M3 Previdencia Privada v6

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Planeje e Poupe

Módulo 3
Institutos e Tributação na
Previdência Complementar
2022 © Secretaria Nacional do Consumidor
Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio,
salvo com autorização por escrito da Secretaria Nacional do Consumidor.
Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Palácio da Justiça Raymundo Faoro, Edifício Sede, 5º andar, Sala 542 – Brasília,
DF, CEP 70.964-900

Edição
Ministério da Justiça e Segurança Pública
Secretaria Nacional do Consumidor
Escola Nacional de Defesa do Consumidor

EQUIPE TÉCNICA DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ESCOLA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR


- MJ - ENDC

Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública Coordenação


Anderson Torres Ana Cláudia Sant’ Ana Menezes

Secretário Nacional do Consumidor Apoio Técnico


Rodrigo Henrique Roca Pires Andiara Maria Braga Maranhão
Lenilton Rogerio Rodrigues da Costa
Diretor do Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor – Substituto
Frederico Fernandes Moeschr

EQUIPE DA COORDENAÇÃO GERAL DE Coordenadora-Geral de Políticas e Estudos de


ESTUDOS E MONITORAMENTO DE MERCADO Previdência Complementar
Marcia Paim Romera
Coordenador-Geral de Estudos e Monitoramento de
Mercado
Chefe do Serviço de Educação Financeira e Previ-
Vitor Hugo do Amaral Ferreira denciária
Elaine Cristina Cavalcanti Sales
Economista
Anderson Portugal Cardoso

EQUIPE DA SECRETARIA DO REGIME PRÓPRIO


E COMPLEMENTAR

Ministro da Previdência Social


Carlos Roberto Lupi

Secretário do Regime Próprio e Complementar


Paulo Roberto dos Santos Pinto

EQUIPE TÉCNICA DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - FUB

Coordenação Designer Instrucional Diagramação


Prof. Dr. Ugo Silva Dias Beatriz Miranda Gomes Israel Silvino Batista Neto
Izabela de Gracia Yabe Patrícia Fernandes Faria
Coordenação Pedagógica Sanny Caroline Saraiva de Sousa
Janaína Angelina Teixeira
Revisão
Angélica Magalhães Neves Implementação
Danielle Alves de Oliveira Tabosa
PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Módulo 3
Objetivos de aprendizagem:
Para entender melhor o que envolve um Plano de Previdência Privada, nossos objetivos, para esse
Módulo 3, são:

Conhecer os institutos previstos nos regulamentos dos planos de benefícios.

Entender como funcionam os dois regimes de tributação na previdência complementar;

Conhecer as características das tabelas progressiva e regressiva de imposto de renda;

Relacionar os direitos dos consumidores com os produtos de previdência complementar.

Módulo 3 - Institutos e Tributação na Previdência Complementar

Olá!

Nesta unidade, você vai conhecer detalhes sobre os principais


institutos previstos nos regulamentos dos planos de benefícios das
entidades de previdência privada.

Como são?

Quais suas principais características?

Por quê é importante conhecê-los ?

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Unidade 01 - Institutos da Previdência Complementar

1. Institutos (ou direitos) da Previdência Complementar

São chamados de institutos os direitos que todo plano de benefícios


deve assegurar a seus participantes. Esses direitos estão previstos
no regulamento dos planos de previdência privada e servem para
aumentar a proteção ao participante, ao consumidor.
Os principais direitos (institutos) de que estamos falando são:

Resgate

Portabilidade

Nessa unidade, vamos aprender, juntos, as características e a


importância do resgate e da portabilidade.

Siga comigo!

1.1 Resgate
O Resgate é a possibilidade de o participante/consumidor solicitar a retirada de valores por ele
acumulados no plano. Neste caso, o valor acumulado ao longo dos anos deixa de ter caráter
previdenciário e retorna ao participante.

O participante pode efetuar resgates parciais (retirada de parte dos recursos por ele acumulados)
ou resgate total (retirada do valor total por ele acumulado no plano.).

Resgate nas Entidades Abertas


Pode ser solicitado pelo consumidor durante o período de acumulação e após o cumprimento do
período de carência (de acordo com o disposto no regulamento do plano).

Afinal, o que é período de acumulação e período de carência?

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

O período de acumulação é aquele O período de carência é o tempo, contado


em que você faz as contribuições a par�r da contratação (ou adesão) do
para o plano de previdência e os plano, em que o par�cipante/consumidor
recursos vão sendo rentabilizados, precisa esperar para solicitar resgate ou
aumentando o saldo acumulado. portabilidade de seus recursos
acumulados.

Qual o prazo de carência para resgate nos


planos de en�dades abertas?

Pode variar, a depender do regulamento de Prazo estabelecido


cada plano, entre 60 dias e 60 meses, a contar conforme circular nº
da data de inscrição no plano. Após tal
563, 24 de dezembro
período o par�cipante/consumidor poderá
solicitar resgate, parcial ou total. de 2017.

O prazo mínimo de 60 dias é para proponentes não qualificados. Se for qualificado, o mínimo é
de 180 dias.

Proponente qualificado:

Pessoa física interessada em contratar cobertura ou em aderir ao contrato de previdência


complementar, no caso de contratação sob a forma coletiva, que atenda ao critério estabelecido
para investidor qualificado , nos termos da Instrução CVM Nº 554, de 17 de dezembro de 2014,
que regulamenta especificamente o assunto.

Para saber sobre os termos da Instrução CVM nº 554/2014, clique no link:


https://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst554.html

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Acesse as telas interativas do curso para ouvir o conteúdo do podcast.

Agora que você entendeu como funciona o resgate nas entidades de


previdência, é importante te alertar que os valores resgatados estarão
sujeitos a cobrança de imposto de renda de acordo com a tabela
escolhida, progressiva ou regressiva.

Não se preocupe porque falaremos delas na Unidade 2, deste mesmo


Módulo!

O que você precisa compreender é que o resgate, principalmente


total, pode ter um peso tributário grande dependendo do tamanho
de sua reserva.

Acompanhe, a seguir, um exemplo!

Caso Prático
Rodrigo contratou um plano de uma entidade aberta de previdência complementar na modalidade
PGBL e optou pela tabela de tributação regressiva. O período de carência estabelecido pela entidade
foi de 90 dias. Ao longo de pouco menos de 2 anos o total de contribuições do consumidor foi de R$
10.000,00. Em função de juros incorporados a esses valores, o saldo bruto após 1 ano e 11 meses
estava em R$ 12.000,00.

Quando Rodrigo precisou resgatar o valor desse plano, em função da alíquota vigente de imposto
de renda (35%), seu gerente o informou que o valor líquido a ser creditado em sua conta seria de
R$ 7.800,00.

Esse exemplo ilustra um caso de resgate e alerta para os cuidados que o consumidor deve ter com
a alíquota de imposto!

Além dos cuidados com o imposto ao resgatar, considere que o


valor acumulado ao longo do tempo no seu plano de previdência irá
contribuir para a sua tranquilidade financeira na aposentadoria.

Ou seja, não perca de foco o seu futuro!

Considere ainda, se possível, a portabilidade.


Vamos conhecê-la?!

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

1.2 Portabilidade
A Portabilidade é a possibilidade de o participante/consumidor transferir a sua reserva acumulada
para outro plano de previdência privada de seu interesse. Ela existe nos planos de previdência assim
como nas linhas telefônicas, que você consegue transferir seu número de telefone para uma nova
operadora, por exemplo. Com os planos de previdência, acontece de forma semelhante.

Este instituto, diferentemente do resgaste, visa manter a finalidade previdenciária dos recursos,
transferindo-os para a administração de outra entidade.

Portabilidade nas Entidades Abertas

Caso o consumidor contrate um plano de previdência em uma entidade aberta ou seguradora,


é possível fazer a portabilidade para outro plano na mesma entidade ou para outra entidade.
Nesse caso, a outra entidade pode ser aberta ou fechada.

É importante que o consumidor saiba que não é permitida a portabilidade entre planos PGBL e
VGBL, pois é preciso que as características dos planos sejam as mesmas. Ou seja, você somente
pode portar de plano PGBL para plano PGBL e de plano VGBL para plano VGBL.

A carência mínima para a portabilidade em planos de entidades abertas é de 60 dias, mas o prazo
pode ser maior a depender do regulamento de cada plano. Isso significa que você precisa ficar
no mínimo 2 meses no plano contratado inicialmente (chamado também de plano originário)
para então migrar para outro (que nesse caso será o plano receptor).

O plano originário e o plano receptor devem possuir a mesma titularidade (nome e CPF).

O prazo de carência para portabilidade está fixado em 60 dias


para proponentes não qualificados e180 dias para proponentes
qualificados.
Veja abaixo o disposto na Circular Susep nº 563, de 24 de dezembro de
2017.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Art. 29. Independentemente da quantidade e do valor das contribuições pagas, o participante


poderá solicitar a portabilidade, total ou parcial, para outro plano de previdência complementar
com cobertura por sobrevivência, de recursos do saldo da provisão matemática de benefícios a
conceder após o cumprimento de período de carência.

§ 1º Para os planos do tipo PGBL ou PGBL Programado o período de carência de


que trata o caput deverá ser de 60 (sessenta) dias, a contar da data de protocolo
da proposta de inscrição na EAPC.

§ 2º O prazo de carência estabelecido no § 1º deste artigo será estendido para


180 (cento e oitenta) dias exclusivamente para planos destinados a proponentes
qualificados.

Caso Prático

Pedro contratou um plano de previdência em uma entidade aberta cuja taxa de administração era
de 1% ao ano. Pouco tempo depois percebeu que para o mesmo tipo de estratégia do seu plano
atual, outra entidade oferecia uma rentabilidade superior em função de uma taxa de administração
menor, de 0,5% ao ano.
Após aguardar o período de carência de 3 meses, definido pela entidade em regulamento, Pedro
decidiu realizar a portabilidade buscando essa vantagem.

O resgate e a portabilidade nas entidades fechadas (onde não há relação de


consumo) têm período de carência e regras específicas diferentes das entidades
abertas.

As entidades fechadas também possuem outros institutos denominados Benefício


Proporcional Diferido – BPD (possibilidade do participante, em caso de perda
de vínculo empregatício com o patrocinador, antes da aquisição de direito à aposentadoria, de
permanecer vinculado ao plano de previdência privada) e Autopatrocínio (opção do participante
manter o valor de sua contribuição e assumir a contribuição do seu patrocinador em caso de perda
de vínculo empregatício ou de perda parcial da remuneração recebida, de modo a assegurar o
recebimento dos benefícios da forma que foi pactuado).

Caso queira saber mais sobre os institutos nas entidades fechadas, consulte o ‘Guia Previdência
Complementar para Todos’, disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/
assuntos/previdencia-complementar/mais-informacoes/arquivos/prevcomptodos21-09.pdf

Não é prudente realizar resgate no plano de previdência sem antes analisar a sua consequência.
Deve-se analisar o impacto desse resgate na renda futura previamente à tomada de decisão.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Lembre-se de que a previdência complementar é a garantia para um futuro mais confortável, mas
é preciso fazer escolhas no presente. Sacar os valores antes do período de aposentadoria pode
gerar, dependendo do regime tributário escolhido, pagamento de mais imposto de renda.

O contrato de trabalho é autônomo em relação ao contrato de


previdência privada do trabalhador com a empresa que oferece o
plano. Desse modo, o encerramento do contrato de trabalho não
implica encerramento do contrato do trabalho de previdência privada,
se assim o participante desejar.

Unidade 02 - Tributação aplicada aos planos de Previdência


Privada

Para entendermos melhor como funciona o imposto de renda nos


planos de previdência privada, seja por motivo de resgate (que pode
ser parcial ou total, como vimos) ou de recebimento de benefícios
(pagamento único ou renda mensal, conforme veremos), é importante
tratar o tema em três aspectos:

• Quando vou pagar o imposto de renda?

• Quanto é a alíquota (%) devida?

• Sobre qual valor em R$ será aplicada a alíquota do imposto?

Vamos esclarecer cada uma dessas questões.


Vem comigo!

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

1. O Momento de Pagar o Imposto de Renda Pessoa Física

O imposto de renda em planos de previdência privada só é devido no


momento do resgaste dos recursos ou do recebimento dos benefícios.
Por isso, quanto mais tempo o dinheiro permanecer aplicado, mais
tempo os seus recursos estarão crescendo com os juros sem pagar
imposto.

Uma vez que estamos falando de quando pagar o imposto, podemos


aqui explorar o primeiro benefício fiscal que existe para os produtos de
previdência privada.

Com exceção para plano de seguro de pessoas com cobertura por


sobrevivência, por exemplo, o VGBL, visto na Unidade 2 do módulo
anterior, todos os demais planos de previdência privada permitem
que você deduza o que contribui na declaração anual de imposto de
renda pessoa física, deixando para o futuro o pagamento do imposto
devido, seja no resgaste, seja no recebimento de renda de seu plano
previdenciário.

Você já sabe que é possível deduzir do IRPF uma despesa médica ou


com educação, não é mesmo?

Pois é, a lógica da dedução da previdência privada é bem


parecida. Basta você prestar atenção que há um limite de dedução
permitido: 12% da sua renda bruta anual.

O benefício fiscal é válido quando o consumidor optar pela


declaração completa do Imposto de Renda e for contribuinte do
RGPS ou RPPS.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Há dois modelos de declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física: o Simplificado e o Completo.

O Simplificado pode ser utilizado por qualquer contribuinte, independentemente da renda total ou
do número de fontes pagadoras. É indicado para quem não possui muitas despesas para deduzir da
base cálculo (médicas ou com educação, por exemplo), uma vez que, como padrão, o modelo utiliza
um abatimento de 20% sobre o total dos rendimentos tributáveis recebidos ao longo do ano. No
entanto, existe um limite para tal abatimento, que, atualmente, é de R$16.754,34 (valores em 2021).

Já o modelo Completo é indicado para quem possui diversas despesas dedutíveis (por exemplo,
gastos com plano de saúde, educação e dependentes). Nesta modalidade, é necessário informar
todos os gastos e rendimentos ocorridos no ano. Caso o total das deduções exceda o limite atual
aplicado à modalidade Simplificada (R$ 16.754,34), o modelo Completo é o mais indicado.

Imagine a seguinte situação:

• Você tem um salário bruto de R$ 7.000,00 por mês;

• 12% disso seria R$ 840,00.

Então, tudo o que você contribuir mensalmente até R$ 840,00 poderá


ser abatido da sua declaração anual do imposto de renda, desde que
seja feita no formulário completo.

Na prática isso significa que sobre os seus investimentos em previdência privada o governo está
abrindo mão de cobrar o imposto de renda hoje, pois está te devolvendo isso através da dedução
permitida, para cobrar apenas quando você resgatar ou receber o benefício do plano de previdência.

Ocorre um diferimento/postergação do pagamento do IR. Quando do pagamento (resgate ou


renda), a alíquota poderá ser mais vantajosa ao participante.

O exemplo a seguir mostra a vantagem tributária de um consumidor


que faz a declaração completa de imposto de renda e opta por
direcionar 12% de sua renda bruta anual a um PGBL.

Confira!

Acesse as telas interativas do curso para assistir ao vídeo.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Como já falamos, só tem direito a essa dedução se você também contribui para o RGPS/INSS ou,
quando for o caso, para RPPS dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios.

Mas como fica se eu tenho uma renda que não precisa ser declarada
no imposto de renda ou a minha declaração é no formulário
simplificado?

Aí que vem o VGBL, que foi criado para esses casos.

Mais para frente vamos entender outros detalhes do VGBL.

2. A Alíquota Devida do Imposto de Renda Pessoa Física

Após escolher o plano de previdência complementar, você terá que


decidir entre duas possibilidades chamadas de regimes tributários:

• Progressivo; ou

• Regressivo.

Vamos ver que eles podem te oferecer alíquotas mais baixas de


imposto de renda quando comparadas com as de outros tipos de
produtos financeiros disponíveis no mercado, seja de renda fixa
(fundos, títulos oferecidos no Tesouro Direto, etc.), seja renda variável
(fundo de ações, ações de empresa, etc.).

Então aqui veremos o segundo benefício fiscal que você pode obter
com previdência privada, além da dedução permitida que vimos no
tópico anterior.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Por isso, nesta unidade, além de entender o regime tributário mais


adequado para o seu perfil, você vai perceber que existem incentivos
fiscais que proporcionam muitas vantagens para quem participa de um
plano de previdência privada.

2.1 Tabela Progressiva de Imposto de Renda

A tabela progressiva é conhecida por muitos brasileiros pois é a


mesma que incide sobre os salários, aluguéis, enfim, sobre as rendas
recebidas pelos cidadãos e informadas em suas declarações anuais de
Imposto de Renda.
Suas alíquotas aumentam conforme a faixa de valores recebidos,
variando entre 0% e 27,5%.
Ela é a atualizada de tempos em tempos e quanto maior a renda bruta
recebida, maior a alíquota do imposto a incidir.

Para que você entenda como funciona a tabela progressiva de


imposto de renda, acompanhe o vídeo a seguir.

Acesse as telas interativas do curso para assistir ao vídeo.

No entanto, é possível perceber que a tabela de IR é progressiva,


saindo de alíquota de 0% até 22,5% neste caso, conforme
determinadas faixas de valores. Então, deve-se considerar cada
faixa e sua respectiva alíquota para se chegar ao valor efetivo a ser
descontado a título de IR.

Para facilitar o cálculo, a Secretaria da Receita Federal disponibiliza, junto à tabela de IR, a parcela
a deduzir, que simplesmente considera a progressividade dos valores e das alíquotas e deve ser
aplicada no cálculo a fim de se chegar ao valor líquido de seu salário, considerando-se apenas o
desconto de IR.

Portanto, para o caso em questão, deve-se “devolver” o valor de R$ 636,13, referente à faixa de
alíquota 22,5%. Assim, o seu salário líquido será de R$ 3.736,13 (R$ 4.000,00 - R$ 900,00 + R$ 636,13).

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

A tabela, que você poderá acompanhar no vídeo a seguir, consolida


a explicação anterior, mostra os cálculos e facilita a compreensão do
assunto.

Vamos verificar!

Acesse as telas interativas do curso para assistir ao vídeo.

Resumidamente, o imposto de renda nesse regime funciona na prática


em dois estágios.

Clique nos numerais e conheça cada um deles!

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

A tabela Progressiva é indicada para


quem tem objetivos de curto a médio
prazo (menos de 4 anos, pois, neste
caso, as alíquotas da tabela Regressiva
podem ser superiores) ou ainda para
quem possui rendimento bruto total
mensal que se encaixa na faixa de 7,5%.

Caso Prático
Imagine que o Sr. Leonardo, de 45 anos de idade, esteja planejando iniciar suas contribuições para
ter uma renda mensal de R$ 2.500,00 aos 65 anos, proveniente de sua previdência complementar,
e que esta seja sua única renda tributável. Seu planejamento pessoal aponta que os aportes serão
realizados até os 55 anos. Neste caso, a tabela de imposto de renda mais indicada seria a Progressiva.

Embora ele tenha 10 anos de aportes pela frente, o prazo médio de suas
contribuições quando da aposentadoria (ou do início da fase de recebimento
de renda) será superior a 10 anos, o que o colocaria em uma alíquota de 10%
na tabela Regressiva que você verá no próximo tópico da unidade. No entanto,
sua faixa de renda tributável seria de 7,5%, justificando a escolha pela tabela
Progressiva.

Se a soma do valor mensal total estimado para recebimento do benefício e de outras rendas for
pequena e se enquadrar na faixa de isenção ou de 7,5% da tabela progressiva, este regime será
uma boa opção.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

2.2 Tabela Regressiva de Imposto de Renda

A tabela regressiva de tributação é exclusiva para produtos das


entidades de previdência complementar e das sociedades seguradoras,
ou seja, os planos previdenciários que elas oferecem ou comercializam,
nos quais se incluem o PGBL e o VGBL para participantes/
consumidores.
Diferentemente da tabela progressiva que é em função da renda, a
tabela regressiva é em função do tempo de investimento. Assim sendo,
as alíquotas do imposto a pagar vão diminuindo conforme o tempo de
permanência no plano.
Acompanhe como isso acontece no vídeo a seguir.

Acesse as telas interativas do curso para assistir ao vídeo.

Caso Prático
Imagine agora que o mesmo Sr. Leonardo do exemplo anterior, de 45 anos de idade, altere seu
planejamento de aposentadoria e queira iniciar suas contribuições para ter uma renda mensal de
R$ 5.000,00 aos 65 anos, proveniente de sua previdência complementar, e que esta seja sua única
renda tributável. Os aportes serão realizados até os 55 anos. Neste caso, a tabela de imposto de
renda mais indicada seria a Regressiva.

Como ele terá 10 anos de aportes pela frente, o prazo médio de suas contribuições
quando da aposentadoria (ou do início da fase de recebimento de renda) será
superior a 10 anos, alocando-o na faixa de 10% da tabela Regressiva. Caso optasse
pela Progressiva, em função do montante da renda a ser recebida (acima de R$
4.664,68), a alíquota de imposto de renda seria de 27,5%, bastante superior e,
portanto, não indicada.

Caso você não pretenda fazer resgates no seu plano de previdência em um prazo menor de 10
anos, ou seja, tenha objetivo de acumular sua reserva por longo prazo e pretenda receber um
valor mensal de benefício acima da faixa de tributação de 7,5% da tabela progressiva, a tabela
regressiva pode ser uma boa opção para você.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Mas, na prática, como é pago o imposto de renda no regime


regressivo?

Então, os valores que você vai receber de resgates ou de benefícios já serão depositados na sua
conta líquidos do imposto devido. Portanto, diferentemente do regime progressivo, não haverá
ajuste sobre isso na declaração anual de imposto de renda.

É importante que você saiba que, em relação aos resgates, a tabela Regressiva obedece ao método
PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai –, ou seja, os resgates do saldo de aposentadoria são
feitos considerando sempre os valores mais antigos. O primeiro valor de contribuição é o primeiro
que sai quando começa a receber o benefício da aposentadoria. Desse modo, o imposto de renda
também será aplicado conforme o histórico das contribuições.

Ou seja, a cobrança do tributo será feita da contribuição mais antiga para a mais recente, sendo os
aportes realizados há mais tempo com alíquotas menores de imposto de renda, de acordo com a
tabela Regressiva.

Caso Prático
Tomem como exemplo a Sra. Vitória, que realizou 3 aportes em um VGBL de uma seguradora de
sua preferência em 3 datas específicas. De acordo com seu planejamento financeiro e seu nível
de educação financeira e previdenciária, ela optou pela tabela Regressiva, por
identificar corretamente que somente resgataria o saldo após o prazo de 10
anos, de modo a beneficiar-se pela menor alíquota de imposto de renda a
recolher.
Como o produto escolhido foi o VGBL, lembre-se que a tributação incide somente
sobre os rendimentos (juros) auferidos ao longo da vida útil do investimento
em previdência. Destaca-se que a participante não tem outras rendas brutas
tributáveis.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Os valores investidos, juros, alíquotas de IR e demais informações


podem ser verificados no vídeo a seguir!

Acesse as telas interativas do curso para assistir ao vídeo.

Passado 1 ano e meio, a Sra. Vitória resolveu resgatar todo o seu saldo
previdenciário de seu VGBL, novamente respeitando seu planejamento
de previdência.
Confira, no vídeo a seguir, quais eram os valores apresentados após esse
período.

Acesse as telas interativas do curso para assistir ao vídeo.

A tabela regressiva só está disponível para planos nas modalidades de Contribuição Definida (CD)
e Contribuição Variável (CV), dentre os quais se encontram – PGBL e o VGBL.

2.3 A Diferença entre Tabela Progressiva e Regressiva

Agora que você aprendeu como funcionam as tabelas Progressiva


e Regressiva, saiba que ao contratar um plano de previdência
privada, você terá que escolher entre as duas formas de tributação. É
importante que sua escolha seja motivada de acordo com o seu perfil
e objetivos do seu plano de previdência, conforme apresentados e
exemplificados anteriormente.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

A opção pela tabela Progressiva ou Regressiva deve ser realizada pelo participante no início
do plano, mais especificamente até o último dia útil do mês seguinte ao ingresso no plano de
previdência, lembrando que não pode ser nem sábado e nem domingo. É importante você refletir
sobre o seu futuro e de que forma você pode ter uma renda na velhice, quando se aposentar.

Os planos de previdência podem ser uma opção para que você não fique desprovido. Analise os
planos, compare com outros produtos de investimento como, por exemplo, o Tesouro Direto, e
diversifique o investimento de seus recursos, lembrando que os planos de previdência privada
podem te oferecer algumas vantagens tributárias.

Faça o seu investimento para, no futuro, não passar por apertos financeiros!
Saber poupar, diversificar seus investimentos e ter disciplina (fazer isso todo mês ou de forma
mais frequente possível) é importante e necessário!

Caso o participante opte pela tributação progressiva, é possível alterar sua escolha para a tabela
regressiva, não há custos para essa mudança. No entanto, a opção pelo regime de tributação
regressiva é irreversível, não sendo possível a alteração para a tabela progressiva. Então caso
tenha dúvidas, você tem o mês subsequente para pensar melhor e decidir.

E se, por acaso, você esquecer de fazer essa escolha nesse prazo?

Então, automaticamente, você estará inscrito na tabela progressiva de imposto de renda.

Acesse as telas interativas do curso para ouvir o conteúdo do podcast.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Caso Prático
Aline é analista de telemarketing há 10 anos, ganha R$4.000,00, tem
35 anos, casada, 3 filhos e, pensando na sua aposentadoria, resolveu
pesquisar sobre planos de previdência. Pesquisou no site da Susep
diversos planos e taxas de produtos previdenciários, e optou por aderir
a um plano comercializado pela seguradora “poupe mais” do grupo da
instituição financeira de que já era cliente.

O ingresso efetivo no plano de previdência ocorreu em 16 de abril de 2020.

Conforme a legislação vigente, ela teria até o final de maio de 2020 (mais especificamente o dia 29,
pois dia 30 foi sábado!) para optar pela tabela Progressiva ou Regressiva. Na data de adesão, ela já
optou pela Progressiva. No entanto, após melhor estudar sua realidade financeira e reprogramar
seu planejamento previdenciário, em 18 de maio de 2020, decidiu alterar o regime de tributação
para Regressivo, tendo sido acatado pela seguradora.

Caso houvesse optado inicialmente pela Regressiva, tal alteração posterior de escolha não teria
sido acatada pela entidade!

Como vimos, a principal diferença entre a tabela Progressiva e a Regressiva é a


aplicação de alíquotas, bem como se os recursos estão sendo resgatados (total
ou parcialmente) ou convertidos em renda.

Tabela Progressiva Tabela Regressiva

Ideal para quem possui objetivos de curto


Ideal para quem possui objetivos de longo prazo
Perfil e médio prazo e/ou se enquadra na faixa
(geralmente 10 anos ou mais).
de renda cuja alíquota de IR seja até 7,5%.

Prazo de permanência Alíquota de Imposto


de cada contribuição de Renda na fonte

Até 2 anos 35%


Alíquota única de 15% a título de
No momento antecipação, com ajuste a maior ou De 2 a 4 anos 30%
do resgate a menor na Declaração de Ajuste
De 4 a 6 anos 25%
Anual do IR, pela tabela progressiva.
De 6 a 8 anos 20%
De 8 a 10 anos 15%
Acima de 10 anos 10%
Tributação

Conforme tabela acima. Se o benefício for estruturado em regime


atuarial, será calculado o Prazo Médio Ponderado (PMP) dos recursos
No momento no plano e aplicada alíquota correspondente ao prazo médio.
Conforme tabela progressiva
do recebimento
vigente do Imposto de Renda.
da renda Se o benefício não for estruturado em regime atuarial, será aplicada a
tabela acima, obedecida a regra PEPS citada anteriormente.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

O vídeo que preparamos para você traz um resumo das


características dos regimes de tributação e vai te ajudar a
fixar o conteúdo.
Confira!

3. Valor sobre o qual será aplicada a Alíquota de Imposto: Base Tributável

Entendemos a questão de quais as alíquotas de imposto de renda serão


aplicadas aos planos de previdência. Agora falta apenas saber sobre qual
valor essas alíquotas serão aplicadas.

Em todos os planos de previdência das Entidades Fechadas de Previdência


Complementar as alíquotas do imposto de renda serão aplicadas sobre o
valor total resgatado ou recebido como benefício. Ou seja, a base tributável
inclui tanto o valor investido pelo participante no plano, quanto os valores
dos juros dos investimentos. O imposto de renda, neste caso, está incidindo
em cima de tudo.

Mas nos planos de Entidades Abertas de Previdência Complementar ou Seguradoras, a base


tributável pode ser diferente para o participante/consumidor.

Na unidade 2 do módulo anterior ficou claro que os planos oferecidos pelas Entidades Abertas de
Previdência Complementar, PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre e VGBL – Vida Gerador de
Benefício Livre, possuem algumas diferenças, sendo a principal delas a tributação.

Antes de você fazer a opção por um desses planos, se for o caso, é


importante que conheça essa diferença.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Clique nas opções, PGBL e VGBL, e conheça as diferenças.

Mas atenção!

Só tem direito a essa dedução prevista no PGBL quem também contribuiu


para o RGPS/INSS ou, quando for o caso, para RPPS dos servidores
titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

Caso você faça a declaração completa do IRPF e queira investir mais de 12%
da sua renda bruta anual em um plano de previdência, o ideal será investir
12% dela em um PGBL e o restante em um VGBL, pois o imposto de renda
será cobrado apenas sobre o rendimento.

Para maiores informações sobre tributação consulte Lei nº 11.053/2004 e a IN Conjunta SRF, SPC e
SUSEP nº 524, de 11 de março de 2005.
E é sempre importante verificar junto à Receita Federal a tributação vigente para previdência
complementar.

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PREVIDÊNCIA PRIVADA PARA CONSUMIDORES - MÓDULO 3

Conclusão
Você chegou ao final do Módulo 3!

Neste módulo você conheceu direitos importantes garantidos nos planos de previdência privada,
como o resgate e a portabilidade, por exemplo. Para efetuar resgates no seu plano de previdência é
preciso estar atento ao prazo de carência e ao imposto de renda.
Aprendeu ainda como as alíquotas de imposto de renda podem interferir no seu plano de
previdência e a importância de escolher a tabela progressiva ou tabela regressiva de acordo com os
seus objetivos.

Lembre-se que retiradas precoces podem ser onerosas, além de te desviar do objetivo de poupar
no longo prazo, pensando no futuro da aposentadoria.

No próximo Módulo você vai aprender como funcionam os


investimentos realizados pelas Entidades de Previdência
Complementar, ou seja, onde elas alocam os aportes mensais
e extraordinários que você faz para conseguirem garantir sua
aposentadoria via previdência privada.

Até lá!

Referências
1. Lei nº 11.053, de 29 de dezembro de 2004.

2. Resolução CNSP nº 348, de 25 de setembro de 2017.

3. Resolução CNSP nº 349, de 25 de setembro de 2017.

4. Instrução Normativa SRF / SPCO / SUSEP nº 524, de 11 de março de 2005.

Acesse as telas interativas para realizar a atividade de estudo do curso.

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