34 - Colombo Et Al (2021)
34 - Colombo Et Al (2021)
34 - Colombo Et Al (2021)
Vol. 33 – Nº 08
Artigo
Análise da Equidade dos
Benefícios Previdenciários:
a Taxa Interna de Retorno dos
segurados do RGPS
Nota Técnica
Resultado do RGPS: Jul/2021
1
MINISTRO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA
Onyx Dornelles Lorenzoni
SECRETÁRIO-EXECUTIVO
Bruno Silva Dalcolmo
SECRETÁRIO DE PREVIDÊNCIA
Narlon Gutierre Nogueira
CORPO TÉCNICO
Andrea Velasco Rufato
Daniel Gama e Colombo
Eduardo da Silva Pereira
Geraldo Andrade da Silva Filho
ELABORAÇÃO
Eduardo da Silva Pereira
REVISÃO
Otávio José Guerci Sidone
O Informe de Previdência Social é uma publicação mensal do Ministério do Trabalho e Previdência - MTP, de
responsabilidade da Subsecretaria de Regime Geral de Previdência Social e elaborada pela Coordenação-Geral de Estudos
Previdenciários.
Correspondência
Ministério do Trabalho e Previdência - MTP • Subsecretaria de Regime Geral de Previdência Social
Esplanada dos Ministérios Bloco F, 7º andar, Sala 750 • 70059-900 – Brasília-DF
Tel. (061) 2021-5011. Fax (061) 2021-5408
E-mail: [email protected]
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5
4. RESULTADOS .........................................................................................................................13
3
Análise da Equidade dos
Benefícios Previdenciários:
a Taxa Interna de Retorno dos
segurados do RGPS
Colombo et al.
4
ANÁLISE DA EQUIDADE DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS:
A TAXA INTERNA DE RETORNO DOS SEGURADOS DO RGPS1
Daniel Gama e Colombo2
Geraldo Andrade da Silva Filho3
Alexandre Zioli Fernandes4
Carolina Fernandes dos Santos5
Otávio José Guerci Sidone6
1. INTRODUÇÃO
A política previdenciária é um elemento fundamental Uma das principais medidas utilizadas com essa finalidade
para a concretização do direito fundamental à seguridade é a Taxa Interna de Retorno (TIR), definida como a taxa de
social7 e para o cumprimento da meta de implementar um desconto que iguala a zero o valor presente líquido do fluxo
sistema de proteção adequado até 20308. A fim de cumprir de caixa formado pelas contribuições e benefícios
com esses objetivos, a previdência deve não apenas reduzir esperados para cada trabalhador (Afonso, 2016).
a pobreza e preveni-la ao longo do ciclo de vida Estudos anteriores encontraram evidências de
(International Labour Office, 2017), mas também contribuir progressividade do Regime Geral da Previdência Social
para a distribuição de renda e redução das desigualdades (RGPS) brasileiro (Afonso, 2016; Afonso e Zylberstajn,
(Economic and Social Commission for Asia and the Pacific, 2019), ao contrário do observado nos sistemas de pensões
2015; Ocampo e Gómez-Arteaga, 2016)9. Por esse motivo, e aposentadorias da Alemanha, Estados Unidos e China
a avaliação do sistema previdenciário deve também (Auerbach et al., 2017; Haan et al., 2020; Yang, 2021). A TIR
considerar essa dimensão distributiva. calculada para as aposentadorias programadas (por tempo
Devido a sua complexidade, diferentes indicadores de contribuição ou idade) do RGPS varia entre 0,06% a
podem ser considerados para investigar a equidade 5,3% ao ano, sendo que o estudo baseado em dados reais
promovida pelo sistema previdenciário (Rufato et al., 2020). dos segurados (Afonso, 2016) encontrou taxas mais
1 Este artigo apresenta os resultados do Relatório de Avaliação de Benefícios Previdenciários Urbanos, elaborado no âmbito do CMAG-CMAP,
disponível em <https://www.gov.br/economia/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-
colegiados/cmap/politicas/2020/gastos-diretos/relatorio-de-avaliacao-cmag-2020-previdurb>. Acesso em 9.9.2021. Os autores agradecem as
contribuições dos participantes envolvidos diretamente nesta avaliação: Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da
Economia (SECAP/ME), Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e Luís Eduardo Afonso (Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA/USP).
2 Doutor em Economia pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, Mestre em Direito Econômico
pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ocupante do cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental,
atualmente em exercício na Coordenação-Geral de Estudos Previdenciários da Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência
(SPREV/MTP).
3 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Doutor em Economia pela EESP/FGV. Atualmente em exercício na Coordenação Geral
FATECS/CEUB-DF.
5 Mestra em Economia do Setor Público pela UnB, Bacharel em Ciências Econômicas pela UnB e atua como Coordenadora de Estatística na
Direção e Gestão de Planos e Fundos de Pensão pela Universidade de Alcalá/Espanha e pela Organização Ibero-americana de Seguridade Social
(OISS). Atua como Coordenador-Geral de Estudo Previdenciários na Secretaria de Previdência do Ministério da Economia.
7 Artigos 22 e 25 da Declaração Universal de Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948.
8 Meta 1.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da organização das Nações Unidas
10 O processo de análise dos requerimentos de aposentadorias pode demandar mais tempo para conclusão em decorrência de diversos fatores, entre
eles as comprovações de recolhimentos que não estão no sistema. Esse prazo pode se estender por muitos anos, a depender do caso. Para esse
estudo, optou-se por delimitar o tempo de concessão a até dois anos, pelos motivos apresentados no texto.
11 À luz dos procedimentos adotados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para implementação das aposentadorias, decidiu-se que as
contribuições seriam contabilizadas até o mesmo mês em que se iniciam os benefícios de aposentadorias (tDIB), ao contrário da equação apresentada
em Afonso (2016) e Forteza e Ourens (2012).
6
ocorrem em momentos distintos do tempo, fazendo com que resultado válido, foi feita uma segunda tentativa utilizando
o resultado seja mais consistente (Afonso, 2016). uma estimativa inicial de -0,05. A TIR foi calculada para uma
Nesta análise, a TIR foi calculada no software periodicidade mensal, sendo posteriormente transformada
Microsoft Excel, versão 2016, considerando uma estimativa para uma taxa anual equivalente com juros compostos12.
inicial de zero, e, nos casos em que não se chegou a um
12
12 Taxa anual equivalente com juros compostos calculada conforme a seguinte fórmula (Vianna, 2018): (𝑇𝐼𝑅𝑖,𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = (1 + 𝑇𝐼𝑅𝑖,𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 ) − 1).
13 As decisões adotadas para o tratamento dos dados encontram-se descritas no Relatório de Avaliação de Benefícios Previdenciários Urbanos,
GRÁFICO 1: Média dos valores das contribuições previdenciárias estimadas por mês (em R$ de dezembro de 2018).
Notas: (i) Soma das contribuições do trabalhador e patronal; (ii) média das contribuições calculada pela divisão do total das contribuições de todos
os segurados da amostra em cada competência pelos 38.973 segurados; (iii) valores corrigidos pelo INPC/IBGE (para o período de janeiro de 1976
até março de 1979, os valores foram corrigidos pelo IPC/FIPE); e (iv) as elevações observadas nos meses de agosto e novembro devem-se às
contribuições de décimo-terceiro salário, que só passaram a ser devidas a partir do ano de 1989.
Fonte: elaboração própria, com base em Dataprev (2020) e Instituto Nacional do Seguro Social (2020).
Disponível como Anexo B do supramencionado Relatório de Avaliação de Benefícios Previdenciários Urbanos, elaborado no âmbito do CMAG-
14
CMAP. Para os anos de 1976 a 1981, as alíquotas de contribuições foram imputadas, conforme descrito no referido relatório.
8
Fluxos estimados de benefícios de aposentadoria INPC/IBGE. Além disso, foi acrescentado ao fluxo de
benefícios o valor do abono anual, representado por uma
Os fluxos de benefícios de aposentadoria dos
mensalidade adicional por ano pago em duas parcelas, (nos
indivíduos foram construídos a partir das informações
meses de agosto e novembro).
identificadas no nível do indivíduo disponíveis na base do
Instituto Nacional do Seguro Social (2020). Uma vez que as A fim de considerar o risco de óbito dos indivíduos ao
aposentadorias consideradas na amostra tiveram início longo da aposentadoria, os valores dos benefícios de
entre 2016 e 2018, o conjunto de informações sobre os aposentadoria futuros foram ponderados pela probabilidade
valores efetivamente recebidos era muito limitado. Por esse de sobrevivência de cada um, com base na ‘Tábua de
motivo, foi necessário estimar quase integralmente o fluxo Mortalidade do IBGE Extrapolada’ de 2018 para homens e
de benefícios de aposentadoria. mulheres separadamente (Secretaria da Previdência, 2019).
O fluxo de benefícios de aposentadoria de cada indivíduo foi
A estimação tem por hipótese a ausência de ganho
calculado até a idade de 111 anos, conforme o limite da
ou perda de valor real dos benefícios desde o momento
Tábua de Mortalidade Extrapolada15.
inicial da aposentadoria até o fim da vida dos indivíduos.
Assim, o valor do primeiro benefício de aposentadoria Os procedimentos descritos permitiram estimar o
recebido na DIB foi adotado como base para todos os fluxo de benefícios de aposentadoria para os indivíduos
valores pagos ao longo da aposentadoria até o fim da vida. presentes na base amostral, conforme resumido no Gráfico
O benefício-base foi tomado pelo seu valor real em 2.
dezembro de 2018, com base na variação mensal do
GRÁFICO 2: Valor médio dos benefícios de aposentadoria estimados por mês a partir do início da aposentadoria (em R$ de
dezembro de 2018).
Notas: (i) meses contados a partir do início da aposentadoria; (ii) a elevação do valor médio observada nos primeiros 12 meses deve-se ao fato de
que o 13º salário do primeiro ano de aposentadoria é proporcional ao número de meses contados desde o início da aposentadoria.
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
15 Encontra-se em desenvolvimento pela Secretaria da Previdência uma estimativa das taxas de mortalidade diferenciadas para o público de
beneficiários do RGPS, por tipo de aposentadoria, faixa de valor e sexo. Tais informações permitirão a publicação, no futuro, de estimativas da TIR
a partir de projeções mais acuradas do fluxo de benefícios do RGPS.
9
Estatísticas Descritivas uma das aposentadorias programadas (por idade ou por
tempo de contribuição). Embora a amostra total esteja bem
Esta seção apresenta as principais estatísticas distribuída por sexo (aproximadamente metade de homens
descritivas para a base amostral, após os procedimentos ou de mulheres), essa simetria não é observada para os
descritos nos itens anteriores e a união das contribuições e tipos de aposentadoria individualmente considerados: um
benefícios de aposentadoria em um único fluxo de caixa percentual maior de mulheres recebeu aposentadoria por
para cada indivíduo. idade, enquanto mais homens se aposentaram por
A Tabela 1 apresenta a distribuição dos indivíduos por incapacidade permanente e por tempo de contribuição.
tipo de aposentadoria, sexo e idade. Cerca de 80% recebeu
TABELA 1: Distribuição da amostra por tipo de aposentadoria, sexo e idade dos indivíduos na Data de Início do Benefício
(DIB).
Tipo de % do Idade na DIB
Sexo Freq.
aposentadoria total Média Mínimo p25 p50 p75 Máximo
Homens 6.330 16,2% 65,65 60,00 65,00 65,02 65,35 92,34
por idade
Mulheres 10.198 26,2% 61,65 51,76 60,01 60,11 62,04 89,71
Homens 8.580 22,0% 56,03 36,22 53,08 56,20 59,43 70,40
ATC
Mulheres 5.654 14,5% 53,29 40,52 50,60 53,38 55,86 80,52
Programadas (por Homens 14.910 38,3% 60,11 36,22 55,40 61,08 65,01 92,34
idade + ATC) Mulheres 15.852 40,7% 58,67 40,52 55,25 60,01 60,56 89,71
por incapacidade Homens 4.746 12,2% 54,02 20,35 48,73 55,96 61,00 87,39
permanente Mulheres 3.465 8,9% 55,27 22,05 49,82 56,30 61,71 81,88
Homens 19.656 50,4% 58,64 20,35 54,23 59,70 65,00 92,34
Total
Mulheres 19.317 49,6% 58,06 22,05 54,37 60,00 60,65 89,71
Total Ambos 38.973 100,0% 58,35 20,35 54,31 60,00 63,55 92,34
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
A idade de aposentadoria dos homens é, em geral, um percentual maior de homens (66%) e de aposentadorias
superior à das mulheres (aproximadamente 0,6 ano a mais), por tempo de contribuição (66,3%), e uma proporção menor
e aqueles que se aposentaram por idade eram, em geral, de aposentadorias por incapacidade permanente (7%).
mais velhos do que os indivíduos que usufruíram dos outros O grau de escolaridade dos indivíduos na amostra é
tipos de aposentadoria. Ambos os resultados eram apresentado na Tabela 3. Enquanto mais da metade
esperados, à luz das regras e requisitos distintos para cada (54,8%) dos aposentados por tempo de contribuição
tipo de aposentadoria, conforme a legislação então vigente. concluíram ao menos o ensino médio, esse percentual é de
A Tabela 2 apresenta a distribuição dos indivíduos por 33,2% para os aposentados por idade, e de apenas 17,6%
quartil de renda média antes da aposentadoria. A ‘renda para os aposentados por incapacidade permanente.
média antes da aposentadoria’ foi calculada a partir do valor A Tabela 4 apresenta a distribuição das contribuições
médio das remunerações/salários de contribuição recebidos médias de cada indivíduo pelo tipo de vínculo laboral mais
por cada indivíduo ao longo de sua vida laboral, frequente, e a Tabela 5 mostra a distribuição do valor do
desconsiderando os períodos nos quais não houve qualquer primeiro benefício por tipo de aposentadoria.
remuneração. A tabela revela que, no primeiro quartil da Aproximadamente 60% dos indivíduos da amostra
população (de menor rendimento do trabalho), há uma exerceram suas atividades como empregados pela maior
proporção maior de mulheres (72,1% do quartil) e de parte da vida profissional. Aqueles que foram ‘contribuintes
aposentadorias por idade (56,5% do quartil), e um individuais que prestam serviço a empresas’ por mais tempo
percentual reduzido de aposentadorias por tempo de apresentaram o maior valor médio de contribuições pagas à
contribuição (11,2%). Por outro lado, no quartil superior, há
10
Previdência Social (considerando a soma das contribuições por mais tempo. Por fim, os aposentados por tempo de
do trabalhador e patronal), sendo a menor contribuição contribuição tiveram o maior valor médio de benefício de
média paga por aqueles que foram empregados domésticos aposentadoria.
TABELA 2: Distribuição da amostra por quartil de renda média antes da aposentadoria (em reais de dezembro de 2018).
Renda média antes da
Percentual
Quartil Tipo de aposentadoria Sexo Freq. aposentadoriaa
no quartil
Média Mínimo Máximo
Homens 1.187 12,2% 757,75 344,81 936,64
por idade
Mulheres 4.315 44,3% 789,11 2,41 936,64
Homens 387 4,0% 774,77 262,86 935,76
ATC
Mulheres 705 7,2% 777,80 201,65 936,49
1
programadas (por idade + Homens 1.574 16,2% 761,94 262,86 936,64
ATC) Mulheres 5.020 51,5% 787,52 2,41 936,64
por incapacidade Homens 1.145 11,8% 782,19 118,97 936,50
permanente Mulheres 2.004 20,6% 779,45 49,68 936,56
Homens 1.656 17,0% 1.153,88 936,75 1.396,05
por idade
Mulheres 3.255 33,4% 1.118,94 936,70 1.396,05
Homens 1.105 11,3% 1.187,35 937,66 1.395,95
ATC
Mulheres 1.161 11,9% 1.164,32 937,98 1.396,05
2
programadas (por idade + Homens 2.761 28,3% 1.167,28 936,75 1.396,05
ATC) Mulheres 4.416 45,3% 1.130,88 936,70 1.396,05
por incapacidade Homens 1.611 16,5% 1.145,96 936,65 1.395,69
permanente Mulheres 955 9,8% 1.096,73 936,75 1.395,96
Homens 1.890 19,4% 1.817,15 1.396,88 2.437,77
por idade
Mulheres 1.624 16,7% 1.773,85 1.396,34 2.437,13
Homens 2.784 28,6% 1.878,75 1.396,62 2.436,75
ATC
Mulheres 1.635 16,8% 1.845,71 1.396,34 2.435,24
3
programadas (por idade + Homens 4.674 48,0% 1.853,84 1.396,62 2.437,77
ATC) Mulheres 3.259 33,4% 1.809,90 1.396,34 2.437,13
por incapacidade Homens 1.458 15,0% 1.784,12 1.396,47 2.437,82
permanente Mulheres 353 3,6% 1.739,33 1.396,21 2.437,19
Homens 1.597 16,4% 5.356,89 2.438,22 29.066,85
por idade
Mulheres 1.004 10,3% 4.591,52 2.437,90 23.742,20
Homens 4.304 44,2% 5.660,63 2.438,50 30.296,81
ATC
Mulheres 2.153 22,1% 5.129,82 2.439,68 28.420,57
4
programadas (por idade + Homens 5.901 60,6% 5.578,43 2.438,22 30.296,81
ATC) Mulheres 3.157 32,4% 4.958,63 2.437,90 28.420,57
por incapacidade Homens 532 5,5% 4.138,04 2.438,73 24.900,11
permanente Mulheres 153 1,6% 4.015,76 2.442,01 11.660,94
Homens 6.330 16,2% 2.338,02 344,81 29.066,85
por idade
Mulheres 10.198 26,2% 1.425,55 2,41 23.742,20
Homens 8.580 22,0% 3.637,02 262,86 30.296,81
ATC
Mulheres 5.654 14,5% 2.823,20 201,65 28.420,57
Total
programadas (por idade + Homens 14.910 38,3% 3.085,53 262,86 30.296,81
ATC) Mulheres 15.852 40,7% 1.924,06 2,41 28.420,57
por incapacidade Homens 4.746 12,2% 1.589,64 118,97 24.900,11
permanente Mulheres 3.465 8,9% 1.107,59 49,68 11.660,94
Homens 19.656 50,4% 2.724,34 118,97 30.296,81
Total Total
Mulheres 19.317 49,6% 1.777,60 2,41 28.420,57
Total Total Ambos 38.973 100,0% 2.255,09 2,41 30.296,81
a Valores corrigidos pelo INPC/IBGE (para o período de janeiro de 1976 até março de 1979, os valores foram corrigidos pelo IPC/FIPE).
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
11
TABELA 3: Distribuição da amostra por grau de escolaridade e tipo de aposentadoria.
por programadas (por por incapacidade
Grau de escolaridade Freq.a ATC Total
idade idade + ATC) permanente
Sem instrução 512 2,0% 0,7% 1,4% 2,8% 1,5%
Fundamental incompleto 9.914 35,0% 16,3% 26,2% 63,0% 30,0%
Fundamental completo 6.919 23,1% 20,7% 22,0% 11,6% 20,9%
Médio incompleto 2.265 6,7% 7,5% 7,1% 4,9% 6,8%
Médio completo 8.043 21,3% 30,2% 25,5% 14,0% 24,3%
Superior incompleto 888 2,1% 3,8% 2,9% 1,1% 2,7%
Superior completo 4.538 9,8% 20,8% 15,0% 2,5% 13,7%
Total (informado) 33.079 100% 100% 100% 100% 100%
a Apenas indivíduos com informação disponível sobre grau de escolaridade. Número de indivíduos na base sem essa informação: 5.894.
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
TABELA 4: Distribuição das contribuições médias dos indivíduos por tipo de vínculo laboral mais frequente.
TABELA 5: Distribuição do valor do primeiro benefício de aposentadoria (em reais de dezembro de 2018).
Valor do primeiro benefício de aposentadoria (R$)a
Tipo de aposentadoria Freq.
Média Mínimo p25 p50 p75 Máximo
por idade 16.528 1.273,19 929,03 969,17 982,04 1.183,82 5.826,26
ATC 14.234 2.333,40 929,03 1.207,64 1.960,26 3.146,07 5.826,26
programadas (por idade + ATC) 30.762 1.763,76 929,03 975,78 1.142,69 2.180,53 5.826,26
por incapacidade permanente 8.211 1.532,15 929,03 978,14 1.143,99 1.737,76 5.811,73
Total 38.973 1.714,96 929,03 975,78 1.143,03 2.061,08 5.826,26
a Valores corrigidos pelo INPC/IBGE.
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
12
4. RESULTADOS
A TIR foi calculada para todos os indivíduos da indicam que as contribuições individuais ao RGPS
amostra, conforme a fórmula e procedimentos descritos renderam, na média, aproximadamente 7,3% ao ano em
na seção 2. A partir desse cálculo, podem ser termos reais aos indivíduos. Considerando apenas as
apresentados e discutidos a distribuição geral do aposentadorias programadas, a taxa de retorno é de 5,6%
indicador, o cenário que ele sugere para a progressividade ao ano. Esse resultado é próximo àquele apresentado por
do regime, além de outros resultados e as limitações do Afonso (2016), que encontrou uma TIR de 5,3% para as
estudo, conforme as subseções a seguir. aposentadorias programadas.
A Tabela 6 mostra ainda que as aposentadorias por a aposentadoria por tempo de contribuição exigia o maior
tempo de contribuição conferiram o menor retorno médio período contributivo (35 anos para homens e 30 anos para
aos aposentados (4,1% ao ano), 2,7 pontos percentuais mulheres), o que tende a reduzir o valor final da TIR; já a
(p.p.) abaixo da taxa média da aposentadoria por idade. aposentadoria por incapacidade permanente podia
Ademais, a tabela apresenta a TIR para as atender indivíduos com um curto histórico contributivo
aposentadorias por incapacidade permanente, um tipo de (carência mínima de 12 meses).
benefício usualmente excluído das análises no tema Foi encontrada uma taxa média de retorno das
(Caetano, 2006; Afonso, 2016). Para esses aposentados, mulheres 3,2 p.p. superior à dos homens, um resultado
foi encontrada uma taxa média de retorno elevada de que se encontra de acordo com as conclusões
13,8% ao ano. Esses resultados eram esperados e usualmente reportadas na literatura (Penafieri e Afonso,
encontram-se de acordo com o objetivo e a 2013; Afonso e Zylberstajn, 2019). Essa diferença pode
regulamentação dos tipos de aposentadoria antes da ser explicada pelos seguintes fatores: (i) a maior
reforma efetuada pela Emenda Constitucional 103/2019: expectativa de vida das mulheres; (ii) a legislação vigente
13
permitia que as mulheres se aposentassem por idade ou apenas 4,5% (1.740 indivíduos) apresentaram TIR
por tempo de contribuição cinco anos antes dos homens; superior a 20% a.a., sendo a maior parte de aposentados
(iii) a fórmula de cálculo do fator previdenciário aplicável por incapacidade permanente, o que sugere que, via de
para o cálculo dos benefícios de aposentadoria dava às regra, o RGPS não concede aposentadorias com valores
mulheres cinco anos adicionais no cômputo do tempo de desproporcionais ao histórico contributivo dos
contribuição; e (iv) o cálculo do fator previdenciário indivíduos16.
baseava-se na Tábua de Mortalidade para ambos os A dispersão da TIR entre os indivíduos varia
sexos, conferindo uma vantagem para os benefícios das conforme o sexo e tipo de aposentadoria, o que pode ser
mulheres devido a sua maior expectativa de vida. observado nos diagramas de caixa do Gráfico 3. A maior
A estimativa da TIR para os indivíduos da amostra, dispersão é verificada nas aposentadorias por
a partir da projeção do fluxo de benefícios futuros, revelou incapacidade permanente, o que indica a
que somente 757 indivíduos (cerca de 2% do total) tiveram heterogeneidade dos casos que levam os indivíduos a
taxa de retorno negativa. Isso é indício de que a maioria obter esse tipo de aposentadoria, como, por exemplo,
absoluta das concessões de aposentadorias no RGPS acidentes ou patologias que impossibilitam a continuidade
apresentou estimativa positiva da TIR. Da mesma forma, da atividade profissional.
a Estatísticas apresentadas no diagrama de caixa (boxplot): (i) altura da caixa: intervalo interquartil (Q3 – Q1); (ii) linha interna: Q2 (mediana); (iii) limite
inferior: Q1 - 1,5 x (Q3 - Q1); e (iv) limite superior: Q3 + 1,5 x (Q3 - Q1).
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
16 Nota-se, no entanto, que a TIR efetivamente verificada para cada indivíduo (que seria calculada com informações completas sobre a duração
efetiva das aposentadorias) poderia apresentar algumas diferenças, havendo valores menores (inclusive negativos) ou maiores, dependendo da
idade efetiva de óbito (em comparação com a expectativa de sobrevida da população nas idades avançadas).
14
Distribuição da TIR por renda e progressividade das progressividade do RGPS. Para todos os tipos de
aposentadorias do RGPS aposentadoria (individual ou conjuntamente considerados),
A fim de avaliar a progressividade e a equidade das a TIR média dos dois primeiros quartis é superior àquela
aposentadorias do RGPS, a relação entre a TIR e a renda encontrada para a totalidade dos indivíduos do mesmo
média antes da aposentadoria é ilustrada no Gráfico 4. É grupo de espécie de aposentadoria. Considerando a
possível verificar uma associação negativa entre essas duas amostra completa, os indivíduos do primeiro quartil de renda
variáveis (correlação negativa de 0,33), indicando que obtiveram um retorno médio anual 8,65 p.p. maior do que
segurados com menor rendimento no período laboral aqueles do quartil mais elevado. Considerando o total da
auferem maiores ganhos em participar do RGPS, e amostra, a diferença da TIR média entre o segundo e o
confirmando os resultados de estudos anteriores a respeito primeiro quartil é de 3,6 p.p., a diferença entre o terceiro e o
da progressividade desse regime (Giambiagi e Afonso, segundo é de 2,9 p.p., e a diferença entre o quarto e o
2009; Afonso, 2016). Além disso, o gráfico denota que essa terceiro é de apenas 2,2 p.p., confirmando a não-linearidade
relação não é linear, e que a TIR tende a crescer mais da relação entre a TIR e a renda dos segurados observada
rapidamente quanto menor é a renda pré-aposentadoria. no Gráfico 4.
GRÁFICO 4: Distribuição da TIR por tipo de aposentadoria e renda média antes da aposentadoria.
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
15
TABELA 7: Distribuição da TIR por tipo de aposentadoria, quartil de renda antes da aposentadoria e sexo.
Quartil de renda antes da aposentadoria
Tipo de Total
Variável 1º 2º 3º 4º
aposentadoria
Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total
TIR (média) 7,93% 10,54% 9,98% 5,51% 7,63% 6,91% 4,13% 5,66% 4,84% 1,87% 3,64% 2,55% 4,63% 8,15% 6,81%
por idade Freq. 1.187 4.315 5.502 1.656 3.255 4.911 1.890 1.624 3.514 1.597 1.004 2.601 6.330 10.198 16.528
TIR (média) 5,92% 7,43% 6,90% 4,42% 5,73% 5,09% 3,87% 4,94% 4,26% 2,77% 3,93% 3,15% 3,48% 5,03% 4,09%
ATC Freq. 387 705 1.092 1.105 1.161 2.266 2.784 1.635 4.419 4.304 2.153 6.457 8.580 5.654 14.234
TIR (média) 7,44% 10,10% 9,47% 5,07% 7,13% 6,34% 3,97% 5,30% 4,52% 2,52% 3,84% 2,98% 3,97% 7,04% 5,55%
programadas
(por idade + Freq. 1.574 5.020 6.594 2.761 4.416 7.177 4.674 3.259 7.933 5.901 3.157 9.058 14.910 15.852 30.762
ATC)
Renda média antes
761,94 787,52 781,41 1.167,28 1.130,87 1.144,88 1.853,84 1.809,90 1.835,79 5.578,43 4.958,63 5.362,41 3.085,53 1.924,06 2.487,01
da aposentadoria
TIR (média) 14,22% 18,86% 17,17% 11,86% 17,68% 14,03% 9,01% 12,95% 9,78% 7,03% 9,45% 7,57% 11,01% 17,52% 13,76%
por
incapacidade Freq. 1.145 2.004 3.149 1.611 955 2.566 1.458 353 1.811 532 153 685 4.746 3.465 8.211
permanente
Renda média antes
782,19 779,45 780,45 1.145,96 1.096,73 1.127,64 1.784,12 1.739,33 1.775,39 4.138,04 4.015,76 4.110,73 1.589,64 1.107,59 1.386,22
da aposentadoria
TIR (média) 10,29% 12,60% 11,96% 7,57% 9,01% 8,36% 5,17% 6,05% 5,49% 2,90% 4,10% 3,30% 5,67% 8,92% 7,28%
Total Freq. 2.719 7.024 9.743 4.372 5.371 9.743 6.132 3.612 9.744 6.433 3.310 9.743 19.656 19.317 38.973
16
Destaca-se que foi observada progressividade Novamente, os dados apresentados no Gráfico 5 e na
mesmo no caso das aposentadorias por incapacidade Tabela 8 sugerem indícios de que o regime é progressivo,
permanente, um resultado novo não abordado em estudos uma vez que indivíduos com baixo nível de escolaridade
anteriores. A possibilidade de progressividade desse (sem instrução – 8,6%, e fundamental incompleto – 8,3%)
benefício foi questionada sob o argumento de que ele obtêm retornos mais elevados do que a média dos
funciona como um seguro, não havendo relação clara entre segurados. A TIR anual dos indivíduos com nível superior
contribuições e benefícios (Caetano, 2006). Os resultados completo é aproximadamente 5 p.p. menor do que daqueles
apresentados sugerem que essa característica não impede que não obtiveram qualquer instrução. No caso das
que esse tipo de aposentadoria contribua para a distribuição aposentadorias programadas (por idade e tempo de
de renda e promoção da equidade. contribuição), a TIR média daqueles que estudaram até
A progressividade do RGPS também pode ser completar o ensino fundamental é superior à média
avaliada a partir do grau de escolaridade dos beneficiários, observada para o mesmo grupo de espécie de
devido à alta correlação dessa característica com a renda. aposentadoria.
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
17
TABELA 8: Distribuição da TIR por grau de escolaridade, tipo de aposentadoria e sexo.
Tipo de aposentadoria
Total
Grau de escolaridade Variável por idade ATC programadas (por idade + ATC) por incapacidade permanente
Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total
TIR (média) 5,8% 9,1% 7,2% 4,4% 6,1% 4,9% 5,37% 8,62% 6,68% 14,7% 20,0% 17,1% 7,0% 11,0% 8,6%
Sem instrução
Freq. 177 140 317 71 28 99 248 168 416 52 44 96 300 212 512
TIR (média) 5,3% 9,3% 7,6% 4,3% 6,5% 4,9% 4,90% 8,87% 6,83% 10,8% 17,6% 13,8% 6,3% 10,6% 8,3%
Fundamental incompleto
Freq. 2.379 3.138 5.517 1.628 640 2.268 4.007 3.778 7.785 1.195 934 2.129 5.202 4.712 9.914
TIR (média) 5,0% 8,9% 7,4% 3,9% 5,5% 4,3% 4,30% 8,00% 6,02% 10,2% 16,0% 12,7% 4,7% 8,4% 6,4%
Fundamental completo
Freq. 1.402 2.238 3.640 2.090 797 2.887 3.492 3.035 6.527 224 168 392 3.716 3.203 6.919
TIR (média) 4,7% 8,2% 6,9% 3,6% 4,8% 4,0% 3,95% 7,02% 5,44% 12,2% 15,9% 13,7% 4,7% 7,6% 6,0%
Médio incompleto
Freq. 384 665 1.049 695 354 1.049 1.079 1.019 2.098 102 65 167 1.181 1.084 2.265
TIR (média) 4,0% 7,5% 6,4% 3,3% 5,0% 4,1% 3,53% 6,41% 5,11% 10,9% 14,4% 12,5% 4,1% 6,8% 5,5%
Médio completo
Freq. 1.011 2.346 3.357 2.400 1.814 4.214 3.411 4.160 7.571 261 211 472 3.672 4.371 8.043
TIR (média) 2,7% 5,9% 4,6% 2,3% 4,2% 3,1% 2,46% 4,98% 3,69% 9,4% 15,4% 12,1% 2,8% 5,4% 4,1%
Superior incompleto
Freq. 130 195 325 304 221 525 434 416 850 21 17 38 455 433 888
TIR (média) 2,1% 4,7% 3,8% 2,2% 4,4% 3,5% 2,16% 4,49% 3,57% 8,9% 13,9% 11,8% 2,3% 4,7% 3,7%
Superior completo
Freq. 543 1.004 1.547 1.214 1.694 2.908 1.757 2.698 4.455 35 48 83 1.792 2.746 4.538
TIR (média) 4,4% 8,0% 6,6% 3,7% 5,6% 4,4% 4,15% 7,52% 5,98% 11,1% 18,0% 13,9% 10,1% 15,7% 12,5%
Não Informado
Freq. 304 472 776 178 106 284 482 578 1.060 2.856 1.978 4.834 3.338 2.556 5.894
TIR (média) 4,6% 8,2% 6,8% 3,5% 5,0% 4,1% 3,97% 7,04% 5,55% 11,0% 17,5% 13,8% 5,7% 8,9% 7,3%
Total
Freq. 6.330 10.198 16.528 8.580 5.654 14.234 14.910 15.852 30.762 4.746 3.465 8.211 19.656 19.317 38.973
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
18
Outros resultados da análise e limitações do estudo podem ser objeto de aprimoramento em futuras análises.
O Gráfico 6 e a Tabela 9 apresentam uma estimativa Em primeiro lugar, os resultados são aplicáveis apenas aos
da variação do retorno das contribuições previdenciárias indivíduos com as características descritas na seção
pela forma de filiação ao RGPS mais frequente estabelecida introdutória, isto é, indivíduos da clientela urbana cuja
pelos indivíduos ao longo de sua vida laboral. Trata-se de aposentadoria foi concedida em 2018 e iniciou-se entre
uma dimensão pouco investigada nos estudos no tema, que, 2016 e 2018, não podendo ser tomados como
via de regra, utilizaram um conjunto de regras idêntico ou representativos de todos os contribuintes e beneficiários do
similar para todos os trabalhadores, sem diferenciar entre as RGPS. Ademais, as contribuições previdenciárias foram
diferentes formas de filiação ao RGPS (Afonso, 2016; estimadas a partir dos dados de remunerações/salários de
Afonso e Zylberstajn, 2019). As maiores taxas de retorno contribuição e das alíquotas vigentes, uma vez que não foi
foram encontradas para os indivíduos que realizaram possível ter acesso aos valores efetivamente recolhidos. Já
contribuições por mais tempo como facultativos (12,5%), os fluxos de benefícios de aposentadoria foram quase
empregados domésticos (10,6%) e contribuintes individuais integralmente imputados a partir do valor inicial e
(10,2%). Esse resultado pode ser explicado principalmente considerando o risco de óbito da tábua de mortalidade
por dois fatores: (i) a alíquota patronal, que não é devida ou extrapolada17. Por fim, a análise também não contemplou
apresenta alíquota reduzida para as formas de filiação todo o arranjo dos planos de benefício do RGPS,
citadas; e (ii) a renda média antes da aposentadoria, cujo restringindo-se às aposentadorias. Se outros benefícios
valor observado é, na média, menor para essas formas de fossem considerados, os retornos médios correspondentes
filiação, resultando em contribuições com valores reduzidos. à participação no RGPS poderiam ser maiores do que os
aqui apresentados.
Os resultados deste estudo apresentam limitações
que devem ser consideradas em sua interpretação, e que
GRÁFICO 6: Distribuição da TIR por tipo de aposentadoria e forma de filiação ao RGPS mais frequente ao longo da vida
laboral.
17Por esse motivo, não há valores muito baixos da TIR calculada, uma vez que a base não contempla casos de indivíduos que vieram a óbito pouco
tempo após a sua aposentadoria.
19
TABELA 9: Distribuição da TIR por forma de filiação ao RGPS mais frequente ao longo da vida laboral, tipo de aposentadoria e sexo.
Contribuinte TIR (média) 6,0% 9,8% 8,6% 3,8% 5,4% 4,5% 5,11% 9,05% 7,59% 13,8% 22,0% 18,6% 7,4% 12,0% 10,2%
individual Freq. 878 2.048 2.926 573 414 987 1.451 2.462 3.913 515 728 1.243 1.966 3.190 5.156
CI que presta serv. a TIR (média) 4,3% 7,3% 6,0% 3,3% 4,8% 3,9% 3,76% 6,35% 5,01% 10,8% 14,9% 12,3% 4,9% 7,2% 5,9%
empresa Freq. 719 923 1.642 900 581 1.481 1.619 1.504 3.123 297 165 462 1.916 1.669 3.585
TIR (média) 6,0% 11,7% 10,8% 2,9% 4,9% 3,9% 4,52% 10,65% 9,20% 14,8% 24,6% 22,9% 6,5% 14,2% 12,5%
Facultativo
Freq. 198 1.014 1.212 173 188 361 371 1.202 1.573 87 417 504 458 1.619 2.077
Empregado TIR (média) 6,0% 9,4% 9,2% 4,4% 7,2% 6,8% 5,29% 8,93% 8,60% 10,6% 17,9% 17,0% 6,9% 11,0% 10,6%
doméstico Freq. 68 974 1.042 55 282 337 123 1.256 1.379 52 379 431 175 1.635 1.810
TIR (média) 5,9% 8,1% 6,9% 4,5% 5,4% 4,9% 5,34% 7,37% 6,24% 10,0% 12,4% 11,0% 6,1% 8,2% 7,0%
Autônomo
Freq. 478 449 927 299 168 467 777 617 1.394 161 114 275 938 731 1.669
TIR (média) 4,9% 7,6% 6,1% 4,0% 5,1% 4,3% 4,48% 6,95% 5,42% 8,2% 10,4% 9,1% 4,8% 7,3% 5,8%
Empresário
Freq. 314 251 565 232 85 317 546 336 882 57 39 96 603 375 978
Contribuinte em TIR (média) 5,7% 7,3% 6,2% 5,1% 5,9% 5,2% 5,43% 6,98% 5,87% 8,0% 12,7% 8,8% 5,9% 7,5% 6,3%
dobro Freq. 15 8 23 10 2 12 25 10 35 5 1 6 30 11 41
Equiparado a TIR (média) 11,6% 16,3% 13,7% 6,5% 9,3% 7,5% 9,05% 13,30% 10,80% 16,1% 16,1% 9,1% 14,1% 11,6%
autônomo Freq. 5 4 9 5 3 8 10 7 17 3 3 10 10 20
TIR (média) 38,2% 38,2% 2,9% 23,0% 19,0% 7,70% 24,60% 15,38% 8,7% 31,1% 12,4% 15,3% 24,6% 18,9%
Outrosa
Freq. 2 2 1 4 5 6 5 11 5 1 6 8 5 13
TIR (média) 4,6% 8,1% 6,8% 3,5% 5,0% 4,1% 3,97% 7,04% 5,55% 11,0% 17,5% 13,8% 5,7% 8,9% 7,3%
Total
Freq. 6.330 10.197 16.527 8.579 5.653 14.232 14.910 15.852 30.762 4.744 3.465 8.209 19.653 19.315 38.968
a Inclui
os casos em que o vínculo mais frequente foi ‘Segurado Especial’, ‘Empregador rural’, e aqueles para os quais não há informação disponível.
Fonte: elaboração própria, com base em Instituto Nacional do Seguro Social (2020), Dataprev (2020) e Secretaria da Previdência (2019).
20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema previdenciário constitui um elemento estratos mais pobres dos segurados na amostra obtêm
central da política de bem-estar brasileira, e entre os seus retornos substancialmente maiores do que aqueles com
objetivos estão a progressividade e a promoção da maiores níveis de renda. A diferença entre as taxas de
equidade. Por isso, espera-se que o RGPS possa, em retorno do quartil de renda mais baixo e do quartil mais
alguma medida, contribuir para o combate à pobreza, a elevado da amostra de aposentadorias programadas chega
redução da desigualdade e a redistribuição de renda na a aproximadamente 6,5 pontos percentuais por ano.
sociedade. Ademais, a progressividade foi observada para os três tipos
A fim de investigar em que medida o RGPS vem de aposentadoria, inclusive nos casos de incapacidade
cumprindo com esses objetivos, este estudo apresentou a permanente.
TIR para os aposentados do regime, a partir de uma amostra A análise traz ainda outros resultados relevantes para
de quase 40 mil indivíduos. O indicador foi calculado com a discussão e aprimoramento do sistema previdenciário
base nos dados dos benefícios de aposentadorias e brasileiro: as mulheres tiveram, em geral, uma taxa de
informações sobre remunerações/salários de contribuição. retorno superior à dos homens; da mesma forma, taxas
As estimações apontam para uma taxa de retorno média de maiores foram encontradas para indivíduos que foram
7,3% ao ano para todos os aposentados da amostra e de facultativos, empregados domésticos e contribuintes
5,6% ao ano para as aposentadorias programadas. Esse individuais por mais tempo em sua trajetória profissional. Por
resultado é próximo àquele obtido em estudos anteriores outro lado, a análise apresenta limitações que podem ser
que utilizaram dados reais para o cálculo da TIR (Afonso, objeto de aprimoramento em futuras edições do cálculo dos
2016). indicadores.
Os resultados apresentam indícios do caráter
progressivo das aposentadorias do RGPS, uma vez que os
21
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23
Receitas e Despesas do
Regime Geral de
Previdência Social
Julho de 2021
24
RECEITAS E DESPESAS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
JULHO / 2021
Necessidade de Financiamento
(em R$ bilhões reais de jul/2021 - INPC)
Acumulado no mês (jul/21) 36,2
Acumulado no Ano (2021) 198,3
Acumulado em 12 meses (ago/20-jul/21) 245,8
TABELA 1: Evolução da Arrecadação Líquida, Despesa com Benefícios Previdenciários e Resultado Previdenciário,
segundo a clientela urbana e rural (2020 e 2021) – Resultado de jul/21 em R$ milhões de jul/21 – INPC
Acumulado no Ano
jul/20 jun/21 jul/21 Var. % Var. %
Item jan / jun Var. %
(A) (B) (C) (C/B) (C/A) 2020 2021
1. Arrecadação Líquida Total (1.1 + 1.2 ) 33.838,6 34.441,5 37.707,6 9,5 11,4 213.045,3 248.618,8 16,7
1.1 Arrecadação Líquida Total - Urbana 33.146,1 33.467,6 36.835,1 10,1 11,1 208.218,1 242.665,7 16,5
1.1.1 Arrecadação Líquida Urbana 32.441,1 32.741,5 36.275,5 10,8 11,8 201.447,8 237.728,6 18,0
1.1.2 Compensação Desoneração da Folha de Pagamento 696,4 637,8 555,5 (12,9) (20,2) 6.755,6 4.835,3 (28,4)
1.1.3 Comprev 8,5 88,3 4,1 (95,3) (51,8) 14,7 101,7 590,6
1.2 Arrecadação Líquida Total - Rural 692,5 973,9 872,5 (10,4) 26,0 4.827,2 5.953,1 23,3
2. Despesa com Benefícios (2.1 + 2.2) 55.672,1 90.145,3 73.941,3 (18,0) 32,8 450.712,2 446.921,8 (0,8)
2.1 Despesa com Benefícios - Urbano 44.174,5 71.618,6 60.464,6 (15,6) 36,9 359.926,2 355.271,0 (1,3)
2.1.1 Benefícios Previdenciários Urbanos 42.491,3 62.796,4 58.798,1 (6,4) 38,4 345.265,9 339.775,7 (1,6)
2.1.2 Passivo Judicial - Urbano 1.414,2 8.689,8 1.400,3 (83,9) (1,0) 12.868,5 14.342,8 11,5
2.1.3 Comprev 269,0 132,4 266,1 101,0 (1,1) 1.791,8 1.152,6 (35,7)
2.2 Despesa com Benefícios - Rural 11.497,5 18.526,6 13.476,8 (27,3) 17,2 90.786,0 91.650,7 1,0
2.2.1 Benefícios Previdenciários Rurais 11.127,2 16.274,6 13.163,3 (19,1) 18,3 87.690,8 87.940,7 0,3
2.2.2 Passivo Judicial - Rural 370,3 2.252,1 313,5 (86,1) (15,3) 3.095,2 3.710,0 19,9
3. Resultado Previdenciário (1 - 2) (21.833,4) (55.703,7) (36.233,7) (35,0) 66,0 (237.666,9) (198.303,0) (16,6)
3.1 Urbano (1.1 - 2.1) (11.028,4) (38.151,0) (23.629,5) (38,1) 114,3 (151.708,1) (112.605,3) (25,8)
3.2 Rural (1.2 - 2.2) (10.805,0) (17.552,7) (12.604,2) (28,2) 16,7 (85.958,8) (85.697,6) (0,3)
Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/MTP
26
GRÁFICO 1: Arrecadação Líquida, Despesa com Benefícios Previdenciários e Resultado Previdenciário, segundo a clientela
urbana e rural - Acumulado até julho - R$ bilhões de julho/2021 – INPC
400,0
355,3
350,0
300,0
250,0 242,7
R$ bilhões
200,0
150,0
100,0 91,7
50,0
6,0
-
Arrecadação Líquida Despesa com Benefícios Arrecadação Líquida Despesa com Benefícios
URBANA RURAL
Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/MTP
A arrecadação líquida total da Previdência Social foi, ordem de R$ 36,2 bilhões, conforme se pode ver na Tabela
em julho de 2021, de cerca de R$ 37,7 bilhões, evidenciando 2.
um crescimento de 9,5% (+R$ 3,3 bilhões) frente ao mês No acumulado de 2021 (até julho), a arrecadação
anterior (jun/21) e de 11,4% (+R$ 3,9 bilhões), em relação a líquida e as despesas com benefícios previdenciários
julho de 2020. As despesas com benefícios previdenciários chegaram, respectivamente, a R$ 248,6 bilhões e R$ 450,7
atingiram R$ 73,9 bilhões em julho de 2021, registrando bilhões, resultando numa necessidade de financiamento da
queda de 18,0% (-R$ 16,2 bilhões) em relação ao mês ordem de R$ 237,7 bilhões. Comparando com o mesmo
anterior (jun/21) e crescimento de 32,8% (+R$ 18,3 bilhões), período de 2020, a arrecadação líquida cresceu 16,7% (+R$
na comparação com julho de 2020, o que resultou numa 35,6 bilhões), as despesas com benefícios previdenciários
necessidade de financiamento total, em julho de 2021, da caíram 0,8% (-R$ 3,8 bilhões) e a necessidade de
financiamento caiu 16,6% (-R$ 39,4 bilhões).
27
TABELA 2: Arrecadação Líquida, Benefícios Previdenciários e Saldo Previdenciário – jul/20, jun/21 e jul/21– Valores em R$
milhões de jul/21 – INPC
Acumulado no ano
jul/20 jun/21 jul/21 Var. % Var. %
Item jan / jun Var. %
(A) (B) (C) (C/B) (C/A) 2020 2021
1. Arrecadação Líquida (1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4 + 1.5) 33.838,6 34.441,5 37.707,6 9,5 11,4 213.045,3 248.618,8 16,7
1.1. Receitas Correntes 34.020,5 34.989,5 38.671,4 10,5 13,7 215.241,5 254.033,5 18,0
Pessoa Física 1.005,9 903,4 1.014,8 12,3 0,9 6.607,4 6.736,6 2,0
SIMPLES - Recolhimento em GPS 1.422,5 1.646,3 1.736,7 5,5 22,1 11.148,8 11.854,7 6,3
SIMPLES - Repasse STN 4.651,0 2.792,5 5.971,6 113,8 28,4 22.220,6 27.955,9 25,8
Empresas em Geral 20.795,0 23.078,0 23.318,1 1,0 12,1 135.547,1 163.102,3 20,3
Setores Desonerados - DARF 777,8 940,4 931,2 (1,0) 19,7 4.109,9 6.423,7 56,3
Entidades Filantrópicas 318,9 366,5 372,8 1,7 16,9 2.458,4 2.553,8 3,9
Órgãos do Poder Público - Recolhimento em GPS 3.360,0 3.487,4 3.613,6 3,6 7,5 21.722,9 23.144,2 6,5
Órgãos do Poder Público - Retenção FPM/FPE 131,0 179,9 167,7 (6,8) 28,0 1.924,7 2.318,9 20,5
Clubes de Futebol 0,8 4,0 2,2 (46,0) 165,2 26,1 29,3 12,3
Comercialização da Produção Rural 81,6 128,6 115,2 (10,4) 41,2 581,4 853,2 46,7
Retenção (11%) 940,2 928,7 966,3 4,0 2,8 6.320,6 6.288,7 (0,5)
Fundo de Incentivo ao Ensino Superior - FIES - - - - - - - -
Reclamatória Trabalhista 518,0 441,2 453,4 2,8 (12,5) 2.503,9 2.640,3 5,4
Outras Receitas 17,9 92,7 8,0 (91,4) (55,3) 69,6 132,0 89,6
1.2. Recuperação de Créditos 450,1 941,2 571,1 (39,3) 26,9 5.539,1 5.533,5 (0,1)
Arrecadação / Comprev / Dec.6.900/09 8,5 88,3 4,1 (95,3) (51,8) 14,7 101,7 590,6
Arrecadação / Lei 11.941/09 46,1 68,0 48,6 (28,5) 5,5 252,0 372,7 47,9
Programa de Recuperação Fiscal - REFIS 7,3 9,2 10,5 13,5 43,8 68,6 60,6 (11,7)
Depósitos Judiciais - Recolhimentos em GPS 0,0 0,2 0,4 131,8 8.269,9 5,5 0,7 (87,0)
Depósitos Judiciais - Repasse STN (113,1) 112,9 (187,6) (266,2) 65,8 499,8 147,9 (70,4)
Débitos 36,0 22,8 31,1 36,5 (13,6) 231,4 175,8 (24,1)
Parcelamentos Convencionais 465,4 639,8 664,1 3,8 42,7 4.467,0 4.674,3 4,6
1.3. Restituições de Contribuições (20,2) (10,3) (4,5) (55,8) (77,5) (63,3) (49,9) (21,3)
1.4. Transferências a Terceiros (1.308,2) (2.116,7) (2.085,9) (1,5) 59,4 (14.427,5) (15.733,7) 9,1
1.5. Compensação da Desoneração - STN 696,4 637,8 555,5 (12,9) (20,2) 6.755,6 4.835,3 (28,4)
2. Despesas com Benefícios Previdenciários 55.672,1 90.145,3 73.941,3 (18,0) 32,8 450.712,2 446.921,8 (0,8)
Pagos pelo INSS 53.887,5 79.203,4 72.227,5 (8,8) 34,0 434.748,5 428.868,9 (1,4)
Sentenças Judiciais - TRF 1.784,5 10.941,9 1.713,8 (84,3) (4,0) 15.963,7 18.052,8 13,1
3. Resultado Previdenciário (1 – 2) (21.833,4) (55.703,7) (36.233,7) (35,0) 66,0 (237.666,9) (198.303,0) (16,6)
28
3. RECEITAS CORRENTES
As receitas correntes somaram R$ 38,7 bilhões em 38,8 bilhões) a mais do que o registrado no mesmo período
julho de 2021, registrando um aumento de 10,5% (+R$ 3,7 de 2020. Todas as rubricas apresentaram aumento nessa
bilhões), frente ao mês anterior (jun/21) e apresentando base de comparação, exceto “Retenção 11%”. A rubrica
aumento de 13,7% (+R$ 4,7 bilhões) em relação ao valor “Empresas em Geral” registrou aumento de 20,3% (+R$
de julho de 2020. Em relação a junho de 2021, a maioria 27,6 bilhões), as rubricas “SIMPLES – Repasse STN” e
das rubricas apresentou crescimento: a rubrica “Empresas “Setores Desonerados – DARF” registraram aumento de
em Geral” teve aumento de 1,0% (+R$ 240,1 milhões), a 25,8% (+R$ 5,7 bilhões) e de 56,3% (+R$ 2,3 bilhões),
“Retenção 11%” aumentou 4,0% (+R$ 37,6 milhões) e respectivamente, conforme se pode observar no Gráfico 3.
“SIMPLES – Recolhimento em GPS” registrou aumento de As variações observadas estão relacionadas
5,5% (R$ 90,4 milhões). Já a rubrica “SIMPLES – Repasse diretamente ao comportamento do mercado de trabalho
do Tesouro” subiu 113,8% (+R$ 3,2 ilhões), como mostra o formal, bem como a retomada da arrecadação de
Gráfico 2. contribuições previdenciárias que foram postergadas no
No acumulado de 2021 (até julho), as receitas início da pandemia.
correntes somaram R$ 254,0 bilhões, cerca de 18,0% (+R$
GRÁFICO 2: Variação das Receitas Correntes de julho de 2021 em relação ao mês anterior: em R$ milhões de jul/21 (INPC)
29
GRÁFICO 3: Variação das Receitas Correntes (janeiro a julho) de 2021 em relação a 2020: em R$ milhões de jul/21 (INPC)
Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar). Elaboração: SPREV/MTP
30
4. RECEITAS ORIUNDAS DE MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS
GRÁFICO 4: Variação das Receitas de Recuperação de Créditos (jul/21) em relação ao mês anterior - Em R$ milhões de
jul/21 (INPC)
Débitos 8,3
Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar). Elaboração: SPREV/MTP
31
GRÁFICO 5: Variação das Receitas de Recuperação de Créditos (janeiro a julho) de 2021 em relação a 2020 - Em R$
milhões de jul/21 (INPC))
Débitos (55,7)
REFIS (8,0)
32
5. BENEFÍCIOS EMITIDOS E CONCEDIDOS
Em julho de 2021, foram emitidos 36,07 milhões de O valor médio dos benefícios emitidos entre janeiro e
benefícios, registrando um aumento de 0,8% (+270,0 mil julho de 2021 foi de R$ 1.735,13, o que representa uma
benefícios) frente ao mesmo mês de 2020. Nessa mesma redução, em termos reais, de cerca de 2,6% em relação ao
comparação, os “Benefícios Previdenciários” cresceram mesmo período de 2020. Quando comparados o período
1,4% (+422,1 mil benefícios), os “Benefícios Acidentários” acumulado de janeiro a julho de 2021 e o período
tiveram um crescimento de 1,1% (+8,4 mil benefícios) e os correspondente de 2014, observa-se que o valor médio real
“Benefícios Assistenciais” tiveram uma diminuição de 3,2% dos benefícios emitidos cresceu 20,7% (Gráfico 7).
(-159,5 mil benefícios), conforme pode ser visto na Tabela Em julho de 2021, foram concedidos 404,8 mil novos
3. benefícios, evidenciando uma diminuição de 1,0% (-3,9 mil
Na comparação de julho de 2021 com julho de 2020, benefícios) em relação ao mês anterior e queda de 9,3% (-
observa-se que as aposentadorias por tempo de 41,5 mil benefícios) em relação a julho de 2020. Em relação
contribuição cresceram 0,7% (+44,7 mil aposentadorias); as ao mês anterior (jun/21), a concessão de Benefícios
aposentadorias por idade aumentaram 2,0% (+221,5 mil Previdenciários diminuiu 2,9% (-10,2 mil benefícios), a de
aposentadorias); as pensões por morte subiram 2,1% Acidentários teve crescimento de 5,4% (+781 benefícios) e
(+162,4 mil benefícios); e os auxílios-doença aumentaram a de Assistenciais registrou aumento de 13,6% (+5,6 mil
8,1% (+71,6 mil benefícios). benefícios), conforme pode ser visto na Tabela 4.
Da quantidade média de 36,0 milhões de emissões No acumulado de 2021 (até julho), a quantidade de
verificadas no período de janeiro a julho de 2021, cerca de benefícios concedidos foi de 2,8 milhões de benefícios, o
60,0% (21,6 milhões) foram destinados a beneficiários da que mostra um aumento de 2,0% (+55,0 mil benefícios) em
clientela urbana, cerca de 26,7% (9,6 milhões) a relação ao mesmo período de 2020. Nessa comparação, os
beneficiários da clientela rural e cerca de 13,3% (4,8 Benefícios Previdenciários e os Benefícios Acidentários
milhões) aos assistenciais (Gráfico 6). De 2013 a 2021, a cresceram 6,0% (+139,4 mil benefícios) e 60,9% (+38,6 mil
quantidade de benefícios emitidos apresentou incremento benefícios) respectivamente. Já os Benefícios Assistenciais
de 23,1% no meio urbano, de 9,5% no meio rural e de 18,1% caíram 35,1% (-122,9 mil benefícios).
nos assistenciais.
33
TABELA 3: Evolução da Quantidade de Benefícios Emitidos pela Previdência Social (jul/20, jun/21 e jul/21)
jul/20 jun/21 jul/21 Var. % Var. %
Item
(A) (B) (C) (C/B) (C/A)
TOTAL 35.799.449 36.018.834 36.069.473 0,1 0,8
PREVIDENCIÁRIOS 30.097.325 30.476.324 30.519.425 0,1 1,4
Aposentadorias 21.258.882 21.447.161 21.454.232 0,0 0,9
Idade 11.288.076 11.496.126 11.509.632 0,1 2,0
Invalidez 3.329.225 3.267.289 3.258.331 (0,3) (2,1)
Tempo de Contribuição 6.641.581 6.683.746 6.686.269 0,0 0,7
Pensão por Morte 7.800.246 7.941.971 7.965.984 0,3 2,1
Auxílio-Doença 814.007 857.021 872.429 1,8 7,2
Salário-Maternidade 67.298 80.543 76.465 (5,1) 13,6
Outros 156.892 149.628 150.315 0,5 (4,2)
ACIDENTÁRIOS 752.876 761.075 761.271 0,0 1,1
Aposentadorias 208.474 206.423 206.044 (0,2) (1,2)
Pensão por Morte 105.022 102.102 101.713 (0,4) (3,2)
Auxílio-Doença 64.257 76.297 77.400 1,4 20,5
Auxílio-Acidente 343.000 348.163 348.298 0,0 1,5
Auxílio-Suplementar 32.123 28.090 27.816 (1,0) (13,4)
ASSISTENCIAIS 4.931.726 4.764.801 4.772.237 0,2 (3,2)
Benefício de Prestação Continuada/BPC - LOAS 4.841.917 4.684.236 4.692.657 0,2 (3,1)
Pessoa idosa 2.093.148 2.112.427 2.117.642 0,2 1,2
Pessoa com deficiência 2.582.898 2.571.643 2.574.919 0,1 (0,3)
Antecipação do BPC 165.871 166 96 (42,2) (99,9)
Rendas Mensais Vitalícias 89.809 80.565 79.580 (1,2) (11,4)
Idade 8.712 6.942 6.782 (2,3) (22,2)
Invalidez 81.097 73.623 72.798 (1,1) (10,2)
BENEFÍCIOS DE LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA (BLE) 17.522 16.634 16.540 (0,6) (5,6)
Fonte: INSS (fluxo de caixa ajustado pelo Sistema Informar) Elaboração: SPREV/MTP
34
GRÁFICO 6: Evolução da Quantidade de Benefícios Emitidos pela Previdência Social, segundo a clientela (2013 a 2021)
- Em milhões de benefícios - Média de janeiro a julho.
40
34,6 35,1 35,7 36,0
35 33,1 33,9
31,4 32,4 4,8 4,8
30,3 4,6 4,7 4,8
30 4,4 4,4
4,0 4,2
25 9,5 9,5 9,6 9,6
9,2 9,3 9,4
8,8 9,0
20
15
10 19,4 19,9 20,4 20,8 21,3 21,6
17,5 18,2 18,8
5
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
GRÁFICO 7: Valor Médio do Total dos Benefícios Emitidos (média de janeiro a julho de cada ano) – 2014 a 2021: em R$
de jul/21 (INPC)
1.900
1.781,44
1.800
1.700 1.735,13
1.600
1.502,68
1.500 1.437,74 1.455,53
1.502,04 1.506,11
1.400 1.431,90
1.300
1.200
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Fontes: Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS; Boletim Estatístico da Previdência Social – BEPS. Elaboração: SPREV/MTP
35
TABELA 4: Evolução da Quantidade de Benefícios Concedidos pela Previdência Social (jul/20, jun/21 e jul/21) e acumulado
de janeiro a julho (2020 e 2021)
Acumulado no Ano
jul/20 jun/21 jul/21 Var. % Var. % Var. %
Item jan-jul
Fontes: Anuário Estatístico da Previdência Social - AEPS; Boletim Estatístico da Previdência Social – BEPS. Elaboração: SPREV/MTP
36
ANEXO I
I.I Relação entre a Arrecadação Líquida e a Despesa com Benefícios (R$ milhões de jul/21 - INPC)
Arrecadação Bruta Transferências a Arrecadação Benefícios
Relação % Saldo
(1) Terceiros Líquida Previdenciários
Período
(A) (B) C = (A - B) (2) (3) (4) (5) E=(D/C) F= (C - D)
(D)
Valores referentes ao acumulado até o mês de Julho, a preços de Jul/2021 INPC
38
I.II Arrecadação Líquida X Despesa com Benefícios (acumulado até o mês de junho de cada ano, em R$ milhões de jun/21
–INPC
510.000
450.712 446.922
460.000
410.000 384.057
376.095
363.722
360.000 339.538
315.097 323.079
308.613
310.000 290.398
270.071
260.000 272.882
260.749 268.585
251.121 248.934 251.139 257.797 248.619
247.180
210.000 231.490
213.045
160.000
110.000
60.000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
39
ANEXO II
40