Sistema de Freios Anti Bloqueio ABS
Sistema de Freios Anti Bloqueio ABS
Sistema de Freios Anti Bloqueio ABS
Coordenadoria Acadêmica
Cachoeira do Sul
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 3
1.3 Observação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13
1.4 Referencias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 14
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1.1 Introdução
Os freios - Antilock Braking System- ABS são um sistema de controle que modula a
pressão dos freios em resposta à desaceleração das rodas, mantendo o controle, evitando
o bloqueio das mesmas e a perda de dirigibilidade do veículo. Este sistema é composto
pelas seguintes partes:
menor em relação aos freios que bloqueiam as rodas. A distância de parada vai
depender dos coecientes de atrito estático µe e cinético µc envolvendo o pneu e a
pista. No entanto, o principal objetivo do sistema antibloqueio é a necessidade de
estabilidade para a dirigibilidade do veículo.
- Estabilidade: pensando em situações onde temos, por exemplo: asfalto com e sem
gelo. O sistema de frenagem comum acionado sobre essas superfícies emprega força
de atrito maior nas rodas que estão no alfalto do que as rodas que estão sobre o
gelo. Isto, levará a derrapagens e guinadas resultando na instabilidade do veículo.
O sistema antibloqueio mantém as rodas rodando independentemente da superfície
onde estão, minimizando a instabilidade do veículo.
Para uma discussão mais detalhada sobre o funcionamento dos freios ABS devemos
compreender inicialmente como funciona a interação entre os pneus e a pista onde o veículo
se move. Essa interação se dá por atrito, uma interação eletromagnética entre os átomos
ou moléculas em contato. Considerando o movimento dos pneus, observamos a existência
de dois tipos de movimentos distintos acontecendo, um de translação e outro de rotação.
Pensando os movimentos em termos de atrito, o coeciente de atrito (µ) terá, então,
dependência tanto com o módulo da velocidade do centro de massa (vcm ) do veículo em
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vcm = Rω (1.1)
Como mostra a gura 01, a velocidade em qualquer ponto sobre roda é a soma vetorial
da velocidade do centro de massa com a velocidade do ponto em questão ao centro de
massa. Portanto, quando o ponto 1 está em contato com a pista a roda está instantane-
amente em repouso, o ponto 3 no topo da roda se desloca com o dobro da velocidade do
centro de massa, e os pontos 2 e 4 nos lados da roda possuem velocidades formando um
ângulo de 45º com a horizontal[05].
Fazendo uma análise mais detalhada sobre a frenagem de veículos que utilizam sis-
tema de freios ABS , considerando uma situação idealizada, onde temos um movimento
unidimensional e a massa do veículo é distribuída uniformemente sobre os quatro pneus,
⃗ será a mesma em todos os pneus. Aplicando a segunda lei de Newton
a força normal N
ao movimento de translação, temos:
(1.4)
X
τext = Iα
aceleração angular.
com a estrada.
cinético agindo sobre o corpo. A gura 02 mostra o diagrama das forças de atrito em
relação a força F⃗ aplicada. Vemos que, a força de atrito estático cresce linearemente em
relação à força F⃗ aplicada, até atingir a eminência de entrar em movimento. Após iniciado
o movimento a força de atrito normalmente diminui, passando assim, para o atrito cinético,
que permanece praticamente constante durante o movimento. Isto está relacionado aos
coeciente de atrito estático e cinético, o coeciente de atrito estático normalmente é
maior que o coeecinete de atrito cinético para um dado par de superfícies.
R R2 M a
a = − τF − (1.8)
I In
τF R
τr =
Ig
R2 M
ν = (1.9)
In
sendo τr o torque reduzido e ν o momento de inércia reduzido. Observando as equações
1.9, vemos que: τr é diretamente proporcional a τF , logo, está relacionado ao torque feito
pelo sistema de freio sobre as rodas, já ν é diretamente proporcional a massa total M do
veículo.
τr
a = −g (1.10)
(1 + ν)
g τr
α=− (1.11)
R (1 + ν)
τF ν
Fat = − (1.12)
R (1 + ν)
v02
d= (1.13)
2|a|
v02 1+ν
d= (1.14)
2g τr
Mg
Fat ≤ µe (1.15)
n
encontramos,
τr
µe ≥ (1.16)
1+ν
τr = µe (1 + ν) (1.17)
1 v02
de = (1.18)
µe 2g
Quanto maior for o coeciente de atrito estático (µe ), menor será a distância percorrida
(de ).
Mg
Fat = µc (1.19)
n
a = −µc g (1.20)
1 v02
dc = (1.21)
µc 2g
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Até agora a discussão está baseada em uma distribuição contínua da massa (uniforme)
do veículo sobre as quatro rodas, logo, a força normal sobre as rodas são iguais. Con-
siderando casos mais reais de frenagens, onde o veículo se propaga no sentido positivo -
esquerda para a direita - em relação ao referencial xo na estrada é necessário levar em
conta o aumento da força normal nas rodas dianteiras devido a existência de um torque
inercial em torno do centro de massa do veículo.
ID αD = −τD + RD FD (1.22)
IT αT = −τT + RT FT (1.23)
Mg
NT = (1.24)
2(2 + µe )
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FT (máx) = µe NT =
µe
Mg (1.25)
2(2 + µe )
sendo a força total Fat = FT + FD , dada por:
2µe
Ftotal = FT + FD = Mg (1.26)
2 + µe
Para encontramos a força atrito sobre cada roda basta dividir pelo número de pneus,
assim,
2µe M g
Fat = (1.27)
2 + µe n
−2µe
a= g (1.28)
2 + µe
Uma outra situação, levando em conta o deslocamento da força peso, devido ao des-
locamento do centro de massa do veículo, quando as rodas traseiras travam por completo
enquanto as dianteiras continuam em rotação. Neste caso, devemos levar em conta tanto
o atrito estático como o cinético. As forças normais dos eixos traseiros e dianteiro cam
[02,06]:
2 + µc
ND = Mg (1.30)
4 + µc − µe
e
2 − µc
NT = Mg (1.31)
4 + µc − µe
M a = µe ND + µc NT (1.32)
A distância de frenagem,
4 + µc − µe v02
dTt = (1.34)
2(µc + µe ) 2g
A equação 1.34 mostra que não é trivial encontrar a distância de frenagem mínima,
pois, esta depende tanto do coeciente de atrito estático como do cinético. Esses, por sua
vez, dependem das superfícies em contato e do ambiente onde se encontram (seco, umido,
chuvoso).
1.3 Observação
1.4 Referencias
[01] Jitesh, S., Antilock Braking System (ABS), Int. J. Mech. Eng. and Rob.
Res., ISSN 2278 0149 (2014);
[02] Abeid, L., Tort, A.C., As forças de atrito e os freios ABS, Revista Brasileira
de Ensino de Física, v. 36, n. 2, 2306 (2014);
[03] Denny M., The dynamics of antilock brake systems, European Journal of
Physics 26, 1007 (2005).