Trabalho Auto 1 PP
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curvas;
Suspensão.
Com a evolução das indústrias de automóveis, hoje em dia nem todos os veículos
tem os seus centros de gravidades no meio da distância entre os dois eixos. Alguns
possuem centro de gravidade mais próximo do eixo dianteiro e outros mais próximo
do eixo traseiro.
Centro de gravidade centrada
Como se sabe, para este caso o ângulo de deriva dos dois eixos são iguais, ou
seja, e consequentemente o raio real de realização da curva é igual ao raio
teórico. O ângulo de giro do volante da direção necessário para executar uma
curva com velocidade média ou alta é aproximadamente igual ao necessário para
realizar a mesma curva em baixa velocidade. O veículo possuidor destas
características é classificado como neutro ou estável.
𝑳
𝜹𝒊 = 𝒕 (equação 2);
𝑹+𝟐
Os ângulos médios de deriva, equação 3, ideais para as rodas dianteiras podem ser
estabelecidos a partir da geometria de Ackerman:
𝑳
𝜹=𝑹 (equação 3);
Pode se notar que os dois
ângulos são diferentes, pois
caso fossem iguais teria
problemas, pois o veículo
puxava mais para o lado de
fora, porque pode se ver que
a roda interna precisa de
maior ângulo para que essas
duas rodas conseguissem
atingir o mesmo ponto ao mesmo tempo, e pelo ângulo de Arckeman pode se
notar isso.
Como pode se ver, 𝜹𝒐 ≠ 𝜹𝒊 , então o princípio
de Ackerman afirma que, quando um veículo
faz uma curva, os eixos de todas as rodas
devem se encontrar em um ponto, o centro
instantâneo de rotação. A articulação da
roda interna deve girar em um ângulo maior
do que a roda externa, de modo que a
convergência das rodas dianteiras é
necessária nas curvas para evitar o
desgaste dos pneus e o deslizamento. Com
o mecanismo mencionado anteriormente,
conseguimos uma geometria ideal para a
direção. Para seguir este princípio, o ângulo
de rotação da roda interna é feito para ser
maior que a externa, ou seja, ângulo de
Ackerman são comumente utilizados para se
estabelecer a geometria das rodas
dianteiras.
Um aspeto importante que deve ser lembrado é o deslocamento das rodas traseiras
ao realizar uma curva em baixa velocidade, o deslocamento pode ser calculado pela
equação:
𝑳
∆= 𝑹[𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 ] (equação 4); Usando a expressão para uma expansão em serie
𝑹
do cosseno, a saber.
𝒁𝟐 𝒁𝟒 𝒁𝟔
cos z=1- 𝟐! + 𝟒! − … (equação 5);
𝟔!
𝑪𝜶
𝑪𝑪𝜶 = (equação 7);
𝑭𝒛
Equações de Esterçamento
Para obtermos as equações de esterçamento, vamos aplicar a segunda lei de Newton
juntamente com a equação que descreve a geometria da curva, que foi alterada devido
ao ângulo de escorregamento (slip angle) dos pneus. Para facilitar nossa análise é
conveniente representar o veículo pelo modelo de uma bicicleta.
Tal aproximação é válida pois, como o raio da curva efetuada pelo veículo é muito maior que a
distância entre eixos, a diferença entre os ângulos de escorregamento da roda externa e interna
do veículo é bem pequena, de forma que Figura 7 - Esquema de pneu radial e diagonal, à
esquerda e à direita, respetivamente. Fonte: (FIAT, GROUP. Apostila de Rodas e Pneus, 2008).
24 é razoável a hipótese de eles serem iguais. Essa hipótese também é valida para as rodas
traseiras. Vamos aplicar a segunda lei de Newton para um veículo se deslocando para frente
com uma velocidade v. Sabemos que a soma das forças laterais desenvolvidas pelos pneus
deverá ser igual a massa do veículo multiplicada pela aceleração centrípeta. Daí temos:
𝑴𝑽𝟐
σ 𝑭𝒚 = 𝑭𝒚𝒓 + 𝑭𝒚𝒇 = (equação 8);
𝑹
Onde:
M→massa do veículo;
V→Velocidade à frente;
R→Raio da curva;
Para manter o equilíbrio do
veículo em torno do centro de
gravidade, a resultante dos
momentos das forças laterais,
dianteira e traseira, deve ser
igual a zero.
Gradiente de subesterçamento
A equação reduzida é comumente escrita da seguinte forma:
𝟓𝟕,𝟑𝑳
𝜹= + 𝑲𝒂𝒚 (equação 9);
𝑹
𝒂𝒚 = aceleração lateral;
A equação acima é de extrema importância, pois a partir dela que podemos saber o
comportamento do veículo durante a curva, ou seja, essa equação descreve como o
ângulo de esterçamento do veículo deve ser modificado com o raio da curva (R), e a
𝑽𝟐 𝑾𝒇 𝑾𝒓
aceleração lateral, 𝒈.𝑹. A expressão [ 𝑪𝜶𝒇
−𝑪 ] determina a magnitude e a direção das
𝜶𝒓
entradas de direção requeridas. Esses dois termos existentes são as cargas sobre cada
eixo, o dianteiro e o traseiro à rigidez de esterço dos pneus no eixo, a mesma é chamada
de gradiente de subesterçamento, sendo representada pela letra K.
Em uma curva com raio constante, ao se aumentar a velocidade nenhuma alteração será
requerida no ângulo de esterçamento. Nesse caso o ângulo de esterçamento será idêntico
ao ângulo de Ackerman, 57,3 L/R. Uma definição mais física do esterçamento neutro é que
ocorre o equilíbrio no veículo de modo que a “força” de aceleração no Centro de Gravidade
(CG) causa um aumento idêntico no ângulo de escorregamento nas rodas dianteiras e
traseiras.
Subesterçamento
𝑾𝒇 𝑾𝒓
>𝑪 → 𝑲 > 𝟎 → 𝜶𝒇 > 𝜶𝒓 (equação 11);
𝑪𝜶𝒇 𝜶𝒓
𝒈
𝑽𝒄𝒂𝒓𝒄𝒕 = 𝑲
𝟓𝟕, 𝟑𝑳 (equação 14);
Velocidade crítica
Quando temos o sobre-esterçamento irá existir uma velocidade na qual qualquer velocidade
maior que ela fará com que o veículo fique instável, essa velocidade é denominada
velocidade crítica, sendo descrita da seguinte forma:
𝒈
𝑽𝒄𝒓𝒊𝒕 = 𝑲
𝟓𝟕, 𝟑𝑳 (equação 15);
É importante lembrar que o valor de K é negativo, para que a expressão que descreve a
velocidade crítica tenha um valor real.
Podemos notar que a velocidade crítica é dependente da distância entre eixos, dessa
forma, para um determinado nível de sobre-esterçamento veículos com uma maior
distância entre eixos possuem uma velocidade crítica mais alta do que veículos com
distância entre eixos menores. Um veículo com sobre-esterçamento pode ser dirigido com
velocidades inferiores a velocidade crítica, porém ao se ultrapassar o valor da velocidade
crítica o veículo se torna muito instável direccionalmente.
Ganho de aceleração
Quando esterçamos um veículo o propósito é produzirmos uma aceleração lateral que seja
capaz de direcionar o veículo na direção que queremos. Desta forma a equação de
esterçamento pode ser utilizada para examinarmos esse desempenho. A equação abaixo
pode ser resolvida para a razão de aceleração lateral 𝒂𝒚 , ao ângulo de escorregamento, δ.
O resultado obtido é o ganho de aceleração lateral, e é dado por:
𝑽𝟐
𝒂𝒚 𝟓𝟕,𝟑𝑳𝒈
= 𝑲𝑽𝟐
, (equação 16), com a unidade dado em deg/segundos.
𝜹 +𝟏
𝟓𝟕,𝟑𝑳𝒈
Note que quando o valor de K for zero (caso do esterçamento neutro), é determinado
apenas pelo numerador da expressão e diretamente proporcional ao 29 quadrado da
velocidade.
Quando o valor de K é positivo (subesterçamento) o ganho é reduzido por causa do
segundo termo do denominador e é sempre menor que o de um veículo de esterçamento
neutro. Por fim, quando o valor de K é negativo (caso de sobre-esterçamento), o segundo
termo do denominador fará com que o denominador diminua fazendo o ganho ser maior.
𝑪 𝑪 𝑽𝟐
𝜷= 𝟓𝟕, 𝟑 𝑹 −∝𝒓 = 𝟓𝟕, 𝟑 𝑹 − 𝑾𝒓 . 𝑪 𝒈𝑹
∝𝒓
𝑪
𝜷 = 𝟎 ∴ 𝑽𝜷 = 𝟓𝟕, 𝟑𝒈𝑪 𝑾𝜶𝒓
𝒓
Note que essa velocidade não depende do raio da curva, ou seja, para qualquer raio
de curva essa velocidade é independente do mesmo.
Efeitos de suspensão, método de raio constante,
método de velocidade constante
O sistema de suspensão é um conjunto de componentes que atua em tempo integral
ligando o chassi às rodas e garantindo que elas sempre estejam em contato com o solo,
que os impactos sofridos pela roda sejam absorvidos, que os ocupantes do carro tenham
conforto ao rodar por diversas estradas e que haja estabilidade nas curvas. Esse sistema
é composto por diversos elementos flexíveis, sendo que os principais e mais conhecidos
são os amortecedores, molas, bandejas e barra estabilizadora. Todos eles atuam em
conjunto para realizar o mesmo objetivo — que é, basicamente, promover conforto aos
passageiros e dar estabilidade e segurança ao veículo.
Embora o gradiente da subviragem tenha sido derivado para o caso de veículos em uma
curva, pode-se mostrar que o gradiente determina a resposta do veículo a distúrbios de
condução em linha reta. Em particular, uma análise de Rocard demostra que o veículo
de sobreviragem tem um limite de estabilidade na velocidade crítica devido a distúrbios
normais em viagens em linha reta.
𝝏𝜹
𝑲=
𝝏𝒂𝒚
𝑳 𝒂𝒚
𝜹 = 𝟓𝟕, 𝟑 𝑹 + 𝑲𝒂𝒚 = 𝟓𝟕, 𝟑𝑳 𝑽𝟐 + 𝑲𝒂𝒚
𝒂𝜹 𝜹 𝑳
𝑲= − 𝟓𝟕, 𝟑
𝝏𝒂𝒚 𝜹𝒂𝒚 𝑽𝟐
Como a velocidade e o entre eixos são constantes, o gradiente do ângulo de esterço de
Ackerman (o segundo termo no lado direito) é uma linha reta em declive constante e
aparece em uma curva plotada na figura que se apresenta a seguir. O gradiente do ângulo
de esterçamento de Ackerman é esterçamento neutro. Em regiões onde o gradiente do
ângulo de esterço é maior que aquele de Ackerman, o veículo é subesterçado. Um ponto
onde o dois tem a mesma inclinação é esterço neutro, e onde o gradiente de esterço é
menor que o de Ackerman, o veículo está sobre-esterçado. Para o veículo sobre-esterçado,
o ponto onde a inclinação do ângulo de esterçamento da curva é zero, o contorno de
estabilidade corresponde a velocidade crítica.
FIM