Síntese - Pesquisa em C H e Sociais

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI


CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CCE
DEPARTAMENTO DE MÉTODOS E TÉCNICAS DA EDUCAÇÃO –
DMTE
CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃO I
PROFESSORA:

ESQUEMA REFERENTE À APRESENTAÇÃO DO PAINEL: A PESQUISA


QUALITATIVA NAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS.

DISCENTES:

TERESINA-PIAUÍ

ABRIL-2021
1. CONCEITUANDO A PESQUISA QUALITATIVA E METODOLOGIA DE
PESQUISA SOCIAL

 A pesquisa qualitativa é uma metodologia de caráter exploratório.


 Seu foco está no caráter subjetivo do objeto analisado.
 Busca compreender o comportamento do problema, estudando as suas particularidades
e experiências individuais, entre outros aspectos.
 A metodologia da pesquisa social inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o
método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a
criatividade do pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua
sensibilidade).
 Inclui as concepções teóricas da abordagem, articulando-se com a realidade empírica e
com os pensamentos sobre a realidade.

2. BASE BIBLIOGRÁFICA (AUTORES)

2.1- ANTONIO CHIZZOTTI

 Graduado em Educação Faculdade N S Medianeira (1972);


 Graduado em filosofia do curso do Seminário Central do Ipiranga validado pela
complementação filosófica, mestrado em ciências jurídicas e sociais pela Universidade
Federal de Uberlândia e doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (1975) e doutorado em Educação: pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (1980).
 Atualmente atua como Professor de Pós-Graduação em Educação e atua com mais
frequência nos temas: epistemologia da educação e pesquisa em ciências. Possui
experiência na Educação, com maior destaque em Filosofia da educação.
 Acredita que os pesquisadores adeptos a pesquisa qualitativa reconhecem que ao
pesquisarem sobre a experiência humana não podem limita-la a considerações
universais e imutáveis ao analisarem o objeto de pesquisa.
 Entre as obras principais podemos citar; A Pesquisa em ciências humanas e sociais,
publicado em 2006, onde o autor delimita o campo da pesquisa qualitativa, sua
construção histórica, os conceitos desse campo e expõe a importância da mesma para as
ciências humanas e sociais.

2.2 AUGUSTO NIBALDO SILVA TRIVIÑOS


 Graduado em licenciatura em Espanhol, Pedagogia e Filosofia pela Universidade de
Santiago de Chile(1955), possui especialização em Orientação Educacional pela
Pontificia Universidad Catolica de Chile(1965), em Educação de Adultos pela Pontificia
Universidad Catolica de Chile(1967), mestrado em Educação pela Pontificia
Universidad Catolica de Chile(1973) dentre outras formações.
 Atualmente atua como Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Tem experiência na área da educação e atua principalmente em Fundamentos da
Educação.
 Reconhece a pesquisa qualitativa como algo muito valioso pois é uma ferramenta que
auxilia no entendimento da realidade complexa do mundo. Apesar de reconhecer o seu
valor, Triviños traz também as dificuldades desse modo de pesquisa, como a dificuldade
de fontes bibliográficas e embasamento teórico.
 Suas obras abordam conceitos com exemplificações e análises continuas, como por
exemplo “Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: a Pesquisa Qualitativa em
Educação – O Positivismo, A Fenomenologia, O Marxismo”. Que expõe da
perspectiva dialética dentro desse campo especificamente no campo educacional.

2.3 MARIA CECÍLIA DE SOUZA MINAYO

 Socióloga brasileira.
 Pesquisadora emérita da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), destacou-se na pesquisa
sobre violência a partir da utilização de métodos qualitativos em saúde.
 Licenciada em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1977) e
pelo Queens College da Universidade da Cidade de Nova Iorque (1979), realizou
mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional e doutorado em Saúde
Pública na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz).
 Considerada inovadora na exposição da pesquisa qualitativa.
 Destacou-se na pesquisa sobre violência a partir da utilização de métodos qualitativos
em saúde.
 De acordo com Minayo há três ingredientes essenciais para compor a pesquisa social:
Teoria, Método e Criatividade, que quando bem combinados produzem conhecimentos
e auxiliam na prática dinâmica da pesquisa.
 Minayo em 1992 publicou “O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde” e no ano seguinte, em 1993 publicou “Pesquisa social: Teoria, método e
criatividade” onde a mesma articula a importância de metodologias significativas e
que busquem entender os sujeitos (objetos de pesquisa) em sua fragmentação cotidiana.
 Em 2006, a mesma publicou a obra “Violência e saúde” onde apresenta soluções e
formulações para a construção de pesquisas com resultados reais e com reflexões
contínuas a partir desses resultados, expondo problemas da área da saúde como
contexto.

3. O SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS HUMANS E SOCIAIS

 Surge no século XIX, na segunda fase da revolução industrial, tendo como objeto de
pesquisa o homem e suas práticas sociais.
 Surge ainda como um campo secundário às ciências exatas. Entendem e tomam como
campo de estudo a originalidade de muitas vidas e de muitos aspectos humanos,
desvendaram campos e temas especiais da vida, investigaram a singularidade das
diversas culturas e afirmaram a natureza pessoal e social da vida.

4.PRESSUPOSTOS DA RELAÇÃO: PESQUISA QUALITATIVA NAS CIÊNCIAS


HUMANAS E SOCIAIS

 Após tomarem forma, as ciências humanas e sociais vão perceber que a complexidade
das relações humanas não segue necessariamente um padrão lógico de pensamentos e
coleta de dados como as ciências da natureza.
 Ocorrem questionamentos sobre a existência de um padrão único de montagem e
interpretação para todas as ciências. Aos poucos se entende que os contextos analisados
são extremamente complexos e não vão necessariamente se resumirem a considerações
universais.
 Como forma de se chegar a reflexões e resultados reais ocorre o uso dos métodos clínico
(descreve o homem em um dado momento, em uma dada cultura), e o método histórico-
antropológico (que observa os homem de acordo com os acontecimentos ao seu redor).

5. PARADIGMAS INTERPRETATIVOS

 Por fazer uso de uma visão subjetiva, a pesquisa qualitativa considera também a
participação ativa do pesquisador, tirando este de uma posição passiva e neutra.
 Da mesma forma, considera que o pesquisado é um conjunto de acontecimentos
históricos e afetivos, e não apenas um conjunto de dados gráficos. Com isso, estruturas
como a posição social, histórica, e econômica dos sujeitos envolvidos na pesquisa dão
forma e impactam na construção e obtenção dos resultados da pesquisa.
 Dentro das ciências humanas e sociais existem paradigmas que funcionam como
oposição aos modelos positivistas e pós-positivistas.
 Os principais paradigmas interpretativos são; Construtivista, Feminista, Étnico,
Marxista, Estudos culturais, Teoria Queer.

6. ORIENTAÇÕES FILOSÓFICAS

 Para se afirmar a existência entre a relação subjetividade, reflexão e sociedade temos as


orientações filosóficas que vão ajudar a configurar a estrutura dos trabalhos qualitativos,
desde a delimitação do tema até á forma como os dados serão coletados e construídos.
 De forma principal temos, a Fenemologia, que considera os acontecimentos do
cotidiano como fenômenos que implicam as ações dos sujeitos.
 Outra orientação filosófica bastante utilizada nas pesquisas qualitativas é a Dialética, á
mesma insiste na relação dinâmica entre sujeito e objeto no processo de conhecimento.

7. ASPECTOS DA PESQUISA QUALITATIVA

7. 1. A DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

 A delimitação de um problema não resulta de uma afirmação prévia individual,


formulada pelo pesquisador e para a qual recolhe dados comprobatórios.
 A delimitação é feita em um campo onde a questão inicial é explicitada, revista e
reorientada a partir do contexto e das informações das pessoas ou grupos envolvidos na
pesquisa.

7.2. O PESQUISADOR

 O pesquisador é parte fundamental da pesquisa qualitativa.


 Deve preliminarmente despojar-se de preconceitos, pré-disposições para assumir uma
atitude aberta a todas as manifestações que observa, sem adiantar explicações nem se
conduzir pelas aparências imediatas, a fim de alcançar uma compreensão global dos
fenômenos.
 O pesquisador não se transforma em mero relator passivo, ao contrário, ele deve manter
uma conduta participante.

7.3. OS PESQUISADOS

 Na pesquisa qualitativa todas as pessoas que participam da pesquisa são reconhecidas


como sujeitos que elaboram conhecimentos e produzem práticas adequadas para intervir
nos problemas que identificam.
 Cria-se uma relação dinâmica entre o pesquisador e o pesquisado que não será desfeita
em nenhuma etapa da pesquisa até seus resultados finais.

7.4. OS DADOS

 Os dados não são coisas isoladas, acontecimentos fixos, captados em um instante de


observação.
 Na pesquisa qualitativa todos os fenômenos são igualmente importantes e preciosos.

7.5. AS TÉCNICAS

 A pesquisa qualitativa privilegia algumas técnicas que coadjuvam a descoberta de


fenômenos latentes, tais como a observação participante, história ou relatos de vida,
análise de conteúdo, entrevista não-diretiva etc., reúnem um corpus qualitativo de
informações segundo Habermas, se baseia na racionalidade comunicacional.
 O pesquisador deve expor e validar os meios e técnicas adotadas, demonstrando a
cientificidade dos dados colhidos e dos conhecimentos produzidos.

8. A PESQUISA QUALITATIVA NAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS E SUA


INSERÇÃO NO BRASIL

 Teve início no Brasil nos anos de 1974, com uma pesquisa voltada para as necessidades
de planejamento das políticas de Estado a partir das condições de vida da população
brasileira. Seu foco foi o consumo alimentar.
 Resistência e apego aos sistemas de pesquisas tradicionais por parte de sociólogos e
outros colaboradores dentro do próprio órgão IBGE.
 Além da falta de amparo político, o país vivia um momento político da ditadura militar,
regado à censura, controle, manipulação de fatos e controle da percepção do povo.
9. O DESAFIO DA PESQUISA SOCIAL

 A pesquisa social surge para questionar e buscar soluções para problemas essenciais
como: pobreza; miséria; fome; violência e demais problemas que a ciência continua sem
respostas e propostas para superá-los.
 Há ainda a dificuldade das ciências sociais em se estabelecer no campo científico, pois
o objeto de estudo da mesma é a realidade social, o dinamismo, e a subjetividade,
portanto não pode ser compreendida somente através das normas da cientificidade já
construídas, como abordagens quantitativas.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Percebe-se que a pesquisa qualitativa nas ciências humanas e sociais exerce um papel
fundamental na construção de reflexões sobre contextos complexos e dinâmicos que
necessitam de intervenções e renovações contínuas.
 Coloca os sujeitos imersos na pesquisa em um papel ativos, considerando sua visão de
mundo, e sua construção singular sem deixar de construir um resultado científico.
 Através dessa relação, se faz viável a construção de reflexões profundas e reais sobre a
realidade social para que intervenções aconteçam com os sujeitos que compõe o
problema e com os sujeitos que o analisam.
 Apesar dos desafios, é possível realizar uma pesquisa em ciências humanas e sociais de
maneira a se conseguir resultados surpreendentes e satisfatórios, capazes até mesmo de
afetar positivamente a realidade social.

12. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO

MINAYO, Maria Cecília de Souza; DESLANDES, Suely Ferreira; GOMES, Romeu. Pesquisa
Social: Teoria, Método e Criatividade. 25º ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 2013.

CHIZZOTTI, Antonio; Pesquisa em ciências humanas e sociais. 4 ed.- São Paulo; Cortez,
2000- ( Biblioteca da educação0.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: a Pesquisa


Qualitativa em Educação – O Positivismo, A Fenomenologia, O Marxismo. 5 ed. 18 reimpr.
São Paulo: Atlas, 2009. 175p.

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