Apostila 3-Tratamento de Residuos Solidos

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UNIVERSIDADE POTIGUAR

CENTRO DE EXATAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA E TI

TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

JADY MARQUES LIMA

MOSSORÓ
2019
SUMÁRIO

Introdução ......................................................................................................... 3

Classificação dos Grupos de Resíduos Sólidos ........................................... 4

Formas de Tratamento dos Resíduos Sólidos .............................................. 5

Tratamento Mecânico ..................................................................................... 6

Tratamento Bioquímico ................................................................................... 7

Tratamento Térmico ........................................................................................ 8

Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos............................. 9

Referências Bibliográficas ............................................................................ 10


INTRODUÇÃO

Em geral, todos os bens de consumo são resíduos sólidos em potencial.


Tudo aquilo que é produzido pela atividade humana e consumido em
residências, comércios e indústrias, após não ter mais utilidade, pode ser
separado, selecionado e processado, resultando em resíduo sólido.
O tratamento de efluentes consiste no conjunto de métodos e também
de operações que são adotadas para que todos os resíduos sólidos que
existem na nossa região, desde a sua produção até o seu destino final, tenha
um direcionamento correto afim de o impacto negativo tanto na natureza, como
no meio ambiente seja reduzido. Esse processo inclui diversas etapas que
podem ser um tratamento intermediário, a reutilização ou a reciclagem de
materiais, a deposição final que é feita de forma correta e muitos outros.

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CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos fazem parte de uma classificação de três grupos distintos:


resíduos perigosos, resíduos inertes e resíduos não-inertes.

Resíduos perigosos: São todos os resíduos que oferecem risco à população


e ao meio ambiente e necessitam de um descarte especial devido ao seu grau
de inflamabilidade ou corrosão. Exemplos: Latas de tinta, pilhas, baterias,
resíduos hospitalares.

Resíduos inertes: Estes resíduos na maioria dos casos podem ser reciclados,
não se degradam naturalmente e em geral não prejudicam o meio ambiente ao
serem misturados com a água, o ar ou o solo. Exemplos: entulho de demolição,
como pedra, concreto, vidro.

Resídos não-inertes: São aqueles resíduos que não representam perigo para
o meio ambiente, porém influenciam negativamente ao serem descartados no
meio ambiente, como o lixo doméstico. Exemplos: embalagens de plástico,
sucata e resíduos domésticos.

O Brasil enfrenta sérios problemas na coleta e no tratamento de todo o lixo


produzido, ainda mais levando em conta a inserção de novos produtos
tecnológicos no mercado de consumo, como smartphones e tablets. Essa
enorme quantidade de resíduos sólidos podem ter vários destinos, dependendo
dos tipos de tratamento:

Lixão: O descarte de resíduos sólidos em lixões é proibido por lei e apesar


disso é uma das práticas mais utilizadas na maioria das cidades. O lixo lançado
ao ar livre produz uma série de problemas, como doenças, poluição do solo e
da água, concentração de pragas urbanas, desvalorização urbana, etc.

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Aterro sanitário: Os aterros sanitários estão localizados geralmente distantes
das cidades por causa do mal cheiro e da proliferação de doenças em
potencial, mas devido ao crescimento populacional e urbano, na maioria das
vezes estão muito perto de residências nas periferias. Embora existam leis
rígidas de controle ambiental, muitos destes aterros são ilegais e não têm
capacidade para fazer uma primeira separação do lixo.

Incineração: Este é um dos meios mais eficientes para a eliminação do lixo


não reciclável, porém, se feita de forma amadora, pode trazer consequências
desastrosas ao meio ambiente, poluindo o ar com gases altamente tóxicos.

Compostagem: Tratamento que transforma o lixo orgânico em material


composto de qualidade para o uso na agricultura em forma líquida para adubo
e alimento para as plantas.

FORMAS DE TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

De acordo com o Art. 9° da Lei 12.305/2010, o Tratamento de Resíduos


Sólidos tem a quinta prioridade na gestão e gerenciamento de resíduos a ser
aplicada no Brasil. Veja:
“Lei 12.305/2010 Art. 9 Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve
ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução,
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos.
 Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos
resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade
técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de
emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.
 A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos Sólidos dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis com o

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disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes
estabelecidas nesta Lei. “

Podemos separar as formas de tratamento de resíduos em 3 grupos:


Tratamento Mecânico, Tratamento Bioquímico, Tratamento Térmico

TRATAMENTO MECÂNICO

No tratamento mecânico são realizados processos físicos geralmente no intuito


de separar (usinas de triagem) ou alterar (reciclagem) o tamanho físico dos
resíduos. Neste processo não ocorrem reações químicas entre os
componentes como nos muitos casos do tratamento térmico.
Os maiores exemplos de tratamento mecânico de resíduos são encontrados no
setor de reciclagem. Muitas vezes, o processo de reciclagem de produtos são
divididas em várias etapas que agem de maneira interdependente. Em alguns
casos como na reciclagem de resíduos eletrônicos, os processos mecânicos
costumam ser complexos.
De uma forma geral, podemos classificar as formas de tratamento mecânico de
resíduos de acordo com sua finalidade. Vejamos alguns exemplos abaixo:
 Diminuição do tamanho das partículas: Quebra, trituração, moinhos;
 Aumento do tamanho das partículas: aglomeração, briquetagem, peletagem;
 Separação da fração física: Classificação;
 Separação pelo tipo de substância;
 Mistura de substâncias: extrusão, compactação;
 Separação de fases físicas: sedimentação, decantação, filtração, centrifugação,
floculação;
 Mudança de estados físicos: condensação, evaporação, sublimação.
TRATAMENTO BIOQUÍMICO

O tratamento bioquímico ocorre através da ação de grupos de seres vivos, (em


sua maioria micro-organismos como bactérias e fungos mas também

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organismos maiores como lesmas e minhocas), que ao se alimentarem dos
resíduos, quebram suas moléculas grandes transformando-as em uma mistura
de substâncias e moléculas menores. Dependendo de alguns fatores como por
exemplo a temperatura, pressão e acidez dessa mistura de substâncias
(moléculas), as substâncias resultantes desse processo podem reagir entre si
quimicamente, caracterizando assim o processo bioquímico.
Em alguns casos só ocorre o processo biológico, em outros somente o
químico. Isso vai depender da tecnologia e metodologia utilizada.
Os processos de tratamento bioquímico mais conhecidos são:

Biodigestão: Decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos


chamados Biodigestores ou Centrais de Biogás. Como:

 Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos urbanos


 Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos rurais
 Biodigestor para resíduos com alto teor de celulose

Compostagem: Decomposição da matéria orgânica na presença de oxigênio


em Usinas de Compostagem. Como:

 Usina de compostagem de Salerno na Itália


 A Usina de Compostagem de Bremen na Alemanha
Alguns empreendimentos fazem uso das duas tecnologias em uma única
central. Como por exemplo:

Tratamento de Resíduos Sólidos Orgânicos em Ypres na Bélgica – Sistema


integrado de Biodigestor e Usina de compostagem

TRATAMENTO TÉRMICO

No tratamento térmico, os resíduos recebem uma grande quantidade de


energia em forma de calor a uma temperatura mínima que varia de acordo com

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a tecnologia aplicada (Temperatura de reação) durante uma certa quantidade
de tempo (Tempo de reação) tendo como resultado uma mudança nas suas
características como por exemplo a redução de volume, devido a diversos
processos físico-químicos que acontecem durante o processo.
Podemos diferenciar 5 principais processos de tratamento térmicos separados
em função da temperatura de operação e o meio onde ocorre o processo. São
eles:

 Secagem: Retirada de umidade dos resíduos com uso de correntes de ar.


Ocorre na presença do ar atmosférico e temperatura ambiente.

 Pirólise: Decomposição da matéria orgânica a altas temperaturas e na


ausência total ou quase total de oxigênio. As temperaturas do processo podem
variar de 200 a 900°C.

 Gaseificação: Transformação de matéria orgânica em uma mistura


combustível de gases (gás de síntese). Na maioria dos processos não ocorre
uma oxidação total da matéria orgânica em temperaturas variando entre 800 e
1600°C.

 Incineração: Oxidação total da matéria orgânica com auxílio de outros


combustíveis a temperaturas variando entre 850 e 1300°C

 Plasma: Desintegração da matéria para a formação de gases.

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LEI 12.305/2010 – POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O governo brasileiro criou em 2010 a Lei 12.305 denominada de Política


Nacional de Resíduos Sólidos. Para atender todas as exigências dessa lei e
também para seguir as tendências de preservação do meio ambiente que vem
acontecendo ao redor do mundo, nosso governo também adaptou alguns
pontos. Destacamos alguns mais abaixo.

 Formação de especialistas em tratamento de resíduos sólidos no


país inteiro.
 Fazer com que a lei 12.305 seja aplicada em todas as regiões
brasileiras.
 Foram elaborados planos de gestão de resíduos sólidos que fez
com que fosse necessário conhecimentos técnicos em diversas
áreas e sendo assim, somente especialistas dessas poderiam
elaborar planos e ações.
 Melhoria e qualificação de profissionais para estes possam
trabalhar em central de tratamento de resíduos sólidos e também
acompanhem o avanço da política recém aplicada.
 Incentivo para a instalação de um parque industrial responsável
por esse setor no nosso país.

Essas e algumas outras medidas foram tomadas e continuam sendo desde a


implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Existe hoje um espaço
chamado de Portal Resíduos Sólidos que é um projeto bem ambicioso e que
ajuda a concentrar conhecimento e mão de obra qualificada para a melhoria
dessa política.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Integrated Solid Waste Management: Engineering Principles and


Management Issues
Autores: Tchobanoglous, George; Theisen, Hilary; Vigil, Samuel A.
 Plano Estratégico Setorial de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos:
reimpressão de 1999
Ministério do Ambiente, Instituto dos Resíduos
 Tratamentos de Efluentes e Recuperação de Recursos
Autor: Stensel et al
 Análise Ambiental. Gerenciamento de Resíduos e Tratamento de
Efluentes
Autores: Fábio José Ibrahin e Eliane Ramos Cantuária Francini Imene Dias
Ibrahin
 Decreto-Lei n.º 12.305/2010

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