Remedios Constitucionais
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Remédios Constitucionais
Ação Popular
Sergio Alfieri
Direito Constitucional
1. Previsão Constitucional
Ø A ação popular foi prevista pela primeira vez na história das constituições
brasileiras na Constituição de 1934, em que pese a Carta de 1824 fizesse certa
menção ao instituto, mas aparentemente o vinculava apenas à seara penal. Seu
artigo 157 dizia: “Por suborno, peita, peculato, e concussão haverá contra eles ação
popular, que poderá ser intentada dentro de ano e dia pelo próprio queixoso, ou
por qualquer do Povo, guardada a ordem do Processo estabelecida na Lei”.
Direito Constitucional
1. Previsão Constitucional
Ø Fazendo uma breve retrospectiva histórica, a ação popular surge pela primeira vez
como a conhecemos na Constituição de 1934, mas é suprimida pela Constituição
ditatorial de 1937 (Ditadura Vargas), voltando ao texto constitucional em 1946 e
permanecendo até os dias atuais. Curioso mencionar que mesmo os textos de 1967
e 1969 com sua natureza autoritária mantiveram o instrumento em suas redações.
Direito Constitucional
1. Previsão Constitucional
Ø Atualmente, a ação popular está prevista pelo artigo 5º, LXXIII, CF:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
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1. Previsão Constitucional
1. Previsão Constitucional
1. Previsão Constitucional
Ø Além disso, talvez sua peculiaridade mais patente seja aquela relacionada à
legitimidade. Isso porque, ela só poderá ser ajuizada por cidadão. Nas palavras de
Pedro Lenza: somente poderá ser autor da ação popular o cidadão, assim
considerado o brasileiro nato ou naturalizado, desde que esteja no pleno gozo de
seus direitos políticos, provada tal situação (e como requisito essencial da inicial)
pelo título de eleitor, ou documento que a ele corresponda.
Ø No que diz respeito aos menores com 16 ou 17 anos, entende-se que eles também
podem ajuizar a ação, desde que tenham título de eleitor, não havendo a
necessidade de que sejam assistidos pelos pais ou outros responsáveis.
Ø B) Legitimidade Ordinária: José Afonso da Silva explica que o cidadão que ingressa
com a ação popular o faz em nome próprio por direito próprio, na defesa de direito
próprio, que é o de sua participação na vida política do Estado, fiscalizando a
gestão do patrimônio público, a fim de que esta se conforme com os princípios da
legalidade e da moralidade. Diretamente, é certo, o interesse defendido não é do
cidadão, mas da entidade pública ou particular sindicável e da coletividade, por
consequência. Mas é seu também, como membro da coletividade.
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Ø Passando para o estudo da legitimidade passiva, seu estudo deve começar com a
transcrição do artigo 6º da Lei da Ação Popular:
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item "b", do art. 4º, quando o valor real do bem
for inferior ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além das pessoas públicas ou
privadas e entidades referidas no art. 1º, apenas os responsáveis pela avaliação inexata
e os beneficiários da mesma.
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Ø OBS: no litisconsórcio simples a decisão judicial até pode ser igual para todos, mas
não é obrigatório.
Direito Constitucional
Ø Bom, a resposta varia de acordo com a natureza do(s) pedido(s). Vejamos o artigo 11
da LAP:
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Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do
ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua
prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários
causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Ø Pois bem. Toda e qualquer ação popular conta com ao menos um pedido de
invalidação do ato, buscando-se um provimento de natureza desconstitutiva. A
depender das circunstâncias do caso concreto, também poderá ser formulado um
outro pedido, este com natureza condenatória, seja para reparar o dano causado,
ou afastar o risco de dano.
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Ø OBS: a invalidação do ato terá como efeito a recondução de todas as partes que
nele figuraram ao estado anterior (statu quo ante).
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