Monografia Ketyllen Reis Andrade 3
Monografia Ketyllen Reis Andrade 3
Monografia Ketyllen Reis Andrade 3
Belo Horizonte
2012
KÉTYLLEN REIS ANDRADE
Belo Horizonte
2012
RESUMO
The Poxviridae family consists of a complex group of DNA viruses that multiply
in the host cell cytoplasm of both vertebrates and invertebrates. It is divided into
two subfamilies: Entomopoxvirinae, represented by invertebrate infecting
poxviruses, and Chordopoxvirinae, which cause infection in various vertebrate
species. Cordopoxviruses are distributed in ten genera and one genus not yet
designated. The particle size of the poxviruses can reach up to 450 nm and
their genome can be 130 to 375 kbp, encoding approximately 200 genes. In its
genome there is a conserved central region that has genes essential for its
multiplication. The terminal portion has regions with identical inverted terminal
repeats (ITRs). The Orthopoxvirus genus consists of nine species, four of which
are capable of causing human infections (Variola virus, Cowpox virus,
Monkeypox virus, Vaccinia virus). Since the global eradication of smallpox in
1980, Monkeypox virus has raised concerns in researchers and the medical
community due to the fact it causes a rare zoonose which presents clinical
signs and symptoms similar to those of smallpox. This virus is endemic in some
African countries and in 2003 caused an outbreak in the United States. Thus,
the present work aimed to carry out a bibliographical review on this zoonotic
agent, addressing the structural, taxonomic, clinical and epidemiological
aspects of the Monkeypox virus.
LISTA DE FIGURAS
Figura 10: Lesões causadas por Monkeypox virus em humanos durante o surto
de 2003 nos EUA......................................................................................................... 29
Figura 12: Critérios para a utilização da vacina contra varíola para a prevenção
de Monkeypox virus. ................................................................................................... 34
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
A / T – adenina / timina
BPS – vírus da estomatite papular bovina (Bovine papular stomatitis virus)
CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease
Control and Prevention)
CEV – vírus envelopado associado à célula (Cell-associated Enveloped Virus)
ChPV – Chordopoxvirinae
CPXV – Cowpox virus
dsDNA – DNA de fita dupla
d.C. – depois de Cristo
EEV – vírus envelopado extracelular (Extracelular Enveloped Virus)
EUA – Estados Unidos da América
EV – vírus extracelular (Extracelular Virus)
G / C – guanina / citosina
ICTV – Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (International Committee
on Taxonomy of Viruses)
IEV – vírus envelopado intracelular (Intracellular Enveloped Virus)
IMV – vírus maduro intracelular (Intracelular Mature Virus)
ITR’s – Repetições Terminais Invertidas (Inverted Terminal Repeats)
kpb– quilo pares de base
MSF-F – Médicos Sem-Fronteiras da França
MHC – complexo de histocompatibilidade (Major Histocompatibility Complex)
mRNA – RNA mensageiro
mm – milímetros
MPXV – Monkeypox virus
MV – vírus maduro (Mature virus)
NB-2 – nível de biossegurança 2
nm - nanômetros
NPH I – nucleotídeo fosfohidrolase I
OMS – Organização Mundial de Saúde (WHO – World Health Organization)
OPV – Orthopoxvirus
PCR – Reação da Cadeia da Polimerase (Polimerase Chain Reaction)
VIG – vacina de imunoglobulina G
VI
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8
2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ................................................................ 10
3. OBJETIVOS ................................................................................................. 11
3.1 Geral ....................................................................................................... 11
3.2 Específicos ............................................................................................. 11
4. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 12
4.1. Classificação e Nomenclatura da família Poxviridae ............................. 12
4.1.1. Morfologia .................................................................................................. 14
4.1.2. Genoma ..................................................................................................... 15
4.1.3. Ciclo de Multiplicação ................................................................................ 16
4.2. Gênero Orthopoxvirus: Características gerais ....................................... 19
4.3. Infecções humanas por Orthopoxvirus .................................................. 20
4.4. Monkeypox virus .................................................................................... 24
4.4.1. Características do Monkeypox virus........................................................... 24
4.4.2. Aspectos históricos .................................................................................... 25
4.4.3. Infecção humana por Monkeypox virus ...................................................... 26
4.4.4. Epidemiologia do agente............................................................................ 27
4.4.5. Transmissão, Sinais e Sintomas clínicos ................................................... 28
4.4.6. Diagnóstico ................................................................................................ 31
4.4.7. Tratamento e prevenção ............................................................................ 32
4.5. Monkeypox virus X Erradicação da Varíola ........................................... 35
5. METODOLOGIA........................................................................................... 36
6. CONCLUSÃO............................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38
8
1. INTRODUÇÃO
Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios que dependem da célula
hospedeira para sintetizar suas proteínas e produzir sua progênie (IYER,
2001). Dentre as famílias virais mais estudadas, merecem destaque os
poxvírus. Esta família é constituída por um complexo grupo de vírus capazes
de infectar o homem e outras espécies de vertebrados (Chordopoxvirinae) e
invertebrados (Entomopoxvirinae) (DAMON, 2007).
O tamanho da partícula dos poxvírus pode chegar a até 450 nm e seu
genoma pode ter de 130 a 375kpb, codificando aproximadamente 200 genes
(MOSS, 2007; INTERNATIONAL COMMITEE ON TAXONOMY OF VIRUSES
[ICTV], 2012). Estudos genéticos mostraram que a região central do genoma
(aproximadamente 100kpb) possui genes altamente conservados, e as porções
terminais apresentam regiões com repetições invertidas (‘Inverted Terminal
Repeats’ - ITRs), sequências idênticas ricas em A-T e orientadas em direção
oposta no genoma (IYER, 2001; GUBSER et al., 2004; McFADDEN, 2005).
Estes vírus apresentam uma característica bioquímica que difere da maioria
dos vírus de DNA, a replicação de seu genoma acontece no citoplasma da
célula hospedeira tanto de vertebrados quanto de invertebrados, onde os vírus
codificam a maioria das funções essenciais, incluindo a maquinaria enzimática
para a replicação do DNA e o metabolismo do RNA (FARIA, 2009).
Nos vertebrados, os vírus desse grupo causam, essencialmente,
infecções vesículo-pustulares, com diferentes graus de gravidade. Dos oito
gêneros hoje conhecidos dessa família, quatro apresentam representantes
capazes de infectar o homem: Orthopoxvirus, Parapoxvirus, Yatapoxvirus e
Moluscipoxvirus. A maioria dos poxvírus patogênicos para o homem são
zoonóticos (MOSS, 2007).
Os vírus que compõem o gênero Orthopoxvirus (OPV) estão entre os
principais que causam doenças no homem gerando, assim, um grande
interesse em estudos e pesquisas (SIMONETTI, 2009). Entre os OPV
destacam-se, além do vírus da varíola humana (Variola virus - VARV); o
Monkeypox virus (MPXV), endêmico em algumas regiões da África, e foi
introduzido acidentalmente na América do Norte através da importação de
roedores, causando um único surto; o Cowpox virus (CPXV), agente de uma
zoonose que ocorre na Europa e parte da Ásia; e o Vaccinia virus (VACV), que
9
2. JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
3. OBJETIVOS
3.1 Geral
3.2 Específicos
4. REVISÃO DA LITERATURA
Gênero Espécie
Avipoxvirus Canarypox virus
Fowlpox virus*
Juncopox virus
Mynahpox virus
Pigeonpox virus
Psittacinepox virus
Quailpox vírus
Sparrowpox virus
Starlingpox virus
Turkeypox virus
Capripoxvirus Goatpox virus
Lumpy skin disease virus
Sheeppox virus*
Cervidpoxvirus Mule deerpox virus*
Crocodylidpoxvirus Nile crocodilepox virus*
Leporipoxvirus Hare fibroma virus
Myxoma virus*
Rabbit fibroma virus
Squirrel fibroma virus
Molluscipoxvirus Molluscum contagiosum virus*
Orthopoxvirus Camelpox virus
Cowpox virus
Ectromelia virus
Raccoonpox virus
Skunkpox virus
Taterapox virus
Vaccinia virus*
Variola virus
Volepox virus
Parapoxvirus Bovine papular stomatitis virus
Orf virus*
Parapoxvirus of red deer in New
Zealand
Pseudocowpox virus
Suipoxvirus Swinepox virus*
Unassigned Squirrelpox virus*
Yatapoxvirus Tanapox virus
Yaba monkey tumor virus*
* Protótipos dos gêneros.
Fonte: ICTV, 2011.
14
4.1.1. Morfologia
Os membros da família Poxviridae apresentam partículas grandes e
complexas quando comparadas com a maioria dos vírus de animais. Seu
tamanho pode chegar a aproximadamente 450nm (MOSS, 2007).
Estudos realizados com o protótipo VACV, utilizando microscopia
eletrônica, mostram que a partícula viral apresenta uma forma oval, semelhante
a um barril ou tijolo, com dimensões de aproximadamente 360 x 270 x 250 nm
e é constituído por quatro elementos principais: cerne, corpúsculos laterais,
membrana e envelope. O cerne envolve o material genético viral e pode
apresentar uma conformação bicôncava, unilateral côncava ou cilíndrica (Fig.
1). De cada lado do cerne há uma massa oval chamada de corpúsculo lateral
(Fig. 1), cuja composição e função permanecem desconhecidas. O cerne, em
forma de halter, e os corpúsculos laterais são envoltos por outra membrana
lipoprotéica. Uma membrana constituída por uma bicamada lipídica, na qual
está inseridas um grande número de estruturas tubulares ou globulares, com
uma conformação estrutural helicoidal ou difusa, cuja função e composição
química ainda estão pouco definidas (Fig. 1) (FENNER et al.,1988; MOSS,
2007; DAMON, 2007).
A B
Figura 1: Estrutura do Vaccinia virus. (A) micrografia eletrônica mostrando ao centro (seta
azul) o cerne bicôncavo e os dois corpúsculos laterais (setas vermelhas). (B) desenho
esquemático da estrutura da partícula.
Fonte: FENNER et al.,1988; Harrison et al., 2004. Modificado.
15
4.1.2. Genoma
Os poxvírus têm o genoma constituído por uma molécula de DNA dupla-
fita linear (dsDNA), com o tamanho variando de 130kbp (gênero Parapoxvirus)
a 375kbp (gênero Avipoxvirus), e codifica aproximadamente 200 genes (MOSS,
2007; ICTV, 2011).
O genoma dos poxvírus é composto basicamente por uma região central
conservada flanqueada por regiões terminais com alto grau de variação na
composição. A região central possui genes que são essenciais para codificar
proteínas para a síntese de DNA e RNA, enzimas envolvidas com metabolismo
celular, montagem da partícula e proteínas estruturais. A porção terminal
apresenta regiões com repetições invertidas (‘Inverted Terminal Repeats’ –
ITRs), sequências idênticas ricas em A-T e orientadas em direção oposta no
genoma (GUBSER et al, 2004; McFADDEN, 2005). Genes presentes nas ITRs
são mais divergentes entre os diferentes gêneros de cordopoxvírus, espécies
dentro de um mesmo gênero e linhagens da mesma espécie. Muitos destes
genes são não-essenciais para a multiplicação do vírus in vitro, mas codificam
proteínas associadas ao espectro de hospedeiros, à virulência, e a interação
com o sistema imune do hospedeiro (MOSS, 2007; GUBSER et al., 2004).
Algumas das proteínas virais codificadas modulam uma ampla variedade
de respostas antivirais que são desencadeadas pela infecção causada pelo
vírus, e que inclui importantes vias do hospedeiro, tais como da apoptose, a
indução do estado antiviral pelo interferon, cascatas de sinalização induzidas
por estresse, vias de apresentação de antígenos MHC-limitadas e pró-
inflamatórias (McFADDEN, 2005).
Por si só, o DNA dos poxvírus não é infeccioso, porque a RNA
polimerase viral, outras enzimas e fatores transcricionais são necessários para
expressar o genoma no citoplasma (DIVEN, 2001).
As duas fitas do genoma são ligadas nas porções terminais por
sequências de nucleotídeos ricas em A-T, que formam estruturas denominadas
alças terminais, essas regiões são altamente conservadas (Fig. 2) (MOSS,
2007).
16
Moduladores
extracelulares:
- Fatores de crescimento e
Inibidores de citocinas
Adesão / Fusão Glicosaminoglica
nos
Desnudamento Replicação
do DNA
Transcrição
intermediár
Proteínas ia
precoces mRNA
intermediário
Transcrição
precoce Moduladores
intracelulares:
- Inibidores da apoptose Proteínas
- Bloqueadores do estado intermediárias
mRNA antiviral
precoce - Moduladores de
sinalização
Transcrição
tardia
Núcleo
mRNA
tardio
Complexo
de Golgi
Proteínas
tardias
Morfogênes
e
Montage
m
(BUDERUS & ZINTH, 2012). Estudos recentes demonstram que boa parte da
população de vilarejos africanos apresentam anticorpos anti-OPV, e em alguns
relatos de caso um alto índice de letalidade foi observado. Uma marcante e
importante diferença clínica entre o vírus da varíola e o MPXV, é que o MPXV
pode causar nódulos linfáticos na região do pescoço e virilha. Um fato
marcante na história recente do MPXV aconteceu em 2003 nos EUA, quando
este vírus foi transmitido para humanos através de contato direto com roedores
africanos importados de forma inadvertida. Mais de 70 veterinários e
funcionários de pet-shop foram acometidos. Investigações epidemiológicas
demostraram que roedores africanos transmitiram o vírus para cães da
pradaria nos EUA, durante o transporte e estocagem dos animais, e
posteriormente estes cães da pradaria foram responsáveis pela maioria das
transmissões zoonóticas (GIULIO & ECKBURG, 2004).
Figura 6: Criança africana com lesões sistêmicas provocadas por Monkeypox virus.
Fonte: Giulio & Eckburg, 2004.
A B
Figura 7: Lesões causadas por Cowpox virus. A) lesão ulcerada no queixo. B) nódulos
ulcerados no lábio superior e pálpebra inferior esquerda, lesões na pálpebra direita, edema e
eritema do lado direito da face.
Fonte: Kurth et al., 2009; Wolfs et al., 2002.
Figura 8: Lesões causadas pelo Vaccinia virus. A) mão de um ordenhador. B) tetos de uma
vaca.
Fonte: Trindade et al., 2003.
A B
Figura 10: Lesões causadas por Monkeypox virus em humanos durante o surto de 2003
nos EUA. A) lesões no tórax de um homem adulto. B) lesões adjacentes ao sítio primário de
inoculação em uma criança. Fonte: GIULIO & ECKBURG, 2004. Modificado.
30
Hiperplasia linfóide
Sistema linfático
10 Corrente sanguínea
(2º viremia)
11
Lesões mucocutâneas
Doença Clínica
Figura 11: Desenho esquemático da patogênese do Monkeypox virus. Modelo baseado nos dados obtidos de infecção intramuscular em macacos
Cynomolgus por MPXV.
Fonte: Cho & Wenner, 1973. Modificado.
31
4.4.6. Diagnóstico
Todos os casos suspeitos de MPXV em humanos devem ser
imediatamente comunicados ao departamento de saúde local. Embora as
características clínicas possam ser úteis na diferenciação entre infecções por
diferentes poxvírus e outras causas de erupções vesículo-pustulares, a
confirmação laboratorial é necessária para o diagnóstico definitivo. Amostras
adequadas para ensaios de diagnóstico incluem tecido cutâneo e sangue, e
espécimes adicionais podem ser solicitadas pelo departamento de saúde
pública regional (CDC, 2003A).
No mínimo, duas amostras de um mesmo espécime clínico, crostas ou
vesículas, devem ser coletadas em recipientes estéreis separados, utilizando
uma agulha estéril ou bisturi para remover as lesões. A base da vesícula deve
ser vigorosamente esfregada com um algodão estéril, e o material aplicado a
uma lâmina de microscópio limpo e seco ao ar. O material esfregado não deve
ser armazenado em meios de transporte, porque a diluição pode afetar os
resultados de futuros testes. O material deve ser armazenado em gelo seco ou
a -20 ° C durante o transporte para o CDC (ou laboratório de referência
nacional equivalente) para testes de diagnóstico adicional. As amostras que
potencialmente contém o MPXV devem ser manuseadas com as práticas de
Nível de Biossegurança 2 (NB-2) (CDC, 2003A).
Outras amostras clínicas a serem considerados para o diagnóstico
incluem biópsia do tecido da pele e do sangue. Lesões de pele do paciente
retirada por biópsia podem ser processadas para análise histopatológica futura
e microscopia eletrônica. Histopatologicamente, as lesões do MPXV são
indistinguíveis das de varíola, com necrose do estrato basal, da papila dérmica
adjacente, e do estrato espinhoso. Estruturas semelhantes a corpos de
Guarnieri podem ser vistos no citoplasma das células epidérmicas infectadas. A
microscopia eletrônica de lesões mostra abundantes partículas grandes, em
forma de tijolo no citoplasma das células epidérmicas, no entanto, por este
método não é possível diferenciar as espécies de OPV. Embora o isolamento
do vírus no sangue seja possível, especialmente durante o período prodrômico
virêmico, faltam dados sobre o uso de culturas de sangue para isolamento do
MPXV (GIULIO & ECKBURG, 2004).
32
Figura 12: Critérios para a utilização da vacina contra varíola para a prevenção de
Monkeypox virus.
Fonte: Maskalyk, 2003. Modificado
35
5. METODOLOGIA
Neste estudo, foi realizada uma revisão integrativa, que GANONG (1987)
afirma ser parte valiosa do processo de criar e organizar um corpo da literatura,
e que deve ter os mesmos níveis de clareza, rigor e replicação das pesquisas
primárias. Esta escolha viabiliza a caracterização do conhecimento produzido
com relação às infecções causadas por poxvírus, proposto como objetivo
desse estudo.
A população de estudo incluiu os artigos sobre a etiologia das infecções
causadas por poxvírus na literatura nacional e internacional indexada nos
bancos de dados PUBMED (United States National Library of Medicine National
Institutes of Health) e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), utilizando os
descritores: poxvírus, Orthopoxvirus, Monkeypox virus; e material obtido na
Biblioteca do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
6. CONCLUSÃO
Após o levantamento e leitura dos artigos da base de dados, foi
observado que o MPXV é um importante OPV causador de infecções
zoonóticas. Pela sua importância e re-emergência, sua transmissão deve ser
mais detalhadamente estudada, com ênfase para controle e prevenção da
doença deste vírus. A re-introdução de métodos de vacinação não deve ser
descartada, e hoje é uma realidade em alguns grupos de pesquisa que
trabalham com esses vírus, como no CDC em Atlanta (EUA), além de militares
norte-americanos.
Das lições a serem aprendidas com o surto de MPXV nos EUA em 2003,
talvez duas se destaquem. A primeira é que não podemos continuar ignorando
que o vírus tem o potencial de circulação fora das regiões endêmicas. E em
segundo lugar, as políticas governamentais, incluindo aquelas relativas ao
comércio de animais silvestres, devem ser repensadas especificamente em
relação aos métodos de controle de patógenos. A busca por conhecimentos
científicos e o aumento no aporte de investimentos na saúde pública mundial
representam possíveis maneiras de se evitar que novos surtos de MPXV
ocorram em áreas não-endêmicas (GIULIO & ECKBURG, 2004).
38
REFERÊNCIAS
Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Department of Health and
Human Services. Smallpox Vaccine and Monkeypox . 9 de julho de 2003, p.
1-2. Disponível em: <http://www.cdc. > Data de acesso: 05 de julho de 2012. -
A
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39
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