Importância Da Língua Portuguesa

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2. EDUCAÇÃO

3. A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO SUPERIOR

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO


ENSINO SUPERIOR
EDUCAÇÃO

Análise sobre a importância do estudo da Língua Portuguesa no desenvolvimento


das habilidades sociais e cognitivas (orais e escritas) dos indivíduos,
considerando que é por meio dela que a interação e comunicação entre os
integrantes de uma comunidade acontecem.

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio


do canal colaborativo Monografias. O Brasil Escola não se
responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total
responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo
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ÍNDICE

1. RESUMO

2. INTRODUÇÃO

3. A LINGUAGEM

4. LINGUA PORTUGUESA E O ENSINO SUPERIOR

5. POSTURA PROFISSIONAL DO PROFESSOR

6. CONCLUSÃO

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. RESUMO

Este trabalho demonstra a importância do estudo da Língua Portuguesa no


desenvolvimento das habilidades sociais e cognitivas (orais e escritas) dos
indivíduos, considerando que é por meio dela que a interação e comunicação
entre os integrantes de uma comunidade acontecem. É no estudo da Língua
Portuguesa que encontramos a leitura e a gramática que priorize aos discentes o
desenvolvimento das habilidades básicas referentes à mesma, que são a base para
as suas construções futuras, sendo necessário que o professor possua um rico
arcabouço teórico-metodológico em relação ao ensino de tal disciplina, para que
sua prática pedagógica promova o planejamento de atividades nas quais o
alunado possa testar suas hipóteses e estratégias, encorajando-os a interagirem,
partilharem ideias e debaterem suas conclusões. As alusões dadas à disciplina de
Língua Portuguesa, vista como algo difícil e chato, são consequências de uma
formação acadêmica, cujos alunos que emergiram e emergem das licenciaturas,
sai, em sua maioria, bem pouco preparados para exercer a docência, tanto no
enfrentamento dos desafios presentes em sala de aula, quanto nos trabalhados
com conteúdos específicos e as metodologias empregadas em sua prática
pedagógica. E, para desenvolver os conteúdos, o estudo e a reflexão do professor
quanto a função que está exercendo ou irá exercer, sugere-se organizar, uma
formação em serviço com encontros periódicos semanais durante um semestre,
utilizando recursos humanos e materiais, para sensibilizá-lo quanto à importância
do aprofundamento no estudo sobre as concepções de Didática, mesmo após a
formação no curso superior de Letras, e como ela se faz presente no ensino de
Língua Portuguesa no ensino fundamental, levando-se em consideração a postura
profissional do professor e a concepção de aluno que o mesmo vislumbra.

Palavras-chave: Língua portuguesa; ensino superior; professor.

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ABSTRACT

This work demonstrates the importance of studying the Portuguese language in


the development of social and cognitive skills (oral and written) of individuals,
considering that it is through it that the interaction and communication between
the members of a community takes place. It is in the study of the Portuguese
language that we find reading and grammar that prioritize students' development
of basic skills related to it, which are the basis for their future constructions,
being necessary that the teacher has a rich theoretical-methodological framework
in relation to to the teaching of such discipline, so that its pedagogical practice
promotes the planning of activities in which students can test their hypotheses
and strategies, encouraging them to interact, share ideas and debate their
conclusions. The allusions given to the discipline of Portuguese Language, seen
as something difficult and boring, are consequences of an academic formation,
whose students who emerged and emerge from the degrees, leave, for the most
part, very poorly prepared to practice teaching, both in facing the challenges
present in the classroom, as well as in those worked with specific contents and
the methodologies used in their pedagogical practice. And, in order to develop
the contents, the study and the teacher's reflection on the role he is performing or
will perform, it is suggested to organize an in-service training with periodic
weekly meetings during a semester, using human and material resources, to
sensitize the teacher. lo about the importance of deepening the study on the
conceptions of Didactics, even after training in the higher course of Letters, and
how it is present in the teaching of Portuguese Language in elementary school,
taking into account the professional posture of the teacher and the conception of
the student that he envisions.

Keywords: Portuguese language; University education; teacher.


2. INTRODUÇÃO
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Os críticos debatem as motivações ideológicas que impulsionaram o


estabelecimento de metas para o ensino de línguas em vários momentos
históricos. No entanto, questões de natureza essencialmente empírica continuam
a povoar o nosso imaginário de como seria ensinar português hoje.

Dessa forma, observa-se que a língua portuguesa é considerada a base para a


formação de todos os acadêmicos, independentemente de sua especialidade.
Essencialmente, esta disciplina é muito trabalhada, pois desenvolve habilidades
essenciais, como a escrita e leitura, o que contribui para o seu desempenho
profissional.

Também é preciso pensar uma política de ensino de línguas que pressuponha


uma concepção clara do modo de ser do objeto estudado, ou seja, que reconheça
a língua em toda a sua diversidade. Essa heterogeneidade e complexidade da
linguagem estão relacionadas à ideia de o homem como ser social articulado em
uma estrutura social igualmente complexa, ligada a fatores ideológicos, políticos,
econômicos e culturais.

Com base nessas constatações, o presente estudo tem o direito de criar uma base
na formação dos alunos, mostrar as dificuldades dos cientistas em aprender essa
disciplina, mostrar alternativas para verificar seu desempenho e contribuir para a
ampliação das reflexões sobre a política de ensino de línguas nos cursos
superiores e sua implementação na prática escolar.
3. A LINGUAGEM

Compreender as formas de educação também significa entender que tipo de país


é almejado e que tipo de país as elites dominantes forjaram. A priori, a educação
é um aspecto da vida (ANDRADE; TORRES-FILHO, 2018).

A educação continua sendo prioridade no discurso de toda a classe política,


embora na prática haja uma progressiva deterioração de um dos mais importantes
serviços básicos do Estado. Tal abordagem é adequada dada a importância da
escola como local de luta política (ANDRADE; TORRES-FILHO, 2018).

A educação tem um valor essencial na vida humana e não é apenas enfatizada


como um direito de todos, mas também vista como um requisito essencial numa
sociedade tão exigente e em constante mudança como a de hoje. Nesse contexto,
as pessoas devem ter uma boa qualificação profissional, o que exige o
desenvolvimento de habilidades comunicativas com foco na língua portuguesa
(ANDRADE, 2007).

A língua portuguesa, este rico patrimônio do nosso povo, constituído pela


literatura oral tradicional, perpetua-se e renova-se. Reconhecida pela sua
identidade cultural, serve como veículo de manifestações culturais cuja
diversidade e riqueza são indissociáveis dos percursos históricos dos diferentes
povos que falam a língua portuguesa (ANDRADE, 2007).

Quando se trata do problema da periodicidade, exprime-se da seguinte forma: é


possível identificar períodos da história da língua portuguesa desde o século XIV
até aos dias de hoje que lhe permitam explicar satisfatoriamente a sua evolução?
A resposta não é fácil. Alguns estudiosos distinguem dois períodos principais no
desenvolvimento da língua portuguesa: o arcaico, que remonta a Camões (século
XVI), e o moderno, que começa com ele. Outros baseiam sua periodização em
divisões tradicionais da história - Medieval, Renascentista, Moderna - ou em
escolas literárias, ou simplesmente em séculos... É um problema realmente muito
complexo. Vamos nos contentar em isolar vários eixos do desenvolvimento
histórico que permitem classificar, esclarecer e compreender melhor os
fenômenos linguísticos (BRASIL, 2006).
Na tentativa de aprofundar essa questão e tentar estabelecer certa ordem dos
fenômenos listados, consideramos propor uma nova periodização nas fases
históricas da língua portuguesa. Informação que nos dá, de forma muito precisa,
uma ideia do estado da língua em vários dos seus momentos históricos (BRASIL,
2006).

Há vários anos, as diferentes concepções do termo língua/língua têm sido foco de


diversas análises e, assim, tornaram-se objeto de pesquisa. Por exemplo, a
relação entre língua e cultura ainda é objeto de debate controverso, pois alguns
linguistas ora veem a língua como causa e ora como efeito da cultura. Este
embate estimula e promove certa aproximação dos diferentes conceitos de língua
e, sobretudo, das diferentes influências que estes tiveram no ensino da língua
materna na escola (BRASIL, 2006).

O fato de a linguagem afetar o comportamento humano e, portanto, o


desenvolvimento da cultura, pois leva em conta que ela é produto do pensamento
e da ação humana e que a linguagem influencia o produto do pensamento por
meio da educação social. A linguagem não é apenas um dos elementos, mas
também um dos cocriadores da cultura (CARDOSO, 1996).

A linguagem, por outro lado, é um sistema mais complexo que inclui tanto o
verbal quanto o não verbal. A linguagem é uma parte essencial da linguagem e ao
mesmo tempo um produto social da faculdade da linguagem. Um conjunto de
convenções necessárias adotadas pelo corpo social (CARDOSO, 1996).

O processo de ensino/aprendizagem da língua materna, no nosso caso a língua


portuguesa, tem sido um tema muito discutido nas últimas décadas por
educadores que lutam com os seus objetivos, os diferentes comportamentos
possíveis que o professor pode seguir na sala de aula – em diferentes ideias de
linguagem (FREIRE, 1983).

Hoje, no contexto histórico, político-social em que vivemos no início do século


XXI, embora percebamos que cada conceito de linguagem surgiu em um
momento histórico específico para atender às necessidades de cada época, ainda
temos professores, compreendem a linguagem como uma expressão de
pensamento ou como um meio de comunicação (FREIRE, 1983).
A concepção de linguagem como expressão do pensamento é um princípio
carregado pela tradição gramatical grega que permeou o latim, a Idade Média e a
modernidade, só sendo efetivamente quebrado teoricamente no início do século
XX. Este autor defende que a expressão é produzida na mente dos indivíduos. E a
capacidade do homem de organizar a lógica do pensamento dependerá de sua
exteriorização (do pensamento) por meio de uma linguagem articulada e
organizada. A linguagem é assim considerada como a tradução do pensamento
(FREIRE, 1983).

A concepção subjacente à linguística tradicional baseia-se na hipótese de que a


natureza da linguagem é racional porque entende que as pessoas pensam de
acordo com regras universais (FREIRE, 1983).

O primeiro objetivo que pode ser perseguido com as aulas de português é o


desenvolvimento da competência comunicativa dos usuários da língua. Esses
usuários são aqueles que interpretam a linguagem: ouvintes e leitores, e aqueles
que produzem a linguagem: falantes e escritores. A competência comunicativa é
a capacidade de adaptar a linguagem a diferentes situações de comunicação. Tal
competência implica em duas outras: gramatical, também chamada linguística, e
textual (FREIRE, 2003).

Estamos cientes de que se o professor perseguir os dois primeiros objetivos


mencionados, é possível trabalhar a sua integração, mas o professor que visa
apenas o primeiro objetivo pode ficar do lado de ensinar a variante padrão, uma
prática política, equivocada e inaceitável (FREIRE, 2003).

Durante séculos, acreditou-se que ensinar português significava simplesmente


que os alunos tinham que memorizar uma lista de regras gramaticais normativas.
Aulas de gramática e regras de ortografia, por exemplo, eram ensinadas ao aluno
desvinculado da realidade cotidiana do uso da língua. A linguagem era usada
como expressão do pensamento (HYPOLITO et al, 2001).

Para essa concepção, a pronúncia é um ato monológico, pois a expressão é


construída na mente e, portanto, a forma como o texto é construído não depende
em nada do contexto em que está inserido. A linguagem é concebida como um
sistema simples de normas, acabado, fechado, abstrato e sem intervenção social
(HYPOLITO et al, 2001).

No contexto histórico do governo militar no Brasil, o ensino da língua portuguesa


não era mais entendido como expressão de ideias e, então, determinado pela
teoria da comunicação, mas a língua era percebida como instrumento de
comunicação (HOFFMAN, 2002).

A linguagem como processo de interação humana compreende a linguagem como


um processo de interação em um determinado contexto sócio-histórico e
ideológico em que o indivíduo realiza ações por meio da linguagem, age e afeta o
interlocutor. Pois a linguagem é uma atividade constitutiva, uma forma de
compreender os sentidos, as relações e o mundo, uma atividade que se dá por
meio da interação comunicativa mediada pela produção de efeitos de sentido
entre interlocutores (HOFFMAN, 2002).

4. LINGUA PORTUGUESA E O ENSINO SUPERIOR

Pesquisas recentes mostram que alunos ingressantes têm sérias dificuldades em


produzir gêneros tipicamente oriundos da academia, e essas dificuldades são
mais pronunciadas entre alunos de instituições privadas - geralmente de classes
sociais desfavorecidas que, até recentemente, não tinham acesso ao ensino
superior. Desta forma é necessário ter em conta as competências de literacia já
desenvolvidas nas séries anteriores de forma a saber qual é o estado de literacia
dos alunos (HOFFMAN, 2002).

Defende que ver a comunidade acadêmica como monolítica e imutável ajuda a


formar reproduções de discursos legítimos na academia e dificulta avançar na
resolução de problemas graves como formar cidadãos prontos para atuar
efetivamente na sociedade atual (KRAMER, 1994).

O modelo de socialização acadêmica pressupõe que o professor é responsável por


introduzir os alunos na cultura universitária com o objetivo de que eles adquiram
as práticas de escrita valorizadas nas disciplinas e disciplinas universitárias. Esse
modelo parte da noção de que os gêneros do discurso acadêmico são
relativamente homogêneos e que, portanto, uma vez que o aluno tenha aprendido
as convenções que regulam esses gêneros, ele poderá se engajar nas práticas
literárias que permeiam aquela entidade (KRAMER, 1994).

Nesse contexto, surge a figura do profissional da área de letras, que atua nos
primeiros semestres da licenciatura em diversos cursos diferentes de sua área de
conhecimento. Sua presença nesses cursos destaca-se como salvadora da pátria
ao possibilitar aos alunos o uso da língua com variante formal. sua formação
enfraquecida; e o professor de português deve guardar esse conhecimento
(KRAMER, 1989).

É fato que a língua portuguesa tem um nível de complexidade significativo, mas


é importante lembrar que quem dá vida à língua são seus próprios falantes e que,
uma vez adquirida à experiência em língua oral, todos os Indivíduos são capazes
de aprender sua estrutura gramatical (KRAMER, 1989).

5. POSTURA PROFISSIONAL DO PROFESSOR

Também é importante lembrar que não basta que alguns estudiosos realizem
pesquisas, desenvolvam novas teorias de ensino e publiquem seus conhecimentos
quando especialistas em educação – neste caso, professores de português – não
estão dispostos a revisar sua prática em sala de aula (MARQUES, 2000).

Disto podemos concluir que é o empenho e responsabilidade dos nossos


educadores que dá um novo rumo ao ensino da língua materna e atende melhor às
expectativas e necessidades dos educandos. Os professores às vezes são mal
preparados ou treinados em uma escola tradicionalista e despreparados para os
desafios apresentados por projetos e experiências iniciados pelo governo
(MARQUES, 2000).

No ensino superior há turmas completamente heterogêneas e o conhecimento de


que os textos mais exigidos para a graduação são resumos, resenhas, notas e
artigos científicos, cuja leitura para esses textos antecede qualquer outra tarefa,
onde sua compreensão holística é uma ferramenta necessária para que o trabalho
de produção de texto seja bem executado (MURRAY, 1995).
O conhecimento de toda a humanidade está arquivado em forma de linguagem e
que para desvendá-lo é preciso ser um leitor habilidoso. No entanto, essa tarefa
não cabe apenas ao professor de português, pois outras áreas do conhecimento
também trabalham com textos (MURRAY, 1995).

Por isso, professores de outras áreas são igualmente responsáveis pela leitura
proficiente e produção significativa de textos, mas atribuem essa habilidade
apenas ao Profissional de Letras, como se fosse culpa deles que os acadêmicos
não soubessem ler e escrever corretamente na graduação (RAMOS; VALÉRIO,
2019). Conquanto sabe-se que existem outros fatores, os quais influenciam e
interferem na real aprendizagem da língua portuguesa que vai além de
competências didáticas por parte dos docentes.

Com base num modelo de globalização econômica, desencadeado por volta de


1990, a maioria dos países latino-americanos adotou políticas educacionais
baseadas em definições neoliberais e seguindo a orientação do Banco Mundial e
de organizações de promoção do crescimento social. No Brasil, essa prática
culminou no governo de Fernando Henrique Cardoso, com sua política de
abertura e privatização (RAMOS; VALÉRIO, 2019).

Essas instruções foram retomadas por cada país, reorientadas e adaptadas,


criando o discurso pedagógico de cada indivíduo. Vale lembrar que essas
diretrizes incluíam produtividade e que a cada índice alcançado, o investimento
aumentava (RIBEIRO, 1999).

A lei 9.394/96 das Diretrizes e Bases da Educação, que propõe novos princípios
educacionais para a educação básica, traduzidos em níveis de exigência, mostra
essa influência por meio de avaliações nacionais para todos os níveis de ensino.
O SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica, o ENEM - Exame
Nacional do Ensino Médio medem a adequação do sistema de ensino às novas
diretrizes, sempre visando preparar os alunos para o mercado de carreira
(RIBEIRO, 1999).

O Estado brasileiro, historicamente ligado aos interesses do setor privado, propõe


o enxugamento do aparelho estatal e a privatização de bens e serviços, incluindo
a educação (RIBEIRO, 1999).
O ensino da língua portuguesa passou por uma série de mudanças ao longo dos
anos. Alguns são movidos pela própria evolução, onde palavras são
acrescentadas ao léxico e outros são esquecidos e se tornam arcaísmos sob a
influência de gírias, jargões, outras línguas e neologismos. Outras foram
introduzidas por órgãos oficiais e seguiram tendências linguísticas, como a
reforma de 1971 que acabou com uma série de distorções já arraigadas no
vernáculo dos povos (SAVIANI, 2009).

A linguagem falada é inerentemente coloquial e dinâmica, ao contrário da escrita,


que exige atenção e aderência às regras gramaticais (SAVIANI, 2009).

Geralmente as pessoas sofrem muito quando têm que colocar suas ideias no papel
e esse sofrimento vem desde o ensino fundamental, como mostrado
anteriormente, até o ensino médio e irrompe no ensino superior, criando a causa e
o efeito da crise, na qual é localizado. Comunicação escrita: a má qualidade do
ensino de técnicas de produção de texto nas escolas e, posteriormente, a completa
perda de prestígio da linguagem escrita como meio eficiente de comunicação
(SILVA, 2001).

Essa atitude criou um universitário que mal sabe escrever e, pior, que pode passar
quatro, cinco e até seis anos na universidade sem saber formar sintaticamente
uma frase ou não saber pontuar uma frase corretamente para evitar distorções ou
ambiguidades (SILVA, 2001).

A sociedade exige cada vez mais um perfil profissional completo, seja médico,
advogado, jornalista, professor, engenheiro, arquiteto, etc. Escrever significa
comunicar e todos sabem que nas empresas e instituições se comunica muito
mais por escrito do que verbalmente. Muitos processos de seleção de candidatos,
promoção interna, desempate são realizados por meio da produção de textos.
Aquele que melhor aplicar as regras do idioma padrão se destacará e será
escolhido à medida que for repassado ao avaliador para ser mais bem preparado
(WAJSKOP, 1995).

Vale lembrar que coesão é o encadeamento de ideias dentro e fora dos


parágrafos, bem como a capacidade do aluno de organizar o que está pensando.
Coerência é a correta aplicação da gramática normativa no texto, ou seja, a
correta aplicação das regras de acentuação e pontuação, convenções e regras
verbais e nominais, formação de frases, etc (WAJSKOP, 1995).

A LDBEN - Lei de Políticas e Fundações da Educação Nacional e o PNE - Plano


Nacional de Educação, com os vetos dos presidentes sobre o financiamento,
mostram os verdadeiros objetivos da política de privatização do ensino superior:
desestimular a produção acadêmica de qualidade em detrimento das diretrizes de
agências externas de desenvolvimento, incluindo o Banco Mundial
(SIMONETTI, 2007).

Para atuar a nível nacional e internacional, em novembro de 2005, a COLIP -


Comissão para a Definição do Ensino-Aprendizagem e Promoção da Língua
Portuguesa, que integra a Secretaria do Ensino Superior do Ministério da
Educação e é composta por 18 membros, incluindo um representante do
Ministério das Relações Exteriores e um representante do Ministério da Cultura
(SIMONETTI, 2007).

Os principais objetivos da COLIP são realizar ações culturais que promovam a


identidade e representação do Brasil linguístico, apresentar propostas para a
promoção nacional e internacional do Brasil por meio de políticas
governamentais, simultaneamente entre os dois ministérios e estruturar o projeto
e o Instituto Machado de Assis (SILVA, 2001).

Além disso, a COLIP é a Comissão Nacional do Brasil no IILP - Instituto


Internacional da Língua Portuguesa, entidade filiada à CPLP - Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa. O IILP foi lançada em 1999, durante a VI Reunião
Ordinária do Conselho de Ministros dos Países de Língua Portuguesa e tem como
objetivos básicos a promoção, defesa, enriquecimento e divulgação da língua
portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao
conhecimento científico, tecnológico e oficial em países internacionais fóruns
(SILVA, 2001).

Ainda no ensino médio o aluno aprende quais são os períodos compostos de


coordenação e obediência. No entanto, nenhuma menção é feita ao valor
semântico das conjunções ou sua finalidade. Ele conhece as nomenclaturas:
conjunção integral, conjunção aditiva, adversativa etc. E só. As regras de
pontuação e acentuação são ensinadas, bem como as regras de concordância e
regência, o que não significa que o aluno saiba ou se lembre de como aplicá-las
em um texto simples (SILVA, 2001).

O aluno pensa que uma dissertação não está terminada até que o professor a diga.
Ele não percebe que ao responder questionários, seja filosofia ou história, ele está
dando uma palestra e, portanto, precisa aplicar o que aprendeu na série anterior
(MURRAY, 1995).

Portanto, é necessário que os professores, independentemente do nível,


direcionem a aula também para a produção de textos, caso contrário
continuaremos a ter advogados cujos pedidos serão julgados improcedentes por
falta de coesão e coerência, leremos jornais e revistas com absurdos erros
ortográficos, vamos ouvir o orador dizer tempo de eleição livre, vamos aprender
sobre mortes equivocadas ao vender medicamentos porque o escritor não
entendeu a caligrafia do médico, vamos ver como diz um presidente “sífu” em
um discurso. Há uma necessidade urgente de atualizar ou atualizar a expressão
escrita (MURRAY, 1995).

Com o desenvolvimento das empresas, o mercado torna-se cada vez mais


exigente e só aceita pessoas com qualificações diferentes. O que precisamos
agora é de um profissional que saiba planejar, executar e divulgar seu trabalho.
Para isso, o trabalhador de hoje deve saber, além de seu bom trabalho e domínio
da linguagem da forma, correr o risco de ser excluído do mercado ou ter que
aceitar um salário muito abaixo de sua formação (MURRAY, 1995).

6. CONCLUSÃO

O estudo mostra que a língua portuguesa é quase sempre vista como um objeto
de aprendizagem específico de uma disciplina curricular e não como uma
ferramenta básica para a aprendizagem de outras disciplinas. A linguagem é uma
atividade essencialmente social. O condicionamento e a formação da linguagem
pela realidade social e cultural também a torna uma ferramenta política que
representa reflexos essenciais no processo de aprendizagem dos alunos.
Infelizmente, no que se refere ao ensino da língua portuguesa, apesar dos avanços
nas pesquisas linguísticas, ainda hoje é comum o ensino prescritivo focado na
gramática normativa, causando um atraso na aprendizagem dos alunos,
principalmente no que diz respeito ao aprendizado.

Diante das dificuldades encontradas, principalmente no ensino superior, surgiu a


motivação de examinar as causas dessas dificuldades e propor, como alternativa,
um foco no ensino da disciplina Português.

Destaca-se também a questão da produção textual, questão preocupante que afeta


o processo de escrita, onde o acadêmico encontra dificuldades para colocar no
papel o que almeja, expressando a necessidade de estimular sua imaginação.

O comprometimento de professores e acadêmicos é primordial para atingir esses


objetivos, pois é preciso mais do que apenas conhecimento. A formação contínua
é um dos recursos mais eficazes e eficientes para o professor cumprir seu papel, e
a leitura é a melhor forma de o aluno ampliar sua visão de mundo.

No ensino, também no ensino superior, deve-se mostrar que a busca pelo


gramaticalmente correto, o cuidado em lidar com a língua materna e o esforço
para adquirir uma língua aprimorada devem ser foco de professores e
acadêmicos. Desta forma, aumenta-se a qualidade da aprendizagem e do ensino
com vista ao crescimento e refinamento na gestão da língua portuguesa.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, C. S.; TORRES-FILHO, J. G. Escrita de memórias: um exercício


de reflexão sobre a vida. Revista Prática Docente, v. 3, n. 2, p. 445-452, 2018.

ANDRADE, Ludmila Thomé de. Professores Leitores e sua


formação: transformações discursivas de conhecimentos e de saberes. 1ª edição.
Belo Horizonte, Ceale: Autêntica, 2007.

BRASIL, Resolução Conselho Nacional de Educação. CONSELHO PLENO Nº


1, DE 15 DE MAIO DE 2006.
CARDOSO, R. C. T. Jogar para Aprender Língua Estrangeira na
Escola. 1996. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Instituo de
Estudos da Linguagem. UNICAMP: Campinas, 1996.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 6 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1983.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

FUSARI, J. C. Formação contínua de educadores na escola e em outras


situações. 2000.

HYPOLITO, Á. M.; GARCIA, M. M. A.; VIEIRA, J. S. Trabalho


Docente: Formação e Identidades. Seiva Publicações. Pelotas, 2001.

HOFFMAN, Jussara. Avaliar para promover. 2. ed. Porto Alegre: Editora


Mediação, 2002.

KRAMER, Sonia. Currículo de Educação Infantil e a Formação dos


Profissionais de Creche e Pré-escola: questões teóricas e polêmicas. Brasília-
DF. 1994.

KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para a
Educação Infantil. São Paulo: Ática, 1989.

MARQUES, M. O. Formação do profissional de educação. UNIJUI: Juí, 2000.

MURRAY, J. Treinamento é para os cães: os professores ensinam, os


professores aprendem. São Paulo. Loyola, 1995.

RAMOS, A. C. M.; VALÉRIO, C. L. L. Os dilemas da formação de


professores de língua inglesa: as vozes docentes. Revista Prática Docente, v. 4,
n. 1, p. 166-184, 2019.

RIBEIRO, A. Formação Contínua de Professores. Dissertação de mestrado em


educação. – Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco. Recife,
1999.
SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do
problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação v. 14 n. 40
jan./abr. 2009.

SILVA, J. F. Política de formação para professores: aproximações e


distanciamentos políticos e epistemológicos. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco. Recife,
2001.

WAJSKOP, Gisela. O brincar na educação infantil. Caderno de Pesquisa, São


Paulo, n.92, p. 62-69, fev. 1999. Brincar na pré-escola. 3.ed. São Paulo: Cortez,
1995.

SIMONETTI, Amália. O Desafio de Alfabetizar e Letrar. Fortaleza: Editora


IMEPH, 2007.

A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO


SUPERIOR[1]

Anna Rafaela Oliva Ribeiro[2]

[1] Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito


para a aprovação na disciplina de TCC.

[2] Discente do curso Letras – Português e Espanhol.

Publicado por: ANNA RAFAELA OLIVA RIBEIRO

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 2º Centro Cultural
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MIGALHAS DE PESO

A língua portuguesa como


elemento de união dos povos
Sóstenes Marchezine e Thomas Law

Com aproximadamente 280 milhões de falantes, a Língua Portuguesa é a 5.ª


mais popular no mundo, sendo o idioma mais falado no hemisfério sul.
5/5/2021
(IMAGEM: ARTE MIGALHAS)

Durante a XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade


dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 20 de julho de 2009, decidiu-se
que 5 de maio seria o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Uma década depois, durante a 40.ª sessão da Conferência Geral da


Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO), o órgão das Nações Unidas também reconheceu a data
comemorativa.
A CPLP é constituída por nove Estados-Membros: Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste. Além desses países, o Português é falado em antigos
territórios ultramarinos. Isso inclui Goa, um estado da Índia e Macau, que
voltou a pertencer à China em 1999.

Com aproximadamente 280 milhões de falantes, a Língua Portuguesa é a 5.ª


mais popular no mundo, sendo o idioma mais falado no hemisfério sul. Apesar
das diferenças de sotaques entre os países, um acordo ortográfico entrou em
vigor no ano de 2016, numa tentativa de padronização gramatical.

Conforme destacou o embaixador Francisco Duarte Lopes, representante


permanente de Portugal junto à ONU: “A língua portuguesa é uma ponte que
cruza todo o oceano, liga todos os continentes, a sua riqueza provém também
desta diversidade. É muito importante celebrar o Dia Mundial da Língua
Portuguesa como sinal visível do multilinguismo, como testemunho de
diversidade, inclusão e solidariedade”.

Esse elemento aglutinador de solidariedade oferecido pela língua em comum


merece destaque. Afinal, sabidamente, os países de língua portuguesa não
formam um grupo cultural, político e econômico homogêneo, com
características e visões de mundo idênticas. Pelo contrário: trata-se de um
grupo muito diverso, em termos geográficos e comportamentais. Contudo, o
uso do Português possibilita uma integração dos todos os lusófonos, com
desdobramentos em segmentos específicos.

Tome-se, por exemplo, o Fórum Econômico de Macau. No evento mais


recente, em março, o secretário-geral adjunto, Ding Tian, ressaltou que Macau
tem um papel único na interação chinesa com os países de Língua Portuguesa
e gera muitas oportunidades dentro da iniciativa “Cinturão e Rota”. Destacou
ainda que o foco do Fórum a curto prazo é a cooperação para combater a
pandemia e a recuperação econômica pós-pandemia, com desenvolvimento
social.

Outra entidade que merece atenção é a UALP – União dos Advogados de


Língua Portuguesa, entidade criada em 2002 com a designação de
“Associação das Ordens e Associações de Advogados dos Países de Língua
Portuguesa". Atualmente, a UALP representa mais de um milhão de
advogados e advogadas, incluindo profissionais de Macau.
O foco de atuação da UALP recais sobre a cooperação, o exercício da
advocacia e da legislação relevante aplicável aos advogados, além do
compartilhamento de experiências em gestão, realização de eventos e
participação dos seus membros com as respectivas Ordens e Associações.

Considerando-se a importância da linguagem como elemento de união entre


os povos, fica patente que existe uma ponte muitas vezes inexplorada, mas
capaz de unir profissionais de lugares tão distantes geograficamente como
Brasil e Macau. O uso da tecnologia tem encurtado as distâncias,
possibilitando o trabalho em conjunto desses juristas.

Isso posto, neste dia Mundial da Língua Portuguesa, cabe uma reflexão sobre
como a linguagem comum pode oferecer oportunidades ainda não exploradas.
Da costa da América, passando pela África e se estendendo até o extremo
asiático, a Língua deixada como herança das navegações portuguesas pode ser
oferecer um instrumento de união entre povos que têm mais em comum do
que possa parecer.

Sóstenes Marchezine
Secretário-Executivo do Grupo Parlamentar Brasil/ONU, Congresso Nacional. Vice-Presidente da
Coordenação Brasil/China e Secretário da Comissão Especial Brasil/ONU, ambas do Conselho
Federal da OAB.
Thomas Law
Advogado, mestre e doutor em Direito pela PUC/SP. Presidente do Ibrachina; da Coordenação
Brasil/China e da Comissão Especial Brasil/ONU, ambas da OAB Nacional.
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3. HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA: FORMAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE UMA


LÍNGUA NAVEGANTE

HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA: FORMAÇÃO E


IMPLANTAÇÃO DE UMA LÍNGUA NAVEGANTE
PORTUGUÊS

A história da formação da língua portuguesa, sob o ponto de vista social e


cultural.
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal
colaborativo Meu Artigo. Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do
artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor . Para acessar os textos
produzidos pelo site, acesse: https://www.brasilescola.com.

Para o presente estudo, considerar-se-ão os seguintes pontos


relevantes:

O contexto histórico de Roma;


A origem latina do português;
A expansão da língua portuguesa;
A transição do português arcaico para o contemporâneo;
A chegada e a fixação do português no Brasil

A língua constitui um sistema vivo de comunicação que


privilegia a mútua compreensão e entendimento de um
determinado povo. Ao adentrar-se no estudo de uma língua,
estudam-se os fatos do contexto histórico, bem como os
acontecimentos que promoveram, direta ou indiretamente, sua
origem. No que diz respeito à história da língua portuguesa, faz-
se necessária uma busca histórico-geográfica, desde sua origem
até sua implantação no Brasil.

1- Das origens e formação da Língua Portuguesa


A origem da língua portuguesa está ligada ao latim – língua
falada pelo povo romano, que se situava no pequeno estado da
Península Itálica, o Lácio. A transformação do latim em língua
portuguesa se deu por conseqüência de conflitos e
transformações político-histórico-geográficas desse povo. Isso
aconteceu por volta do século III a.C., quando os romanos
ocuparam a Península Ibérica através de conquistas militares e
impuseram aos vencidos seus hábitos, suas instituições, seus
padrões de vida e, principalmente, sua língua, que reflete a
cultura.
Existiam duas modalidades do latim: o latim vulgar e o latim
clássico. O vulgar, de vocabulário reduzido, falado por aqueles
que encaravam a vida fazendo uso de uma linguagem sem
preocupações estilísticas na fala e na escrita, dotado de
variação lingüística notável, uma vez que era uma modalidade
somente falada, sendo, pois, suscetível a freqüentes alterações.
Já o latim clássico caracterizava-se pela erudição da oralidade e
das produções textuais de pessoas ilustres da sociedade e de
escritores, sendo uma linguagem complexa e elitizada. Das duas
modalidades existentes, a que era imposta aos povos vencidos
era a vulgar, pois essa fora a língua predominante dos povos
navegantes que exploravam novas terras para novas
conquistas.

Decorridos alguns séculos, o latim predominou sobre as línguas


e dialetos falados em várias regiões. Dessa maneira, formaram-
se diversas línguas dentro da região de domínio de Roma, ou
seja, do Império Romano, onde se originaram as línguas
românicas, também chamadas de neolatinas, (diz-se românicas
todas as línguas que têm sua origem no latim e que ocupam
parte do território conquistado pelos romanos), das quais nossa
língua portuguesa é oriunda.

O português que se fala hoje no Brasil é resultado de muitas


transformações de acréscimos e/ou supressões de ordens
morfológica, sintática e fonológica.

Essas transformações passaram por três fases distintas: desde o


galego-português (língua que predominou nos séculos VIII ao
XIII), dissociando-se posteriormente do galego e dando, assim,
surgimento ao português arcaico (séculos XIV ao XVI), que, por
conseguinte, tornou-se português clássico (língua de Camões),
perpassando ainda por outros dialetos até chegar ao português
contemporâneo brasileiro.
2- Da implantação da Língua Portuguesa no Brasil
Portugal ficou conhecido pelas grandes navegações que
realizara. No século XV e XVI, através dos movimentos
colonialistas e de propagação do catolicismo, Portugal espalhou
pelo mundo a língua portuguesa. Como, então, chegou a este
solo essa língua navegante?

Ao Brasil, a Língua Portuguesa foi trazida no século XVI através


do “descobrimento”. O português era imposto às línguas nativas
que havia aqui como língua oficial ou modificava-se dando
origem a outros dialetos. Mas houve um longo processo para
que o português se tornasse idioma reconhecido por Portugal e
se fixasse no território brasileiro.

Quando os portugueses desembarcaram na costa brasileira,


estima-se que havia aqui 1.200 povos indígenas, falantes de
aproximadamente mil línguas diferentes. Além dessa
diversidade étnica e lingüística, foram trazidos ainda cerca de 4
milhões de africanos de diversas culturas para trabalhar como
escravos. Essa pluralidade lingüístico-cultural fortaleceu as
bases da construção da identidade do português brasileiro. Isso
se deu em detrimento dos interesses políticos e comerciais de
Portugal, que tomara algumas medidas radicais, entre elas a
proibição do uso das línguas gerais (diz-se da língua falada no
Brasil colonial como língua de contato entre índios, portugueses
e seus descendentes), e a imposição do português como língua
oficial.

O contato entre indígenas, africanos e imigrantes vários que


vieram de algumas regiões da Europa favoreceu o
chamado multilingüísmo. Além da fase bilíngüe pela qual
passara o português, o multilingüísmo contribuiu (e ainda
contribui) para a formação identitária do português brasileiro.
Sabe-se, pois, que o léxico, por exemplo, de uma língua não é
estático, está aberto a novas incorporações: aceita o
apagamento de algumas palavras ou a substituição de outras.
Esse fenômeno ocorreu, e ainda ocorre, com muita freqüência
no nosso idioma português. As línguas indígenas, por exemplo,
contribuíram para o enriquecimento vocabular da botânica
(nomes de plantas), da fauna (nomes de animais), da toponímia
(nomes de lugares) e da onomástica (nomes de pessoas) do
português do Brasil.

Justifica-se ainda o multilingüísmo com a forte influência das


línguas e dialetos africanos que chegaram ao Brasil, tal
influência incrementou, por exemplo, a linguagem religiosa do
candomblé, uma manifestação da cultura africana.

A implantação do português no Brasil é marcada por quatro


momentos distintos, períodos significativos para esse processo
de implantação: O primeiro momento vai da colonização até a
saída dos holandeses do Brasil em 1954; o segundo começa
com a saída dos holandeses e vai até a chegada da família real
portuguesa ao Brasil em 1808; já o terceiro, finda com a
independência do Brasil em 1822. Por fim, o quarto momento se
inicia 1826, com a transformação da língua do colonizador em
língua da nação brasileira.

O português brasileiro sofreu profundas mudanças para chegar


ao português que se fala hoje. Entretanto, ainda está num
processo de construção de sua própria identidade.

_________________________________________________________________

Referências Consultadas

BUENO, Joaquim Silveira. Dicionário da língua portuguesa. São


Paulo: FTD, 2000.
CÂMARA JR., Joaquim Matoso. História e estrutura da língua
portuguesa. 2ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1979.
HAUY, Amini Boainain. História da língua português: séculos XII,
XIII e XIV. São
Paulo: Ática, 1989.
ILARI, Rodolfo. Lingüística românica. 2ed. São Paulo: Ática, 1997.
MAIA, João Domingues. Português. São Paulo: Ática, 2000.
MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia. Para a história do português
brasileiro: primeiros estudos. São Paulo: USP, 2001.
TERSARIOL, Alpheu. Biblioteca da língua portuguesa. 7ª ed. São
Paulo: Lisa, 1968.
VIEGAS, Rui. Da origem, formação e consolidação do português:
breve história externa da língua portuguesa. Disponível em: .

Publicado por: Wasley Santos

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LÍNGUA NAVEGANTE
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA: FORMAÇÃO E
IMPLANTAÇÃO DE UMA LÍNGUA NAVEGANTE
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A história da formação da língua portuguesa, sob o ponto de vista social e


cultural.

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Para o presente estudo, considerar-se-ão os seguintes pontos


relevantes:

O contexto histórico de Roma;


A origem latina do português;
A expansão da língua portuguesa;
A transição do português arcaico para o contemporâneo;
A chegada e a fixação do português no Brasil

A língua constitui um sistema vivo de comunicação que


privilegia a mútua compreensão e entendimento de um
determinado povo. Ao adentrar-se no estudo de uma língua,
estudam-se os fatos do contexto histórico, bem como os
acontecimentos que promoveram, direta ou indiretamente, sua
origem. No que diz respeito à história da língua portuguesa, faz-
se necessária uma busca histórico-geográfica, desde sua origem
até sua implantação no Brasil.

1- Das origens e formação da Língua Portuguesa


A origem da língua portuguesa está ligada ao latim – língua
falada pelo povo romano, que se situava no pequeno estado da
Península Itálica, o Lácio. A transformação do latim em língua
portuguesa se deu por conseqüência de conflitos e
transformações político-histórico-geográficas desse povo. Isso
aconteceu por volta do século III a.C., quando os romanos
ocuparam a Península Ibérica através de conquistas militares e
impuseram aos vencidos seus hábitos, suas instituições, seus
padrões de vida e, principalmente, sua língua, que reflete a
cultura.

Existiam duas modalidades do latim: o latim vulgar e o latim


clássico. O vulgar, de vocabulário reduzido, falado por aqueles
que encaravam a vida fazendo uso de uma linguagem sem
preocupações estilísticas na fala e na escrita, dotado de
variação lingüística notável, uma vez que era uma modalidade
somente falada, sendo, pois, suscetível a freqüentes alterações.
Já o latim clássico caracterizava-se pela erudição da oralidade e
das produções textuais de pessoas ilustres da sociedade e de
escritores, sendo uma linguagem complexa e elitizada. Das duas
modalidades existentes, a que era imposta aos povos vencidos
era a vulgar, pois essa fora a língua predominante dos povos
navegantes que exploravam novas terras para novas
conquistas.

Decorridos alguns séculos, o latim predominou sobre as línguas


e dialetos falados em várias regiões. Dessa maneira, formaram-
se diversas línguas dentro da região de domínio de Roma, ou
seja, do Império Romano, onde se originaram as línguas
românicas, também chamadas de neolatinas, (diz-se românicas
todas as línguas que têm sua origem no latim e que ocupam
parte do território conquistado pelos romanos), das quais nossa
língua portuguesa é oriunda.

O português que se fala hoje no Brasil é resultado de muitas


transformações de acréscimos e/ou supressões de ordens
morfológica, sintática e fonológica.
Essas transformações passaram por três fases distintas: desde o
galego-português (língua que predominou nos séculos VIII ao
XIII), dissociando-se posteriormente do galego e dando, assim,
surgimento ao português arcaico (séculos XIV ao XVI), que, por
conseguinte, tornou-se português clássico (língua de Camões),
perpassando ainda por outros dialetos até chegar ao português
contemporâneo brasileiro.

2- Da implantação da Língua Portuguesa no Brasil


Portugal ficou conhecido pelas grandes navegações que
realizara. No século XV e XVI, através dos movimentos
colonialistas e de propagação do catolicismo, Portugal espalhou
pelo mundo a língua portuguesa. Como, então, chegou a este
solo essa língua navegante?

Ao Brasil, a Língua Portuguesa foi trazida no século XVI através


do “descobrimento”. O português era imposto às línguas nativas
que havia aqui como língua oficial ou modificava-se dando
origem a outros dialetos. Mas houve um longo processo para
que o português se tornasse idioma reconhecido por Portugal e
se fixasse no território brasileiro.

Quando os portugueses desembarcaram na costa brasileira,


estima-se que havia aqui 1.200 povos indígenas, falantes de
aproximadamente mil línguas diferentes. Além dessa
diversidade étnica e lingüística, foram trazidos ainda cerca de 4
milhões de africanos de diversas culturas para trabalhar como
escravos. Essa pluralidade lingüístico-cultural fortaleceu as
bases da construção da identidade do português brasileiro. Isso
se deu em detrimento dos interesses políticos e comerciais de
Portugal, que tomara algumas medidas radicais, entre elas a
proibição do uso das línguas gerais (diz-se da língua falada no
Brasil colonial como língua de contato entre índios, portugueses
e seus descendentes), e a imposição do português como língua
oficial.
O contato entre indígenas, africanos e imigrantes vários que
vieram de algumas regiões da Europa favoreceu o
chamado multilingüísmo. Além da fase bilíngüe pela qual
passara o português, o multilingüísmo contribuiu (e ainda
contribui) para a formação identitária do português brasileiro.

Sabe-se, pois, que o léxico, por exemplo, de uma língua não é


estático, está aberto a novas incorporações: aceita o
apagamento de algumas palavras ou a substituição de outras.
Esse fenômeno ocorreu, e ainda ocorre, com muita freqüência
no nosso idioma português. As línguas indígenas, por exemplo,
contribuíram para o enriquecimento vocabular da botânica
(nomes de plantas), da fauna (nomes de animais), da toponímia
(nomes de lugares) e da onomástica (nomes de pessoas) do
português do Brasil.

Justifica-se ainda o multilingüísmo com a forte influência das


línguas e dialetos africanos que chegaram ao Brasil, tal
influência incrementou, por exemplo, a linguagem religiosa do
candomblé, uma manifestação da cultura africana.

A implantação do português no Brasil é marcada por quatro


momentos distintos, períodos significativos para esse processo
de implantação: O primeiro momento vai da colonização até a
saída dos holandeses do Brasil em 1954; o segundo começa
com a saída dos holandeses e vai até a chegada da família real
portuguesa ao Brasil em 1808; já o terceiro, finda com a
independência do Brasil em 1822. Por fim, o quarto momento se
inicia 1826, com a transformação da língua do colonizador em
língua da nação brasileira.

O português brasileiro sofreu profundas mudanças para chegar


ao português que se fala hoje. Entretanto, ainda está num
processo de construção de sua própria identidade.

_________________________________________________________________
Referências Consultadas

BUENO, Joaquim Silveira. Dicionário da língua portuguesa. São


Paulo: FTD, 2000.
CÂMARA JR., Joaquim Matoso. História e estrutura da língua
portuguesa. 2ed. Rio de Janeiro: Padrão, 1979.
HAUY, Amini Boainain. História da língua português: séculos XII,
XIII e XIV. São
Paulo: Ática, 1989.
ILARI, Rodolfo. Lingüística românica. 2ed. São Paulo: Ática, 1997.
MAIA, João Domingues. Português. São Paulo: Ática, 2000.
MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia. Para a história do português
brasileiro: primeiros estudos. São Paulo: USP, 2001.
TERSARIOL, Alpheu. Biblioteca da língua portuguesa. 7ª ed. São
Paulo: Lisa, 1968.
VIEGAS, Rui. Da origem, formação e consolidação do português:
breve história externa da língua portuguesa. Disponível em: .

Publicado por: Wasley Santos

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