Servidores Na CF Agentes Publicos E1656076360
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ADMINISTRATIVO
Servidores na CF/Agentes Públicos
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO ADMINISTRATIVO
Servidores na CF/Agentes Públicos
Gustavo Scatolino
Sumário
Apresentação..................................................................................................................3
Servidores Públicos na CF/Agentes Públicos. . .................................................................4
1. Classificação dos Agentes Públicos.............................................................................4
2. Tipos de Vínculo – Função, Emprego e Cargo..............................................................5
3. Classificação dos Cargos. ............................................................................................ 7
3.1. Vitalícios................................................................................................................... 7
3.2. Efetivos (Concursados)............................................................................................8
3.3. Comissão............................................................................................................... 10
4. Criação, Transformação e Extinção dos Cargos Públicos. . .......................................... 11
5. Demissão e Exoneração............................................................................................ 12
6. Retribuições Pecuniárias........................................................................................... 13
7. Normas Constitucionais Aplicáveis aos Agentes Públicos.......................................... 16
7.1. Acessibilidade aos Cargos Públicos......................................................................... 16
7.2. Concurso Público. ................................................................................................... 19
7.3. Teto Remuneratório. ...............................................................................................24
7.4. Acumulação de Cargos. ......................................................................................... 28
7.5. Regime Jurídico do Servidor................................................................................... 31
7.6. Direitos Sociais Extensíveis aos Servidores Públicos..............................................32
7.7. Estágio Probatório..................................................................................................33
8. Aposentadoria e Pensão............................................................................................35
Questões de Concurso...................................................................................................65
Gabarito........................................................................................................................ 74
Gabarito Comentado. ..................................................................................................... 75
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Apresentação
Sempre que você vir uma pessoa de sucesso, você sempre verá as glórias, nunca os sacrifí-
cios que a levaram até ali.
Essa frase motivacional é uma das mais certas. Muitos acham que os aprovados em
concursos são pessoas superinteligentes – abençoadas e presenteadas com a aprovação
–, mas, não, hoje não é mais assim. Eu mesmo não conheço um ‘abençoado’ que passou
sem se esforçar. O esforço é necessário. Todos os aprovados são pessoas persistentes
e disciplinadas que, durante um tempo da vida, priorizaram um objetivo: ser aprovado em
um concurso.
Estudar para concurso é uma fase da sua vida. Não será para a vida inteira. Tenha
paciência, mas enquanto isso aproveite a vida! Projete sua vida para daqui 1 ano. Daqui
1 ano você já pode estar aprovado(a) no concurso. Quem sabe já está até trabalhando e
recebendo a remuneração/subsídio do seu cargo.
Venha comigo!
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Antes de iniciarmos o estudo das normas constitucionais sobre servidores públicos, temos
que ver duas correntes que classificam os agentes públicos:
1ª corrente: em que os agentes públicos são todas as pessoas físicas incumbidas, definitivamente ou transi-
toriamente, do exercício de alguma função estatal.: (Hely Lopes Meirelles) Essa é a corrente mais tradicional
nos concursos públicos. É a mais aceita.
a) AGENTES POLÍTICOS: são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, para o exercício de
atribuições constitucionais. Atuam com plena liberdade funcional, desempenham suas atribuições com prer-
rogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na CF e em leis esparsas. Não estão hierarquizados,
sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais impostos. Têm plena liberdade funcional, ficando a
salvo de responsabilização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa
grosseira, má-fé ou abuso de poder.
Ex: Chefes do Executivo e seus auxiliares (Ministros e Secretários); Membros das Corporações Legislativas(Se-
nadores, Deputados e Vereadores); membros do Poder Judiciário (magistrados); membros do MP; membros
dos Tribunais de Contas; representantes diplomáticos e demais autoridades do auto escalão.
b) AGENTES ADMINISTRATIVOS: são os servidores públicos, com maior ou menor grau de hierarquia, encar-
gos e responsabilidades profissionais dentro do órgão ou da entidade a que servem. São os servidores públi-
cos concursados, servidores exercentes de cargo em comissão, servidores temporários.
c) AGENTES HONORÍFICOS: são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoria-
mente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua condição cívica, sua honorabilidade ou de sua
notória capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem
remuneração. Ex: função de jurado; mesário eleitoral.
d) AGENTES DELEGADOS: são particulares que recebem a incumbência da execução de determinada ativi-
dade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio por sua conta e risco, mas segundo as normas
do Estado e permanente fiscalização do agente. Ex: concessionários e permissionários de obras e serviços
públicos; serventuários de ofícios e cartórios;
e) AGENTES CREDENCIADOS: são aqueles que recebem a incumbência de representar a Administração em
prática de determinado ato ou para praticar determinada atividade específica mediante remuneração.
Obs.: Para Maria Sylvia e Celso Antônio agentes políticos são os que exercem mandato ele-
tivo no PE e PL e os auxiliares diretos no PE.
Obs.: Posição do STF: membros do MP e magistrados são agentes políticos.
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2ª corrente: os Agentes Públicos são de quatro espécies (Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, Celso Antônio
Bandeira de Mello e Maria Sylvia Z Di Pietro):
a) AGENTES POLÍTICOS: são os titulares dos cargos estruturais à organização do País, sendo os ocupantes
dos cargos que compõe o arcabouço constitucional do Estado. Sua função é formar a vontade superior do
Estado. Para esses autores somente são agentes políticos o Presidente e Vice, os Governadores e Vices,
os Prefeitos e Vices, os auxiliares diretos como os Ministros e Secretários, e mais os Senadores, Deputados
Federais e Estudais, e ainda os Vereadores.
b) SERVIDORES PÚBLICOS: são todos que se ligam ao Estado ou às entidades da Administração Indireta com
vínculo empregatício. Incluem-se aí os servidores propriamente ditos, regidos pelo regime estatutário, empre-
gados regidos pela CLT e os contratados temporariamente (Lei n. 8.745/1993)
c) MILITARES: abrange os militares das forças armadas e os militares dos Estados e do DF (art. 42, CF). São
servidores estatutários sujeitos a regime jurídico próprio.
d) PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O poder público: são as pessoas físicas que prestam serviço ao
Estado, com ou sem vínculo empregatício, compreendendo:
• Os empregados das concessionárias de serviços públicos, os notários e registradores (art. 236, CF)
• Os requisitados, nomeados e designados para funções públicas, tais como jurados, mesários, os convocados
para o serviço militar, comissários de menores;
Para as provas de concurso, você deve saber a classificação das duas correntes.
EXEMPLO
Contratados por tempo determinado, nos termos do art. 37, IX, CF (exercem função, mas não
possuem cargo público).
Vale salientar que os “servidores temporários” (art. 37, IX, da CF) exercem função pública,
porém sem atribuição de um cargo. A relação com o Estado é contratual, mas não é regida
pela CLT. Assim, eventuais demandas contra a Administração são julgadas pela Justiça
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Comum (estadual ou federal), e não pela Justiça do Trabalho. Essa situação do temporário é
bem peculiar! Ele desempenha função do Estado, mas não é CLT, nem estatutário. A sua rela-
ção de trabalho rege-se por lei especial.
Segundo o STF, é possível a contratação de temporários para funções de caráter perma-
nente em órgãos públicos, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade tempo-
rária de excepcional interesse público. O fato de a contratação ocorrer para desempenho de
funções similares às de cargo efetivo não impede a contratação, com base no art. 37, IX, da CF,
desde que atendidos os requisitos previstos na Constituição.1 Assim, é possível, por exemplo,
o TST contratar temporários para desempenhar funções de analista judiciário em época de
eleições presidenciais.
Toda função é atribuída e delimitada pela norma legal. Essa atribuição e essa delimitação
configuram a competência do órgão, do cargo e do agente. O art. 61, § 1º, II, da CF, exige lei de
iniciativa do Presidente da República para a criação de cargos, empregos e funções no âmbito
do Poder Executivo Federal. De modo similar, a atribuição será da autoridade competente nos
demais Poderes.
Quando a função é exercida com base em contrato de trabalho regido pela CLT, o vínculo
denomina-se emprego público. Nesse caso, a pessoa tem função (no sentido de tarefa, ativi-
dade), mas não ocupa cargo.
E o que é um cargo público?
Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades, criado por lei, em número
determinado, com nome certo e remuneração específica.
Então, em todo cargo público há função pública, porque todo cargo possui um conjunto de
atribuições.
Os cargos públicos podem ser isolados ou de carreira. Nos cargos isolados, não há o sis-
tema de progressão ou promoção, sendo que o servidor permanece no mesmo cargo ou na
mesma situação funcional até a extinção do vínculo com o cargo. Já nos cargos de carreira,
o servidor percorre diversas classes/categorias da carreira com mudança da condição funcio-
nal e, normalmente, com acréscimo de remuneração e responsabilidades.
1
STF. Plenário. ADI n. 3.247/MA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/3/2014. Informativo n. 740.
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3.1. Vitalícios
São os cargos que garantem a maior permanência a seus ocupantes. A única hipótese de
perda é por meio de processo judicial com decisão transitada em julgado.
A vitaliciedade tem previsão constitucional. Atualmente, são cargos vitalícios os dos Ma-
gistrados, membros do MP, membros dos Tribunais de Contas. Por ser prerrogativa de sede
constitucional, em função da qual cabe ao Constituinte aferir a natureza do cargo e da função
para atribuí-la, não podem as Constituições Estaduais e Leis Orgânicas municipais, nem mes-
mo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com a garantia da vitaliciedade. Consequente-
mente, apenas Emenda à CF poderá fazê-lo.2
2
Informativo n. 409, STF.
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Depende! Alguns têm. Por exemplo, juiz e promotor são cargos vitalícios e possuem está-
gio probatório. Porém, cargos de Ministros de Tribunal Superior são vitalícios e não dependem
de estágio. Você já viu Ministro do STF ter estágio probatório???....rsrs
O art. 169, § 3º, da Constituição, prevê outra hipótese de perda do cargo do servidor está-
vel: quando a despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios exceder os limites estabelecidos em lei complementar. A fim de cumprir os
limites estabelecidos, durante o prazo fixado na lei complementar referida, a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
[...]
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na
lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão
as seguintes providências:
I – redução em, pelo menos, vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II – exoneração dos servidores não estáveis.
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§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegu-
rar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a
atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
EXEMPLO
Procurador de 1ª, 2ª e 3ª classes.
Por exemplo, eu sou da Procurador da Fazenda Nacional de Classe Especial. Assim, sou
do quadro da União; Procurador de Classe Especial e lotado na Coordenação de Licitações e
Contratos.
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3.3. Comissão
É o que dá a menor garantia de permanência. Na verdade, nem há garantia de permanência,
pois são de livre nomeação e exoneração (CF, art. 37, II), não necessitando de concurso público
para o provimento. O ocupante, porém, tem um vínculo precário (pode ser exonerado ad nutum,
a juízo da autoridade nomeante) e, obviamente, não adquire estabilidade. Devem ser ocupados
por servidores de carreira (efetivos) nos casos, nas condições e nos percentuais mínimos es-
tabelecidos em lei (art. 37, V, CF).
Assim, a lei fixará o percentual dos cargos em comissão a serem preenchidos por servido-
res de carreira. As funções de confiança, entretanto, serão preenchidas, exclusivamente, por
servidores de cargo efetivo, mas, em ambos os casos, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento. O STF já declarou inconstitucional lei que previa cargo em
comissão de índole técnica (ADI n. 3.706/MS) ou para o desempenho de atividades rotineiras
(RE n. 376.444).
Estaria certa a afirmação a seguir?
“A CF reserva, pelo menos, 50% dos cargos em comissão a serem preenchidos por ser-
vidores de carreira.” Afirmação errada! A CF não fixa o percentual, ela determina que a lei
faça isso.
Sobre esses cargos, é importante mencionar que a Súmula Vinculante n. 13 do STF dis-
põe que:
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E apenas relembrado!!!! Conforme o art. 37, XI, da CF, pode haver contratação por tempo
determinado para atender a eventual necessidade temporária de excepcional interesse públi-
co. Não se trata, portanto, de cargo público, mas sim de função pública remunerada. Ou seja,
os temporários (ex: professor temporário) não têm cargo público.
A criação dos cargos ocorre por meio de lei, de iniciativa privativa do Presidente da Repú-
blica quanto aos cargos do Executivo (CF, art. 61, § 1º, II, a), salvo quanto aos cargos do Con-
gresso Nacional e das Casas Legislativas, que podem ser criados por resolução, nos termos
dos arts. 51, IV, e 52, XIII, da CF. O mesmo ocorre na hipótese de transformação.
Isso mesmo, no PL a criação de cargos é feita por ato interno: Resolução.
Quanto ao Judiciário, a iniciativa da lei cabe ao Tribunal interessado, como também aos
próprios cargos da magistratura (art. 96, II, b, CF). A regra aplicável ao Judiciário é aplicável aos
cargos dos Tribunais de Contas. No Ministério Público, cabe ao seu Procurador-Geral propor ao
Legislativo a criação de cargos para os membros do Ministério Público e, também, do quadro
de apoio. Essa regra explica, ainda, a criação de cargos no TCU, por expressa previsão constitu-
cional (art. 73, que, por sua vez, manda aplicar ao TCU as regras do já estudado art. 96, da CF).
No Ministério Público da União, quanto à criação/extinção de cargos e à fixação das res-
pectivas remunerações ou subsídios, a iniciativa é privativa (exclusiva, reservada) do próprio
MPU, por meio do chefe da instituição: o Procurador-Geral da República (CF, art. 127, § 2º). Res-
salta-se que, na competência reconhecida ao Ministério Público, pelo art. 127, § 2º, da CF, para
propor ao Poder Legislativo criação e extinção de cargos e serviços auxiliares, compreende-se
a de propor a fixação dos respectivos vencimentos, bem como a sua revisão (STF, Pleno, ADI
n. 63/AL, Relator Ministro Ilmar Galvão, DJ 27/05/1994).
Como dissemos, no Poder Legislativo, a criação de cargos pode ser feita por Resolução.
No entanto, para fixar o valor da remuneração, deve-se editar lei.
É possível que mediante decreto (autônomo) do Presidente da República, faça a extinção
dos cargos que estiverem vagos (sem ocupantes) (CF, art. 84, VI, b).
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Resumindo:
Memorize essa tabela! No concurso do STJ, de 2010, a questão discursiva solicitou a cria-
ção do cargo e a fixação da remuneração em todos os Poderes do Estado.
Funções ou cargos públicos vagos podem ser extintos mediante DECRETO (art. 84, VI,
b, CF).
O provimento é o preenchimento de um cargo público, consubstanciado por meio de um
ato administrativo de caráter funcional, pois o ato é que materializa ou formaliza o provimento.
Esse ato de provimento, geralmente, é feito pela nomeação. Assim, se um cargo estava deso-
cupado e passar a ser ocupado, significa que ele foi provido.
5. Demissão e Exoneração
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A exoneração pode ser a pedido, quando o servidor deseja sair do serviço público e deso-
cupar o cargo de que é titular, ou ex officio, constituindo-se pela iniciativa da Administração em
dispensar o servidor. Essa última (ex officio) possui três espécies:
• não aprovação no estágio probatório, no caso de servidor efetivo;
• servidor que toma posse, mas não entra em exercício no prazo legal;
• do cargo em comissão a critério da autoridade competente.
Com o advento da EC n. 19/1998, institui-se, com previsão no art. 41, § 1º, III, mais um caso
de perda do cargo, a ser disciplinado por lei complementar. Essa hipótese ocorrerá quando o
servidor, após sofrer avaliação funcional, demonstrar insuficiência de desempenho, compro-
vada em processo administrativo com ampla defesa. No entanto, a exigida lei complementar
para disciplinar essa nova possibilidade de demissão, até o momento, não foi editada, portan-
to, não há margem para ser efetiva a demissão sob esse fundamento.
Criou-se, também, outra hipótese de exoneração de servidor estável, quando tiverem sido
insuficientes as providências administrativas com a finalidade de adequar as despesas de pes-
soal aos limites fixados na LC n. 101/2000, que regulamentou o art. 169, da CF. Essa hipótese
foi abordada em tópico anterior.
6. Retribuições Pecuniárias
A retribuição pecuniária devida ao agente público pode ter várias denominações e caracte-
rísticas. Isso dependerá da situação atual do agente ou do cargo ocupado.
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Valor que retribui o trabalho efetivo do servidor durante os trinta dias mensais.
Vencimento “Venci-
Possui valor fixado na lei que criou ou reestruturou os cargos, bem como valor igual
mento básico”
para todos os servidores que ocuparem os mesmos cargos.
É o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
Remuneração
estabelecidas em lei.
É a retribuição pecuniária de quem está em inatividade, podendo estar aposentado
Proventos
ou em disponibilidade.
a disponibilidade é a colocação do servidor estável em inatividade remunerada, até seu adequado aproveita-
mento em outro cargo, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Conforme o art. 39, § 4º, da CF/1988, trata-se de contraprestação pelo exercício de
Subsídio função ou cargo público composto de parcela única e insuscetível de qualquer outra
gratificação, adicional, abono, prêmio ou outra espécie remuneratória.
recebem subsídio os membros dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), os integrantes do Ministério
Público, Defensorias Públicas, Procuradorias dos Estados e do DF, Polícias e Corpo de Bombeiros (art. 144,
CF), bem como servidores organizados em carreira (art. 38, § 8º, CF).
No caso de subsídio não pode haver em relação ao montante pago outros acréscimos “dis-
farçados”, como, por exemplo, as gratificações. Pelo menos, não deveria ter! Contudo, o STF
entendeu que lei estadual pode prever o pagamento de gratificação para servidores mesmo
que estes já recebam subsídio caso essa gratificação sirva para remunerar atividades que ex-
trapolem aquelas que são normais do cargo. Para o STF, o art. 39, § 4º, proíbe que o servidor
receba outras verbas (além do subsídio) para exercer as atividades “corriqueiras”/ordinárias
do cargo, não havendo vedação para o pagamento por eventual execução de encargos espe-
ciais não incluídos nas atribuições normais e típicas do cargo considerado. Podemos citar, por
exemplo, o servidor que seja designado para compor comissão de processo administrativo
disciplinar ou de licitação, caso seja atividade estranha ao cargo ocupado.3
Diferentemente, no contracheque do servidor que recebe remuneração, existem o venci-
mento e, ainda, diversas vantagens (exs.: adicionais, gratificações etc.) que no final farão parte
da remuneração.
Segundo o art. 37, XV, da CF, o subsídio e os vencimentos do servidor são irredutíveis.
Porém, segundo o STF, a irredutibilidade refere-se ao valor nominal, não conferindo direito a
reajustamento automático em decorrência de perda do poder aquisitivo da moeda em razão da
inflação. Assim, para o STF, inexiste garantia à irredutibilidade do valor real.
3
STF. Plenário. ADI 4941/AL, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado 14/8/2019 (Info 947).
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Permite o STF que a forma de cálculo seja alterada, desde que o valor total da remunera-
ção/vencimentos seja mantido no mesmo montante. Desse modo, pode ser suprida pela lei
determinada vantagem e ser criada outra ou majorado o vencimento básico, sem que ocorra
ofensa à irredutibilidade prevista na CF, desde que seja mantido o valor global da remuneração
do servidor.4
Exemplificando:
Contracheque B
Contracheque A
(depois da lei que altera a composição)
REMUNERAÇÃO
SUBSÍDIO
Vencimento básico R$ 5.000,00
Valor do subsídio R$ 7.000,00
Gratificação de atividade R$ 2.000,00
Auxílio-alimentação R$ 800,00
Auxílio-alimentação R$ 800,00
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O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servido-
res públicos, previsto no inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, não gera
direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de
forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão.5
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Portanto,
estrangeiro pode ocupar cargo público nas situações em que a lei permitir.
No plano federal, por exemplo, a Lei n. 8.112/1990, art. 5º, estabelece os requisitos exigi-
dos para a ocupação de cargo:
5
Recurso Extraordinário (RE) n. 565089.
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Súmulas importantes:
Súmula n. 14.
Não será admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em
concurso para cargo público. Somente por LEI se pode fazer tal exigência, em atenção ao
princípio da legalidade (CF, art. 5º, II).
Súmula n. 266.
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não
na inscrição para o concurso público.
Súmula n. 377 do STJ
O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas
reservadas aos deficientes.
A referida Súmula n. 266 do STJ tem aplicação para todos os requisitos para ocupação
do cargo que, como dito, devem estar preenchidos na data da posse. Porém, em relação aos
concursos da magistratura e ministério público, exige a CF que o bacharel em Direito deve
ter, no mínimo, 03 (anos) de atividade jurídica, sendo que nesse caso o momento da compro-
vação desses requisitos deve ocorrer na data da inscrição no concurso. Informativo STF n.
438 (ADI-3460).
Em caso específico sobre idade máxima para ocupação de cargo, o STF entendeu que a
idade deveria ser verificada na data da inscrição.6 Assim, em concursos que fixam limite de
idade em, por exemplo, 24 ou 30 anos, há de ser comprovado no momento da inscrição no
certame, podendo o candidato na data da posse estar com idade superior.
Entende o STJ que candidato com surdez unilateral não tem direito a participar do certame
na qualidade de deficiente auditivo. Isso porque o Decreto n. 3.298/1999 – que dispõe sobre a
6
ARE 840.592/CE, Min. Roberto Barroso, 23.6.2015. (ARE-840.592). Informativo n. 791.
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Exame Psicotécnico
A jurisprudência dos Tribunais Superiores tem entendido ser ilegal a exigência apenas no
edital, sem que a lei que regulamenta a carreira tenha feito a previsão. Nesse sentido, a Sú-
mula n. 686 do STF estabelece que: “só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habi-
litação de candidato a cargo público”.
Além do requisito da legalidade, a jurisprudência exige mais três condições para que seja
válida a exigência de exame psicotécnico em concurso público:
• ser pautado em critérios objetivos e científicos (AI 529.219-AgR/RS);
• ser compatível com as atribuições normais do cargo;
• haver direito a recurso na via administrativa.
7
Informativo n. 535 do STJ.
8
A CF, art. 12, define a condição de brasileiro nato.
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A CF não fixa o percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas com
deficiência. Ela determina que a lei reservará o percentual e definirá os critérios de sua
admissão. Assim, lei de cada Ente da Federação deve fazer essa reserva. Como exemplo,
para a União, a Lei n. 8.112/1990 fixou ATÉ 20% das vagas reservadas para pessoas com
deficiência.
Nos termos do art. 37, II, da CF, a nomeação para cargos efetivos (isolados ou de car-
reira) deve ser necessariamente precedida de concurso público de provas ou de provas e
títulos.
A norma constitucional exigiu a realização de concurso para ingresso em cargo e em-
prego público. Conforme entendimento do STF, as provas de títulos não podem ter na-
tureza eliminatória. Sua finalidade é, exclusivamente, a de classificar os candidatos, não
podendo resultar em eliminação do certame.9 Antes, ocorria em concursos de cartório
que era colocado que o candidato deveria ter título de mestre (na fase de títulos). Caso
não tivesse seria eliminado. Isso não pode! Ou ele tem o título e vai pontuar, ou não tem e
não pontua. Não pode gerar a sua eliminação.
No que se refere à contratação por entes públicos de servidores sem a prévia aprova-
invalidado, sendo que o regime jurídico do servidor deve ser considerado o regime traba-
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Trabalho, é nula, e só gera para os empregados o direito a salários e aos valores relativos
ao FGTS. (Enunciado n. 363, TST).10
O STF entendeu que a posse ou o exercício em cargo público por força de decisão judicial
de caráter provisório não implica a manutenção, em definitivo, do candidato que não aten-
de a exigência de prévia aprovação em concurso público (CF, art. 37, II), valor constitucional
que prepondera sobre o interesse individual do candidato, que não pode invocar, na hipótese,
o princípio da proteção da confiança legítima, pois conhece a precariedade da medida judicial.
O Tribunal entendeu que não poderia ser aplicada a teoria do fato consumado. Por essa teoria,
uma situação já consolidada pelo tempo não poderia ser desfeita. Contudo, no caso em ques-
tão, ela não foi admitida porque a investidura da função ocorreu por força de ordem judicial,
mediante tutela de natureza precária, passível de desconstituição a qualquer momento, e con-
tra a vontade da Administração, não podendo ser invocado o princípio da proteção à confiança.
Informativo n. 753, STF.F
No caso anterior, contudo, não se exige a devolução da importância recebida durante o pra-
zo em que a função foi exercida, pois, interpretação contrária, consistiria em enriquecimento
sem causa do poder público.11
Assim, se o candidato tomou posse e exerce o cargo em razão de uma sentença judicial
que posteriormente é modificada, determinando a sua exclusão não poderá invocar a teoria do
fato consumado e deve deixar o cargo. De outro modo, se o candidato tomou posse no cargo
por força de decisão judicial precária e passaram-se vários anos e, após cumprir todos os re-
quisitos, aposentou neste cargo por tempo de contribuição e, após a aposentadoria, a decisão
que o amparou foi reformada, não haverá a perda da aposentadoria, ou seja, ele continuará
aposentado no cargo, pois contribuiu durante todo o período necessário. Ademais, a legislação
não prevê cassação de aposentadoria por esse motivo.12
10
Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Ser-
viço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso.
STF. Plenário. CC 7.950/RN, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14.09.2016 (Info 839). Compete à Justiça do
Trabalho processar e julgar demandas propostas contra órgãos da administração pública, por servidores que
ingressaram em seus quadros, sem concurso público, antes da CF/88, sob regime da CLT, com o objetivo de
obter prestações de natureza trabalhista. STF. Plenário. ARE 906491 RG, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
01.10.2015 (repercussão geral).
11
STJ. 1ª Seção. MS 20.558-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/2/2017 (Info 600).
12
Vide: RE 608.482; e RE 740029 AgR/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 14.8.2018. (RE-740029),
Informativo n. 911.
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A candidata gestante que não puder realizar prova física em razão da gravidez tem direito
a remarcar o teste físico?
O STF entende que sim. O Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu o direito de
candidatas gestantes à remarcação de testes de aptidão física em concursos públicos, inde-
pendentemente de haver previsão no edital.13 Entendeu o Ministro Relator que não há afronta
ao princípio da isonomia entre os candidatos, mas apenas se garante o direito de pessoa com
condições peculiares que necessita de cuidados especiais. Também foi afastado o argumen-
to de que a remarcação do teste de aptidão física para gestantes atrasaria a conclusão do
concurso público, devendo continuar o certame com a reserva do número de vaga para essa
situação excepcional.14
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) fixou a tese de repercussão geral no Recurso
Extraordinário (RE) n. 837311, julgado em outubro, que discutiu a nomeação de candidatos
classificados fora das vagas previstas em edital, antes da convocação dos aprovados em con-
curso posterior.
Essa tese estabelece que:
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo
de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos
aprovados fora das vagas previstas no edital (essa é a REGRA), ressalvadas as hipóteses de prete-
rição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou
expresso do poder público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.
13
Recurso Extraordinário (RE) 1058333/PR.Ministro Luiz Fux.
14
LEI N. 13.872, DE 17 DE SETEMBRO DE 2019- Estabelece o direito de as mães amamentarem seus filhos durante a realiza-
ção de concursos públicos na administração pública direta e indireta dos Poderes da União.
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• quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do cer-
tame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por
parte da administração nos termos anteriores.
O prazo de validade do concurso público (CF, art. 37, III) é de ATÉ dois anos, prorrogável
uma vez por igual período.
A jurisprudência também entende que, em caso de desistência de candidatos que foram
nomeados dentro do número de vagas, gera aos candidatos subsequentes direito subjetivo à
nomeação (RMS n. 32.105/DF, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julg. 19/08/2010,
DJe 30/08/2010).
Decorrente do princípio da presunção de inocência, é vedada a eliminação de candidato em
concurso público em razão de inquérito policial instaurado ou ação penal em andamento, sem
o trânsito em julgado da sentença.15
A CF dispõe, no art. 37, IV, apenas que durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será con-
vocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.
Dessa maneira, a CF dá espaço para a abertura de novo certame mesmo com o concurso
ainda válido (desde que não seja ainda o primeiro período do prazo de validade). Ressalva,
apenas, que o anterior aprovado tem direito à precedência na nomeação.
Quanto aos cargos vitalícios, é inexigível o concurso para a investidura dos membros inte-
grantes do quinto constitucional dos Tribunais Judiciários, composto de membros do Minis-
tério Público e de advogados (art. 94, CF). A investidura nos Tribunais de Contas sujeita-se à
mesma regra (art. 73, §§ 1º e 2º, CF). Também não se submetem ao concurso os Ministros do
STF e do STJ.
15
STF. 1ª Turma. AI 829186 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/04/2013.
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JURISPRUDÊNCIA
O candidato aprovado em concurso público pode assumir cargo que, segundo o edital,
exige título de Ensino Médio profissionalizante ou completo com curso técnico em área
específica, caso não seja portador desse título mas detenha diploma de nível superior na
mesma área profissional.
Caso concreto: candidato foi aprovado no concurso para o cargo de Técnico de Laborató-
rio – Área Química. O edital exigia, como qualificação para o exercício do cargo, “ensino
médio profissionalizante na área, ou ensino médio completo com curso técnico na área
(Área Química)”. O candidato não possui ensino médio profissionalizante nem curso téc-
nico na área química. No entanto, ele possui uma qualificação superior e relacionada com
a área: ele é formado em Química (possui bacharelado em Química), além de ter conclu-
ído Mestrado em Química. STJ. 1ª Seção. REsp 1.888.049-CE, Rel. Min. Og Fernandes,
julgado em 22/09/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1094) (Informativo 710).
A CF estabelece que a LEI RESERVARÁ percentual nos concursos para pessoas com defi-
ciência, devendo a legislação de cada Ente Federativo fixar o percentual. Em nível federal, por
exemplo, foi reservado pela Lei n. 8.112/90 o percentual de até 20% das vagas.
Quanto à participação das pessoas com deficiência nos concursos, entendeu o STF que é
inconstitucional ato normativo que exclui o direito dos candidatos com deficiência à adapta-
ção razoável em provas físicas de concursos públicos, bem como que é inconstitucional a sub-
missão genérica de candidatos com e sem deficiência aos mesmos critério. Na visão do STF o
Decreto n. 9.546/2018, ao excluir a previsão de adaptação das provas físicas para candidatos
com deficiência violou o bloco de constitucionalidade composto pela Constituição Federal e
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pela Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência – CDPD (Decreto
Legislativo n. 186/2008), incorporada à ordem jurídica brasileira com o “status” de Emenda
Constitucional, na forma do art. 5º, § 3º, da CF/88. STF. Plenário. ADI 6476/DF, Rel. Min. Rober-
to Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).
A regra do teto remuneratório está insculpida no art. 37, XI, da CF, com a redação da EC
n. 41/2003, pois, com a referida emenda, passou a CF a admitir tetos remuneratórios geral e
específicos, estes dependendo da respectiva entidade federativa.
O teto geral para todos os Poderes da União, dos Estados, dos Municípios e do DF refere-se
ao subsídio mensal dos Ministros do STF.
No que concerne aos tetos específicos (ou subtetos), foi fixado, para os Municípios, o sub-
sídio do Prefeito e, para Estados e o DF, foram previstos três subtetos:
• Executivo Estadual/Distrital – Governador.
• Judiciário, MP, Defensoria e Procuradorias Estaduais/Distritais – Desembargador
(90,25% de Ministro do STF – v. liminar na ADI n. 3.854).
• Legislativo Estadual/Distrital – Deputados Estaduais/Distritais.
TETO REMUNERATÓRIO
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Assim, o teto de 90,25% aplicado aos Desembargadores serve, em verdade, para o ser-
vidores do Poder Judiciário, porque em relação aos membros desse Poder (leia-se juízes/
Desembargadores) todos têm como teto o subsídio mensal de Ministro do STF (decisão STF
ADI n. 3854).
Porém, o subsídio mensal dos membros do Poder Judiciário é fixado por lei em cada âmbito
Federativo, apenas o teto é que é o mesmo para todos.
A EC n. 47/2005 introduziu o § 12 ao art. 37, da CF. Segundo a emenda, os Estados e o
DF têm a faculdade de fixar teto único remuneratório para os Poderes Judiciário e Executivo,
desde que o façam por meio de emendas às respectivas Constituições e Lei Orgânica. O limite
único deverá corresponder ao subsídio mensal dos desembargadores do respectivo TJ, o qual,
ao seu turno, limita-se a percentual de 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do STF.
Contudo, a regra do teto único só é facultado aos Estados, pois segundo o STF o teto apli-
cável aos servidores municipais é, em regra, o subsídio do prefeito, não podendo se aplicar
o modelo facultativo do § 12 do art. 37 da CF aos servidores municipais (STF. Plenário. ADI
6811/PE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20/8/2021 (Info 1026).
O STF entendeu que o teto remuneratório de Procuradores Municipais é o subsídio de De-
sembargador de TJ. Isso porque, a expressão “Procuradores”, contida na parte final do inciso
XI do art. 37 da Constituição da República, compreende os procuradores municipais, uma vez
que estes se inserem nas funções essenciais à Justiça, estando, portanto, submetidos ao teto
de 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em es-
pécie, dos ministros do STF. Logo, não estariam submetidos aos limites impostos aos demais
servidores do Poder Executivo, não sendo o teto para os Procuradores Municipais o subsídio
do Prefeito.
Contudo, não há que se confundir. Estamos falando do TETO (valor máximo a receber). Mas
não se esqueça que caberá ao Chefe do PE (Prefeito) propor a lei para fixar o subsídios dos
Procuradores Municipais, termos do art. 61, §1º, II, “c”, da CF/1988. STF. Plenário. RE 663696/
MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932)
E quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista? Elas têm teto? Depende!
As empresas públicas e sociedades de economia mista só estão submetidas ao teto se
recebem recursos para pagamento de pessoal ou custeio em geral (CF, art. 37, § 9º).
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correção monetária”.
acordo com o respectivo índice. Assim, seria inconstitucional norma que estabelecesse que a
remuneração do servidor ficasse vinculada, por exemplo, ao IPCA ou ao salário mínimo. O STF,
o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de ser-
remuneratórios. De modo que, se o cargo paradigma sofre qualquer aumento, o outro cargo
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• equiparação dos subsídios dos Ministros do TCU aos do STJ (73, §3º);
• vinculação entre os subsídios dos Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e dos de-
O art. 37, XIV, da CF, determina que os acréscimos percebidos por servidor não serão com-
putados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Antes da EC n.
19/1998, o dispositivo continha ao final a expressão “sob o mesmo título ou idêntico funda-
mento”. A redação atual é mais abrangente: gratificações e adicionais só podem incidir sobre
o vencimento básico.
Ainda quanto ao teto remuneratório, em relação aos Deputados Federais, o teto será o que
recebem mensalmente os Ministros do STF. Em nível estadual, prevê o § 2º, do art. 27, que o
subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa,
na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os
Deputados Federais.
Nesse ponto, vale salientar que o STF entendeu que é inconstitucional norma estadual que
vincule subsídios de agentes políticos de distintos entes federativos, de modo que qualquer
aumento no valor dos subsídios de um resulte, automaticamente, aumento no de outro, sendo
inconstitucional lei estadual que preveja que o Governador e o Vice-Governador do Estado não
poderão receber remuneração inferior ao subsídio percebido pelos Desembargadores e pelos
Deputados Estaduais. É inconstitucional lei estadual que afirme que os Deputados Estaduais
deverão receber 75% do subsídio dos Deputados Federais. STF. Plenário. ADI 6468/SE, Rel.
Min. Edson Fachin, julgado em 2/8/2021 (Info 1024)
Ademais, a lei que fixar o subsídio dos Deputados Estaduais não pode estabelecer uma
vinculação automática com o subsídio dos Deputados Federais. Essa vinculação afronta o
princípio federativo e a autonomia do Estado-membro. Isso porque, de forma indireta, quem
estará fixando a remuneração dos Deputados Estaduais será o Congresso Nacional, já
que se trata especificamente da carreira de magistério público e de docentes com titulação idêntica. STF. Ple-
nário. ADI 145/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2018 (Info 907).
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que todas as vezes em que ele aumentar o subsídio dos Parlamentares federais, haverá auto-
mática majoração em nível estadual.
17
Jurisprudência: STJ, 5ª Turma, RMS 20.033/RS, Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJ de 12.03.2007: “O
Superior Tribunal de Justiça tem entendido que cargo técnico ou científico, para fins de acumulação com o de
professor, nos termos do art. 37, XVII, da Lei Fundamental, é aquele para cujo exercício sejam exigidos conhe-
cimentos técnicos específicos e habilitação legal, não necessariamente de nível superior.”
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Ou seja, para o STF não há limite de horas!!!! Basta demonstrar que os horários são compatíveis.
• respeito ao teto geral das remunerações (CF, art. 37, XI);
Um detalhe importante. Para o STF o teto é contado em cada cargo! Não é pela soma!
• inclusão em uma das hipóteses autorizadas pelo art. 37, XVI (dois cargos de professor;
um cargo de professor com outro técnico ou científico; dois cargos ou empregos priva-
tivos de profissionais de saúde e com profissões regulamentadas).
Cabe também citar que Magistrados e membros do Ministério Público podem exercer mais
uma função de magistério em instituições públicas. Em instituições privadas a CF não traz
nenhum limite.
A EC n. 20/1998 (art. 11) excluiu dessa vedação de acumulação os que, já sendo aposenta-
dos, tivessem ingressado novamente no serviço público (fizeram novo concurso) até a data da
sua publicação, sendo, todavia, proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime
próprio. Assim, era possível que servidores mais antigos e que já estivessem aposentados acu-
mulasse a aposentadoria com outro cargo. Porém, não pode acumular as duas aposentadorias.
A Emenda Constitucional n. 77/2014 possibilitou aos profissionais de saúde das Forças
Armadas a acumulação de outro cargo ou emprego privativo de profissional de saúde como
profissão regulamentada.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são insti-
tuições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, res-
salvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a reserva, nos
termos da lei;
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Por sua vez, a EC n. 101/2019 possibilitou que militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios viessem a ocupar outros cargos públicos, nos termos do que é permitido para
os demais servidores, conforme o art. 37, XVI, da CF:
EC n. 101/2019
Art. 1º O art. 42 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º:
Art. 42. § 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no
art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar.
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Gustavo Scatolino
Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determina-
dos como se o servidor estivesse no exercício.
Com o advento da Carta Constitucional de 1988, foi instituído o regime jurídico único, vale
dizer, o mesmo regime para os servidores na Administração direta, nas suas autarquias e fun-
dações. Com isso, cada ente federativo escolheu um regime para adotar. Ressalte-se que a
grande maioria dos entes da Federação optaram pela adoção do regime estatutário. A União
optou por essa modalidade, editando, em 1990, a Lei n. 8.112. Esse cenário foi alterado pela
EC n. 19/1998.
A referida emenda, porém, modificou a redação do art. 39, caput, da CF, e retirou a obriga-
ção de unicidade do regime (extinção do regime jurídico único), de modo que poderiam convi-
ver, dentro da mesma estrutura administrativa, servidores estatutários e empregados públicos.
Entretanto, no julgamento da ADI n. 2.135, o STF declarou inconstitucional (em sede de
liminar, isto é, numa decisão provisória) a nova redação dada ao art. 39, caput, da CF, pela EC n.
19/1998, em virtude de vício formal (o texto não foi aprovado por 3/5 na Câmara e no Senado,
em dois turnos de votação em cada Casa, como determina o art. 60, da CF).
Com isso, voltou a viger o antigo dispositivo, que fazia referência a regime jurídico único.
Porém, trata-se de decisão cautelar (provisória), e ficou determinado expressamente na deci-
são do STF que as leis editadas com base na nova redação continuam válidas.
Regime jurídico único não significa regime estatutário. Assim, cada Ente da Federação tem
autonomia para escolher o regime de trabalho, seja estatutário, seja CLT.
Nos inúmeros municípios que temos no Brasil, muitos adotaram o regime celetista como
regime jurídico.
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Gustavo Scatolino
Dica para sua prova: memorize esse tópico da aula. Questões do tipo “decoreba” gostam
de perguntar isso.
A CF garantiu aos servidores públicos alguns direitos sociais previstos em seu art. 7º.
São eles: salário mínimo, décimo terceiro salário, adicional noturno, salário-família, jor-
nada máxima de 8 horas diárias e 44 horas semanais, repouso semanal remunerado,
hora extra de pelo menos 50%, férias anuais remuneradas, adicional de férias, licença à
gestante, licença-paternidade, proteção ao mercado de trabalho da mulher, redução dos
riscos inerentes ao trabalho e proibição de diferença de salários por motivos discrimi-
natórios. 18
Quanto ao salário mínimo, o STF decidiu que deve ser observada a remuneração (venci-
mento básico + vantagens permanentes) do servidor, não apenas o vencimento básico. Esse
entendimento encontra-se na Súmula Vinculante n. 16: “Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da
EC n. 19/1998), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor
público”.
Assim, um servidor pode ter vencimento inferior ao salário mínimo, desde que sua remune-
ração final seja de valor maior.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário (RE)
n. 693456, com repercussão geral reconhecida, por seis votos a quatro, decidiu que a
administração pública deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu a possibi-
lidade de compensação dos dias parados mediante acordo. Também foi decidido que o
desconto não poderá ser feito caso o movimento grevista tenha sido motivado por condu-
ta ilícita do próprio poder público.
18
A Súmula Vinculante n. 16 estabelece que: “Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (Redação da EC n. 19/1998), da
Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público”. Os artigos citados
tratam da irredutibilidade de salário. Dessa forma, segundo o STF, o que deve ser superior ao salário
mínimo não é o vencimento básico, mas o total da remuneração. É o que prevê, também, o art. 41, § 5º,
da Lei n. 8.112/1990.
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I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.
DICA
DIsciplina
CApacidade de iniciativa
Produtividade
Assiduidade
REsponsabilidade
O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido
ao cargo anteriormente ocupado.
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no artigo original da Lei n. 8.112/1990. Essa decisão era baseada no MS STJ n. 9.373, Relatora
Ministra Laurita Vaz.
Ocorre que, em 2008, por meio de medida provisória, o prazo do estágio probatório foi, con-
forme o art. 20 da Lei n. 8.112/1990, estabelecido em 36 meses. Entretanto, na conversão da
referida medida provisória em lei, essa parte não foi aprovada. Assim, retorna a redação antiga
do artigo segundo o qual o prazo do estágio probatório é de 24 meses. Atualmente, esse é o
prazo fixado em lei federal.
Entretanto, o STF afirmou que a estabilidade e o estágio probatório têm de ter a mesma
duração (3 anos ou 36 meses). Finalmente, o STJ adotou o mesmo posicionamento, passando
a considerar que o estágio probatório tem a mesma duração da estabilidade.
Para encerrar esse tópico, vamos falar sobre ESTABILIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA!
A atual Constituição previu hipótese de estabilidade no art. 19 do ADCT, considerando es-
táveis todos os servidores públicos civis federais, estaduais, distritais e municipais, da Admi-
nistração Direta, autárquica e fundacional, que estivessem em exercício há pelo menos cinco
anos na data de sua promulgação (5.10.1988) e que não tenham sido admitidos na forma
estabelecida no art. 37 da CF, ou seja, mediante a realização de concurso.
Essa forma de estabilidade teve incidência de grande amplitude, abrangendo os servi-
dores públicos estatutários e trabalhistas, somente sendo dela excluídos os servidores que
desempenhassem cargo, emprego ou função de confiança ou outras funções e cargos que
a lei considerasse de livre exoneração. Em outras palavras, a estabilização alcançou todos
aqueles servidores que exercessem suas funções com caráter de permanência.
Além da estabilização constitucional, o art. 243 da Lei n. 8.112/1990 transformou em car-
gos públicos os empregos ocupados pelos servidores antes do advento da Lei n. 8.112/1990,
conferindo a seus ocupantes a efetividade. Tal medida violou certamente o art. 19 do ADCT,
que conferiu apenas a estabilidade para aqueles, em exercício na data da promulgação da
Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não foram admitidos por concurso
público. A regra do ADCT previa apenas que o tempo de serviço dos referidos servidores seria
contado como título quando se submeterem ao concurso para fins de efetivação. De modo
expresso a CF não conferiu a efetividade.
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De todo modo, com a CF ganharam a estabilidade, e com a Lei, a efetividade. Esse foi, sem
dúvida, o maior “trem da alegria” na história do Brasil.
Essa estabilidade, no entanto, não pode ser estendida por Constituição ou lei estadual além
dos casos já tratados no art. 19 do ADCT.19
8. Aposentadoria e Pensão
Esse é o tema da atualidade. Há alguns anos que ele não era perguntado quase nada em
concursos. Agora é a “bola da vez”.
Inclusive, aposentar (“pendurar as chuteiras”) é algo cada dia mais distante para os servi-
dores públicos e empregados da iniciativa privada.
Inatividade é o gênero que comporta três espécies:
• aposentadoria;
• disponibilidade; e
• licenças e afastamentos; as duas primeiras são sempre remuneradas. Provento é o valor
pago ao servidor aposentado (substitui a remuneração). Assim, servidor aposentado
não recebe vencimentos, subsídios nem remuneração, mas, sim, proventos.
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Neste PDF, vamos nos ater ao Regime Próprio da Previdência Social – RPPS (regime dos
servidos públicos civis).
Regime Próprio da Previdência Social – RPPS, art. 40, CF – é um regime de caráter contri-
butivo (somente participa quem efetivamente contribuir) e solidário (em que a contribuição de
uns serve também aos outros). Difere do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), previsto
no art. 201 da CF e aplicável (além dos empregados da iniciativa privada) aos empregados
públicos, servidores titulares de função temporária e de cargo de provimento em comissão
(art. 40, § 13, da CF).
O custeio do Regime Próprio da Previdência Social – RPPS dá-se por fonte tríplice: a entida-
de pública (União, estado, DF ou município), servidores ativos e inativos/pensionistas. O STF,
no julgamento das ADI n. 3.105 e 3.128, considerou constitucional a cobrança de contribuição
previdenciária aos aposentados e pensionistas, mesmo que já inativos quando da publicação
da EC n. 41/2003.
O assunto Previdência, tanto dos servidores públicos, quanto do RGPS, é um tema que está
sempre em discussão e, de tempos em tempos, há alguma alteração legislativa para se ade-
quar aos novos paradigmas da sociedade.
Porém, a EC n. 103/2019 trouxe um novo paradigma: a inclusão dos agentes políticos ocu-
pantes de mandato eletivo nas regras do RGPS. Vejamos:
Note, também, que diversas regras sobre previdência serão tratadas ora por meio de lei
(ordinária) ora por meio de lei complementar. A EC n. 103/2019 retirou do Texto Constitucional
vários regramentos sobre aposentadoria e pensão, outorgando à lei a competência de regula-
mentar o assunto, ocorrendo, assim, a desconstitucionalização das regras sobre previdência.
20
A regra é somente para os futuros ocupantes de mandato eletivo: Art. 14. Vedadas a adesão de novos segurados e a ins-
tituição de novos regimes dessa natureza, os atuais segurados de regime de previdência aplicável a titulares de mandato
eletivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderão, por meio de opção expressa formalizada no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, retirar-se dos regi-
mes previdenciários aos quais se encontrem vinculados.
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Com a EC n. 41/2003, dois direitos foram retirados da CF, com relação aos servidores que
ainda estavam em atividade e ainda não possuíam os requisitos para aposentadoria: a parida-
de e integralidade de proventos.
A paridade consiste na obrigatoriedade de que os proventos de inatividades e as pensões
sejam revistos ao mesmo tempo e na mesma proporção que os vencimentos dos servidores
ativos; já a integralidade é o direito que tinha o servidor de se aposentar tendo por base o venci-
mento na data da aposentadoria, ainda que superior à média dos salários de contribuição. Tal
direito se estendia aos pensionistas, com relação ao vencimento na data da morte do servidor.
Com a nova redação dada pela EC n. 41/2003 aos §§ 3º, 7º e 8º do art. 40 da CF, os servidores
em atividade não mais possuem os direitos à paridade e à integralidade. Não há mais paridade,
pois a nova redação do § 8º (“É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei”) não mais
obriga a que o reajuste seja feito na mesma data e seguindo os mesmos índices utilizados
para os servidores em atividade.
Excepcionalmente, têm paridade aqueles que já preenchiam os requisitos para a aposenta-
doria antes da edição da EC n. 41 (art. 3º), bem como aqueles que estão em gozo do benefício
(art. 7º) e os que se enquadrarem nas regras de transição do art. 6º da EC n. 41 e do art. 3º da
EC n. 47.
Também não existe mais para os novos servidores o direito à integralidade (que não se
confunde com o direito à aposentadoria com proventos integrais), pois: a) os proventos se-
rão calculados com base na média dos valores de contribuição, não mais correspondendo à
remuneração do cargo em que se deu a aposentadoria (nova redação do § 3º). Com a EC n.
41/2003, a aposentadoria com proventos integrais do servidor público passou a corresponder
ao máximo do valor pago de uma aposentadoria concedida pelo Regime Geral da Previdência
Social. Assim, aposentadoria integral ainda existe, mas é mesmo valor do RGPS.
Com a concessão da aposentadoria, entende o STJ que o prazo para que o servidor pú-
blico proponha ação contra a administração pública pedindo a revisão do ato de sua apo-
sentadoria é de 5 anos a partir da concessão do benefício, com base no art. 1º do Decreto
n. 20.910/1932. Se decorrerem mais de 5 anos entre a concessão e o ajuizamento da ação,
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Modalidades de Aposentadoria
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá ca-
ráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
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§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insus-
cetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 88, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
a aposentadoria apenas por tempo de contribuição com proventos proporcionais, antes exis-
tente. Além disso, aumentou a idade para aposentadoria, tanto para homens quanto para as
CF. Assim, para saber todas as condições e formas de aposentadoria, é necessário conjugar o
Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de previdên-
cia social dos servidores da União, aplica-se o disposto neste artigo.
§ 1º Os servidores públicos federais serão aposentados:
I – voluntariamente, observados, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; e
b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de 10 (dez) anos
de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria;
II – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiverem investidos, quando in-
suscetíveis de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas
para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria; ou
III – compulsoriamente, na forma do disposto no inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal.
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Conjugando o art. 40, da CF, com o art. 10 da EC n. 103/2019, temos as seguintes regras
de aposentadoria:
ANTES EC n. 103/2019
Idade + Tempo de Contribuição Idade + Tempo de Contribuição
HOMEM
HOMEM
• 35 anos de contribuição;
• 25 anos de contribuição;
• 60 anos de idade;
• 65 anos de idade;
• 10 anos no cargo;
• 10 anos no serviço público;
• 5 anos no cargo.
• 5 anos no cargo.
MULHER MULHER
• 30 anos de contribuição; • 25 anos de contribuição;
• 55 anos de idade; • 62 anos de idade;
• 10 anos no cargo; • 10 anos no serviço público;
• 5 anos no cargo. • 5 anos no cargo.
ANTES EC n. 103/19
Tempo de Contribuição Tempo de Contribuição
HOMEM
• 65 anos de idade;
• 10 anos no cargo;
• 5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria.
Revogado
MULHER
• 60 anos de idade;
• 10 anos no cargo;
• 5 anos no cargo em que se dará a aposentadoria.
Note que o art. 10 da EC n. 103/2019 fixou as regras de aposentadoria “Até que entre em
vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de previdência social dos servi-
dores da União.”. Assim, as regras estipuladas no art. 10 serão aplicadas até que um dia seja
editada a referida lei.
Aparentemente, foi diminuído o tempo de contribuição, de 35 para 25 anos. Isso porque,
a partir da Emenda, o valor do benefício de aposentadoria corresponderá, inicialmente, a 60%
(sessenta por cento) da média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunera-
ções correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho
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de 1994 (início do Plano Real) ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competên-
cia com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder
o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição. Como se exige do servidor (homem ou mulher) 25
anos de contribuição para aposentadoria, quando completar os 25 anos, ele já inicia ganhando
70% da média. Contudo, se ficar por mais tempo no serviço público poderá se aposentar com
um valor mais, pois os demais anos de contribuição serão levados em consideração no cálculo
do benefício.
O art. 40 da CF fixou as regras gerais para aposentadoria, estabelecendo, também, que é
vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em re-
gime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. Vejamos:
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente sub-
metidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário,
de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51,
o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144.
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo
de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas
com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação
desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação
às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e mé-
dio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo.
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legislativo teve origem parlamentar — que contenha regras de caráter nacional sobre a aposen-
STF. Plenário. ADI 5241/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/8/2021 (Info 1027).
CARREIRA POLICIAL
PCDF
- 55 anos de idade;
Polícia Legislativa da CD e SF
- 30 anos de contribuição;
Polícia Federal;
- 25 anos de efetivo exercícios na carreira;
Polícia Rodoviária Federal;
Polícia Ferroviária Federal;
OBS! Todos os requisitos, inclusive idade, é para
Polícia Penal (conforme EC n. 104/19);
ambos os sexos.
Agente Socioeducativo.
ATIVIDADES ESPECIAIS
Atividades que sejam exercidas com efetiva • 60 anos de idade;
exposição a agentes químicos, físicos e biológi- • 25 anos de efetiva exposição;
cos prejudiciais à saúde, ou associação desses • 10 anos de serviço público;
agentes, • 5 anos no cargo.
PROFESSOR FEDERAL
Art. 40
I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insus-
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ANTES EC n. 103/19
I – por invalidez permanente, sendo os I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo
proventos proporcionais ao tempo de em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação,
contribuição, exceto se decorrente de aci- hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
dente em serviço, moléstia profissional ou periódicas para verificação da continuidade das condições que
doença grave, contagiosa ou incurável, na ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do
forma da lei; (Redação dada pela Emenda respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Cons-
Constitucional n. 41, 19.12.2003) titucional n. 103, de 2019)
21
Art. 186. § 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose
Aposentadoria Compulsória
ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hansení-
ase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras
que a lei indicar, com base na medicina especializada.
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Quando o servidor atinge certa idade, há a presunção de que não tem mais condições
de desempenhar as funções com a mesma destreza e eficiência esperadas. Nesse contexto,
a Carta Constitucional instituiu a aposentadoria compulsória por idade.
A aposentadoria por idade foi prevista, inicialmente, quando o servidor atingisse a idade de
70 anos, sendo ato vinculado por quem deve determinar a aposentação. No entanto, com a EC
n. 88/2015 foram promovidas novas regras quanto a essa forma de aposentadoria.
Redação da CF com a EC n. 88/2015: os servidores de cargos efetivos serão aposentados
compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de
idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar.
I – os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos mu-
nicípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II – os membros do Poder Judiciário;
III – os membros do Ministério Público;
IV – os membros das Defensorias Públicas;
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
Pode-se, portanto, dizer que para os servidores públicos em geral a aposentadoria compul-
sória ocorrerá aos 75 anos de idade.
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Para Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do TCU a idade da
aposentadoria ocorre aos 75 anos mesmo sem Lei Complementar. Trata-se de regra autoapli-
cável independentemente de lei (art. 100 do ADCT).
A CF, no entanto, fez a previsão de que os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ,
TST, TSE, STM) e do TCU aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 anos de idade, nas con-
dições do art. 52 da Constituição Federal. Este artigo 52 exige aprovação pelo Senado Fede-
ral para a investidura nos cargos. Assim, a proposta do Poder Constituinte Reformador (EC
88/2015) foi que houvesse nova “sabatina”, a fim de verificar as condições das citadas autori-
dades para permanência nas funções. Porém, o STF entendeu que essa exigência é inconstitu-
cional por violar a independência do Poder Judiciário e entre os Poderes do Estado.
Note-se, também, que a LC n. 152/2015 revogou o inciso I do art. 1º da LC n. 51/85, que
trata da aposentadoria dos servidores públicos policiais. Assim, eles também passam a se
aposentar compulsoriamente com 75 anos (antes era 65 anos).
Decidiu o STJ que não é aplicável a regra da aposentadoria compulsória por idade na hi-
pótese de servidor público que ocupe exclusivamente cargo em comissão, pois nesse caso
são aplicadas as regras do regime geral da previdência social (RMS 36.950-RO, Rel. Min. Cas-
tro Meira, DJe 26.4.2013). STF tem decisão no mesmo sentido.22
A EC n. 103/2019 não trouxe modificações quanto a essa modalidade de aposentadoria,
permanecendo o art. 40, inciso II, da CF com a mesma redação.
Contribuição Previdenciária
Como dito, para o servidor poder se aposentar ele terá que ter o tempo de contribuição
necessário.
Com a EC n. 103/2019, o art. 149 da CF passa a fixar que a União, os Estados, o Distrito Fe-
deral e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio
de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas,
que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos
proventos de aposentadoria e de pensões. Bem, a alteração da EC n. 103/2019 fez a previsão
das alíquotas serem progressivas.
22
RE 786540/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 15.12.2016. (RE-786540)
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Fixou também a EC n. 103/2019 que, quando houver deficit atuarial, a contribuição ordi-
nária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposen-
tadoria e de pensões que supere o salário-mínimo e, demonstrada a insuficiência da medida,
é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores
públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas, instituída simultaneamente com outras
medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data
de sua instituição.
Vejamos, então, como são os valores das alíquotas:
Art. 11. Até que entre em vigor lei que altere a alíquota da contribuição previdenciária de que tratam
os arts. 4º, 5º e 6º da Lei n. 10.887, de 18 de junho de 2004, esta será de 14 (quatorze por cento).
§ 1º A alíquota prevista no caput será reduzida ou majorada, considerado o valor da base de contri-
buição ou do benefício recebido, de acordo com os seguintes parâmetros:
I – até 1 (um) salário-mínimo, redução de seis inteiros e cinco décimos pontos percentuais;
II – acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 (dois mil reais), redução de cinco pontos per-
centuais;
III – de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00 (três mil reais), redução de dois
pontos percentuais;
IV – de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até R$ 5.839,45 (cinco mil, oitocentos e trinta e
nove reais e quarenta e cinco centavos), sem redução ou acréscimo;
V – de R$ 5.839,46 (cinco mil, oitocentos e trinta e nove reais e quarenta e seis centavos) até R$
10.000,00 (dez mil reais), acréscimo de meio ponto percentual;
VI – de R$ 10.000,01 (dez mil reais e um centavo) até R$ 20.000,00 (vinte mil reais), acréscimo de
dois inteiros e cinco décimos pontos percentuais;
VII – de R$ 20.000,01 (vinte mil reais e um centavo) até R$ 39.000,00 (trinta e nove mil reais), acrés-
cimo de cinco pontos percentuais; e
VIII – acima de R$ 39.000,00 (trinta e nove mil reais), acréscimo de oito pontos percentuais.
§ 2º A alíquota, reduzida ou majorada nos termos do disposto no § 1º, será aplicada de forma pro-
gressiva sobre a base de contribuição do servidor ativo, incidindo cada alíquota sobre a faixa de
valores compreendida nos respectivos limites.
§ 3º Os valores previstos no § 1º serão reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Emen-
da Constitucional, na mesma data e com o mesmo índice em que se der o reajuste dos benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, ressalvados aqueles vinculados ao salário-mínimo, aos quais
se aplica a legislação específica.
§ 4º A alíquota de contribuição de que trata o caput, com a redução ou a majoração decorrentes do
disposto no § 1º, será devida pelos aposentados e pensionistas de quaisquer dos Poderes da União,
incluídas suas entidades autárquicas e suas fundações, e incidirá sobre o valor da parcela dos pro-
ventos de aposentadoria e de pensões que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios
do Regime Geral de Previdência Social, hipótese em que será considerada a totalidade do valor do
benefício para fins de definição das alíquotas aplicáveis.
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Assim, quem ganha acima de R$ 39.000,00 (trinta e nove mil reais) terá uma alíquota
progressiva de 22%. Porém, a alíquota é progressiva conforme as faixas salariais. Com efeito,
a alíquota de 22% não incidirá sobre a totalidade da remuneração.
Para ter isonomia com relação aos beneficiários do RGPS, a alíquota de contribuição será
devida pelos aposentados e pensionistas de quaisquer dos Poderes da União, incluídas suas
entidades autárquicas e suas fundações, e incidirá sobre o valor da parcela dos proventos de
aposentadoria e de pensões que supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do
Regime Geral de Previdência Social, hipótese em que será considerada a totalidade do valor
do benefício para fins de definição das alíquotas aplicáveis. Assim, os ex-servidores públicos
(aposentados) somente contribuirão caso recebam benefícios que superem o teto do RGPS.
Contribuição previdenciária após aposentadoria:
Com a EC n. 41/2003 foi estabelecido que incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
sentadorias e pensões concedidas pelo regime próprio dos servidores públicos que superem
o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
efetivos, inclusive aqueles que já se encontravam aposentados, quando promulgada a referida
Emenda.
Assim, após a aposentadoria o servidor deve continuar contribuindo para a seguridade
social.
A redação da referida EC foi objeto de ação direta de inconstitucionalidade perante o STF,
ADI n. 3.105/DF. O Supremo julgou improcedente na parte que questionava a incidência da
contribuição previdenciária, na medida em que se trata de imposição de natureza tributária e,
portanto, deve ser analisada à luz dos princípios constitucionais relativos aos tributos. Assim,
não se lhe pode opor a garantia constitucional do direito adquirido para eximir-se do paga-
mento, pois não há norma no ordenamento jurídico brasileiro que imunize, de forma absoluta,
os proventos de tributação, nem mesmo o princípio da irredutibilidade de vencimentos. Ade-
mais, entendeu que o regime previdenciário público visa garantir condições de subsistência,
independência e dignidade pessoais ao servidor idoso por meio do pagamento de proventos da
aposentadoria durante a velhice e, nos termos do artigo 195 da Constituição, deve ser custeado por
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toda a sociedade, de forma direta e indireta, o que se poderia denominar princípio estrutural da
solidariedade. O fato de os servidores já estarem aposentados na data da publicação da Emen-
da não pode retirar a responsabilidade social pelo custeio, já que seu tratamento previdenciário
é diverso do reservado aos servidores da ativa.
Também foi questionada na ADI n. 3.105 a parte que estabelecia contribuição diferenciada
para servidores da União (60%), em relação a servidores dos estados, municípios e DF (50%),
sendo julgada, nesse caso, procedente para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos,
pois trata de maneira diferenciada servidores que estão na mesma situação.
Atente-se que só haverá contribuição do aposentado e do pensionista se o valor que recebe
for maior que o valor pago pelo Regime Geral da Previdência Social. Desse modo, se o servidor
ganha até esse valor, não haverá contribuição.
O Texto Constitucional, conforme redação dada pela EC n. 47/2005, fez a previsão de que
a contribuição incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitan-
te. Contudo, essa previsão foi REVOGADA com a EC n. 103/2019. (art. 35 da EC n. 103/2019,
revogou o §21, do art. 40, da CF).
Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da
União e do Regime Geral de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos salá-
rios de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio
de previdência social e ao Regime Geral de Previdência Social, ou como base para contribuições
decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atua-
lizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde
a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
Assim, até que lei venha disciplinar o cálculo dos benefícios, na apuração do valor será uti-
lizada a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados
como base para contribuições a regime próprio de previdência social, correspondente a 100%
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da média do período contributivo. Trata-se de regra menos favorável ao servidor, pois antes o
cálculo era feito com 80% da média, desprezando os 20% com menor contribuição.
A referida média será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime Ge-
ral de Previdência Social para o servidor que ingressou no serviço público em cargo efetivo
após a implantação do regime de previdência complementar ou que tenha exercido a opção
correspondente. Vale dizer, para os servidores federais que ingressaram após a criação da
FUNPRESP, 2013, e aqueles que fizeram a opção de migrar para este novo modelo o valor má-
ximo será o mesmo valor do RGPS.
Para a definição do valor da aposentadoria, serão levadas em consideração todas as
contribuições (100% do período), sendo que o valor do benefício de aposentadoria corres-
ponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética citada, com acréscimo de 2 (dois)
pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos
de contribuição.
Portanto, os passos para calcular o valor da aposentadoria são:
• Inclusão de todo período contributivo (100% das contribuições);
• Fixação do valor inicial do benefício: até 60% da média aritmética;
• Fixação do valor final do benefício: fazer acréscimo de 2% para cada ano que exceder a
20 anos de contribuição.
Cabe apenas relembrar que, para o servidor público, exige-se no mínimo 25 anos de tempo
de contribuição para poder se aposentar. A regra de pelo menos 20 anos é para o segurado
do RGPS.
Vamos ver em um exemplo:
Servidor homem tem 65 anos de idade, 25 anos de TC, 10 anos no serviço e 5 anos no car-
go. Ou seja, tem todas as condições para se aposentar. Assim, ele já tem 60% pelos 20 anos de
TC e mais 10% pelos 5 anos a mais (25 anos ao total de contribuição). Então será, 60% +2% (1
ano) +2% (1 ano) +2% (1 ano) +2% (1 ano) +2% (1 ano) = 70%.
Se o servidor tem mais tempo de contribuição, terá um valor maior.
Vejamos:
• 20 anos: 60%
• 25 anos: 70%
• 30 anos: 80%
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• 35 anos: 90%
• 40 anos: 100%
Vamos imaginar que uma pessoa ingressou no cargo de Advogado da União em agosto de
2004. Porém, em 2018 migrou para o Regime de Previdência Complementar – RPC, aderindo
ao FUNPRESP. Nesse caso, irá se aposentar com o teto do RGPS. Vamos supor que o teto do
RGPS seja R$6.000,00. Então, quando for se aposentar todo seu período contributivo será leva-
do em consideração (100%). Como sua remuneração é mais elevada, ele teria direito ao valor
total. Porém, não podemos esquecer a regra dos 60%+2%. Logo, se ele tem 25 anos de TC, terá
direito a 70% de R$6.000,00 = R$4.200,00.
Se, no mesmo exemplo, o servidor tem 35 anos de contribuição terá direito a 90% de
R$6.000,00 = R$5.400,00.
Vale ainda salientar que no exemplo acima o servidor terá ainda o benefício pago pelo
Funpresp correspondente ao seu período contributivo. Além disso, o servidor não terá mais
que contribuir para o RPPS, pois só há exigência de contribuição para quem se aposentou
quando o servidor recebe acima do teto do RGPS, salvo se houve déficit atuarial, situação em
que poderá incidir contribuição sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões
que supere o salário-mínimo. (art. 149, § 1º-A, com a redação da EC n. 103/2019).
Contudo, o valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% (cem por cento) da
média aritmética no caso de aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer
de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho.
Quanto ao valor do benefício na aposentadoria compulsória, corresponderá ao resultado
do tempo de contribuição dividido por 20 (vinte) anos, limitado a um inteiro, multiplicado pelo
valor apurado na forma do caput do § 2º deste artigo, ressalvado o caso de cumprimento de
critérios de acesso para aposentadoria voluntária que resulte em situação mais favorável.( Art
26, par. 4º)
Abono de Permanência
O servidor que já possuir tempo para requerer aposentadoria voluntária (com proventos in-
tegrais ou não) e que, mesmo assim, permanecer em atividade, não terá o desconto da contribuição
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previdenciária. Trata-se do abono de permanência. Na prática, o servidor fica sem pagar a con-
tribuição previdenciária enquanto não requerer a aposentadoria ou enquanto não implementar
o limite de idade para aposentadoria compulsória.
O abono de permanência sofreu uma sutil alteração pela EC n. 103/19. Vejamos a redação
do texto:
ANTES EC n. 103/19
§ 19. Observados critérios a serem estabeleci-
§ 19. O servidor de que trata este artigo que
dos em lei do respectivo ente federativo, o servi-
tenha completado as exigências para aposen-
dor titular de cargo efetivo que tenha completado
tadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a,
as exigências para a aposentadoria voluntária e
e que opte por permanecer em atividade fará jus
que opte por permanecer em atividade poderá
a um abono de permanência equivalente ao valor
fazer jus a um abono de permanência equiva-
da sua contribuição previdenciária até completar
lente, no máximo, ao valor da sua contribuição
as exigências para aposentadoria compulsória
previdenciária, até completar a idade para apo-
contidas no § 1º, II. (Incluído pela Emenda Cons-
sentadoria compulsória. (Redação dada pela
titucional n. 41, 19.12.2003)
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
A sutil alteração foi referente à possibilidade de o abono não corresponder ao valor total da
alíquota de contribuição. Isso porque, na redação anterior, o Texto Constitucional dizia que o
servidor teria direito ao “abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previ-
denciária”. Com a EC n. 103/2019 hoje o abono será equivalente a, no máximo, ao valor da sua
contribuição previdenciária. Ou seja, poderá ser menor.
Com relação ao servidor que tenha cumprido os requisitos para aposentadoria voluntária,
a EC n. 103/2019 ressalvou que, até que entre em vigor lei federal de que trata o § 19 do art. 40
da Constituição Federal, o abono de permanência será equivalente ao valor da sua contribui-
ção previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória.
Conforme o art. 40, § 6º, da CF, com a redação da EC n. 103/2019, ressalvadas as aposen-
tadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percep-
ção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se
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EXEMPLO
Servidor público que era professor em universidade privada.
EXEMPLO
Aposentou-se como médico e é aprovado em novo concurso para médico.
EXEMPLO
Duas aposentadorias de cargos de médico (serviço público) e aposentadoria como professor
em universidade privada.
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termos autorizados pela CF, não se submete ao teto constitucional, devendo os cargos ser con-
siderados isoladamente para esse fim (RMS 38.682-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
18.10.2012; Informativo n. 508).
Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral de Previdência
Social ou de servidor público federal será equivalente a uma cota familiar de 50% (cinquenta por
cento) do valor da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito
se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez)
pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento).
§ 1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos
demais dependentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o
número de dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco).
Agora, a pensão corresponde a uma cota de 50% com acréscimo de 10 pontos por dependente.
Para se chegar ao valor da cota de 50% deve ser feito o cálculo conforme uma das duas
condições: servidor já estava aposentado ou servidor estava na ativa.
Se o servidor já estava aposentado, a cota de 50% corresponderá ao valor da aposentado-
ria recebida.
Caso o servidor estivesse ativo a cota de 50% será feito o cálculo como se o servidor fosse
aposentado por incapacidade permanente.
A partir desse cálculo inicial, haverá acréscimo de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por
dependente, até o máximo de 100% (cem por cento).
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EXEMPLO
João, servidor público, morreu deixou esposa e 2 filhos. Receberá a cota de 50% + 30 pontos
de acréscimo referente à esposa e os dois filhos. Assim, o valor da pensão será 80% da média.
Não há também a reversão de cotas. A medida que o dependente perde essa qualidade,
a cota é extinta e não é transferida para os demais.
Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave,
o valor da pensão por morte será equivalente a: (§2º)
I – 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que te-
ria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo
de benefícios do Regime Geral de Previdência Social; e
II – uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentu-
ais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento), para o valor que supere o limite máximo
de benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Assim, até o teto do RGPS o valor é 100% do teto. Se o servidor ganha mais do que o
teto do INSS, haverá uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento), do valor excedente,
acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente. Então se o servidor
tem filho, por exemplo, inválido e ganha R$10.000,00, receberá o teto do RGPS, mais 50%
dessa diferença (R$10.000,00 e teto do RGPS) acrescido de 10% em razão do filho depen-
dente.
Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, sua con-
dição pode ser reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação
biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, observada revi-
são periódica na forma da legislação.
Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental
ou grave, o valor da pensão será recalculado conforme as regras gerais.
E o tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por dependente até
a perda dessa qualidade, o rol de dependentes e sua qualificação e as condições neces-
sárias para enquadramento serão aqueles estabelecidos na Lei n. 8.213, de 24 de julho de
1991. Assim, a EC n. 103/2019, determinou que as demais regras sobre pensão por morte
e dependente do servidor público sejam as mesmas do RGPS.
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Tendo em vista que os cargos políticos são de caráter transitório, entendeu o STF que a
concessão de pensão vitalícia à viúva, à companheira e a dependentes de prefeito, vice-prefei-
to e vereador, falecidos no exercício do mandato, não é compatível com a Constituição Federal.
STF. Plenário. ADPF 764/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/8/2021 (Info 1027).
Acumulação de Pensão
Fixou a EC n. 103/2019, art. 24, que é vedada a acumulação de mais de uma pensão
por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime de previ-
dência social, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do exercício de
cargos acumuláveis na forma do art. 37 da Constituição Federal. Assim, sedimentou-se a
regra de vedação de acumulação de pensão do mesmo regime (RGPS=RGPS e RPPS=R-
PPS), salvo quando ocorrer situação de cargos acumuláveis permitidos pela CF.
Cabe acrescentar que a vedação de acumulação foi referente à pensão deixada por
cônjuge ou companheiro, não havendo impedimento para pensão deixada por filhos, por
exemplo.
A EC n. 103/2019 admitiu a cumulação de pensão nas seguintes situações:
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Mesmo nos casos de acumulação permitida, não será o valor total que o servidor receberá.
Em situações de acumulação lícita, é assegurada a percepção do valor integral do bene-
fício mais vantajoso e de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativa-
mente de acordo com as seguintes faixas:
I – 60% (sessenta por cento) do valor que exceder 1 (um) salário-mínimo, até o limite de 2 (dois)
salários-mínimos;
II – 40% (quarenta por cento) do valor que exceder 2 (dois) salários-mínimos, até o limite de 3 (três)
salários-mínimos;
III – 20% (vinte por cento) do valor que exceder 3 (três) salários-mínimos, até o limite de 4 (quatro)
salários-mínimos; e
IV – 10% (dez por cento) do valor que exceder 4 (quatro) salários-mínimos.
EXEMPLO
Luiz é aposentado do RPPS e ganha R$7.000 e seu cônjuge faleceu deixando pensão paga
pelo RGPS no valor de R$5.000. Nesse caso, Luiz o valor mais vantajoso será R$7.000,00 (de
aposentadoria) e 10% da pensão deixada por seu cônjuge, pois ultrapassa 4 salários-mínimos.
JURISPRUDÊNCIA
Para a aposentadoria voluntária de servidor público, o prazo mínimo de cinco anos no
cargo em que se der a aposentadoria refere-se ao cargo efetivo ocupado pelo servidor e
não à classe na carreira alcançada mediante promoção.
A promoção por acesso de servidor a classe distinta na carreira não representa ascensão
a cargo diverso daquele em que já estava efetivado, de modo que, para fins de aposenta-
doria, o prazo mínimo de cinco anos no cargo efetivo, exigido pelo artigo 40, § 1º, inciso
III, da Constituição Federal, na redação da Emenda Constitucional 20/1998, e pelos arti-
gos 6º da Emenda Constitucional 41/2003 e 3º da Emenda Constitucional 47/2005, não
recomeça a contar pela alteração de classe. STF. Plenário. RE 1322195/SP, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 1º/4/2022 (Repercussão Geral – Tema 1207) (Info 1049).
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Quanto à participação das pessoas com deficiência nos concursos, entendeu o STF que
é inconstitucional ato normativo que exclui o direito dos candidatos com deficiência à
adaptação razoável em provas físicas de concursos públicos, bem como que é inconsti-
tucional a submissão genérica de candidatos com e sem deficiência aos mesmos critério.
Na visão do STF o Decreto nº 9.546/2018, ao excluir a previsão de adaptação das provas
físicas para candidatos com deficiência violou o bloco de constitucionalidade composto
pela Constituição Federal e pela Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência – CDPD (Decreto Legislativo nº 186/2008), incorporada à ordem jurídica
brasileira com o “status” de Emenda Constitucional, na forma do art. 5º, § 3º, da CF/88.
STF. Plenário. ADI 6476/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2021 (Info 1028).
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servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com demons-
tração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido. STJ. 1ª Seção. REsp
1.769.306/AL, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/03/2021 (Recurso Repetitivo
– Tema 1009) (Info 688)
O teto constitucional remuneratório não incide sobre os salários pagos por empresas
públicas e sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que não recebam recur-
sos da Fazenda Pública. Vide: § 9º do art. 37 da CF/88: “O disposto no inciso XI aplica-se
às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.” STF. Plenário. ADI 6584/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
O parágrafo único do art. 137 da Lei nº 8.112/90 proíbe, para sempre, o retorno ao ser-
viço público federal de servidor que for demitido ou destituído por prática de crime contra
a Administração Pública, improbidade administrativa, aplicação irregular de dinheiro
público, lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional e corrupção. Essa
previsão viola o art. 5º, XLVII, “b”, da CF/88, que afirma que não haverá penas de caráter
perpétuo. STF. Plenário. ADI 2975, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 04/12/2020.
É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários
previstos no edital por motivos religiosos, desde que cumpridos alguns requisitos Nos
termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de con-
curso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que
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invoca escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que presentes a razo-
abilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não
acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada. STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Toffoli, red. p/ o ac. Min.
Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 (Repercussão Geral – Tema 386)
(Info 1000).
Nos termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à Administração Pública,
inclusive durante o estágio probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular
exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos públicos, em face de servidores
que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde que presen-
tes a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento do exercício de
suas funções e não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que deverá
decidir de maneira fundamentada. STF. Plenário. RE 611874/DF, rel. orig. Min. Dias Tof-
foli, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 19/11, 25/11 e 26/11/2020 (Repercussão
Geral – Tema 386) (Info 1000)
Se o servidor público recebe remuneração (ou aposentadoria) mais pensão, a soma dos
dois valores não pode ultrapassar o teto.
Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda Cons-
titucional 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso XI do art. 37 da Constituição
Federal incide sobre o somatório de remuneração ou provento e pensão percebida por
servidor. STF. Plenário. RE 602584/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/8/2020
(Repercussão Geral – Tema 359) (Info 985) REMUNERAÇÃO + PENSÃO TEM TETO....
CUIDADO. SE FOR ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS LICITAMENTE O TETO É CON-
TATO EM CADA CARGO E NÃO PELA SOMA.
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A estabilidade prevista no art. 149 da Lei nº 8.112/90 deve ser no cargo, não sendo sufi-
ciente que o membro da comissão goze de estabilidade no serviço público. O art. 149 da
Lei nº 8.112/90 determina que a comissão condutora do processo administrativo disci-
plinar seja composta por servidores estáveis e se exige que, no momento da designação,
estes já tenham atingido a estabilidade no desempenho do cargo que exercem e que os
legitima participar da comissão. Não haverá, contudo, nulidade do PAD se, no caso con-
creto, a Administração Pública, ao perceber o vício formal, substituiu o servidor em está-
gio probatório por outro estável, sem aproveitar qualquer ato decisório do servidor subs-
tituído. Isso porque, nesta hipótese, não terá havido qualquer prejuízo concreto à defesa.
STF. 2ª Turma. RMS 32357/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 17/3/2020 (Info 970)
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VUNESP/CÂMARA DE SERTÃOZINHO–SP/PROCURADOR JURÍDICO LEGISLA-
TIVO/2019) O Poder Executivo Municipal realiza concurso público para o provimento de car-
gos de fiscal tributário. O concurso demora um ano para ser finalizado, com a publicação da
lista de aprovados, em março de 2017. No mês de abril de 2017, quando ia ser dada posse aos
novos fiscais, o Poder Executivo verifica que o limite prudencial da lei de responsabilidade fis-
cal foi atingido, impedindo a nomeação e a posse. Paralelamente, a Municipalidade enfrenta
uma redução de arrecadação de impostos em razão da grave crise econômica que aflige o
país. Nesse caso, os aprovados no concurso
a) possuem direito subjetivo à nomeação, independentemente do prazo de duração da situ-
ação impeditiva de sua nomeação e posse.
b) cessada a situação impeditiva, poderão ser nomeados, desde que dentro do prazo de va-
lidade do concurso público, que é de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
c) possuem direito subjetivo à nomeação, que deverá ocorrer no prazo máximo de três anos.
d) deverão ser nomeados no prazo improrrogável previsto no edital de convocação, indepen-
dentemente da cessação da situação impeditiva.
e) perdem o direito à nomeação, devendo prestar novo concurso após a cessação da situa-
ção impeditiva, independentemente do prazo.
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d) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial,
à qual atribuída eficácia retroativa, gera direito às promoções ou progressões funcionais que
alcançariam houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação.
e) Os empregados públicos celetistas não gozam de estabilidade e podem ser demitidos por
decisão imotivada.
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a) indeferimento do pleito, eis que a candidata possui mera expectativa de direito à nomeação
b) indeferimento do pleito, eis que a candidata somente teria direito público subjetivo à con-
vocação se estivesse dentro do número de vagas oferecidas no edital e durante o prazo de
validade do concurso;
curso público são decididos de forma discricionária pelo Administrador, não podendo o Judi-
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d) deferimento do pleito, eis que o direito à nomeação se estende ao candidato aprovado fora
do número de vagas previstas no edital, no limite de 10% (dez por cento) a mais do número de
vagas originariamente previstas;
e) deferimento do pleito, eis que o direito à nomeação se estende ao candidato aprovado fora
do número de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência
da desistência de candidatos classificados à sua frente.
d) a administração pública não pode proceder ao desconto dos dias de paralisação decor-
rentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, porque estes possuem uma
que não poderá ser prejudicado, interrompido ou paralisado por policiais militares, por audito-
res fiscais nem por policiais civis, sendo-lhes vedado o exercício de greve.
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superior ao teto constitucional, permite ao servidor escolher a remuneração que lhe apetece.
b) nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e fun-
ções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de
cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao
somatório dos ganhos do agente público.
c) ainda que se trate de vínculos provenientes de diferentes entes federados a incidência do
teto será calculada de maneira única.
d) o teto constitucional é aplicável a todos os servidores públicos, sendo indiferente a acumu-
lação ou não de cargos, empregos ou funções.
e) somente com autorização judicial é possível a acumulação de vencimentos, hipótese em
que haverá a incidência do teto constitucional de maneira global, ou seja, cada indivíduo está
submetido ao teto.
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GABARITO
1. b 7. a 13. e
2. a 8. b 14. e
3. d 9. a 15. c
4. b 10. e 16. b
5. a 11. b 17. d
6. e 12. a
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VUNESP/CÂMARA DE SERTÃOZINHO–SP/PROCURADOR JURÍDICO LEGIS-
LATIVO/2019) O Poder Executivo Municipal realiza concurso público para o provimento de
cargos de fiscal tributário. O concurso demora um ano para ser finalizado, com a publicação
da lista de aprovados, em março de 2017. No mês de abril de 2017, quando ia ser dada posse
aos novos fiscais, o Poder Executivo verifica que o limite prudencial da lei de responsabilidade
fiscal foi atingido, impedindo a nomeação e a posse. Paralelamente, a Municipalidade enfrenta
uma redução de arrecadação de impostos em razão da grave crise econômica que aflige o
país. Nesse caso, os aprovados no concurso
b) cessada a situação impeditiva, poderão ser nomeados, desde que dentro do prazo de vali-
dade do concurso público, que é de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
c) possuem direito subjetivo à nomeação, que deverá ocorrer no prazo máximo de três anos.
e) perdem o direito à nomeação, devendo prestar novo concurso após a cessação da situa-
Letra b.
b) Certa. Segundo o entendimento do STF no RE 598.099/STF, apesar de a Administração ter
a possibilidade de escolher o melhor momento para a nomeação de candidatos aprovados em
concurso público, o fato é que a nomeação é um direito subjetivo do candidato aprovado den-
tro do número de vagas. Assim, decorrido a situação impeditiva, deverão os candidatos tomar
posse. Vejamos o que diz o julgado:
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dos atos processuais que tenham cumprido sua finalidade, ainda que presentes vícios de for-
malidade.
Letra a.
a) Certa. De fato, de acordo com o princípio da instrumentalidade das formas, aquele ato que
não respeitou as formalidades porém cumpriu sua finalidade será válido.
b) Errada. Realmente o Princípio da Oficialidade significa que a Administração tem o dever de
instaurar e impulsionar o processo independentemente do requerimento do interessado. Quer
dizer que, uma vez iniciado, o processo não poderá ficar paralisado à espera de solicitações
do administrado para seu andamento. Porém, quanto tal princípio não se aplica ao processo
judicial para sua instauração, pois o Poder Judiciário em regra, deverá ser provocado.
c) Errada. Segundo o art. 152 da Lei n. 8.112, o prazo para a conclusão do processo disciplinar
não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a co-
missão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem. Po-
rém, o julgamento fora do prazo não implica nulidade do processo (art. 169, parágrafo único),
mas pode causar a prescrição intercorrente, pois, a partir do término do prazo previsto em lei,
volta a correr o prazo prescricional.
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Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, conta-
dos da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual
prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
Art. 169, § 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.
d) Errada. Estará interrompida a prescrição, de acordo com o art. 142 § 3º, com a abertura de
qualquer processo disciplinar (abertura de sindicância ou instauração de processo administra-
tivo disciplinar propriamente dito, nos termos dos arts. 144 e 148), mantendo-a interrompida
até a decisão final da autoridade competente. A interrupção zera a contagem a partir da data
do fato interruptivo.
Lei n. 8.112, Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente
ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e
formular quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Súmula Vinculante n. 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende
a Constituição
blica direta.
b) é obrigatória para admissão do servidor estatutário e facultativa para o servidor ou empre-
gado contratado pela CLT.
c) é facultativa para ingressar no quadro de pessoal das autarquias, seja como estatutário,
contratado pela CLT ou por contrato inominado.
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Letra d.
d) Certa. Nos termos do art. 37, II, da CF, a nomeação para cargos efetivos (isolados ou de
carreira) deve ser necessariamente precedida de concurso público de provas ou de provas e
títulos. A norma constitucional exigiu a realização de concurso para ingresso em cargo e em-
prego público.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
II – A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;
bilitação de candidato a cargo público, desde que compatível com as atribuições do cargo e
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c) O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante
o prazo de validade do certame anterior, gera automaticamente o direito à nomeação dos can-
didatos aprovados fora das vagas previstas no edital.
d) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial,
à qual atribuída eficácia retroativa, gera direito às promoções ou progressões funcionais que
alcançariam houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação.
e) Os empregados públicos celetistas não gozam de estabilidade e podem ser demitidos por
decisão imotivada.
Letra b.
a) Errada. Segundo a Súmula Vinculante n. 44: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico
a habilitação de candidato a cargo público.
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e) Errada. Mesmo não gozando de estabilidade, para que os empregados públicos sejam de-
mitidos é necessária a motivação do ato de dispensa. É o que estabelece o julgamento do RE
589998/PI:
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sindicância ou investigação.
disciplinar com base em denúncia anônima, sendo apenas autorizada a instauração de sindi-
Letra a.
a) Certa. A questão aborda a literalidade da Súmula n. 611 do STJ:
insuficiência de provas.
b) terá afastada a sua responsabilidade administrativa se a sentença criminal decretou a au-
sência de culpabilidade penal.
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de ausência de materialidade.
Letra e.
e) Certa. De acordo com o art. 121 da Lei n. 8.1112, o servidor responde civil, penal e adminis-
trativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Estabelece a lei que as sanções civis,
penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Porém, a regra
não é absoluta: a absolvição penal, por negativa do fato ou negativa de autoria, gera absolvi-
ção na via administrativa (art. 126).
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal
que negue a existência do fato ou sua autoria.
comissionado.
res sempre serão considerados em relação aos períodos de efetivo exercício do magistério.
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Letra a.
a) Certa. Para o STJ não é aplicável a regra da aposentadoria compulsória por idade na hipó-
tese de servidor público que ocupe exclusivamente cargo em comissão, pois, nesse caso, são
aplicadas as regras do regime geral da previdência social (RMS 36.950-RO, Rel. Min. Castro
Meira, DJe 26/4/2013).
b) Errada. Fixou a CF que lei complementar poderá estabelecer casos em que a aposentadoria
compulsória seja ampliada para 75 anos. A LC n. 152/2015 estabeleceu que serão aposenta-
dos compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 (seten-
ta e cinco) anos de idade:
I – os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, incluídas suas autarquias e fundações;
II – os membros do Poder Judiciário;
III – os membros do Ministério Público;
IV – os membros das Defensorias Públicas;
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas.
Para Ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) e do TCU, a idade da
aposentadoria ocorre aos 75 anos mesmo sem Lei Complementar. Trata-se de regra autoaplicável
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independentemente de lei para tanto, já está na CF, art. 100 do ADCT. Assim, na prática, os ser-
vidores se aposentarão compulsoriamente aos 75 anos de idade.
c) Errada. Tais conceitos não se confundem, são diferentes.
d) Errada. Apenas se aplica a regra da integralidade.
e) Errada. Não será em qualquer exercício de magistério. Segundo a CF, os requisitos de idade
e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos para o professor que comprove
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
no Ensino Fundamental e Médio.
Art. 40, § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos,
em relação ao disposto no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove exclusivamente tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental
e médio.
Letra b.
a) Errada. Deverá ocorrer o trânsito em julgado da decisão. Segundo o art. 41, § 1º, CF:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
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Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Art. 41, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em dispo-
nibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo.
Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
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Letra a.
a) Certa. Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, em seu Livro Direito Administrativo
Descomplicado (Pag. 116), considera-se agente Público toda pessoa física que exerça, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação ou designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função públi-
ca. Assim, servidores públicos da administração pública Direta ou Indireta são considerados
agentes públicos.
b) Errada. Nem todos os agentes públicos são regidos pelo regime estatutário, como é o caso
dos empregados públicos que são regidos pela CLT.
c) Errada. Apenas pessoas físicas podem ser enquadradas como agentes públicos.
d) Errada. Agentes públicos que detém emprego público também serão regidos pela legislação
trabalhista.
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Letra e.
e) Certa. É o que entende a jurisprudência do STJ quanto à validade da prova emprestada pro-
duzida dentro de processo criminal:
a) Reintegração é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava e do qual foi ilegalmen-
te desligado.
b) Readaptação é o retorno do servidor inativo à atividade quando for constatada por perícia
médica a insubsistência dos motivos da aposentadoria.
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c) Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo que ocupava por inabilitação em es-
tágio probatório relativo a outro cargo público para o qual foi nomeado.
d) Aproveitamento é o retorno de servidor estável, que se encontrava em disponibilidade,
ao mesmo cargo que ocupava ou equivalente em atribuições e vencimentos.
e) Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, vago ou ocupado, para
outro órgão ou ente vinculado a um mesmo Poder.
Letra b.
b) Errada. O conceito de readaptação está descrito no art. 24 da Lei n. 8.112/1990:
a) não é devida indenização, salvo em situação de flagrante arbitrariedade do ato que impediu
a posse.
b) a indenização é devida, computada desde a data em que deveria ter ocorrido a posse.
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Letra a.
a) Certa. Esse é o entendimento do STF, segundo o julgamento do RE 724347:
tribuição social;
d) Não podem ser criados em Municípios, mas somente em Estados e no Distrito Federal.
Letra e.
e) Certa. Como os servidores como Regime Geral, no RPPS também há idade mínima para
aposentar:
Art. 40, CF
1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados,
calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
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III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no servi-
ço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes
condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.
a) indeferimento do pleito, eis que a candidata possui mera expectativa de direito à nomeação
b) indeferimento do pleito, eis que a candidata somente teria direito público subjetivo à con-
validade do concurso;
curso público são decididos de forma discricionária pelo Administrador, não podendo o Judi-
d) deferimento do pleito, eis que o direito à nomeação se estende ao candidato aprovado fora
do número de vagas previstas no edital, no limite de 10% (dez por cento) a mais do número de
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e) deferimento do pleito, eis que o direito à nomeação se estende ao candidato aprovado fora
do número de vagas previstas no edital, mas que passe a figurar entre as vagas em decorrência
da desistência de candidatos classificados à sua frente.
Letra e.
e) Certa. Segundo entendeu o STF no julgamento do RE 946425 AgR:
que não poderá ser prejudicado, interrompido ou paralisado por policiais militares, por audito-
res fiscais nem por policiais civis, sendo-lhes vedado o exercício de greve.
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Letra c.
c) Certa. É o que se extrai do julgamento do ARE 654432 , do STF:
superior ao teto constitucional, permite ao servidor escolher a remuneração que lhe apetece.
ções, a incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de
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que haverá a incidência do teto constitucional de maneira global, ou seja, cada indivíduo está
submetido ao teto.
Letra b.
b) Certa. É o que dispõe o RE 602.043 referido na questão:
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Letra d.
d) Certa. Como Rafael não é estável, não poderá haver a recondução nem reintegração de car-
go. Também não poderá acumular os dois cargos por não ser exceção à acumulação legal de
cargos públicos. Assim, deverá ser exonerado do cargo de Delegado Federal para tomar posse
no cargo de Delegado Estadual.
JURISPRUDÊNCIA
Não ocorre a prescrição do fundo de direito no pedido de concessão de pensão por
morte, no caso de inexistir manifestação expressa da Administração negando o
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Atualmente é procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito
Administrativo e Processo Administrativo. Ex-assessor de ministro do STJ. Aprovado em vários concursos
públicos, dentre eles, analista judiciário do STJ, exercendo essa função durante cinco anos, e procurador
do Estado do Espírito Santo.
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