Atividade Higiene I

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Disciplina: HIGIENE OCUPACIONAL - CALOR, FRIO e VIBRAÇÃO

Docente: Me. HIROSHI KOSEKI


Aluno (a): KAMILA FONTINELES DE AREIA

Atividade Avaliativa

1. Um colaborador trabalha realizando trabalho moderado com os dois braços.


Segundo a NR- 15, qual o valor máximo de IBUTG permitido nesse ambiente de trabalho?
Primeiro precisamos da Taxa metabólica (M), que é a quantidade de energia por unidade
de tempo produzida no interior do corpo humano que leva em consideração a atividade física
exercida.
As taxas metabólicas relativas às diversas atividades físicas exercidas pelos
trabalhadores são definidas (estimadas) com base no Quadro 2 do Anexo 3 da NR 15, que
apresenta as taxas em função do tipo de atividade. A Figura 1 traz um excerto (uma parte) do
referido quadro.

Figura 1: Quadro 2 do Anexo 3 da NR 15 - Taxa metabólica por tipo de atividade (apenas algumas situações).
Considerando que o colaborador está em pé, utilizarei M= 279W.
Conforme o Quadro 1 do Anexo 3 da NR 15, que traz somente uma tabela para limites
de tolerância (LT).
283 28,5
Quadro 1 - Limite de exposição ocupacional ao calor.
Logo o valor máximo de IBUTG permitido será de 28,5° C.

2. Qual a diferença entre um colaborador aclimatizado e um não aclimatizado?


Entende-se que um colaborador é aclimatizado, quando este passou por uma adaptação
fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor que visa reduzir a sobrecarga
fisiológica causada pelo estresse térmico. Esse processo de aclimatização requer a realização
de atividades físicas e exposições sucessivas e graduais ao calor. Logo o processo deve ocorrer
dentro de um plano, que deve ser estruturado e implementado sob supervisão médica, para que,
de forma progressiva, o trabalhador atinja as condições de sobrecarga térmica similares àquelas
previstas para a sua rotina normal de trabalho.
Já os colaboradores não aclimatizados, são os trabalhadores:
 que iniciarem atividades que impliquem exposição ocupacional ao calor: qualquer
trabalhador que iniciar uma atividade que o submeta a exposição ocupacional ao calor acima
do nível de ação é considerado não aclimatizado, portanto, deve ser adequadamente
aclimatizado;
 que passarem a exercer atividades que impliquem exposição ocupacional ao calor mais
críticas do que aquelas a que estavam expostos anteriormente: caso um trabalhador seja
remanejado de um setor com temperatura mais amena para um com temperatura mais crítica,
deve, antes disso, passar pelo processo de aclimatização exigido para esse novo setor. Em
resumo, trabalhadores já aclimatizados que passarem a exercer atividades que impliquem
condições de exposição mais severas deverão ser submetidos à aclimatização adicional;
 que, mesmo já anteriormente já aclimatizados, tenham se afastado da condição de
exposição por mais de 7 (sete) dias: qualquer afastamento das atividades em ambientes com
exposição ocupacional ao calor por mais de 7 dias, independente do motivo (ausência por
doença, férias, mudança de função etc.), enseja a necessidade de novo processo de
aclimatização para que o trabalhador retorne ao posto de trabalho;
 que tiveram exposições eventuais ou periódicas em atividades nas quais não estão
expostos diariamente: um trabalhador que realiza a manutenção periódica ou eventual de uma
caldeira, expondo-se ao calor de forma eventual, não pode ser considerado aclimatizado para
atividades que requeiram exposição permanente ao calor ocupacional.
3. Quais as informações que deverão estar contidas num relatório de Registro de
Campo?
Segundo a NHO 06 o avaliador deve proceder os seguintes registros em uma planilha
de campo:
a) para cada situação térmica identificada:
 a data e o horário de início e fim da medição;
 a descrição das características ambientais e operacionais que a compõem;
 os dados obtidos nas medições de temperaturas;
 os dados de cronometragem do tempo de duração da situação.
b) para cada atividade física identificada:
 a descrição das operações e dos procedimentos que a compõem;
 os dados de cronometragem do tempo de duração da atividade.
c) descrição detalhada das características da vestimenta e dos equipamentos de proteção
individual utilizados pelo trabalhador, visando ao enquadramento no Quadro 2 do item 5.5 desta
NHO.
d) identificação do responsável pela elaboração da planilha de campo.
Os dados obtidos devem ser invalidados sempre que, após as medições, for constatado nos
equipamentos:
 qualquer prejuízo à integridade do equipamento;
 calibração do equipamento eletrônico fora das especificações fornecidas pelo
fabricante;
 indicação de insuficiência de carga da bateria.

4. Cite duas medidas preventivas e duas medidas corretivas à exposição ao calor.


MEDIDAS PREVENTIVAS:
 monitoramento periódico da exposição, que consiste em uma avaliação sistemática e
repetitiva da exposição dos trabalhadores, visando a um acompanhamento dos níveis de
exposição e das medidas de controle para identificar a necessidade de introdução de novas
medidas ou modificação das já existentes;
 disponibilização de água e sais minerais para reposição adequada da perda pelo suor,
segundo orientação médica.
MEDIDAS CORRETIVAS:
 alternância de operações que geram exposições a níveis mais elevados de calor com
outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis, resultando
na redução da exposição horária;
 disponibilização de locais climatizados ou termicamente mais amenos para recuperação
térmica.

5. Um colaborador de uma cerâmica alimenta um forno em 2 minutos, a seguir


aguarda 8 minutos de aquecimento da carga, sem sair do local, e posteriormente gasta 2
minutos para a descarga. No levantamento foram obtidos os seguintes valores: Tg= 42°C;
Tbn= 31°C; Tbs= 36°C. Descreva sua análise e conclusões.
Cálculo do IBTUG:
Considerando o ambiente de trabalho coberto, utilizaremos a Eq.1 e, portanto, não
precisamos da temperatura do ar (tbs) para determinar o IBUTG. Assim, temos:

I𝐵𝑈𝑇𝐺 = 0,7(31) +0,3(42) = 34,3 ℃


Analisando cada situação temos:
(1) O trabalhador alimenta o forno durante 2 min, no processo de alimentação, observar-se um
"trabalho moderado com o corpo" (taxa metabólica M = 468 W);
(2) O trabalhador aguarda o aquecimento da carga, sem sair do local durante 8 min, no processo
de espera, observar-se um "trabalho leve com as mãos" (taxa metabólica M = 153 W);
(3) Já na descarga o trabalhador gasta 2 min, podendo observar-se "trabalho moderado com o
corpo" (taxa metabólica M = 468 W).
Para avaliar as situações térmicas (1) e (3), inicialmente, veja que não existe nas Tabelas
1 e 2 da NHO 06 um valor de M = 468 W, logo utilizamos o valor imediatamente superior, ou
seja, M = 479 W (Tabela 1) e M = 476 W (Tabela 2), logo para esses valores de M, o 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 é
de 22,1 °C (Tabela 1) e 25,9 °C (Tabela 2). Logo analisando essas tabelas, podemos concluir
que a condição de exposição dessas situações térmicas está acima dos limites de exposição
ocupacional ao calor tanto para trabalhadores não aclimatizados como aclimatizados.
No caso da situação térmica (2), temos M = 153 W, veja que não existe nas Tabelas 1 e
2 um valor de M = 153 W, logo utilizamos o valor imediatamente superior, ou seja, M = 155
W. Para esse valor de M, o 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 é de 29,0 °C (Tabela 1) e de 31,5 °C (Tabela 2). Analisando
essas tabelas, podemos concluir que a condição de exposição dessa situação térmica é
considerada acima dos limites de exposição ocupacional ao calor tanto para trabalhadores não
aclimatizados como aclimatizados.

6. Descreva que medidas você adotaria para a atividade de um padeiro que abastece
um forno transportando bandejas de peso médio durante 20 minutos, e durante 10
minutos executa tarefas leves de estocagem de pães e bolos em um ambiente mais ameno,
sabendo que após avaliação ambiental chegou-se aos seguintes valores:
■ Ambiente do forno: Tg= 47°C;Tbn= 30°C;Tbs= 38°C
■ Ambiente sem forno: Tg= 28°C;Tbn= 22°C;Tbs= 26°C
Cálculo dos IBTUG’s:
Considerando o ambiente de trabalho coberto, utilizaremos a Eq.1 e, portanto, não
precisamos da temperatura do ar (tbs) para determinar o IBUTG. Assim, temos:

I𝐵𝑈𝑇𝐺 Ambiente do forno = 0,7(30) +0,3(47) = 35,1 ℃


I𝐵𝑈𝑇𝐺 Ambiente sem forno = 0,7(22) +0,3(28) = 23,8 ℃

Analisando cada situação temos:


(1) O padeiro abastece o forno durante 20 min, no processo de abastecimento, observar-se um
"Trabalho moderado com dois braços" (taxa metabólica M = 279 W);
(2) O padeiro estoca pães e bolos em um ambiente mais ameno durante 10 min, observar-se um
"Trabalho leve com as mãos" (taxa metabólica M = 153 W).
Para avaliar a situação térmica (1), inicialmente, veja que na Tabela 1 da NHO 06 temos
o IBTUG para a taxa metabólica de M = 279 W, logo para esse valor de M, o 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 é de 25,4
°C e na Tabela 2 para esse valor de M, o 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 é de 28,5 °C. Logo analisando essas tabelas,
podemos concluir que a condição de exposição dessa situação térmica é considerada acima dos
limites de exposição ocupacional ao calor tanto para trabalhadores não aclimatizados como
aclimatizados.
No caso da situação térmica (2), temos M = 153 W, veja que não existe nas Tabelas 1 e
2 um valor de M = 153 W, logo utilizamos o valor imediatamente superior, ou seja, M = 155
W. Para esse valor de M, o 𝐼𝐵𝑈𝑇𝐺 é de 29,0 °C (Tabela 1) e de 31,5 °C (Tabela 2). Analisando
essas tabelas, podemos concluir que a condição de exposição dessa situação térmica é
considerada abaixo do nível de ação para trabalhadores aclimatizados e limite de exposição
ocupacional ao calor para trabalhadores não aclimatizados.
Conclui-se com o que foi explanado acima que apenas deveria ser tomada medidas para
a situação 1. Como tanto para situação de trabalhador aclimatizado como não aclimatizado
foram superiores aos limites de exposição. Serão necessárias implementações de medidas
corretivas, tais como, alteração das rotinas ou dos procedimentos de trabalho, adequação da
ventilação, introdução de pausas e etc.

7. Qual a DOSE de ruído recebida por Zé do Batuque, na sua Banda Batucada do Zé


no desfile de uma micareta, conforme a exposição ao ruído abaixo:

Para avaliar a dose diária experimentada por esse trabalhador, deve-se utilizar a seguinte
equação:

Para determinar o tempo máximo diário permissível, primeiramente devemos


determinar o tempo máximo de exposição diária permitida para cada um dos níveis de ruído
obtidos. Fazemos isso adotando a técnica de incremento de duplicação de dose, sempre partindo
do critério de referência:
Máximo Tempo de
Nível de Ruído, Tempo de Exposição, h
Situação Exposição Diária
dB(A) (min), no ambiente
Permitida, h (min)
1 85 2 8
2 80 3 16
3 92 1 3
4 87 2 6

Conforme o Anexo 1 da NR 15, foram pegos os valores “Máximo Tempo de Exposição


Diária Permitida”.
Por fim, aplicamos a equação de dose diária, nesse caso, com 4 situações acústicas
diferentes:
2 3 1 2
𝐷𝑂𝑆𝐸 𝐷𝐼Á𝑅𝐼𝐴 = + + + 𝑥100 = 110,42%
8 16 3 6
Nesse critério de avaliação, através da dose diária, o limite de exposição ocupacional
diário ao ruído contínuo ou intermitente corresponde a dose diária igual a 100%. Assim, nesse
exemplo, a dose obtida está acima do limite de exposição.
8. Em um fábrica utensílios domésticos plásticos, foi verificado que o ruído de uma
máquina extrusora era de 102 dB(A). Qual será o novo ruído deste ambiente com a
implantação de uma máquina de lavar nova para ampliar a quantidade de roupa a ser
lavada e que emite um ruído de 98 dB(A)?

Figura 2: Gráfico de adição de níveis de pressão sonora.


La= 102 dB(A)
Lb= 98 dB(A)
ΔL = La – Lb = 102 – 98 = 4
Analisando o gráfico teremos que acrescer 1 dB no maior ruido. Logo teremos um novo
ruido de 103 dB(A).

9. Um trabalhador, ao executar sua atividade laboral, está submetido à um ruído


elevado, de aproximadamente 100 dB (A). Como medida preventiva, ele utiliza um plug
moldável com NRR 29. Considerando a situação, calcule a atenuação corrigida do referido
risco.
Considere um desconto:
25% - para conchas
50% - para plugs moldáveis
75% - para plugs pré-moldáveis
Para o cálculo de NRR = Noise Reduction Rating (Nível de Redução do Ruído) deve
ser feita a correção como fator da NIOSH:

NP = NPS – [NRR x fator correção NIOSH]


Onde:
NP = “nível protegido” em dB(A)
NPS = nível de pressão sonora no local em dB(A)
Nesse exemplo, o usuário fica exposto em nível de pressão sonora de 100 dB(A)
Para conchas:
Então ficaria: 100 – (0,25 x 29) = 92,75.
NP (Nível Protegido) = 92,75 dB(A)
Atenuação deste protetor é de 7,25 dB
Para plugs moldáveis:
Então ficaria: 100 – (0,50 x 29) = 85,5.
NP (Nível Protegido) = 85,5 dB(A)
Atenuação deste protetor é de 14,5 dB
Para plugs pré-moldáveis:
Então ficaria: 100 – (0,75 x 29) = 78,25.
NP (Nível Protegido) = 78,25 dB(A)
Atenuação deste protetor é de 21,75 dB

10. Refaça a questão anterior, considerando um ruído de 95 dB (A) e o uso de um


protetor auricular pré-moldável.
Nesse exemplo, o usuário fica exposto em nível de pressão sonora de 95 dB(A)
Para plugs pré-moldáveis:
Então ficaria: 95 – (0,75 x 29) = 73,25.
NP (Nível Protegido) = 73,25 dB(A)
Atenuação deste protetor é de 21,75 dB

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