Remédios Constitucionais

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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Habeas Corpus: Art. 5°, LXVIII, CRFB/88;


Art. 647 a 667 do CPP;
Súmula 695 do STF.

Mandado de Segurança: Art. 5° LXIX da CRFB/88


Art. 5º LXX da CRFB/88;
Lei n° 12.016/09: Art. 1, 3, 5, 7, 12, 14, 20, 21, 22, 23 e 25.

Súmula 177 do STJ;


Súmula 266 do STF;
Súmula 510 do STF
Súmula 512 do STF;
Súmula 625 do STF;
Súmula 629 do STF;
Súmula 630 do STF.
Mandado de Injunção: Art. 5 LXXI da CRFB/88;
Lei n° 3.300/06: Art. 8 e 12.

Habeas Data:
Art. 5°, LXXII da CRFB/88;
Lei n° 9.507/97: Art. 1, 7, 8, 15, 19, 20 e 21.
Súmula 2 do STJ.

Ação Popular:
Art. 5°, LXXIII da CRFB/88;
Lei n° 4.717/65: Art. 1, 2, 5, 6, 9, 11, 12 e 19
Súmula 365 do STF.

Jurisprudência: STF. Plenário. Pet 5856 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado
em 25/11/2015 (Info 811).

• O que são remédios constitucionais?


Os remédios constitucionais são meios postos à disposição dos cidadãos
para provocar a intervenção de autoridades a fim de sanar ou impedir
ilegalidades ou abuso de poder que prejudiquem direitos e interesses
individuais. Para isso, a Constituição positivou o habeas corpus, o habeas data,
o mandado de segurança, a ação popular e o mandado de injunção.

Diferem-se das demais ações de direito processual em razão de seu status


constitucional, ou seja, porque a própria Constituição cuidou de assegurar a
presença desses mecanismos contra o arbítrio do Poder Estatal.

• Para que servem os remédios


constitucionais?
Os remédios constitucionais são verdadeiras ações constitucionais. Entretanto,
a opção pelo termo remédios vem para distingui-las das demais ações de
controle concentrado de constitucionalidade. Enquanto a ADIn, a ADC e a ADPF
são instrumentos para conformidade das normas e do direito objetivo, os
remédios constitucionais asseguram faculdades jurídicas do indivíduo ou
da coletividade.

Em outras palavras, as ações de controle concentrado servem para provocar a


Corte Constitucional a se manifestar sobre a adequação de uma lei ou dispositivo
legal. Não interessa saber quem são os sujeitos prejudicados ou beneficiários
dessa norma, apenas se ela respeita, ou não respeita, a Constituição.
Justamente por isso, apenas algumas entidades possuem legitimidade para
requerer a análise pelo STF.

O caso dos remédios constitucionais é outro. Aqui, as ações possuem função


de sanear ou remediar uma ilegalidade ou abuso de poder que limitou ou
impediu o exercício de um direito garantido ao sujeito. Nesse caso, a proteção
jurisdicional é destinada à tutela do indivíduo que sofreu restrição em seu acervo
de direitos.

Contudo, não são todas as faculdades subjetivas que estão garantidas pelos
remédios constitucionais. Por exemplo, para ressarcimento ou indenização de
danos perpetrados pelo Estado cabe a ação indenizatória específica, pelo
procedimento comum.

Por outro lado, é possível impetrar habeas data para assegurar o conhecimento
de informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
• Quais são os remédios constitucionais?
São eles: habeas corpus, habeas data, mandado de segurança, ação popular e
mandado de injunção.

1. Habeas corpus
2. Habeas data
3. Mandado de segurança
4. Ação popular
5. Mandado de injunção

Habeas corpus

O habeas corpus é o remédio constitucional por excelência. Seu objetivo é


proteger um dos direitos mais fundamentais para qualquer nação civilizada: a
liberdade de locomoção. Previsto em diversos ordenamentos jurídicos
estrangeiros, foi positivado pela primeira vez no capítulo XXIX da Magna Carta
Inglesa, o qual garantiu o devido processo legal contra o aprisionamento de
sujeitos.

No rol dos remédios constitucionais, o habeas corpus está inserido no art. 5º,
inciso LXVIII, da Constituição e disciplinado no art. 647 e seguintes do Código
de Processo Penal.

Concede-se o habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado


de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade.
Em outras palavras, o habeas corpus proíbe a prisão abusiva.

Bem por isso, trata-se do instrumento enérgico para a garantia da democracia e


do Estado de Direito. No passado, o Ato Institucional nº 5, que institucionalizou
a ditatura militar no Brasil, teve como uma das consequências a suspensão do
habeas corpus por crimes de motivação política, franqueando o abuso do poder
estatal, a tortura e o desaparecimento forçado.

Habeas data

Tal como o habeas corpus, o habeas data tem íntima relação com o histórico
brasileiro de ditadura. Devemos lembrar que a Constituição de 1988 foi
promulgada exatamente para marcar a redemocratização do Brasil, razão
pela qual há uma notória carga valorativa em oposição aos atos de abuso de
autoridade e para garantia dos direitos fundamentais. Isso não pode ser negado.

Considerando os milhares de desaparecimentos forçados, prisões ilegais e


execuções ocorridos entre 1964 e 1985, o art. 5º, inciso LXXII, da Constituição
garantiu que houvesse o remédio constitucional habeas data para assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público, assim como para a retificação de dados. O procedimento está todo
disciplinado na Lei 9.507/1997.

Cuida-se do instrumento para garantir mais um princípio fulcral em toda


democracia: a transparência. Os atos exercidos pelas autoridades – quando não
forem fundamentais para defesa nacional – devem ser transparentes e de livre
acesso para seu portador.

Mandado de segurança

Nos termos do art. 5º, inciso LXIX, da Constituição, ao mandado de segurança


cumpre a proteção de direito documentalmente comprovado, desde que o
responsável pela ilegalidade ou abuso do poder seja autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Trata-se de um remédio constitucional subsidiário, emergindo quando não for


possível se valer de habeas corpus ou habeas data.

Entretanto, há limitações processuais no tocante ao interesse de agir. Ele


não será concedido quando for cabível recurso administrativo com efeito
suspensivo, tampouco contra decisão judicial da qual caiba recurso com igual
efeito. Por fim, é imprescindível que seja respeitada a coisa julgada de decisões.

Ação popular

O artigo 5º, inciso LXXXIII, da Constituição Federal, faculta a qualquer cidadão


a propositura de ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural.

Conforme detalhado no art. 2º da Lei 4.717/65, o conceito de ato lesivo ao


patrimônio público é todo aquele emanado:

• por autoridade incompetente;


• com vício de forma;
• ilegalidade do objeto;
• motivos inexistentes;
• desvio de finalidade.

Nesse sentido, considera-se desvio de finalidade quando o agente pratica ato


visando consequência diversa daquela prevista, usualmente para obtenção de
vantagens pessoais. Por isso, assegurou-se este remédio constitucional
também para a proteção da moralidade administrativa.
O princípio da moralidade administrativa, positivado no caput do art. 37 CRFB,
consiste na exigência de compatibilidade da atividade administrativa com os
valores ético-jurídicos genericamente considerados.

Do ponto de vista positivo, o princípio da moralidade exige que a atividade


administrativa seja desenvolvida de modo leal, assegurando a toda a
comunidade a obtenção de vantagens justas e não exclusivas.

Enquanto os demais remédios constitucionais podem ser exercidos por qualquer


sujeito, nacional ou estrangeiro, que tenha direito violado, a ação popular
somente pode ser manejada por cidadão.

Isso significa que o autor da ação deverá estar no livre gozo de seus direitos
políticos ativos (direito de votar). A prova dessa condição se dá com a juntada
do título de eleitor no ato da propositura da ação.

Mandado de injunção

O mandado de injunção é o remédio constitucional cabível para conferir


efetividade a direito fundamental subjetivo cujo exercício foi obstado em razão
da ausência de norma regulamentadora.

A importância do mandado de injunção se dá em face do parágrafo primeiro do


artigo 5º da Constituição, o qual estabelece a aplicabilidade imediata dos
direitos fundamentais.

Sucede que determinados direitos fundamentais apenas podem ser exercidos se


regulamentados, pois detém uma baixa densidade normativa. Exemplo disso é
o direito ao salário mínimo. Nessa hipótese, os Poderes Legislativo e Executivo
devem suprir a lacuna, editando uma norma regulamentadora suficiente para o
exercício do direito. No exemplo do salário mínimo, espera-se o piso mínimo
nacional.

Contudo, a inércia e a omissão estatal são cenários comuns.

Se a Constituição Federal impõe a aplicabilidade imediata dos direitos


fundamentais, mas esses não podem ser exercidos por força de omissão
legislativa ou administrativa, então o Poder Judiciário deve ser provocado para
declarar o direito, apresentando as condições materiais de gozo da prerrogativa,
até que a norma suficiente seja editada. A isso se presta o mandado de injunção.

• EXERCÍCIOS - Questão 30 ao 41 do caderno de questões

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