Mercantilismo - 7°B

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MERCANTILISMO? QUE BICHO É ESSE?

O mercantilismo era um conjunto de práticas econômicas que tinha como objetivo garantir
o enriquecimento do Estado por meio do acúmulo de riquezas. No contexto da Idade Moderna, esse
acúmulo se daria por meio da arrecadação de metais preciosos, isto é, ouro e prata. As práticas mercantilistas
visavam impedir, ao máximo, a saída dessa riqueza dos cofres da coroa.
A prosperidade do Estado era
também uma forma de garantir o
fortalecimento do poder real,
mecanismo que foi utilizado para
combater os privilégios da nobreza
feudal, classe em decadência no
período. A classe privilegiada nesse
cenário foi a burguesia, que viu no
fortalecimento do rei uma forma de
prosperar economicamente e de
combater a influência da nobreza.

Características do mercantilismo

A obtenção de riqueza no mercantilismo poderia se dar de diversas maneiras. O Estado poderia


cobrar impostos da população, vender cargos públicos e títulos de nobreza, confiscar bens, ceder privilégios
comerciais para um determinado grupo em troca de compensação financeira (monopólios), exportar
mercadorias, saquear em contextos de guerra, cobrar taxas alfandegárias, realizar ações de pirataria etc.
Todas essas práticas foram usadas pelas nações europeias para conquistar a tão almejada balança
comercial favorável, isto é, as receitas e as vendas superando os gastos e as compras do Estado. Um
acontecimento extremamente importante para o sucesso dessas práticas econômicas entre as nações
europeias foi o colonialismo.
O colonialismo foi fundamental para os Estados europeus, pois permitiu que eles explorassem
inúmeros recursos de suas colônias e os enviassem para a Europa. Isso também possibilitou que essas
colônias fossem transformadas em consumidores compulsórios de suas metrópoles, por conta do
exclusivismo comercial.
A procura do mercantilismo por garantir uma
balança comercial a todo custo acabou gerando a
adoção de políticas protecionistas pelos Estados
europeus para as suas economias. Assim, eles
procuravam desincentivar as importações por
meio de taxas alfandegárias, isto é, impostos que
eram cobrados sobre as mercadorias trazidas de
outros países.
Além disso, estabeleciam-se políticas
rigorosas que definiam com quem uma nação
poderia comercializar e com quem não poderia.
Outra forma de combater as importações de
mercadorias era incentivar que as mesmas
fossem produzidas em seu próprio território.
Assim, os monarcas absolutistas que adotaram o mercantilismo incentivaram o desenvolvimento de
manufaturas em seus reinos.
Podemos perceber, portanto, que uma característica importante do mercantilismo é a interferência
constante do Estado na economia, como forma de garantir a entrada de metais preciosos e o consequente
enriquecimento de seu reino.
Quando as exportações não eram suficientes para garantir a entrada de metais preciosos em
quantidades aceitáveis, os Estados absolutistas recorriam a outras formas de obter dinheiro. Na França, por
exemplo, os principais impostos eram cobrados da população de camponeses, já bastante fragilizada
pelas suas duras condições de vida.
Essas formas de obtenção de riqueza
iam além disso, pois incluíam práticas de
saque em conflitos e, no caso inglês, o
incentivo ao corso, isto é, a pirataria. A
Inglaterra financiou uma série de corsários
ao longo dos séculos XVI e XVII para que
eles saqueassem embarcações espanholas
que saíam da América carregadas de ouro e
prata. Os estados absolutistas também
confiscaram bens de parte da população,
como aconteceu com os judeus na Espanha
no final do século XV.
Além disso, a imposição de
monopólios comerciais era uma forma de
os Estados absolutistas lucrarem. Nesses
monopólios, a exploração de uma atividade
econômica ficava a cargo de apenas uma
empresa, e uma parte dos lucros deveria ser entregue à coroa. Ademais, os Estados absolutistas obrigavam
suas colônias a recorrerem apenas a esses monopólios para realizar transações.

Tipos de mercantilismo

Ao longo do período do mercantilismo, os historiadores identificaram tipos diferentes dessa prática.


Em outras palavras, em determinados períodos, algumas tendências se estabeleceram como predominantes
em algumas nações europeias. Vejamos quais foram essas subdivisões.

 Mercantilismo metalista: O mercantilismo metalista era baseado na acumulação de metais


preciosos advinda da exploração das colônias. A extração de ouro e prata das colônias espanholas
na América foi um caso emblemático.

 Mercantilismo comercial: O mercantilismo comercial era baseado na exploração das colônias, mas
seu foco estava em comercializar mercadorias nas colônias na lógica do exclusivismo comercial.
A exploração do Brasil por Portugal e a realização do comércio na Índia foi o principal exemplo
disso.

 Mercantilismo industrial: O mercantilismo industrial era baseado no incentivo à construção de


manufaturas como forma de proteger a própria economia e impedir a entrada de mercadorias
estrangeiras. Para isso, era necessário garantir colônias para fornecer as matérias-primas mais
importantes. Esse modelo foi proposto por um economista francês chamado Jean-Baptiste Colbert e
teve grande influência no reinado de Luís XIV, fazendo da França o principal exemplo desse tipo de
mercantilismo.

REFERÊNCIA:
SILVA, Daniel Neves. Mercantilismo. História do Mundo. Disponível em:
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/mercantilismo.htm#:~:text=O%20mercantilismo
%20era%20um%20conjunto,isto%20%C3%A9%2C%20ouro%20e%20prata. Acesso em: 07 de ago. 2023.
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
Chamam-se Grandes Navegações as expedições marítimas realizadas por europeus entre os séculos
XV e XVI. Os pioneiros na expansão marítima europeia foram os portugueses e os espanhóis, seguidos
pelos ingleses, franceses e holandeses.
Diversos fatores possibilitaram a Grandes Navegações como o aprimoramento das técnicas de
navegação, a necessidade de metais preciosos e de se descobrir um novo caminho marítimo para as Índias.
Por fim, não podemos esquecer os motivos religiosos, algo importantíssimo naquela época. Deste modo, os
europeus também queriam expandir a fé cristã às novas terras.

Resumo da história das grandes navegações


Com a tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453, o comércio entre a Ásia e a Europa sofreu
um abalo. Os produtos que ali chegavam aumentaram de preço devido aos impostos que os turcos passaram
a cobrar dos europeus.
Por isso, comerciantes de Veneza e Gênova, que monopolizavam o comércio marítimo, buscaram
alternativas para chegar às Índias. Isto vinha ao encontro do projeto de expansão marítima de Portugal e do
Reino de Castela. Desta forma, os interesses de distintos grupos voltavam-se para patrocinar as navegações
pelo oceano Atlântico.
A aliança entre o rei e a burguesia também contribuiu de maneira decisiva para a expansão comercial
e marítima. Nesta época, os monarcas queriam centralizar o poder, num movimento histórico conhecido
como absolutismo. O rei possuía prestígio, mas pouco poder e dinheiro. A burguesia tinha dinheiro, mas não
poder, nem prestígio. Desta forma, rei e burguesia apoiaram e financiaram expedições para a África, Ásia e a
América, e assim alcançar seus objetivos.
Portugal foi o pioneiro na realização de grandes viagens marítimas. Voltado para o Atlântico e sem
possibilidade de expandir-se na Península Ibérica, os portugueses preferiram aventurar-se no Mar Oceano.
No início do século XV, Portugal tornou-se o centro de estudos de navegação, através do estímulo do infante
D. Henrique, o Navegador. Este príncipe reunia em sua residência, em Sagres, Algarve, navegadores,
cosmógrafos, cartógrafos, mercadores e aventureiros a fim de ensinarem e aprenderem os segredos dos
mares. Além disso, D. Henrique patrocinou inúmeras viagens que possibilitaram a exploração da costa da
África.

As grandes navegações portuguesas


O pioneirismo português começa em 1415 com a conquista de Ceuta, uma cidade que era um importante
entreposto comercial.
Vejamos a cronologia das navegações portuguesas:
 1415 – chegada à Ceuta, no norte da África.
 1419 – ocupação da Ilha da Madeira.
 1431 – Gonçalo Velho chega aos Açores
 1434 – o Cabo do Bojador é superado pelos navegadores
 1444 – descoberto o arquipélago de Cabo Verde.
 1471 – ocupadas as ilhas de são Tomé e Príncipe
 1482 – o navegador Diogo Cão entra no rio Congo e estabelece contatos no território de Angola
 1488 – Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança.
 1498 – Vasco da Gama atinge Calicute, na costa oeste da Índia.
 1500 – Pedro Álvares Cabral oficializa a existência de terras no sul da América e segue rumo à Ásia,
objetivo final da esquadra.
 1500 – em 10 de agosto, Diogo Dias encontra a ilha de Madagascar.
 1505 – os portugueses assinam um tratado com os governantes do Ceilão (Sri Lanka).
 1507 – a ilha de Ormuz (atual Irã) é atacada por Alfonso de Albuquerque
 1510 – tomada de Goa por Alfonso de Albuquerque.
 1511 – Francisco Serrão aporta em Malaca (Malásia).
 1512 – chegada dos portugueses a Timor.
 1543 – estabelecida as relações comerciais entre portugueses e japoneses.
 1557 – as autoridades chinesas permitem os portugueses a ficarem em Macau.

As grandes navegações espanholas


O segundo país europeu a se aventurar nas Grandes Navegações foi a Espanha, quase oitenta anos
depois de Portugal. As expedições contaram com o apoio, principalmente, de Isabel de Castela. O navegante
Cristóvão Colombo pensava ser possível atingir as Índias por outro caminho a oeste. Para isso, as caravelas
deveriam abandonar a rota segura que margeava a costa africana e seguir pelo oceano aberto.
Colombo pediu ajuda aos reis portugueses, mas foi rechaçado. Partiu para o reino de Castela, onde
sua ideia foi considerada louca por alguns e, por outros, fantástica. Conseguiu convencer especialmente a
rainha de Castela, Isabel I, interessada em expandir seus territórios por mais distantes que fossem.
Em sua primeira viagem, Cristóvão Colombo desembarcou nas Bahamas, acreditando ter alcançado
as Índias. Somente em 1504 desfez-se o engano, quando o navegador Américo Vespúcio confirmou tratar-se
de um novo continente. Mesmo assim, até a morte, Colombo sustentava que ele havia atingido o
subcontinente indiano.
A seguir, as principais datas das navegações espanholas:
 1492 – Cristóvão Colombo descobre a América.
 1499 – Alonso Ojeda chega à Venezuela. Nesta expedição está o cartógrafo Américo Vespúcio que
explica que àquelas terras são um novo continente.
 1500 – Vicente Pinzón navega Amazonas.
 1511 – Diogo Velasquez atinge Cuba.
 1512 – Ponce de León chega à Flórida.
 1513 – Vasco Nunez alcança o Oceano Pacífico.
 1516 - Juan Díaz de Solís explora o Rio da Prata.
 1519 – Fernão de Magalhães e Sebastián Elcano partem para a primeira viagem de circum-
navegação. Magalhães morreria durante a travessia e somente Elcano completaria o feito.
 1519 – Fernão Cortez chega ao México.
 1521 – Fernão de Magallães toma posse das Filipinas.
 1531 – Francisco Pizarro conquista o Peru.
 1537 – João Ayolas chega ao Paraguai.
 1540 – Pedro de Valdívia descobre o Chile.
 1541 – Francisco Orellana explora o rio Amazonas.

Grandes navegações europeias


Devido ao sucesso das expedições portuguesas e castelhanas, outros países tentaram conquistar
novos territórios como Inglaterra, França e Holanda.
Navegações inglesas: Depois de algumas expedições de reconhecimento geográfico ao longo do
litoral norte-americano, os ingleses só começaram a colonizar a América do Norte no final do século XVI.
Igualmente, durante o reinado da rainha Isabel I, os navegantes ingleses eram estimulados a assaltar os
galeões espanhóis que voltavam cheio de metais para a Espanha.
Navegações francesas: Por sua parte, os franceses, jamais aceitaram a divisão da América, pelo
Tratado de Tordesilhas, entre Espanha e Portugal. Por isso, disputaram territórios dominados pelos
espanhóis. As investidas pelo Caribe e pelas costas norte-americanas resultaram na posse do Haiti, da
Guiana Francesa, do Canadá e da Louisiana. No século XVI, um grupo de franceses tentaram se estabelecer
no Rio de Janeiro, no episódio conhecido como França Antártica. Trouxeram, inclusive, alguns grupos de
protestantes que eram perseguidos na França.
Navegações holandesas: Os holandeses chegaram à América no século XVII, e fundaram Nova
Amsterdã (atual Nova York), porém seriam expulsos pelos ingleses. Neste mesmo século, invadiram e
ocuparam Pernambuco e Bahia, conquistaram o atual Suriname e Curaçao. No Brasil, eles seriam
rechaçados pelas tropas hispano-portuguesas, mas conseguiriam se estabelecer no Caribe, constituindo as
Antilhas Holandesas. Na Ásia, os holandeses entraram em guerra com os portugueses para ocupar vários
territórios que estes possuíam, como Malaca e o Timor.

Consequências das Grandes Navegações


A expansão marítima europeia deixou marcas em todos os continentes. A Europa percebeu que havia
mais povos, línguas e costumes, do que os conhecidos até então. Na maioria das vezes, o encontro de
culturas foi repleto de violência. Nas Américas, a vida dos indígenas nunca mais seria a mesma. Os
colonizadores trouxeram consigo uma nova forma de organização econômica, política e social. Desta
mistura, sempre desigual, nasceu as sociedades híbridas da América Latina. A África foi o palco da
deportação de milhares de pessoas que foram reduzidas à escravidão. Nas Américas, os negros escravizados
aprenderam a se reinventar e misturaram suas crenças e costumes com os alimentos nativos e aqueles
oferecidos pelo colonizador. Os reinos asiáticos permitiram que os europeus se estabelecessem em seu
território de maneira restrita. A circulação de europeus só era permitida nos portos e mesmo assim,
constantemente vigiados. Isto não impediu que os produtos asiáticos chegassem à Europa e modificassem as
modas e a arte daquele momento. Desta maneira, as consequências das grandes navegações são sentidas até
hoje, pois foi este movimento que permitiu a difusão da sociedade europeia nos quatro continentes.

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