Reciclagem e Degradação de Polimeros

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SLIDE 2: Atualmente, o modelo de crescimento econômico apresenta dois lados de

grande desequilíbrio, o primeiro apresenta grande tecnologia, riqueza e fartura em


níveis nunca alcançados anteriormente, já o segundo a poluição e degradação ambiental
crescendo esporadicamente. Nesse contexto, o excesso de resíduos se tornou de grande
preocupação, o acumulo de rejeitos pode gerar grandes problemas ambientais e afetar
diretamente na vida dos seres vivos, inclusive humanos. Polímeros são grandes
contribuintes para essa preocupação, uma vez que muitos deles não são biodegradáveis
e podem se acumular demorando anos para decomposição.

De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza


Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) em 2017 foram gerados 78,4 milhões de
toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) no país, e esse índice vem crescendo ano
após ano, esse número indica que cada pessoa gerou em média 378kg de resíduos,
volume que ocuparia 1,5 campo de futebol, e o Brasil já é o 4° maior gerador de resíduos
sólidos do mundo. A situação se torna ainda mais preocupante quando em pesquisa
realizada no Panorama dos Resíduos sólidos no Brasil foi revelado que 75% dos
brasileiros não separam resíduos em sua casa, sendo que 66% dizem não saber nada
sobre coleta seletiva, dificultando assim a possibilidade de reciclagem de polímeros.

SLIDE 3: Na composição de RSU, encontram-se materiais orgânicos, materiais recicláveis


e apenas uma pequena minoria de resíduos que não podem ser aproveitados. Dentre as
vantagens da reciclagem encontram-se a melhoria da limpeza nas cidades, diminuição
da poluição do solo, água e ar, menor consumo de matériaprima e como conseqüência
diminuição do desmatamento, assim como a geração de empregos.

SLIDE 4: Dentre os diversos tipos de RSU se encontra os materiais poliméricos, que estão
sendo utilizados cada vez mais pela sociedade devido ao seu baixo custo,
desenvolvimento contínuo e funcionalidade. Uma das propriedades dos polímeros que
mais se destaca é sua alta durabilidade, uma vez que, formados por hidrocarbonetos são
muito resistentes ao ataque químico e biológico, essa propriedade é na maioria das
vezes uma grande vantagem, porém se torna uma desvantagem de grande peso quando
o assunto é descarte e tratamento de resíduos. Na classificação quanto ao
comportamento térmico os polímeros se dividem em termofixos e termoplásticos, sendo
que os polímeros termoplásticos amolecem quando aquecidos e endurecem ao esfriar,
podendo ser moldado diversas vezes. Já no caso dos termofixos, uma vez moldados, nõa
amolecem por possuírem ligações cruzadas que impedem o fluxo das cadeias
poliméricas.

SLIDE 5: Como alternativas para diminuição desse grande volume de resíduos


encontram-se a reciclagem, e para isso é necessário a conscientização do descarte; e a
substituição de polímeros convencionais por polímeros biodegradáveis por conta de sua
viabilidade técnica e econômica com o objetivo de menor impacto ambiental. Existem 4
tipos de reciclagem.
A reciclagem primária ocorre dentro da própria indústria, reutilizando resíduos gerados
durante o processo de produção. Esses resíduos podem ser sobras de matéria-prima,
peças defeituosas ou aparas de produção. .

A reciclagem secundária utiliza resíduos pós-consumo, ou seja, materiais que já foram


utilizados pelos consumidores e descartados (sacos de lixo e papelão são exemplos de
produtos desse processo).

No caso da reciclagem terciário além da alteração física do material, ocorre também a


alteração da estrutura química do material.

E por último temos a reciclagem quaternária, aquela que consiste na recuperação de


energia a partir de resíduos que não podem ser reciclados por outros processos.

SLIDE 6: Os processos de reciclagem também podem ser classificados em reciclagem


mecânica, reciclagem química e reciclagem energética. Aqui pode-se observar o
processo de reciclagem mecânica, primeiramente o material é separado por cor e
densidade, em seguida o material polimérico é prensado seguido da trituração, lavagem,
secagem e extrusão para fundir o material. Esse método geralmente se aplica a
polímeros termoplásticos. A ABNT apresenta normas para simbologia de materiais
recicláveis que normalmente são colocados em alto relevo na parte inferior da
embalagem, as três setas formam um ciclo, onde a primeira representa a indústria, a
segunda se refere ao consumidor e a terceira representa a reciclagem, que da origem a
um novo ciclo para o produto; os números indicam o tipo de material, para que durante
a coleta seja possível separar e produzir materiais reciclados da maneira mais
homogênea possível.

SLIDE 7: A reciclagem química ocorre através de processos de despolimerização por


solvólise (hidrólise, alcoólise, amilose), ou por métodos térmicos (pirólise à baixa e alta
temperaturas, gaseificação, hidrogenação) ou ainda métodos térmicos/catalíticos
(pirólise e a utilização de catalisadores seletivos). A hidrólise conduz à recuperação dos
monômeros de partida através de uma reação com excesso de água à alta temperatura
na presença de um catalisador. Na alcoólise ou especificamente na metanólise, o
material é tratado com excesso de metanol. Em um típico processo de metanólise38 o
PET fundido é misturado com metanol na presença de um catalisador ácido ou básico,
aquecendo-se a mistura entre 160 e 240 o C por 1 h a alta pressão. Esse processo diminui
a chance de impurezas. A glicólise ocorre quando o polímero é tratado com excesso de
glicol, através de uma reação de transesterificação. A pirólise à baixa temperatura é a
degradação térmica na ausência de ar ou deficiência de oxigênio. Neste caso ocorre
principalmente a despolimerização e formação de pequena quantidade de compostos
aromáticos e gases leves, como o metano, obtendo-se líquidos de alta temperatura de
ebulição, como ceras e materiais de partida para produção de poliolefinas. Na pirólise à
alta temperatura ocorre a decomposição térmica na ausência de ar ou deficiência de
oxigênio, obtendo-se óleos e gases que, posteriormente, serão purificados por métodos
petroquímicos padrões. A gaseificação é um processo onde é inserido oxigênio
insuficiente para que ocorra a combustão completa, ocorrendo simultaneamente a
pirólise e a combustão no interior do leito. Na hidrogenação a quebra das cadeias
poliméricas é inicialmente feita termicamente, resultando em radicais livres altamente
reativos, os quais são posteriormente saturados com hidrogênio, obtendo-se
hidrocarbonetos leves como metano, etano, propano e mistura de hidrocarbonetos na
faixa de gasolina e diesel.

SLIDE 8: Se o reuso do resíduo polimérico não é prático ou econômico, é possível fazer


uso de seu conteúdo energético através da incineração. O conteúdo de energia dos
polímeros é alto e muito maior que de outros materiais. O valor calórico de 1 kg de
resíduo polimérico é comparável ao de 1 L de óleo combustível e maior que o do carvão.
(falar sobre fluxograma)

SLIDE 9: O principal polímero reciclado no Brasil são as garrafas PET (poli (tereftalato de
etileno), sua estrutura química é representada na Figura 1. Esse é um polímero que pode
ser obtido com alto peso molecular. A substituição de garrafas de vidro por esse material
trouxe diversas vantagens, algumas delas são: estabilidade dimensional, fácil
conformação, baixo custo, fácil processamento, peso reduzido, alta resistência ao
impacto e pressão, e por fim, é 100% reciclável.

SLIDE 10: Quando o polímero é submetido ao processo de cisalhamento durante o


processamento, ocorre a degradação termomecânica. Outro fator que pode interferir, é
o fato da temperatura de processamento normalmente ser maior que a temperatura de
fusão, e desse modo, as degradações térmicas podem ocorrer pela eliminação dos
grupos terminais lábeis. Nesse tipo de degradação pode ocorrer a quebra de cadeias por
cisalhamento, a formação de radicais livres e a formação de grupos vinílicos.

SLIDE 11: |Também pode ocorrer a degradação termo-oxidativa. Esse tipo de


degradação se deve a presença de calor e oxigênio, resultando na formação de grupos
cromóforos, e desse modo o PET sofre variações de cor, esse tipo de degradação é
indesejado principalmente devido ao dano sofrido por propriedades ópticas,
embalagens de bebidas transparentes, por exemplo, podem se tornar amarelo escuro
ou marrom conforme o tempo de aquecimento.

SLIDE 12: A degradação biológica, também conhecida como degradação biótica, consiste
no polímero e um microorganismo inseridos no mesmo sistema reacional. O
microorganismo identifica a molécula que se encontra no meio e excreta enzimas
específicas que podem tornar possível a interiorização dessa molécula, que funciona
como fonte de carbono agindo no crescimento microorganismo. Esse processo é lento e
pode levar de 5 dias até 120 dias para variação significativa na massa molar da
macromolécula, o tempo se diferencia de acordo com o microorganismo, porém, uma
das vantagens dessa metodologia é que todo o processo pode ser feito em condições
brandas de temperatura e pH.
SLIDE 13: discutir tabela

SLIDE 14: Os plásticos ambientalmente degradáveis (PADs) são definidos como grupo de
materiais poliméricos, naturais ou sintéticos, que sofrem alterações químicas, sob a
influência de fatores ambientais, sendo que essas alterações são provocadas por ação
microbiana que promove a quebra de compostos orgânicos e produz dióxido de carbono
e água. De forma independente da matéria prima, que pode ser renovável ou não,
algumas características são importantes para definir um polímero como PAD, essas
características são: degradação e/ou biodegradação rápida, produtos de degradação
bioassimiláveis (produção de CO2 e água por vias biológicas), fácil processamento, alta
versatilidade, desempenho aceitável, preço aceitável para uso desejado. A degradação
completa de PADs consiste em duas etapas: fragmentação, onde o polímero é quebrado
em partículas pequenas e desaparece visualmente; e mineralização, que é a etapa em
que os fragmentos são ingeridos por microorganismos produzindo dióxido de carbono e
água. A degradação envolve vários fatores ambientais que podem agir de maneira
isolada ou simultaneamente, dessa forma existem diversas classificações de degradação,
dentre elas estão: foto-degradação (por luz), termo-degradação (por temperatura),
biodegradação (por microorganismos), hidrólise (presença de água) e degradação
oxidativa (presença de oxigênio). As principais aplicações de PADs estão relacionadas a
área de embalagens, com o objetivo de minimizar a produção de lixo; e a área médica,
onde são utilizados para liberação controlada de medicamentos, implantes re-
absorvíveis e engenharia de tecidos.

SLIDE 15: os polímeros biodegradáveis (PB), que são degradados por meio da ação
enzimática, esses polímeros podem ser provenientes de fontes naturais renováveis,
como milho, celulose, batata, cana-de-açúcar, podem ser sintetizados e até mesmo
serem derivados de animais ou provenientes de fontes fósseis. O que favorece a
biodegradação é a estrutura química do polímero, em geral, a maioria dos PB
apresentam em sua cadeia ligações hidrolisáveis, como ésteres e uréias, tornando-os
susceptíveis a biodegradação por micro-organismos ou hidrólise enzimática. A Figura 1
representa a estrutura de um polímero biodegradável. Algumas características são
importantes para que os polímeros façam parte dessa classe, primeiramente eles devem
ser estáveis o suficiente para sua finalidade de aplicação, porém, ao serem descartados
devem ser facilmente quebrados. Outra característica em comum entre os PB são as
ramificações de cadeia mínima e costumam conter ligações éster, amida ou éter.

SLIDE 16: Um exemplo de polímero biodegradável é a celulose. Dentre as características


da celulose encontram-se alto grau de cristalinidade, alta massa molar, infusível e
insolúvel mesmo em solventes mais agressivos. Quando exposta ao complexo
enzimático (celulose) na presença de oxigênio, a molécula de celulose é degradada
tendo como produto final glicose, CO2 e água. Caso a biodegradação ocorra na ausência
de oxigênio também são formados como produtos H2, CH4, H2S e NH3.
SLIDE 17: Falar sobre ação sinergética de enzimas celulolíticas. As endoglucanases são
as responsáveis por iniciar o processo de hidrólise agindo randomicamente na porção
amorfa da fibra celulósica, liberando oligossacarídeos. As exoglucanases, que também
são conhecidas como celobiohidrolases (CBH), são as enzimas que atuam na região
cristalina da molécula quebrando as ligaaações β1,4-D-glicosídicas na celulose. Essa
classe de enzimas ainda pode ser dividida em dois tipos: o tipo I hidrolisa terminais
redutores, enquanto o tipo II hidrolisa terminais não redutores. A desvantagem dessas
enzimas é que elas podem sofrer inibição pelo produto da hidrólise. As β-glicosidases
são as últimas enzimas do processo de degradação da celulose, essas são responsáveis
pela quebra de oligossacarídeos solúveis em moléculas de glicose, e também possui
como desvantagem a inibição pelo produto da reação.

SLIDE 18: Outra opção de mecanismo para degradação da celulose é a hidrólise ácida,
que se inicia com a protonação do oxigênio glicosídico, em seguida a ligação C1-O é
quebrada. O carbocátion gerado se estabiliza pela deslocalização do par de elétrons
existente no oxigênio do anel glicosídico, que é adjacente a C1. Em seguida ocorre o
ataque nucleofílico da água no C1 causando a regeneração do ácido e assim se encerra
a etapa de despolimerização, no caso do processo ocorrer no interior da cadeia da
celulose gerando novos terminais, no caso da hidrólise ocorrer diretamente nos
terminais, o produto final será moléculas de glicose(Figura 4). Essa hidrólise é feita em
baixas temperaturas e apresenta bons rendimentos, porém o uso de grandes
quantidades de ácido necessita de uma recuperação eficiente tornando o processo de
grande demanda energética e caro.

SLIDE 19: O amido, assim como a celulose, é um polissacarídeo, ele é encontrado em


raízes de mandioca e batata doce; caule de batatinha, em frutos e sementes. Sua
biodegradabilidade se deve a presença de oxigênio na cadeia principal e no anel. O
amido constitui-se de amilose e amilopectina, a proporção desses dois polissacarídeos
varia de acordo com a fonte de amido e a mesma pode afetar nas propriedades do
polímero. O mecanismo de degradação do amido se dá pela ação das enzimas amilase e
glucosidase. Essas enzimas atacam nas ligações acetais, sendo que as amilases atuam
nas ligações α-1,4 e as glucosidases nas ligações α-1,6. Diferentemente da celulose, o
amido possui comportamento termoplástico, mas para isso é necessário ao menos uma
pequena quantidade de água retida em sua formulação.

SLIDE 19: A quitina é um polímero natural encontrado principalmente no exoesqueleto


de crustáceos. O processo de degradação desse polímero também envolve a ação de
uma enzima, que nesse caso é chamada de quitinase, resultando em moléculas de
Nacetilglicosamina.

A desacetilação da quitina resulta na quitosana, que é solúvel, ao contrário do seu


polímero de origem (Figura 9). Ambas as moléculas são biocompatíveis e apresentam
boas propriedades de absorção de materiais.
SLIDE 20: A desacetilação da quitina resulta na quitosana, que é solúvel, ao contrário do
seu polímero de origem. Ambas as moléculas são biocompatíveis e apresentam boas
propriedades de absorção de materiais. Quitina e quitosana, quando submetidas a altas
temperaturas, sofrem degradação térmica, sendo que a estabilidade térmica da quitina
aumenta com o grau de acetilação, quando a forma acetilada prevalece nota-se efeito
exotérmico em 320°C, enquanto na forma desacetilada apresentam efeito exotérmico
em uma temperatura menor, 280°C.

FINALIZAR COM DISCUSSÃO DE ARTIGOS

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