO: Este estudo tem o objetivo de abordar a importância do psicopedagogo


institucional introduzido no ambiente escolar, facilitando na relação família-escola,
com o intuito de colaborar para remediar os importantes obstáculos de
aprendizagem encontradas na avaliação diagnosticas dos professores. Com
princípio na Psicopedagogia que reúne conhecimentos de pedagogia e psicologia,
como se trata de uma ciência que investiga o processo de ensino-aprendizagem
humano – a participação desse profissional é de grande importância para que o
aluno obtenha a construção de conhecimento em sua capacidade. A pesquisa
proporciona uma reflexão sobre o papel psicopedagogo na instituição escolar. O
psicopedagogo institucional pode auxiliar junto às escolas e às famílias esse método
que, por vezes, torna-se totalmente dificultado pelas mais variadas dificuldades de
aprendizagem apresentadas na sala de aula da atualidade originária de diferentes
causas, como diferenças socioeconômicas importantes. Usou-se como metodologia
a pesquisa bibliográfica que pontua que devido às mudanças sociais provocadas
pela modernidade, entende-se que há certa desordem no ambiente familiar, por isso
a escola torna-se uma ferramenta essencial para compensar as dificuldades e dessa
maneira encorajar as bases da sociedade através do envolvimento escola-família-
sociedade. Nesse tripé, poderá efetivar valores para que a sociedade moderna
tenha uma geração de cidadãos invulnerável, avaliadores, razoáveis.
Palavras-chave: relação família-escola; psicopedagogo; aprendizagem;
socioeconômicas.
ABSTRACT
This study aims to address the importance of institutional psychopedagogists
introduced in the school environment, facilitating the family-school relationship, in
order to collaborate to remedy the important learning obstacles encountered in the
diagnostic evaluation of teachers. Based on Psychopedagogy, which brings together
knowledge of pedagogy and psychology, as it is a science that investigates the
human teaching-learning process - the participation of this professional is of great
importance for the student to obtain the construction of knowledge in his capacity.
The research provides a reflection on the psychopedagogist role in the school
institution. The institutional psychopedagogue can help schools and families with this
method that, sometimes, becomes totally hampered by the most varied learning
difficulties presented in the classroom today, originating from different causes, such
as important socio-economic differences. The bibliographic research was used as a
methodology, which points out that due to the social changes caused by modernity, it
is understood that there is a certain disorder in the family environment, so the school
becomes an essential tool to compensate for the difficulties and in this way
encourage the bases society through school-family-society involvement. On this
tripod, it will be able to put into effect values so that modern society has a generation
of invulnerable, appraising, reasonable citizens.
Keywords: family-school relationship; psychopedagogue; learning; socio-economic.
INTRODUÇÃO

De acordo com Soares (2001) nos dias de hoje as instituições de ensino


tratam com inumeráveis adversidades que levam a grandes obstáculos para obter o
seu objetivo essencial, o êxito escolar e o progresso no desempenho dos
educandos.

Dessa maneira, o território pedagógico da sala de aula encontra-se decaída,


perdeu o ambiente apropriado para que os educadores conseguissem orientar,
desenvolver e obter as habilidades e competências fundamentais a uma educação
de boa qualidade. Este cenário se deve, basicamente às modificações de âmbito
sócio econômico, que fazem com que as mediações educacionais sejam tanto de
ordem intraescolar, como, também, de subsídios extraescolares, o que acaba por
criar todo escassez de possibilidades já descritos.

Impelida, a procurar vários subsídios para suprir a falta de seus educandos,


como: melhorias de matérias didáticos pedagógicos e tecnológicos, além da
capacidade da sua equipe, administração educacional sente-se no dever de procurar
subsídios para resolver os problemas de caráter individual e em grupo.

Entre todas as dificuldades encontradas, um ponto que vale destaque são as


dificuldades de aprendizado apontadas pela observação dos professores. Os
professores são protagonistas essenciais destes processos, pois convivem com os
alunos diariamente e podem orientar o método como o processo de desenvolvendo.

Dessa maneira, a temática dessa pesquisa orienta um questionamento sobre


o papel do psicopedagogo, considerando o alcance de sua formação acadêmica,
passando pela dificuldade de sua atuação e contribuições no contexto escola-
família.

Para tanto, este estudo aborda a relevância do psicopedagogo por meio de


três capítulos, a saber: o primeiro capítulo discute sobre “O papel do psicopedagogo
como intercessor do processo de ensino-aprendizagem com perspectiva de
prevenção’’, o segundo capítulo apresenta: “O valor da família junto ao processo de
ensino-aprendizagem saudável”, e o terceiro capítulo visa reconhecer “A importância
do psicopedagogo institucional para mediar a relação entre a família e a escola”.
1. O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO COMO INTERCESSOR DO PROCESSO
DE ENSINO-APRENDIZAGEM COM PERSPECTIVA DE PREVENÇÃO
Segundo Soares (2001), o contato da criança com o psicopedagogo é muito
essencial para seu desenvolvimento, tanto para trabalhar seu ponto de vista
preventivos, como para mediar na sua dificuldade de aprendizado.
O psicopedagogo na escola é muito essencial para investir na especialização
de professores e não apenas para indeferir e medias as divergências que impedem
o progresso no desempenho pedagógico dos alunos. Dessa forma, a sua atuação
pode proporcionar alunos mais qualificados e professores mais dispostos para lidar
com diferentes situações encontradas no seu dia a dia.
Segundo Masini (2013), tanto nas escolas, por meio do trabalho preventivo,
quanto no consultório, por meio do trabalho clínico, o psicopedagogo atua
interferindo como mediador entre o indivíduo e sua traumática, ou seja, a história
que lhe provocou a dificuldade de aprender. Pode-se concluir, que o campo da
atuação psicopedagogia é a aprendizagem, proporcionando uma assistência
preventiva e curativa, pois se dispõe a investigar os problemas de aprendizagem,
além de evita-los, prevenindo que surjam outros. No enfoque preventivo, o papel do
psicopedagogo é perceber possíveis problemas no processo de ensino-
aprendizagem.
De acordo com Beyer (2003):
A psicopedagogia, área de conhecimento interdisciplinar, tem como objeto
de estudo a aprendizagem humana. É papel fundamental de o
psicopedagogo potencializá-la e atender as necessidades individuais, no
decorrer do processo. O trabalho psicopedagógico pode adquirir caráter
preventivo, clínico, terapêutico ou de treinamento, o que amplia sua área
de atuação, seja ela escolar – orientando professores, realizando
diagnósticos, facilitando o processo de aprendizagem, trabalhando as
diversas relações humanas que existem nesse espaço; empresarial –
realizando trabalhos de treinamento de pessoal e melhorando as relações
interpessoais na empresa; clinica – esclarecendo e atenuando problemas;
ou hospitalar – atuando junto com à equipe multidisciplinar no pós-
operatório de cirurgia ou tratamentos que afetem o aprendizagem. É
importante salientar que a Psicopedagogia é uma área que vem para
somar, trabalhando em parceira com os diversos profissionais que atuam
em sua área de abrangência (p. 33).
De acordo com Fermino (2001), nesse contexto é que a Psicopedagogia
vem ajudar na prática educativa com um caráter preventivo e terapêutico, no sentido
de avaliar as dificuldades de aprendizado, ou seja, os problemas que influenciam no
processo de ensino-aprendizagem.
Para Gómes (1998), na frente disso nota-se que cada criança tem sua
maneira de desenvolvimento variados, visto que algumas compreendem com maior
facilidade, enquanto outras aprendem mais devagar. Nesse momento é
imprescindível que o professor observe individualmente cada criança para poder
adaptar os assuntos conforme a necessidade de cada um.
Para Masini (2006):
Quando o professor sente a dificuldade de entender essas diferenças, o
aprendizado do aluno entra em defasagem, fazendo-se necessária a
intervenção de um psicopedagogo, podendo ajudar, tanto o educando
quanto o educador. Nota-se que em alguns casos, as estratégias de ensino
não estão de acordo com a realidade do aluno, visto que a prática do
professor em sala de aula é decisiva no processo de desenvolvimento dos
seus alunos, esse talvez seja o momento propício para que o professor
reveja a metodologia utilizada para ensinar seu aluno (p. 39).
De acordo com Céraris (2017), a variedade metodológica sugere atividades
em que o professor possa perceber os estudantes que realmente estejam com
dificuldade de aprendizado, evitando os rótulos, muitas vezes, colocados
incorretamente. Tais rótulos impedem a criança trazendo-lhe várias consequências,
como a baixa-estima e até mesmo desistência escolar.
Para Fernández (2001), as diferentes estratégias de ensino podem
colaborar para que todos aprendam de forma correta e proveitosa, fazendo com que
haja menos desistência escolar e mais probabilidade de o aluno ficar dentro da sala
de aula.
Assim, ensinar e aprender são processos interligados. Não podemos
pensar em um, sem estar em semelhança ao outro, ensina a autora.
Ainda segundo Fernández (2001. p.29): “entre o ensinante e o aprendente,
abre-se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender”. Ensinantes
são os envolvidos no processo educativo, tais como: pais, os irmãos, os tios, os
avós e demais membros da família, conforme também, os professores e colegas da
escola.
De acordo com Sena, Conceição e Vieira (2004), a prática pedagógica se
dá dentro de uma maneira de redefinição, pois como conhecimento nunca está
completo, pronto, está sempre sendo criado e reedificado, e isso se dá com base
efetiva de reflexão crítica.
Os autores comentados acima escrevem que esse professor crítico-
reflexivo tem um olhar avaliativo de sua própria responsabilidade, isto é, a partir da
base do âmbito educativo verdadeira, nas urgências da realidade dos indivíduos,
nos problemas e dilemas relacionados ao ensino e à aprendizagem.
Para Moll (1996), há tempo que o professor deixou de ser apenas um
veículo dos conhecimentos ou fazedor de perguntas, ao invés disso, agora,
conversa, ouve o aluno, dá a ele a palavra e deve-se a dar lhe dedicação e cuidar
para que ele aprenda a expor suas opiniões.
Segundo Polity (2017), os indícios baseados em pesquisa, lista e resenha,
apontam que um grande número de alunos possui qualidades que exigem cuidado
educacional diferente. Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode ajudar,
ajudando educadores a aproximarem seus conhecimentos teóricos de sua prática,
descrita diretamente ao ensino e aprendizagem.
Com destaque ao trabalho do psicopedagogo na escola, Fernández (1991),
destaca que:
[...] precisam utilizar os conhecimentos e a atitude clínica para situarem-se
em outro lugar, diferente ao que tem no consultório. A experiência de
consultório pode servir-lhes muitíssimo para situarem-se diante de
professores, alunos e de si mesmos como alguém que propicia espaços
de autoria de pensamento. [...] o psicopedagogo é alguém que convoca
todos a refletirem sobre sua atividade, a reconhecerem-se como autores, a
desfrutarem o que têm para dar. Alguém que ajuda o sujeito a descobrir
que ele pensa, embora permaneça muito sepultado, no fundo de cada
aluno e de cada professor. Alguém que permita ao professor ou à
professora recordar-se de quando era menino ou menina. Alguém que
permita que a cada habitante da escola sentir a alegria de aprender para
além das exigências de currículos e notas. (p. 131).
Ferreira (2001), fala que a perspectiva individual muito influencia nesse
processo de construção/reconstrução, originando novas noções em função dos
aspectos próprios do indivíduo, como também do contexto, da cultura, da família e
da escola em que está inserido.
Conforme Souza (2000), parte integrante do trabalho do professor é
analisar sua turma, contudo, sem perder a essência no individual. Em sua atuação
pedagógica o profissional docente aumenta sua visão avaliatória e processual do
seu alunado, cuidando de turmas superlotadas. No entanto, o seu olhar clínico se
volta para o sujeito, resgatando as qualidades de cada educando, diagnosticando
suas capacidades e principais obstáculos.
Porto (2009), afirma que o processo de aprendizagem pode ser positivo,
prazeroso e eficiente, mas, por outro lado, o oposto pode acontecer, e o aprender
torna-se um problema e um desagrado.
Para a autora, essa relação, à luz da psicopedagogia, entre os familiares e
a escola, pode proporcionar um resgate de autoestima que poderá intervir
positivamente na atuação desses alunos com mais problema durante o processo
de ensino e aprendizado.
A relação família-escola, simultaneamente com a relação Psicopedagogia e
Educação se suplementam para suprir os atrasos dos alunos em fase de
escolarização. Sabendo-se que o ser humano se institui precisamente por meio da
construção do conhecimento, a função da Educação e da Psicopedagogia é a de
planejar caminhos entre os opostos: o potencial de um lado e as diversas
dificuldades de aprendizado que se sucedem no ambiente do sujeito, do grupo, da
instituição ou da comunidade. (MARTINS; 2017).
As mudanças sociais causam impacto que desembocam diretamente nas
instituições de ensino, muitas vezes a escola é a única extremidade de reflexão
sobre as importantes mudanças sociais. Este aspecto se firmou com o passar do
tempo, sendo influenciado também pelas novas tecnologias e ensinos que
começaram no cotidiano escolar. (TIBA; 2008).
Contribuindo por décadas como psicanalista de adolescentes declara Tiba
que a modificação de normas torna conceitos antiquado e esgotados, fazendo
perder espaço paradigmas procedentes e criativos – o que não decresceu
consideravelmente o compartimento e isolamento da escola com vinculo à
realidade de cada educando. Muitas vezes desanimados e atemorizado pela
repreensão, num local em que as necessidades individuais de aprendizado não são
atendidas.
Diante desta realidade, cabe uma reflexão sobre a participação do
psicopedagogo na equipe de apoio pedagógico com o objetivo de notar
imprevisíveis conflitos no processo de aprendizagem, participando da dinâmica da
comunidade educativa, proporcionando a incorporação, motivando orientações
metodológicas de acordo com os aspectos e singularidades dos indivíduos do
grupo e elaborando processos de orientação (FINI; 1996).
Para Fernández (2001), este profissional tornou-se essencial para o bom
andamento das ações de apoio junto aos professores, começando pelos casos
mais críticos de obstáculos, os casos característicos de contratempos que, se não
houver a participação desse profissional, podem passar imperceptíveis ao longo
dos anos, dificultando totalmente o processo de aprendizagem.
Para Césaris (2004), a precaução diminui em muito os problemas de
mediação nos casos de dificuldades de aprendizado. Associar o trabalho
pedagógico do professor com o profissional da psicopedagogia auxilia em todos
ambientes, vistos que, a sondagem dos problemas fecha um diagnóstico preciso,
esclarecendo o trabalho pedagógico e a interação com os familiares.
Evitar as eventualidades dessas dificuldades é sempre o melhor caminho,
uma vez que, em geral, que os obstáculos do avanço pedagógico são importantes
provenientes de um trabalho difícil, desprevenido de subsídio psicopedagógico,
visto que a sua interferência nas etapas iniciais do processo de ensino-
aprendizagem pode prometer um ensinamento efetivo.
Césaris (2004), declara:
O trabalho do psicopedagogo privilegia a observação do indivíduo como um
todo, analisando a coordenação motora ampla; o aspecto sensoriomotor, a
dominância lateral, o desenvolvimento rítmico, o desenvolvimento motor
fino, a criatividade, a evolução do trabalho e do desenho, a percepção
espacial e visiomotora, a orientação e relação espaço-temporal, a aquisição
e a articulação dos sons, a aquisição de palavras novas, a elaboração e
organização mental, a atenção e coordenação, bem como expressões,
aquisição de conceitos e, ainda, desenvolvimento do raciocínio lógico-
matemático. Deve também possuir habilidades para diagnosticar e propor
soluções assertivas às causas geradoras de conflitos entre o aluno e o
professor, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e
técnicas que possibilitem a melhor aprendizagem com o melhor
aproveitamento do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando
a produtividade do aluno e do professor (p. 137).
A assistência da psicopedagogia apresenta-se como uma essencial
ferramenta preventiva no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes em
fase de escolarização, assegurando primeiramente o diálogo entre o professor e os
elementos da gestão escolar com o psicopedagogo que, por sua vez, motivará a
participação dos familiares, envolvendo-os no decorrer da aprendizagem.

2. O VALOR DA FAMÍLIA JUNTO AO PROCESSO DE ENSINO-


APRENDIZAGEM SAUDÁVEL
Segundo Patto (1996), desde o princípio o indivíduo inicia a aprendizagem
por meio de um processo que percorrerá por toda a sua existência. A
psicopedagogia é a ciência que estuda o processo da construção do conhecimento,
colocando-se a serviço da família e da instituição de ensino.
O autor instrui que, desde os tempos remotos, a educação esteve envolta
com o aspecto familiar, sofrendo diversidades simples ou complexas.
A autora avança esclarecendo que os transmitam seus ensinamentos para
os filhos com o propósito de que eles sobrevivam melhor ao meio em que estão
introduzidos. Esses ensinamentos descrevem as atividades importantes para a
continuidade do homem no mundo e para a conservação de seus valores morais,
ou seja, o aprendizado também sempre esteve ligado às questões de ordem social
e cultural.
Com o passar dos séculos, o processo educacional foi progredindo e seus
níveis de dificuldade, igualmente; embora, na Antiguidade, apenas uma pequena
parcela da população tivesse ingresso à educação. A maioria das civilizações tinha
uma educação por vezes era gerida por um educador, mas que transferia seus
ensinamentos no ambiente residencial de seus alunos, tornando assim a relação
educacional mais próxima do seio familiar (DALLABONA;2004).
Segundo Dallabona (2004), no mundo educacional atual, quando o
estudante mostra algum tipo de dificuldade de aprendizagem, a decisão mais
correta a ser conquistada tanto por parte da família é o requerimento de uma
avaliação do profissional.
Bossa (2000), destaca que a despeito de a criança ficar em um grande
espaço de tempo nas instituições de ensino, em creches e escolinhas de educação
infantil, como, também, nos cursos de ensino fundamental e médio, a importância
da educação no ambiente familiar é um processo efetivo.
De acordo com Polity (2000):
Uma criança pode desistir da escola porque aceita uma responsabilidade
emocional, encarregando-se do cuidado de algum membro da família. Isso
se produz, em resposta à ausência da mãe e da falta de disponibilidade
emocional do pai que, de maneira inconsciente, ratifica a necessidade que
tem a esposa, que seu filho a cuide (p. 37).

Segundo os autores, a relação família-escola acontece de maneira


extremamente estreito, fazendo-se indispensável o diálogo permanente, seja por
escrito ou aparecendo aos chamados da coordenação pedagógica ou direção
escolar. Faz-se primordial essa união, sem a qual o sucesso do processo de ensino-
aprendizagem jamais será obtido.

Polity (2017, destaca que na maioria dos fatos de dificuldade de


aprendizagem passam imperceptível aos olhos dos pais ou outros membros da
família, uma vez que na conformidade do real modelo familiar, os pais saem cedo
para trabalhar, deixando seus filhos na escola e retornando tarde da noite.

Fernández (2001), atenta para o fato de que os obstáculos são de grande


influência, visto que as causas de impedimento entre o potencial da criança e a sua
execução devem ser observados com cuidado por um profissional especializado em
dificuldades de aprendizado. Associar o papel da família e o papel da escola seria
de grande possibilidade de formação de uma rede, pois ambas são autoras tanto
pelo sucesso como pelo fracasso da aprendizagem do indivíduo.

O coletivo dos autores concentra para a ideia de que a busca de um


profissional fora do espaço escolar exibe outras opções às sugestões e situações
existentes na escola.

Neste ponto de vista, a isenção sem preceitos ou preconceitos na escuta,


interpretação, reflexão e intervenção, desenvolvendo espaços de elaboração é
essencial. Podendo assim a psicopedagogia ser analisada como uma forma de
terapia, tanto para o estudante quanto para a sua família.

Para Martins (2017), é essencial destacar que nessa modalidade clínica, o


psicopedagogo também não executa sozinho, dependendo de sociedades com
profissionais de outras áreas, como: a Psicologia, a Neurologia, a Medicina, além de
outras que se fizerem essenciais.
Martins (2017), acrescenta que é essencial que os profissionais busquem
entender qual é o papel do psicopedagogo na escola, nas instituições, na clínica;
enfim, nas relações que existe com o estudante, com a escola, especialmente com a
família.

3. A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL PARA MEDIAR


A RELAÇÃO ENTRE A FAMÍLIA E A ESCOLA
A escola na sociedade hoje deve centralizar sua atenção, especialmente, à
questão sociocultural, para desse modo poder tornar mais eficiente o processo
educacional. Dessa maneira, a escola deve também respeitar a grande
relevância que a participação familiar tem sobre o aprendizado do aluno.
Segundo Polonia e Dessen (2005):
Quando o foco de debate é o papel dos pais na escolarização dos filhos e
suas implicações para aprendizagem, na escola, há aspectos a serem
ressaltados. A família como impulsionadora da produtividade escolar e o
aproveitamento acadêmico e o distanciamento da família, podendo provocar
o desinteresse escolar e a desvalorização da educação, especialmente nas
classes menos favorecidas (p. 304).
Segundo Tiba (1998), a relação família-escola se torna importante a partir
do momento em que se caracteriza como um processo capaz de melhorar a
relação ensino-aprendizagem, pois torna os docentes mais próximos da
realidade individual de cada aluno.

A formação do estudante se torna mais eficiente quando o aluno relaciona


que os lugares que mais frequenta possuem relações intrínsecas e que seus pais e
professores transfere ensinos e argumentam a esse respeito. Tal propósito torna a
escola um espaço mais familiar e agradável. Contudo, o que observamos nos dias
de hoje, é uma mudança nos paradigmas da educação. As obrigações da família e
da escola têm sido confundidas e assim, responsabilidades que antigamente eram
da família, acabam sendo levadas a escola (TIBA; 1998).

Neste âmbito Bastos (2011), explica que:

O que vemos hoje, por conta da correria atual, é que os pais estão
delegando a outros essa tarefa tão importante que é EDUCAR, sendo esta
tarefa de responsabilidade exclusiva dos pais e não de babás, tias, avós,
sendo estas pessoas muito importantes, como apoio desse processo
educativo quando seguem a mesma linha de educação (p. 1).
Bastos (2011), alerta que não é pelo fato de a criança iniciar o período
escolar, que os deveres educacionais familiares passarão a ser delegadas somente
para os professores.

A integração entre lar e escola torna a convivência dos alunos mais


próximas e intimas, facilitando construir e fortalecer as características que envolvem
as dinâmicas sociais.

Segundo Polonia e Dessen (2005 p. 305): “Os benefícios de uma boa


integração entre e a escola relacionam-se a possíveis transformações evolutivas nos
níveis cognitivos, afetivos, sociais e de personalidade dos alunos”. A educação
completa do estudante deriva exatamente da perfeita integração entre a
comunidade, a escola e pais, pois somente dessa maneira os conteúdos ensinados
farão realmente sentido para os alunos.

Outro campo de grande importância que demanda a atuação do


psicopedagogo é o âmbito familiar, que, constantemente, muitas vezes é um dos
grandes agentes que influenciam nos obstáculos e desinteresses dos alunos em
aprender. Todo esse contexto é observado, diagnosticado e tratado pelo profissional
da área da psicopedagogia, muitas vezes com o auxílio da equipe multidisciplinar
(GENTILE; 2007).

Césaris (2001), afirma:

É neste contexto atual que o Psicopedagogo conquista espaço. Uma


observação minuciosa e uma escuta atenta sem “pré-conceitos”, assinalada
pela imparcialidade, pode detectar a real problemática da instituição escolar.
“Esse é o papel do psicopedagogo nas instituições: olhar em detalhe, numa
relação de proximidade, porém não de cumplicidade, facilitando o processo
de aprendizagem” (p. 29).

neste sentido, nota-se que se faz cada vez mais indispensável à


inclusão do psicopedagogo dentro ambiente escolar, já que seu papel é observar e
distinguir as causas que favorecem, interferem ou dificultam uma boa aprendizagem
em uma instituição.

Soares e Sena (2014), afirmam que:


A mediação psicopedagógica pode ser importante na instituição escolar,
pois este profissional poderá estimular o desenvolvimento das relações
interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de
ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse
processo. [...] Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o
olhar em torno do aluno e das circunstâncias de produção do
conhecimento, ajudando o aluno a superar os obstáculos que se
interpõem a o pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura do
mundo. Portanto, o profissional da Psicopedagogia propõe e auxilia no
desenvolvimento de projetos favoráveis às mudanças educacionais (p.
144).

Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo: detectar possíveis


perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das
relações da comunidade educativa, a fim de favorecer processos de
integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as
características dos indivíduos e grupos; realizar processos de orientação
educacional quanto em grupo (BOSSA 1994, p. 23).

O Psicopedagogo na instituição escolar poderá: ajudar os professores,


auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os
alunos possam entender melhor os conteúdos; ajudar na elaboração do
projeto pedagógico; realizar um diagnóstico institucional para averiguar
possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o
processo ensino-aprendizagem; auxiliar a direção da escola para que os
profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si,
conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de
orientação (RUBNSTEIN, 2010, p. 86).

Segundo Césaris (2003), a autenticidade do psicopedagogo é


determinada pela função que ele exerce em lidar com a aprendizagem, de
proporcionar condições para sua ocorrência, seguindo o processo do aluno para que
este entenda o que é instruído e vença eventuais dificuldades, além de colaborar
para a obtenção de conhecimento do aluno, junto ao professor e a equipe da escola.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa análise versa sobre desempenho do psicopedagogo funcionando


como a interface na esfera escola-família e como a sua participação é essencial
para remediar dificuldades de aprendizagem, muitas vezes tão extremas, que
possam proibir que uma criança, adolescente, jovem ou adulto chegue ao sucesso
no processo de ensino-aprendizagem.

Vinculado aos gestores das instituições de ensino que a ele recorrem,


o psicopedagogo muito pode colaborar, agregando também ao seu trabalho, as
contribuições de uma equipe multidisciplinar, composta por pedagogos, psicólogos,
assistentes sociais, neurologistas e outros, de acordo com as necessidades dos
educandos.

O coletivo dos autores pesquisados certifica o quanto a psicopedagogia


pode aliar a família à escola e vice-versa, em uma parceria essencial em prol do
educando.

A despeito das dificuldades que são característicos a toda família, o


psicopedagogo colabora também para levar harmonia no convívio da família com a
escola. O professor, importante mediador da construção do conhecimento, também
pode contribuir como intermediador entre o psicopedagogo e demais profissionais, a
que fizerem indispensável para que o progresso do desempenho do aluno ocorra.

A pesquisa aborda o desenvolvimento do processo de aprendizagem


no decorrer do tempo, em razão das transformações sociais e os reflexos dessa
mudança no comportamento dos educandos e de suas famílias, como, também, nas
necessidades da escola atual.

Resumidamente, a análise abrange o papel preventivo do


psicopedagogo no processo de ensino-aprendizagem, a influencia vital da família
nesse processo e a mediação psicopedagógica como instrumento fundamental para
criar uma parceria essencial entre a família e a escola a favor do progresso
pedagógico do educando.

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