Trab. Constitucional Iii

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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

FACULDADE DE DIREITO LAUDO DE CAMARGO


CAMPUS RIBEIRÃO PRETO

Ação Popular na sociedade brasileira

Nome:Lara Medeiros Costa Silva


Código: 826738

SALA: 10B

Ribeirão Preto – São Paulo

Outubro de 2020
Ação Popular na sociedade brasileira

RESUMO
O presente trabalho visa discorrer sobre ação popular, buscando entender seu conceito, suas
atribuições e pontos relevantes. O método de pesquisa utilizado será por meios doutrinários,
bem como a jurisprudência. Ademais, serão analisados dois julgados do Supremo Tribunal
Federal (STF).

Palavras – Chave: Ação popular – legitimado ativo- sentença – administração pública.

1. INTRODUÇÃO
A ação popular, atualmente representa um instrumento popular democrático,
garantindo aos cidadãos a participação ativa na fiscalização e também proteção do patrimônio
público.
Atualmente, a ação popular deve ser vista e aproveitada como uma ferramenta de
combate a corrupção, ou ao mau aproveitamento de dinheiro público.
Contudo, apesar da ação popular ser, integralmente, resguardada na Constituição
Federal, esta não é explorada, difundida no âmbito social da forma correta pelos próprios
cidadãos.
A ação popular se faz de grande importância no cenário social pois é através dela
que o cidadão adquiri a faculdade de provocar o provimento jurisdicional estatal, a fim de
defender seus interesses próprios, o que dá a estes muito mais autonomia.
A presente obra visa estudar a importância e necessidade da ação popular
constitucional, enquanto sendo ferramenta para fiscalizar e controlar a administração pública
como um todo.

2. DA AÇÃO POPULAR
2.1 CONCEITO
A ação popular esta descrita na Constituição, inciso LXXIII do artigo 5º, à
descrevendo como instrumento destinado à anulação de atos lesivos ao patrimônio público, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Para que seja possível conceituar a ação popular de forma plena, é necessário que
seja levado em conta a sua origem e também sua herança histórica. Pois através daí é que foi
possível chegar aos moldes atuais.
Neste palco, é valido citar as palavras de José Afonso da Silva,(2010, p.463):
“O nome ação popular deriva do fato de atribuir-se ao povo, ou a parcela
dele, legitimidade para pleitear, por qualquer de seus membros, a tutela
jurisdicional de interesse que não lhe pertence, ut singuli, mas à
coletividade. O autor popular faz valer um interesse que só lhe cabe, ut
universis, como membro de uma comunidade, agindo pro populo. Mas a
ação popular não é mera atribuição de ius actionis a qualquer do povo, ou a
qualquer cidadão como no caso da nossa. Essa é apenas uma de suas notas
conceituais. O que lhe dá conotação essencial é a natureza impessoal do
interesse defendido por meio dela: interesse da coletividade.”

O doutrinador, caracteriza a ação popular como sendo um remédio constitucional,


que legitima qualquer cidadão para que exerça um poder que possui natureza política.
A partir de todos os fatos supracitados, é possível chegar a conclusão sobre o
conceito da ação popular, em suma. Sendo oportuno finalizar o assunto também pelas
palavras de José Afonso da Silva, este afirma que a dita ação é um instituto processual civil, o
qual encontra-se a disposição todo e qualquer cidadão, servindo como remédio constitucional,
com finalidade de defender os interesses da sociedade. Com presença da atuação do Judiciário
para corrigir atos lesivos ao patrimônio público, moralidade administrativa, ao meio ambiente
e também ao patrimônio cultural e histórico (SILVA, 2010, p.465).
2.2 FINALIDADE
A ação popular tem a faculdade de permitir aos cidadãos, de forma direta, que
exerçam a função de fiscalizar o Poder Público. Embasada no princípio da legalidade dos atos
administrativos.
3. REQUISITOS NECESSÁRIOS
Para que possa ser ajuizada uma ação popular é necessária a presença de
determinados requisitos.

3.1 REQUISITO SUBJETIVO


Apenas o cidadão tem a legitimidade para propor ação popular.

3.2 REQUISITO OBJETIVO


Este, se refere à natureza do ato ou da omissão do poder público, que
obrigatoriamente deve ser, lesivo ao patrimônio público.
Decidido pelo Supremo Tribunal Federal, a ação popular é destinada “a preservar,
em função de seu amplo espectro de atuação jurídico-processual, a intangibilidade do
patrimônio público e a integridade da moralidade administrativa”.
4. OBJETO DA AÇÃO
Em se tratando do objeto da ação popular, este é o combato à atos ilegais ou
imorais que constituem como sendo lesivos ao patrimônio publico.
De suma importância se faz o conhecimento acerca do fato que não é
necessariamente exigido que se tenha esgotado os meios, administrativos e jurídicos, de
repressão ou prevenção aos atos supracitados para que seja ajuizada a ação.
A dita ação pode ser ajuizada por qualquer cidadão, até os que possuem 16 e 17
anos de idade. Ademais esta é gratuita, portanto o autor do ajuizamento da ação popular não
tem de arcar com custas judiciais, exceto nos casos onde haja comprovação que este agiu de
má-fé. Os honorários de sucumbência também são dispensados no caso de tal ação.

5. LEGITIMIDADE
Tem se por partes legitimas aquelas pessoas as quais são titulares de relações
jurídicas. Dessa forma é possível vislumbrar como sendo autor da ação aquele que atribui a sí
o direito que almeja; E como sendo a parte ré aquele a quem o autor atribui o dever de
satisfazer sua pretensão.
É correto que a legitimidade é uma das condições da ação. Ela se restringe a uma
análise superficial acerca da pessoa que o autor da ação aponta como devedor da satisfação de
sua pretensão.
Sendo assim, uma parte da ação é chamada autora pois se apresenta ao Estado-juiz
como sendo detentora do direito que alega, tendo legitimidade ativa para propor a ação contra
o réu, que é aquele atrelado a satisfação da pretensão indicada pelo autor, este possui
legitimidade passiva configurando no processo como aquele que deverá satisfazer o
cumprimento da obrigação a ele demandada.
Válido citar que alguns doutrinadores defendem que, com o novo Código de
Processo Civil (2015), extinguiu-se a categoria das condições da ação, e que interesse e
legitimidade passariam a integrar os pressupostos processuais, ou serem pressupostos de
admissibilidade do julgamento de mérito.
5.1 LEGITIMAÇÃO ATIVA
Apenas o cidadão, incluindo os que possuem entre 16 e 18 anos, brasileiros
naturalizados e natos, e inclusive, o português equiparado no gozo de seus direitos, possuem
legitimidade constitucional para propor a ação popular.
Para que seja comprovada essa legitimidade, deverá ocorrer a juntada do título de
eleitor, apenas para os brasileiros, ou do certificado de equiparação imposto dos direitos civis
e políticos e o titulo de eleitor, em casos de estrangeiros.
a. LEGITIMAÇÃO PASSIVA
Conforme prevê a Lei n 4717/65, em seu art. 6º, § 2º, a obrigatoriedade da citação
das pessoas jurídicas públicas, ate mesmo na administração direta ou indireta, incluindo as
empresas públicas e sociedades de economia mista ou privadas, em nome das quais foi
praticado o ato a ser anulado, e mais as autoridades funcionários ou administradores que
houverem autorizado aprovado ratificado ou praticado pessoalmente o ato ou firmado o
contrato impugnado, ou que, por omissos, tiverem dado oportunidade a lesão, como também,
os beneficiários diretos do mesmo ato ou contrato.

6. JULGAMENTO DE AÇÃO POPULAR


Em conformidade com a lei, a ação popular deverá ser julgada pelo juiz de
primeiro grau do estado aonde foi feto o ato questionado. O Supremo Tribunal Federal (STF),
tem competência originarias apenas sobre ações populares cujas decisões possam gerar
conflitos entre os entes da federação.
Caso o juiz aceite uma ação popular, o ato que foiobjeto de tal ação é invalidado e
a instituição responsável por ele é condenada a pagar uma indenização. Na comprovação de
que um ou mais funcionários públicos agiram com dolo ou culpa no ato, o Estado entra com
uma ação de regresso, a qual cobra que estes funcionários sejam responsabilizados e paguem
a indenização.
A competência para processar e julgar ação popular será determinada pela origem
do ato a ser anulado, aplicando-se as regras constitucionais e legais de competência.
6.1 SENTENÇA
Em se tratando de sentença, a lei da ação popular é bastante peculiar neste quesito,
pois conforme Carvalho Filho (2007, p.892) mesmo que o autor tenha formulado o pedido
apenas para desconstituir a relação jurídica do ato lesivo, o legislador admitiu que a sentença
tenha conteúdo constitutivo –condenatório, simultaneamente, conforme o art. 11 da mesma
Lei. Daí a dupla natureza da ação.

6.2 CASO JULGADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


9.1 SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO
Por intermédio do ajuizamento de de ação popular, os autores da mesma
pretendem suspender a eficácia da Lei nº 16.597, de 28 de junho de 2019, de iniciativa do
Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco e promulgada pela Assembleia Legislativa.

Vossa Excelência, em 13 de agosto de 2019, assentou a incompetência do


Supremo, ausente ação que se encaixasse no artigo 102, inciso I, da Constituição Federal,
desse modo foi determinada a remessa do processo à Seção Judiciária do Estado de
Pernambuco.
Em conseguinte foram interportos embargos de declaração, os quais foram
desprovidos.

Os requerentes, em agravo interno, insistiram que o determinado Tribunal fosse


mesmo o competente. Alegam, ainda, aplicável a alínea n do inciso I do artigo 102 da Lei
Maior.

6.3 AÇÃO POPULAR STF


A ação popular a ser citada visa desconstituir a nomeação de servidores não
submetidos a concurso público para cargos e empregos do quadro de pessoal do Tribunal
Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT13). Houve interposições de recursos, após a
interposição dos recursos especiais, foi noticiado o trânsito em julgado do julgamento
proferido na Ação Civil Pública n. 0001627-48.1993.4.05.8200, a qual reconheceu a
regularidade do ato de nomeação de servidores do TRT da 13ª Região. Mediante coisa julgada
formada nos autos da referida ação civil pública há a procedência do recurso especial quanto
aos recorrentes amparados pela coisa julgada, a qual foi produzida.
A falta de combate a fundamento suficiente para manter íntegro o acórdão
recorrido justifica a aplicação do disposto na Súmula 283/STF. Contudo, não é de
competência do Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de recurso especial, reformar
decisum com fundamento em norma constitucional, o que acarreta pena de usurpação da
competência do STF (art. 102, III, da CF/1988). Este sendo recurso especial a que se dá
provimento para extinguir sem resolução do mérito a ação popular, no que diz respeito aos
beneficiados pelo trânsito em julgado da Ação Civil Pública e não conhecido em relação aos
demais recorrentes.

7. CONCLUSÃO
O enfoque principal desta obra foi evidenciar a importância da ação popular na
sociedade, além de difundir um maior entendimento acerca do tema, com intuito de utilizá-la
e difundi-la.
Também foi estudada a ação como sendo um instrumento constitucional que é
disponível para qualquer cidadão, de maneira gratuita, ou seja, livre das custas processuais, à
qualquer cidadão que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos, que busque obter a
invalidação perante ao judiciário, de atos lesivos ao patrimônio publico, ao meio ambiente e a
moralidade administrativa ou ao patrimônio cultural e histórico.

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

HANATI, Y. A. O que restou das jornadas de junho? 2013. Disponível em:


<https://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/o-que-restou-das-jornadas-de-junho-
3taxtogmq212tube76k7o7wb2/>. Acesso em: 22 de outubro de 2020.

MELO, R. S. Legitimidade ativa e controle da representação adequada na tutela coletiva.


2020. Disponível em: < https://www.conjur.com.br/2020-out-02/reflexoes-trabalhistas-
legitimidade-ativa-controle-representacao-adequada-tutela-coletiva>. Acesso em: 22 de
outubro de 2020.

MIOLA, W. Condições da ação. 2014. Disponível em:


<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/condicoes-da-acao/>. Acesso
em: 23 de outubro de 2020.

MORAES, A. Direito Constitucional. 28. Ed. São Paulo. Editora Atlas. 1997. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc_anterior1988/emc01-
69.htm>. Acesso em: 22 de outubro de 2020.

SILVA, J. A. Ação Popular Constitucional – Doutrina e Processo. São Paulo: Editora


Revista Dos Tribunais. 1968. Disponível
em:<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/acao-popular-
constitucional/>. Acesso em: 23 de outubro de 2020.

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