A Sedição de Juazeiro
A Sedição de Juazeiro
A Sedição de Juazeiro
FARIAS, Airton de. A Sedição de Juazeiro. In: FARIAS, Airton de. História do Ceará. 6. ed. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2012. p. 253-
269.
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3P.270p A Sedição de Juazeiro foi um movimento golpista ocorrido no Ceará entre 1913 e 1914 no qual oligarcas e coronéis, em aliança
com o governo federal e Pinheiro Machado, depuseram o salvacionista Franco Rabelo
6P.271p Para assumir o governo, Franco Rabelo tinha que ter voto favorável de 16 dos 30 deputados cearenses, mas só conseguiu de 12,
assumindo mesmo assim o governo. Tal fato seria o pretexto para o fim antecipado de seu governo
2P.272p A base de apoio político de Rabelo era muito frágil. As heterogêneas forças antiacciolynas tinham se unido para depor a oligarquia,
mas caída esta, cada uma tratou de cuidar dos próprios interesses
6P.272p Uma das medidas de Rabelo para enfraquecer a oposição foi a deposição de Pe. Cícero da prefeitura de Juazeiro
7P.272p Embora a administração de Rabelo se isolasse cada vez mais politicamente, a população de Fortaleza apoiava unanimemente o
governo deste, temendo a volta de Accioly ao poder
6P.273p Em 1912, a Assembleia cearense iria votar a cassação do mandato de Rabelo, a população fortalezense se arma e pressiona os
parlamentares, comparecendo apenas três para a sessão
4P.274p Com o pretexto de combater a violência no Cariri (cangaceiros e jagunços), Rabelo leva as salvações para esta região com o intuito
de derrubar as oligarquias locais
6P.275p Em 1913, Floro Bartolomeu, Thomaz Cavalcante e Nogueira Accioly se reuniram no Rio de Janeiro com Pinheiro Machado (o
oligarca dos oligarcas) com o objetivo de derrubar o governo de Franco Rabelo
2P.276p Em 9 de dezembro de 1913, jagunços de Floro com o apoio de Pe. Cícero depuseram o prefeito rabelista de Juazeiro e armaram a
população
2P.276p O plano de Floro (1913) era chamar a sessão extraordinária dos deputados da legislatura 1908-12 para contestar a legitimidade do
governo de Rabelo, sendo o próprio Floro eleito presidente do Ceará. Com isso, o estado passaria a ter dois presidentes e duas
legislaturas, o que obrigaria o governo federal a intervir e exigir a renúncia de Rabelo. Floro Bartolomeu foi eleito presidente na
sua artimanha e mudou a capital cearense de Fortaleza para Juazeiro
3P.277p As tropas de Rabelo subestimaram as tropas de Juazeiro. Os humildes populares não entendiam a razão do confronto - não
percebiam como eram manipulados pelas oligarquias cearenses; sabiam apenas que seu santo Padre Cícero estava ameaçado e que
deveria protegê-lo. O povo lutava, mas aquela era uma disputa exclusiva da classe dominante por seus interesses
4P.278p Em 22 de janeiro de 1914 as tropas rabelistas resolveram fazer mais um ataque direto - o último. A nova investida foi igualmente
um fracasso, e os legalistas acabaram se retirando do campo de batalha, se dirigindo à Barbalha
6P.278p Em 24 de janeiro de 1914, as tropas de Floro Bartolomeu (famintos pelo cerco à Juazeiro) invadem e saqueiam o Crato
3P.279p Tomando a estrada de ferro de Baturité, as tropas de Floro Bartolomeu iam agredindo e saqueando as cidades às margens da
estrada de ferro
7P.279p A população de Fortaleza se armou para combater o exército de Juazeiro. Para pressionar o governo de Rabelo, o governo federal
enviou dois navios de guerra a Fortaleza. No início de Março de 1914, os homens de Juazeiro cercaram a capital, se estabelecendo
em áreas próximas, como Maracanaú, Maranguape e Caucaia. A possibilidade da cidade ser invadida ou bombardeada pelos navios
causou histeria nos fortalezenses. A 9 de março, Hermes da Fonseca decretou estado de sítio no Ceará, sendo os populares
desarmados. Cinco dias depois, foi decretada a intervenção federal no estado, levando Franco Rabelo a renunciar
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