Placa de Cimento e Casca de Arroz
Placa de Cimento e Casca de Arroz
Placa de Cimento e Casca de Arroz
Por
Orientador:
Campinas - SP
Maio de 1999
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP
ii
AGRADECIMENTOS
Ao prof. Dr. Antonio Ludovico Beraldo, pela orientação, compreensão durante todos os momentos,
pela confiança e, acima de tudo, pela credibilidade em mim depositada.
Aos professores, David de Carvalho, Irenilza de Alencar Nääs, Raquel Gonçalves e Wesley Jorge
Freire, pelo empréstimo de equipamentos imprescindíveis à realização dos experimentos, pelo
apoio, carinho e atenção na solução de problemas.
Às secretarias Ana e Marta (CPG), Deise e Vanessa (DCONRU), pela atenção e carinho.
Aos demais professores, técnicos e auxiliares da Faculdade de Engenharia Agrícola, que ao seu
modo e dentro das possibilidades, colaboraram para que o presente trabalho pudesse ser realizado.
Às funcionárias Maria Ivone e Tuca por suportarem meus momentos de mau-humor (que não foram
raros).
Ao Departamento de Máquinas que ofereceu, dentro das possibilidades, as condições para que fosse
possível desenvolver o sistema de produção de placas e a realização de alguns dos ensaios
mecânicos.
Aos técnicos e auxiliares do Laboratório de Protótipos do DMAQ, Chicão, Denis, Fubá, Luís,
Marcos Paulo e Zé Maria, pelo incentivo, auxílio e companheirismo, sem os quais a criação e
adequação dos equipamentos utilizados no experimento não seria possível.
Ao técnico José Luís, da Faculdade de Engenharia Mecânica, pela presteza e atenção dispensados
na execução dos ensaios à flexão.
Aos colegas, em especial ao Mário, João Carlos, Martha, Ana e Cal, pela grandeza de espírito no
auxílio das dificuldades, que não foram poucas.
iii
Ao futuro Engenheiro Agrícola Jefferson Rodrigues, pelo empenho no fornecimento da matéria-
prima casca de arroz, ao qual desejo e, tenho a certeza, de que terá sucesso em seus
empreendimentos.
Aos funcionários Clóvis e André (LABIN), ao aluno Júlio (graduação), pelo auxílio na utilização de
programas e computadores.
À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pela possibilidade de ampliar meus horizontes
através da melhoria de minha formação profissional.
A todos que, mesmo não sendo citados, ofereceram-me apoio para a realização deste, deixo meu
humilde agradecimento e, ao mesmo tempo, desculpas pelos eventuais transtornos decorrentes da
utilização de instalações e equipamentos.
..................muito obrigado.
iv
SUMÁRIO
página
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
v
página
vi
página
vii
página
viii
página
ix
LISTA DE QUADROS
página
Quadro 2.1 Produção e principais produtores de arroz - safra 1994 5
x
LISTA DE FIGURAS
página
Figura 2.1 Área sob a curva de hidratação e fator CA 11
xi
página
Figura 4.1 Curva de secagem: Compósitos à base de CP V-ARI ....................... 68
Figura 4.2 Curva de secagem: Compósitos à base de CP II-E-32 ...................... 69
Figura 4.3 Curvas de hidratação (# 200): CP V-ARI e CP II-E-32 .................... 70
Figura 4.3a Detalhe das curvas de hidratação (# 200): CP V-ARI e CP II-E-32 . 71
Figura 4.4 Curvas de hidratação (# 100): CP V-ARI e CP II-E-32 .................... 71
Figura 4.5 Curvas de hidratação (# 50): CP V-ARI e CP II-E-32 ...................... 72
Figura 4.6 Curvas de hidratação (# 30): CP V-ARI e CP II-E-32 ...................... 73
Figura 4.7 Efeitos da granulometria e condição do material, na temperatura
máxima de hidratação do cimento CP V-ARI ............................. 73
Figura 4.8 Curvas de hidratação: Efeito da fração granulométrica e do traço .... 75
Figura 4.9 Entalpia da reação de hidratação do cimento CP V-ARI .................. 78
Figura 4.10 Entalpia da reação de hidratação: ARI + # 200 N ............................. 79
Figura 4.11 Entalpia da reação de hidratação: ARI + # 200 L .............................. 79
Figura 4.12 Entalpia da reação de hidratação: ARI + # 200 LSC ........................ 80
Figura 4.13 Padrões de ruptura encontrados no ensaio de compressão ................ 83
Figura 4.14 Gráfico carga x deformação: 10 mm, seco ........................................ 93
Figura 4.15 Gráfico carga x deformação: 10 mm, úmido ..................................... 94
Figura 4.16 Gráfico carga x deformação: aglomerado misto com revestimento,
seco ............................................................................................... 94
Figura 4.17 Gráfico carga x deformação: aglomerado misto sem revestimento,
seco ............................................................................................... 95
Figura 4.18 Fissura em compósito à base de casca de arroz, ensaiado à flexão ... 96
Figura 4.19 Ângulo de inclinação da fissura, em compósito ensaiado à flexão ... 96
Figura 4.20 Fissura em aglomerados com e sem revestimento, ensaiados à
flexão ............................................................................................ 97
Figura 4.21 Ângulo de inclinação da fissura em aglomerado com e sem
revestimento, ensaiado à flexão .................................................... 97
Figura 4.22 Padrões de ruptura encontrados no ensaio de compressão ................ 101
Figura 4.23 Correlação entre os parâmetros mea e Vel. Ultrasom ...................... 103
Figura 4.24 Correlação entre os parâmetros CPS e Vel. Ultrasom ..................... 103
Figura 4.25 Correlação entre os parâmetros CPS e mea ...................................... 105
Figura 4.26 Curvas de absorção de água ............................................................... 106
Figura 4.27 Curvas de variação volumétrica ........................................................ 107
Figura 4.28 Curvas de variação dimensional: espessura ....................................... 109
Figura 4.29 Curvas de correlação: absorção x volume ....................................... 109
xii
RESUMO
de arroz - que acaba sendo queimado ou despejado em aterros, causando sérios prejuízos ao
desta forma três granulometrias (10 mm, 5 mm e 3 mm), que foram estudadas de forma
II-E-32) foi avaliada através de curvas de hidratação, que evidenciaram o efeito inibitório
xiii
ABSTRACT
great amount of this raw material is burned or discarded, provoking a serious environment
problem. The aim of this work was to study the feasibility of rice husk residues utilization
when combined with Portland cement paste, for board manufacturing. Original (10 mm) or
reduced (5 and 3 mm) rice husk particles were utilized in this work. Rice husk-Portland
(temperature against time). Rice husk natural particle were very inhibitory to the cement
setting, mainly when smaller particles (0.074 mm) were utilized. Compression strength of
rice husk-Portland cement paste samples is a function of Brazilian cement type (CP II-E-32
or CP V-ARI), particle size (10, 5 or 3 mm) and chemical treatments (lime or calcium
chloride solution). Rice husk-Portland cement shows smaller dimension variation when
xiv
1. INTRODUÇÃO
A principal matéria-prima, a madeira, foi utilizada nos cercados dos animais e das
plantações, assim como nas estruturas das habitações, como as palafitas, entre outros tipos
de construção.
limites familiares, desenvolveu novas técnicas, entre as quais o uso de fibras vegetais como
materiais, data do tempo dos Hebreus, cativos no Egito, que utilizavam palha para melhorar
a qualidade dos produtos cerâmicos, assim como diversos povos que recorriam às fibras
vegetais para reduzir a presença de fissuras em tijolos queimados ao sol, além de torná-los
mais leves.
No Brasil, muitas construções foram feitas com taipas de pedras assentadas com
uma mistura de terra, areia, óleo de baleia, farinha de ossos queimados e carvão.
No Estado do Rio de Janeiro, algumas construções deste tipo podem ainda ser vistas
construção de casa de pau-a-pique, revestida com barro amassado ou barro amassado com
capim (princípio do tijolo de adobe), ainda é utilizada por famílias de baixa renda ou
mesmo por aquelas desprovidas de uma renda que lhes permitam uma habitação de melhor
qualidade.
O alto custo dos materiais de construção tem sido um dos fatores limitantes na
transporte.
ambientais.
controle ambiental, sua utilização seria uma opção melhor que a queima indiscriminada,
aberto.
Com base em dados da safra brasileira de arroz de 1994, estimou-se uma produção
ambientais pela possível redução do uso de recursos minerais como a areia, cuja exploração
território nacional, o objetivo do presente estudo foi o de verificar a adequação do uso desse
3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
SILVEIRA et al. (1996) citaram diversos autores que definiram ser a casca de arroz
uma capa lenhosa, dura e altamente silicosa, composta por 50% de celulose, 30% de lignina
IRLE & SIMPSOM (1992) afirmaram em seu trabalho que a sílica contida na palha
do arroz (que é semelhante à da casca) pode agir como uma ponte de cristalização,
aumentando a aderência entre a palha (ou a casca) e a matriz de cimento, o que só poderia
dia, o que requer uma área mínima de cultivo de 250 ha (produtividade média de 1500
kg/ha). Com o beneficiamento deste arroz, serão obtidos anualmente, cerca de 375
toneladas de cinza. Tanto a casca como a cinza, podem ser uma fonte de poluição do meio
ambiente, tendo em vista que seu descarte é geralmente feito em aterros a céu aberto.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1995), a
cultura do arroz (Oriza sativa, L.) no Brasil, na safra de 1994, produziu cerca de 10 milhões
de toneladas de arroz em casca, dos quais cerca de 2 milhões de toneladas são de casca de
arroz (a casca eqüivale a cerca de 20% do grão, em peso), nem sempre queimada em
fornos, mas sim, na maioria das vezes, a céu aberto, poluindo o meio ambiente.
O Rio Grande do Sul, na safra de 1994, foi o maior produtor nacional, responsável
5
Da análise do Quadro 2.1, percebe-se que 1% da produção nacional corresponde a
cerca de 20 mil toneladas de casca de arroz ou 4000 toneladas de cinza, volumes estes
responsável por mais de 30% do arroz plantado no Estado do Rio Grande do Sul. Nesse
problemas ambientais.
uma matriz reforçada com fibras, podendo, ainda, referir-se à mistura de componentes, na
obtenção de materiais com propriedades que não são encontradas nos constituintes
isolados.
outras, variam de acordo com a proporção dos componentes utilizados, daí a necessidade de
No Brasil, tais pesquisas são reduzidas. IRLE & SIMPSON (1992) citaram o caso do Reino
Unido, onde deixou-se de queimar ou enterrar no solo os resíduos agrícolas sob a alegação
6
de um possível aumento da presença de patógenos nos cultivos subseqüentes, o que tem
das ferramentas mais úteis para o controle e minimização dos problemas ambientais
“aglomerados”, considerados pelo consumidor como sendo de baixa qualidade, pela fácil
desagregação de suas partículas, sob a ação da umidade. Tal fato não ocorre, geralmente,
7
Como ainda não estão adequadamente estudadas todas as implicações do uso de
problemas, geralmente específicos a cada espécie vegetal, devem ser solucionados para que
fato da água de amassamento solubilizar açúcares, entre outros inibidores que, em contato
reserva de alimento para a planta, podendo, segundo BODIG & JAYNE (1982), afetar as
material. Podem ainda modificar a durabilidade, a cor e o odor, entre outras características.
ainda, os óleos essenciais/voláteis, que são repelentes de insetos ou que possuem ação
inseticida.
do vacúolo das células, não traz efeitos significativos nas propriedades físicas, a menos que
esteja congelada. No caso da perda de água absorvida pelas paredes das células, as
vegetal ser uma matéria-prima disponível e renovável, dos compósitos apresentarem uma
massa específica reduzida, ductilidade e resistência à compressão de 3,0 a 6,0 MPa, além de
vegetal na presença do cimento, traduzida pelo longo tempo necessário para a pega (ou
o cimento Portland.
Em função desta interação biomassa vegetal com o cimento não se dar de forma
efetiva, vários estudos são citados sobre a incompatibilidade química entre o cimento e a
biomassa vegetal.
cimento.
da carbonatação.
Com relação à estabilidade dimensional, esta pode ser melhorada através do reforço
da matriz pela adição de cargas minerais, ou ainda pelo tratamento das partículas vegetais.
9
2.2.2. Avaliação da incompatibilidade química através de curvas de hidratação
BIBLIS & LO (1968) definiram o tempo de pega como sendo o tempo decorrido
entre a mistura dos componentes e o tempo necessário para se obter a temperatura máxima
de hidratação. Indicaram que o tempo de pega da mistura com o cimento aumenta à medida
Outros autores, como MOSLEMI et al. (1983) e MOSLEMI & LIM (1984),
observaram uma certa melhoria na pega do cimento com a remoção de açúcares, entre
sofrem degradação em contato direto com a pasta de cimento, tendo seu efeito retardador
10
HACHMI & MOSLEMI (1989) verificaram que a composição química dos
extrativos também influi na compatibilidade, sendo que um teor de extrativos menor que
7%, para as espécies estudadas, indicou serem compatíveis com o cimento, com base não
mais no índice de inibição, mas no fator CA. Os autores citaram o trabalho de Hachmi,
Moslemi e Campbell (1988), que definiram o fator CA como sendo a razão entre a área da
inferior à 28%.
Para o material casca de arroz BERALDO & ZUCCO (1998) observaram, em uma
podendo ser assim considerado sob certas condições (lavagem das partículas, uso de
80 ARI + # 200 N
60
40 CA=72%
20
CA = 55%
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
TEMPO (horas)
11
afetaram todas as características de hidratação, sendo que açúcares reduziram em 40% a
calor), os referidos autores concluíram que o melhor meio de se distinguir o efeito dos
diametral e outras propriedades dos painéis. Concluiu que partículas estocadas por mais de
com base na norma DIN 1101, que estipula valores mínimos aceitáveis de resistência à
devem apresentar uma certa resistência à compressão diametral, abaixo da qual o material
12
lignocelulósico é considerado como inadequado para a fabricação de painéis madeira-
cimento.
2,1511× 3,9749CD
FLc =
1,0029MB
onde:
Assim, utilizando a referida expressão, o autor verificou que, para obter painéis de
8355.1987), para a espécie Picea abies (L.) Karst., os corpos-de-prova deveriam apresentar
uma resistência à compressão diametral de, no mínimo, 1,89 MPa. Abaixo deste valor, o
inibidores solúveis em água quente presentes na madeira "Southern pine", reduziu o tempo
(Southern yellow pine, Ponderosa pine, Western larch, White spruce, Yellow poplar,
13
Chestnuk oak, Scarlet oak, Scarlet red oak, Water oak, White oak, Post oak, Black oak,
Black tupelo, Sweet gum, Hickory, Red maple, Hevea brasiliensis, Lodgepole pine, entre
pesquisadores, entre os quais MOSLEMI et al. (1983), MOSLEMI & LIM (1984),
READING (1985), SIMATUPANG et al. (1988), RASHWAN et al. (1992) e IRLE &
SIMPSON (1992).
diferentes métodos de extração dos inibidores de pega, os quais interferiam nos resultados.
Torna-se importante ressaltar que não houve uma padronização do método de extração,
compressão simples (aos 7 dias) de CBVC, BERALDO & ROLIM (1996) não observaram
negativamente pelos tratamentos com água quente (80 °C, por 2 h) e com hidróxido de
(80°C, por 2 h) pela possibilidade da mesma eliminar extrativos inibidores, o que permitiria
14
2.2.4. Redução da incompatibilidade química pelo uso de aceleradores de pega
BIBLIS & LO (1968) utilizaram, em seu trabalho, o cloreto de cálcio (CaCl2) como
massa de cimento) são necessárias para neutralizar o efeito de açúcares, sendo que teores de
cloreto de cálcio acima de 10% não alteraram o intervalo de tempo para a pega.
O uso do cloreto de cálcio (5% em relação à massa de cimento) foi indicado como um dos
por reduzir o tempo de reação para apenas 8 horas, uma vez que a espécie estudada era
15
LEE & HONG (1986), verificaram uma redução no tempo de hidratação, de 10 a 58
que fosse adicionada, à mistura, o cloreto de cálcio (3% em relação à massa de cimento).
cimento), por ser consideravelmente mais barato que o cloreto de magnésio (MgCl2).
higroscópico) é mais barato que o cloreto de cálcio, o que presume-se seja devido ao fato
do Brasil possuir um extenso litoral, com muitas regiões de extração de sal, onde o cloreto
se também ao uso de aceleradores de pega e à injeção de gás carbônico (CO2), sob forma
de diferentes espécies florestais, LEE & SHORT (1989), além de confirmarem observações
Como conclusão, indicaram que, sem a adição de cloreto de cálcio como acelerador
de pega, a compatibilidade das diferentes espécies com a matriz de cimento pode ser
estudadas.
dos painéis. Verificou, ainda, que o custo do cloreto de magnésio é cerca de 40% inferior
Nesta pesquisa optou-se por testar o uso dos aceleradores de pega cloreto de cálcio e
massa de cimento.
biomassa vegetal
degradação de seus constituintes, provocada pela ação alcalina do cimento, o que pode
De acordo com GRAM (1986), a fibra vegetal em contato com o cimento sofre uma
onde a cura foi feita em temperatura ambiente, verificaram que uma quantidade
17
considerável de cálcio impregnou a parede das fibras de celulose, tendo havido alguma
naturalmente, o lúmen das fibras era preenchido, mesmo que parcialmente, com cálcio e
citados por RAMÍREZ SARMIENTO & FREIRE (1996), consiste na impregnação das
pelo cimento;
absorção de água;
(adaptado de FURUNO et al.), deixando as fibras vegetais em imersão por 5 minutos numa
sulfato de alumínio a 30%, durante outros 5 minutos. Verificaram ser esta a alternativa
18
2.3. A carbonatação
que um compósito atinja a estabilidade dimensional. Para isto, fez uso da técnica de
carbonatação, tendo em vista que a ação do gás carbônico (CO2) sobre o hidróxido de
cálcio (Ca(OH)2) conduz à formação do carbonato de cálcio (mais poroso, pela presença do
CO2 gasoso).
Este carbonato de cálcio pode, como indicado por GRAM (1986) e PIRJE et al.
estabilidade dimensional.
partículas fortemente inibidoras e a melhoria estética dos painéis, devido à coloração mais
uniforme. Indicaram ainda que, para realizar a carbonatação com CO2 gasoso, existe um
teor ótimo de umidade e, para eliminar uma parte da água de capilaridade, os corpos-de-
prova devem ser submetidos à uma pressão de CO2. A reação de carbonatação é muito
rápida, sendo que o tempo de tratamento necessário varia em função de fatores como a
do material.
dos agregados; composição da mistura), a dimensão das peças (relação entre superfície e
19
volume), o estado do material (teor de umidade; taxa de hidratação) e as condições do
caso do ultrasom, reside no fato de que eles oferecem uma avaliação correta da qualidade
velocidade de propagação do som, no objeto, desde as fases iniciais (pega), até idades mais
longitudinal, produzido por um transdutor eletroacústico que deve ser mantido em contato
íntimo com o material. O impulso vibratório é, então, captado por outro transdutor, sendo
O referido autor utilizou gel cirúrgico em seu experimento, para melhorar o contato
obtidos.
BODIG & JAYNE (1982) indicaram que a técnica comumente utilizada para
correlacionar ensaios destrutivos com não destrutivos, consiste de uma análise de regressão
20
(normalmente linear) dos valores de módulo de ruptura (MOR) encontrados, e da
Assim, obtem-se um gráfico cujos valores de abscissa são a velocidade (m/s) obtida
obtido no ensaio destrutivo de flexão estática, ou outro parâmetro, de acordo com o tipo de
ensaio. Devem ser excluídos pontos que estejam abaixo do limite admitido (dependente da
espécie utilizada), em até 5%, obtendo-se com isto, uma confiabilidade de que 95% dos
21
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Material
Todos os produtos químicos empregados foram do tipo “PA” (Puro para Análise),
3.1.3. Cal
A cal empregada foi a cal hidratada, tipo CH-III, marca Itaú, de uso corrente em
pinturas. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Cal (ABPC), a cal do tipo CH-
3.1.4. Cimento
com escória), marca Votoran, e o CP V-ARI (cimento de alta resistência inicial), marca
nas normas NBR 11578 (cimento Portland composto) e NBR 5733 (cimento Portland de
local. No caso do cimento CP V- ARI, sua elevada resistência inicial favoreceu a redução
do tempo de desforma das peças, além de apresentar menor sensibilidade à ação dos
23
3.1.5. Água
3.1.7. Equipamentos
24
• Estufa com termostato regulável, marca Fanem;
• Peneiras da série normal, com inclusão da peneira de malha 0,075 mm (ABNT n° 200);
25
3.2. Métodos
10 mm, apresentou um teor de umidade médio de 10,74% por ocasião de sua recepção no
beneficiamento (10 mm) apresentou-se uniforme, com baixo percentual de finos (menos
que 20% de partículas de diâmetro inferior a 0,42 mm). Visando a melhoria das
processo de beneficiamento do arroz, por ser esse o comprimento médio. Parte deste
de diâmetro. O material passante por estes tipos de peneira foi definido, respectivamente,
26
como casca de arroz de fração granulométrica 3 mm e 5 mm, embora, evidentemente,
endurecimento do cimento.
natural (N - que não sofreu nenhum tipo de lavagem), na condição lavada (L – lavada em
BERALDO & ROLIM (1996), que consiste na imersão do material em água quente (80
°C), por um período de 2,0 horas, para eliminar ao máximo as substâncias químicas
ao ar livre, sendo estocado em sacos plásticos. Adotou-se uma relação ponderal de 10:1
entre água e casca de arroz, ou seja, uma concentração de 100 gramas de casca por litro de
água.
27
3.2.1.3.2. Lavagem em solução de cal (LSC)
A lavagem do material casca de arroz em solução de cal foi realizada com base no
trabalho de SERRANO & CASTRO (1985), onde a quantidade de cal empregada foi de 5%
Adotou-se uma razão ponderal entre a solução de cal e a casca de arroz de 10:1, o
com as indicações dos referidos autores. A casca de arroz ficou em imersão por 24 horas,
sendo em seguida escorrida e posta a secar ao ar livre, durante pelo menos 3 dias. Após a
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
TEMPERATURA (°C)
28
advém do fato que a reação (exotérmica) é afetadas pelo fornecimento externo de energia
térmica.
com os componentes da cal, como supôs GRAM (1985), o que causaria a sua precipitação
no lúmen das fibras e espaços intercelulares, tornando as fibras menos flexíveis, porém
mais resistentes.
mm e 3 mm
pois o tamanho dos agregados influi tanto no aspecto estético de acabamento da peça, como
material passante por esta peneira seria utilizado na obtenção de curvas de hidratação,
finos, por apresentarem maior superfície específica, liberando mais facilmente os extrativos
presentes.
Desta forma, determinou-se o diâmetro máximo das partículas (peneira que conteve
como o módulo de finura (soma das percentagens retidas acumuladas nas peneiras da série
granulométricas 10 mm, 5 mm e 3 mm, foi determinada tendo-se por base a norma NBR
Após tarar a balança analítica com o referido recipiente, verteu-se dentro do mesmo, a uma
30
Determinou-se, em seguida, a quantidade de material necessário para o volume
frações granulométricas e condições, foi realizada com base na norma NBR 9939
de cal), retirou-se amostra que foi pesada e levada à estufa em temperatura regulada para
Após este período, foi novamente pesada, sendo que o teor de umidade foi calculado
(M i − M f )
h= .100
Mf
uso de forno de microondas, de uso doméstico, como um possível substituto, pela rapidez
na obtenção dos resultados. Para isto, uma amostra de 100 gramas de casca de arroz 10
31
segundos, o material foi homogeneizado, tendo seu peso anotado. Este procedimento foi
repetido até o momento em que a variação no peso, entre duas etapas de aquecimento, fosse
O método empregado por GRANDI (1995), com base na NBR 9776 (Agregados:
cm3).
M FIBRA
γ=
L − V ÁLCOOL
onde:
32
3.2.1.5. Mineralização
Esta técnica, descrita por FURUNO et al. (RAMÍREZ SARMIENTO & FREIRE,
1996; BERALDO & ROLIM, 1996) consiste na impregnação das fibras (biomassa vegetal)
de silicato de sódio a 5%, por um período de 5 minutos, após o qual o material deve ser
mergulhado em uma solução saturada de sulfato de alumínio a 30%, por outros 5 minutos.
No caso do material casca de arroz, uma fração de cada fração granulométrica (10
mm, 5 mm e 3 mm), nas suas diferentes condições (natural, lavado e lavado em solução de
mineralização.
solução de tratamento e o material a ser tratado foi de 20:1, tendo em vista a dificuldade do
pesada em seguida.
de silicato de sódio (5%), permanecendo em imersão por cinco minutos. Após este período,
o material foi centrifugado durante dois minutos para a remoção do excesso de solução.
33
A casca de arroz impregnada com silicato de sódio foi, então, imersa na solução de
sulfato de alumínio (30%), ali permanecendo por cinco minutos, após o que, foi novamente
mesmo não apresentar variação no peso, o que foi considerado como um indicador da baixa
primeiro material a ser mineralizado, o saco foi umedecido e centrifugado por dois minutos,
apresentaram grande dispersão, tanto pela característica elástica do material casca de arroz,
como pela falta de controle no adensamento da mistura no interior dos moldes, ocorrendo
granulométrica 10 mm que foi de 300 g de cimento, 110 gramas de casca de arroz e de 225
∅ = 25 mm
Empunhador h = 100 mm
haste ∅ = 8 mm 64 mm
guia h = 267 mm
Alça
Curso (h) de
200 mm
h = 64 mm
massa = 697,79 g
∅ Ext. = 45 mm
∅ Furo = 9 mm
∅ = 48 mm
e = 16 mm
(total de três), com igual massa de mistura preparada a partir do traço 1:0,37;0,75 (em
peso).
granulométricas.
35
No caso de 5 quedas, houve sobra de material e os corpos-de-prova obtidos
Em função dos fatos observados, foi definido em 10, o número de quedas do peso
determinados.
utilizou-se, como base, a norma NBR 7215 (Cimento Portland: determinação da resistência
ruptura.
36
Para a obtenção dos referidos corpos-de-prova, foram combinados os fatores
adição do volume de água necessário (225 gramas de água ou a quantidade necessária para
demonstrou ser inadequada para este tipo de material (pequeno afastamento entre a pá do
batedeira doméstica, em velocidade máxima, durante dois minutos, tempo necessário para
A mistura obtida foi pesada e distribuída igualmente em camadas nos moldes dos
37
3.2.2.4. A incompatibilidade química entre a matriz de cimento e a casca de
arroz
basal dos corpos-de-prova pelo fato dos mesmos não terem sido virados, procedimento este
38
determinação de massa) adotado posteriormente para todos os corpos-de-prova, para que
houvesse uma melhor distribuição da umidade no interior dos mesmos e, com isto, uma
pastas puras de cimento e de misturas de pastas de cimento com “aditivos” (casca de arroz).
Langavant).
dispostos no interior de uma caixa com revestimento interno isolante. No interior de cada
39
recipiente foi depositado o material (pasta ou mistura), para se determinar a evolução da
A pasta pura foi composta por 200 gramas do cimento a ser analisado e 50 gramas
de água, convenientemente misturados. A mistura foi composta por 200 gramas do cimento
A medição das temperaturas foi feita através de termopar (tipo “J”) previamente
introduzido na pasta ou mistura. A leitura e registro das temperaturas foi realizada com
curvas de hidratação.
de 0,075 mm -ABNT n.° 200, por material passante em peneiras com abertura de malhas de
0,15 mm (ABNT n.º 100, ou # 100), 0,30 mm (ABNT n.º 50 ou, # 50) ou 0,60 mm (ABNT
40
3.2.2.5. Ensaios de compressão simples de corpos-de-prova cilíndricos
Engenharia Civil com uma mistura composta por enxofre (80%) e caulim (20%). Os
FEAGRI.
A escala de carga utilizada no equipamento foi de 0 a 2000 kgf, onde cada divisão
correspondeu a 10 kgf, tendo-se fixado o carregamento em 0,3 divisões por segundo, o que
NBR 7215 (Cimento Portland: Determinação da resistência à compressão), que indica uma
como o material compósito à base de cimento Portland e casca de arroz apresenta, entre
velocidade de carregamento, o que reduziu o tempo necessário para cada ensaio, além de
cada corpo-de-prova foi calculada dividindo-se a carga de ruptura (kgf) pela área da seção
1
Sistema de Análise Estatística para microcomputadores; autoria: Elio Paulo Zonta e Amauri Almeida
Machado. Registro S.E.I. n° 066060. ESALQ - USP, [19--].
41
3.2.3. Métodos relativos às Placas
Com base nos resultados preliminares obtidos nos ensaios de compressão simples
130 kg, o que limitou, em muito, a manipulação dos mesmos por uma única pessoa.
A norma ASTM D-1037 (Evaluating the properties of wood-based fiber and particle
materiais necessários (de acordo com o traço) para a fabricação de cada placa, assim como
42
Devido às limitações de ordem operacional, as placas moldadas não apresentaram a
placas não prensadas observou-se, por ocasião da desforma (24 horas após a moldagem),
manutenção das características do material prensado. Por esse motivo, adotou-se esse valor
na seqüência do trabalho.
o revestimento interno das fôrmas com plástico grosso, o que evitou o uso de desmoldante,
do plástico grosso foi superior a 10, necessitando-se apenas efetuar uma limpeza superficial
determinadas experimentalmente.
mm perdiam cerca de 1,0 litro, de um total de 3,0 litros), ajustou-se para 0,50 o fator
água/cimento. Mesmo com esta nova relação água/cimento, houve perda de água de
amassamento, em todas as placas moldadas, sendo tal valor, porém, inferior a 100 ml.
para a confecção da placa. As demais quantidades foram definidas em função dos traços de
cada fração granulométrica (sem arredondamento, ou seja, 1:0,35 para 10 mm e 1:0,42 para
a de 5 mm).
No caso das placas onde se fez a mistura das frações granulométricas de 10 e 5 mm,
a quantidade total de casca foi a mesma daquela utilizada nas placas de frações
granulométricas 10 mm e de 5 mm, mas a mistura foi composta por 65% de material com
preliminar, sem controle de compactação, realizado com uma mistura de 50% de material
44
de fração granulométrica 10 mm e 50% de material de fração granulométrica 5 mm, cujo
resultado de ensaio à compressão simples (média de três repetições) foi de 5,6 MPa.
Teoricamente, uma mistura com percentual de 65% (10 mm) e 35% (5 mm) teria
uma redução de finos (diâmetro menor que 0,42 mm) de cerca de 30 %, em relação à
A quantidade de cimento utilizada na sua fabricação (3590 gramas por placa), foi
calculada com base na média dos traços das referidas frações granulométricas (1:0,42 e
cimento.
Charlott, modelo PH 30, com capacidade nominal de 30 toneladas. Esta prensa indicava,
previamente calibrada.
45
CALIBRAÇÃO - Prensa CHARLOT - LabEnsMat
20
10
y = 1,0565x - 0,7139
5 R2 = 0,9998
0
0 5 10 15 20
CARGA LIDA (ton)
um cilindro de aço que recebeu a carga aplicada pela prensa. Para a manutenção da carga
Carga
Cilindro de aço
Rótula
Discos
metálicos
Placas de aço
1020 (e = 1”)
Placa de
compósito
Posição dos
Parafusos
de fixação
Figura 3.5: Esquema da prensagem e fixação dos moldes
46
3.2.3.4. Desmoldagem e cura das placas
A cura das placas deu-se, inicialmente, em câmara úmida por um período de sete
(saturadas), ficando expostas ao ar, sobre bancada, por cerca de 24 horas antes da
mm. Após o fechamento do reator, fez-se a injeção do CO2, em seu interior, com um fluxo
compósito, além de eliminar uma parte do vapor de água formado em decorrência das
reações do CO2 com o hidróxido de cálcio. A válvula de escape foi fechada antes de se
47
perceber o término da saída de gases do interior do reator, para evitar que ocorresse o
escape para a saída do vapor de água formado, fechando-a antes de se perceber o término
litros por minuto, aguardando-se 15 minutos quando, então, abriu-se novamente a válvula
de escape para a saída dos gases. Após esta etapa, o reator foi aberto, retirado-se as peças
água formado em decorrência das reações exotérmicas do gás carbônico injetado, com os
endurecimento do cimento.
ASTM D-1037 (Evaluating the properties of wood-based fiber and particle panel
materials).
48
As peças de compensado e aglomerado foram obtidas de descarte da serraria da
se serra circular Invicta com dentes de vídea (3 mm) para a retirada dos corpos-de-prova
variação dimensional.
A Figura 3.6 indica a posição de cada corpo-de-prova retirado de uma mesma placa.
610 mm
4 3 1 2 5
465 mm
76 mm 60 mm
49
3.2.3.6.1. Ensaio de flexão estática dos corpos-de-prova extraídos das
placas
Na Figura 3.7 pode-se observar as posições das quais foram extraídas as placas a
610 mm
4 3 1 2 5
Seco
465 mm
Úmido
610 mm
4 3 1 2 5
465 mm
CO2
UNICAMP.
Carga aplicada
L
Figura 3.9: Esquema estático de carregamento
51
3.2.3.6.2. Ensaio de resistência à compressão
Na Figura 3.10 pode-se observar os locais dos quais foram extraídos os corpos-de-
610 mm
4 3 1 2 5
Seco
465 mm Úmido
50 mm
CO 2
100 mm
D
25,4 mm
cada extremidade, como pode ser observado na Figura 3.11, que apresenta a estrutura
C o m p r im en to : 1 0 0 m m
E s p e s s u r a d a p la c a
D D e s c a r te
D D e s c a r te
D
2 5 ,4
mm
50 m m
52
Os corpos-de-prova ensaiados na condição seco foram obtidos de peças
3.2.3.6.2.1. Ultrasom
mm de diâmetro, faces planas e freqüência de 45 kHz (Figura 3.12). Para que o contato
Após a leitura dos tempos de propagação da onda ultrasonora, foi realizado o ensaio
FEAGRI.
carregamento foi a mesma utilizada nos corpos-de-prova cilíndricos, ou seja, de 0,3 MPa/s.
54
3.2.3.6.3. Ensaio de absorção de água e de variação dimensional das placas
Na Figura 3.13 estão indicadas as posições das quais foram retirados os corpos-de-
610 mm
4 3 1 2 5
ABS.
465 mm VAR.
DIM.
50 mm
D
150 mm
76 mm
Na Figura 3.14 está indicada a região (central, com cerca de 50 mm) removida para
465 mm
50 mm
152 mm 152 mm
U%
A B 76 mm
Mínimo de
Descarte (D) 25,4 mm
55
As extremidades foram descartadas, de forma que os corpos-de-prova apresentaram
Estas medidas foram adotadas em função do que a norma ASTM D-1037 permite,
para os casos de não se poder obter peças nas dimensões recomendadas (304 mm x 304
mm).
cada corpo-de-prova, através de balança analítica marca Marte, com sensibilidade de 0,01
grama.
Comprimento Espessura
15 a 18 mm
150 mm
50 mm
L C L
50 mm 50 mm
56
Os corpos-de-prova na condição seco, após a determinação da massa e dimensões,
A água utilizada no banho de imersão foi substituída por outra, limpa, tendo-se
( Du − Ds )
VD = • 100%
Du
Onde:
porcentagem;
estufa.
dimensionais de madeiras.
57
No ensaio de absorção de água, a norma ASTM D-1037 indica que a expressão dos
(MU − M S )
ABS P = • 100%
MU
Onde:
(VU − VS )
ABSV = • 100%
VU
Onde:
58
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
granulométricas de 10 mm, 5 mm e 3 mm
material casca de arroz, para as diferentes frações granulométricas, nas condições natural e
lavado.
% Finos (menor que 0,42 mm) 2,28 MF = 4,60 % Finos (menor que 0,42 mm) 0,19 MF = 4,87
Quadro 4.2: Distribuição granulométrica – Casca de arroz – fração granulométrica 5 mm
5 mm, estado NATURAL 5 mm, estado LAVADO
Abertura da malha # (mm) % Retida % Acumulada Abertura da malha # (mm) % Retida % Acumulada
2.38 ( # 8 ) 7,94 7,94 2.38 ( # 8 ) 4,40 4,40
1.19 ( # 16 ) 65,15 73,09 1.19 ( # 16 ) 46,01 50,41
0.59 ( # 30 ) 17,13 90,23 0.59 ( # 30 ) 40,46 90,87
0.297 ( # 50 ) 6,74 96,97 0.297 ( # 50 ) 7,50 98,37
0.149 ( # 100 ) 1,84 98,80 0.149 ( # 100 ) 1,38 99,74
0.074 ( # 200 ) 0,67 99,47 0.074 ( # 200 ) 0,18 99,92
Fundo 0,53 100,00 Fundo 0,08 100,00
Total (# 8 à # 100) 367,03 Total (# 8 à # 100) 343,79
% Finos (menor que 0,42 mm) 9,77 MF = 3,67 % Finos (menor que 0,42 mm) 9,13 MF = 3,44
% Finos (menor que 0,42 mm) 28,43 MF = 2,79 % Finos (menor que 0,42 mm) 30,94 MF = 2,64
Considerações:
máximo) foi de 2,40 mm (condições natural e lavado), com um percentual de finos menor
que 10%.
máximo) foi de 1,20 mm para o material no condição natural (percentual de finos de cerca
60
de 31%) e de 0,60 mm para o material na condição lavado, com um percentual de finos de
cerca de 28,5%.
diferentes, razão pela qual os valores obtidos não devem ser contrastados.
finos, quando o diâmetro das partículas varia entre 0,42 mm e 0,075 mm.
uma areia grossa, ao passo que o material de fração granulométrica 10 mm, pode ser
química, que pode ser maior à medida em que o material fica mais exposto à ação da água
unitária da casca de arroz solta (não compactada), para o material na condição natural, para
61
Quadro 4.4: Massa específica unitária do material solto (g/dm3)
10 mm 5 mm 3 mm
N 96 177 303
L 102 180 300
LSC 98 181 283
Considerações:
muito alta, o que é um indício de que dosagens volumétricas podem não ser adequadas no
preparo das misturas. Se, no entanto, for necessário o emprego da dosagem volumétrica,
sugere-se que o material sofra uma acomodação forçada das partículas, promovida por
fôrmas.
No Quadro 4.5 pode ser verificado que o teor de umidade da casca de arroz não
casca de arroz lavada, verificou-se que, em média, foram necessários 8 minutos para
sido realizada ao ar livre. Os materiais com maior percentual de finos apresentaram teor de
(menos que 2%), sendo que os teores estão muito próximos daquele utilizado na estocagem
do arroz em casca. Desse modo, não foi efetuada a correção da quantidade de água de
vapores mas, principalmente, para evitar que o material presente na região central do
inadequadamente.
63
4.1.4. Determinação da massa específica
de arroz, verificou-se que o volume inicial de 400 cm3 de álcool, ao qual se adicionou 19
aproximado de 26 cm3.
Considerações:
1. O uso de substâncias de densidade inferior à água (álcool, éter, entre outros) favorece a
sobrenadante (erro de leitura de cerca de 2,0 cm3), não sendo possível obter resultados
1,0 cm3. Em razão destes fatos, não foram realizadas outras determinações. É importante
observar que, para os materiais na condição lavado em solução de cal (LSC), a presença
3. A precisão na medição do volume das fibras depende do grau de saturação das mesmas.
inclui, no volume, poros impermeáveis (não podem ser preenchidos pela água).
64
Para o material casca de arroz, esta metodologia, mesmo adaptada, parece ser pouco
adequada, pois o álcool, sendo absorvido pelo material, vai se localizar nos vacúolos das
células e nos espaços intercelulares, expulsando todo o ar do interior das mesmas e, com
isto, o material têm a tendência de aumentar seu volume, o que não ocorre nos grãos de
Considerações:
65
A casca de arroz funciona, a princípio, como uma esponja, liberando água para o
qual, por sua vez, está mais ou menos disponível, em função da seqüência de execução da
mistura.
Assim, para uma mistura a seco de casca de arroz e cimento, sendo posteriormente
acrescentada a água, a tendência observada foi de que o cimento tende a competir com a
casca, no que diz respeito à absorção de água (relação água/cimento inferior a 0,75) que,
desta forma, fica “seca”. A casca, na mistura obtida, tende a se expandir com facilidade,
mesmo após a compactação, ocasionando uma maior variação volumétrica, para uma
mesma mistura.
recipiente: primeiro a água, em seguida a casca e por fim, o cimento), verificou-se que a
absorção de água pela casca é moderada, pois, na execução da mistura, parte do cimento
que está na parte superior flui com relativa facilidade para o fundo do recipiente,
teor de umidade que permite sua deformação sem, contudo, liberar muita água. A variação
volumétricas, pois tenderá ao equilíbrio, ocorrendo, contudo, uma perda por evaporação de
66
Quando a relação água/cimento é alta (acima de 0,75), a mistura pode virar uma
relação à casca mais “seca”, podendo ainda liberar parte da água para o cimento, quando
Neste fluxo de água através da casca, promovido pela ação do soquete compactador,
partículas de cimento podem manter contato mais íntimo com a estrutura da casca.
em água, por cinco minutos) e submetidas à centrifugação por 2 minutos (as frações
mistura.
facilidade na manipulação pois o cimento, ao aderir fortemente à casca, quase não sujava as
proporcionando um fator água cimento inferior a 0,75 que, desta forma, exigiria um
67
4.2.2. Cura dos corpos-de-prova cilíndricos
este adotado para uniformizar a umidade no interior dos mesmos e evitar a concentração de
Na Figura 4.1 tem-se a curva da perda de massa, ao longo do tempo, para corpos-
50
.
40 y = -6,4691Ln(x) + 39,354
R2 = 0,9975
UMIDADE (%)
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14
TEMPO (DIAS)
Na Figura 4.2 tem-se a curva da perda de massa, ao longo do tempo, para os corpos-
68
60 CURVA DE SECAGEM GERAL - CP-II-E-32
50
.
40 y = -9,8923Ln(x) + 47,778
R2 = 0,9587
UMIDADE (%)
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14
TEMPO (DIAS)
Considerações:
compressão simples, foi, em média, superior a 20%. Uma secagem forçada, em estufa ou
adequados tanto para o transporte como para a utilização de compósitos casca de arroz-
cimento.
metodologia proposta por WEATHERWAX & TARKOW (1964), ou seja, utilizando casca
de arroz passante na peneira de malha # 200 (partículas com diâmetro inferior à 0,075 mm).
69
CP-V-ARI
100
CP-II-E-32
90 ARI + # 200 N
.
80 ARI + # 200 L
TEMPERATURA (°C)
ARI + # 200 LSC
70
CPII + # 200 N
60 CPII + # 200 L
50 CPII + # 200 LSC
40
30
20
0 5 10 15 20
TEMPO (h) .
princípio, o melhor tratamento aplicado às partículas seria a lavagem em água quente (L) e,
o pior tratamento, a lavagem em solução de cal (LSC), o que não foi confirmado em
experimentos posteriores.
LIM, 1984). Esta temperatura de 50 °C, é considerada como mínima para caracterizar um
uso do cimento CP II-E-32 (Figura 4.3-a). Em ambos os casos, verifica-se que as reações
70
32
.
30
TEMPERATURA (°C)
28
26
24
ARI + # 200 N CPII + # 200 N
22 ARI + # 200 L CPII + # 200 L
ARI + # 200 LSC CPII + # 200 LSC
20
0 5 10 15 20
TEMPO (h) .
arroz passante na peneira de malha # 100 (partículas com diâmetro variando entre 0,15 mm
e 0,075 mm).
CP-V-ARI
100
CP-II-E-32
90 ARI + # 100 N
.
80 ARI + # 100 L
TEMPERATURA (°C)
40
30
20
0 5 10 15 20
TEMPO (h) .
71
O comportamento dos materiais passantes na peneira de # 100 foi semelhante ao
arroz passante na peneira de malha # 50 (partículas com diâmetro variando entre 0,30 mm e
0,15 mm).
CP-V-ARI CP-II-E-32
100
ARI +# 50 N CPII +# 50 N
90 ARI +# 50 L CPII +# 50 L
.
70
60
50
40
30
20
0 5 10 15 20
T E M P O (h) .
condições natural (N) e lavado em solução de cal (LSC). Para os demais tratamentos, os
na peneira de malha # 30 (partículas com diâmetro variando entre 0,60 mm e 0,30 mm).
72
CP-V-ARI CP-II-E-32
100
ARI +# 30 N CPII +# 30 N
90 ARI +# 30 L CPII +# 30 L
.
80 ARI +# 30 LSC CPII +# 30 LSC
TEMPERATURA (°C)
70
60
50
40
30
20
0 5 10 15 20
TEMPO (h) .
daquele apresentado pelos materiais de # 50, com uma temperatura máxima de hidratação
(condição natural (N) e lavado em solução de cal (LSC) – CP II-E-32) inferior a 50 °C.
70
.
TEMPERATURA (°C)
60
50 Estado N
40 Estado L
30 Estado LSC
20
0,075 0,150 0,300 0,600
ABERTURA DA PENEIRA (mm) . .
73
Assim, verificou-se que o material na condição lavado (L) apresentou menor
qualquer das peneiras citadas apresenta grau de inibição similar na pega do cimento. Tal
10 mm e 5 mm, definida como (10+5) mm, na condição lavado em solução de cal (LSC),
para o cimento CP V-ARI, na qual se fez emprego do acelerador de pega cloreto de cálcio
de arroz com o cimento. O uso do acelerador de pega cloreto de cálcio, para a condição
lavado em solução de cal (LSC), foi definido no ensaio de compressão simples de corpos-
de-prova cilíndricos.
74
CP-V-ARI
100
10 mm LSC
90 5 mm LSC
.
80 3 mm LSC
TEMPERATURA (°C)
10 mm + 5mm LSC
70
60
50
40
30
20
0 5 10 15 20
TEMPO (h) .
bem destacada, com uma temperatura máxima de hidratação muito próxima à do material 5
este foi o pior resultado, o que vem a contrariar o resultado obtido no ensaio de compressão
simples.
75
• MILLER & MOSLEMI (1991) avaliaram a diferença relativa na geração de calor entre
b) Tempos diferentes: nem sempre uma mistura cujo pico aparece após o de outra
mesmo comportamento das misturas, pois as inclinações das curvas podem ser
diferentes (MOSLEMI et al., 1983; MOSLEMI & LIM, 1984; HOFSTRAND et al.,
1984);
• A comparação das áreas (HACHMI, 1987 “apud” HACHMI & MOSLEMI, 1989) sob
para que o método consiga êxito. A pasta de cimento apresenta pico de temperatura
76
nesse caso, o isolamento térmico do calorímetro deve ser eficaz. Misturas com pico de
temperatura superior a 16 h, por exemplo, terão áreas comparadas com a área da pasta
• Verificou-se que, quanto mais fino for o material (#100 e # 200), maior será a sua
foi observado para o cimento CP II-E-32, embora as temperaturas (em geral) tenham
pura de cimento CP V-ARI, tornaram-se mais importantes à medida que o tamanho das
temperatura máxima das misturas e da pasta pura de cimento é menos adequado do que
parâmetros como o fluxo de calor (mW/g de cimento) e/ou a entalpia das reações de
hidratação (J/g de cimento), o que parece ser uma melhor opção de análise.
77
As reações endotérmicas/exotérmicas envolvidas no processo de hidratação
permitem, desta forma, estabelecer um mínimo de energia no sistema para que o processo
de pega e/ou endurecimento de misturas com cimento ocorra de forma eficaz. Tal prática é
de pega que, segundo MOSLEMI et al. (1983), tem por função acelerar ou aumentar a
que a utilizada nas curvas de hidratação, de 13:1, bem como materiais de granulometria
Figura 4.10, refere-se à mistura de cimento e casca de arroz (#200) na condição natural (N).
78
Figura 4.10: Entalpia da reação de hidratação: ARI + # 200 N
Figura 4.11, refere-se à mistura de cimento e casca de arroz (#200) na condição lavado (L).
Figura 4.12, refere-se à mistura de cimento e casca de arroz (# 200) na condição lavado em
79
Figura 4.12: Entalpia da reação de hidratação: ARI + # 200 LSC
300 J/g de cimento, após 50 h de reação, reduziu-se para menos de 1/10, pela presença da
80
Quadro 4.7: Resultado do ensaio de compressão simples (MPa) e análise estatística
simplificada (SANEST)
Tratamentos CP V-ARI CP II-E-32
Químicos 10 mm 5 mm 3 mm 10 mm 5 mm 3 mm
LSC ≠ (N = L) LSC ≠ N ≠ L LSC ≠ (N = L) LSC ≠ (N = L) LSC ≠ (L = N) LSC ≠ (L = N)
Testemunha
2,46≠1,67=1,24 6,01≠2,70≠1,75 6,38≠2,46=2,41 1,56≠0,76=0,68 2,45≠0,53=0,42 2,85≠0,29=0,22
Acelerador LSC ≠ (N = L) LSC ≠ (N = L) LSC ≠ (N = L) LSC ≠ (L = N) LSC ≠ (L = N) LSC ≠ (L = N)
CaCl2
3,48≠1,95=1,83 9,05≠3,85=3,38 8,39≠6,49=5,46 2,62≠1,14=0,80 4,34≠0,74=0,50 4,29≠0,51=0,19
Acelerador LSC ≠ (N = L) LSC ≠ N ≠ L (LSC = N) ≠ L LSC = N = L LSC ≠ (N = L) LSC ≠ L ≠ N
Al2(SO4)3
3,35≠2,43=1,75 6,28≠5,35≠3,11 6,22=5,60≠3,70 2,24=1,61=1,60 3,14≠1,41=1,17 4,24≠1,82≠0,19
N = (LSC= L) (N = LSC) ≠ L (LSC = N) ≠ L LSC = (L = N) LSC ≠ (N = L) LSC ≠ (N = L)
Mineralização
3,21=2,55=2,31 5,84=5,35≠3,65 7,30=6,89≠4,87 2,38=1,83=1,48 4,24≠3,04=2,27 4,78≠2,62=1,91
OBS.: De cada interação de fatores, são indicados (ordem decrescente) o resultado da análise estatística para
as diferentes condições do material (primeira linha), bem como os valores médios obtidos (segunda linha),
para cada condição (média de três repetições). A média geral foi de 3,02 MPa e o coeficiente de variação, de
12,81%
Considerações:
que, para a maioria dos casos, não ocorreu diferença significativa entre as resistências à
81
Para os materiais nas condições natural (N) e lavado (L), só ocorreram diferenças
solução de cal (LSC), exceto quando se fez uso do tratamento mineralização combinado
com o cimento CP V-ARI, onde o material na condição natural (N) apresentou melhores
lavado (L), não havendo, porém, diferença significativa do tratamento com acelerador de
82
para os tratamentos mineralização e acelerador de pega cloreto de cálcio (exceto na
sulfato de alumínio, para os materiais nas condições natural (N) e lavado em solução de cal
(LSC), foi que houve diferença significativa entre os valores de resistência à compressão
solução de cal (LSC) foram os únicos a atender o requisito de resistência mínima de 2,0
83
A ruptura do tipo (A) foi identificada como sendo um tipo de esmagamento
5,53 MPa).
A ruptura do tipo (D) foi provocada pelo cisalhamento em forma de cunha (wedge
84
4.3. Resultados relativos às placas
placas
35% de 5 mm, visto que não foi observada diferença entre as frações granulométricas 3
mm e 5mm).
fixado a quantidade de casca de arroz, que é o elemento crítico na dosagem pelo fato de
cilíndricos.
85
Quadro 4.8: Quantidade de material, por placa, em gramas
Material 10 mm 5 mm (10 + 5) mm
Cimento 4000 3307 3590
Casca de arroz 1400 1400 900 + 500
Água 2000 1654 1795
CaCl2 120,00 99,21 107,70
Considerações:
mm, optou-se por utilizar o valor do traço, sem arredondamento, o que resultou em traços
mistura das duas frações granulométricas, fez-se a média aritmética dos mesmos, adotando-
isolada.
86
externas (2) de uma placa, tendo sido apresentadas anteriormente nas Figuras 3.7 e 3.8, para
Considerações:
a) Não houve diferença significativa entre os corpos-de-prova retirados das placas nas
87
d) Os materiais das diferentes frações granulométricas, ensaiados na condição
diferença significativa entre as diferentes condições, sendo a condição seco superior aos
demais;
variável massa específica aparente das placas utilizadas no ensaio de flexão estática.
88
Quadro 4.10: Resultado da análise estatística da variável massa específica
aparente (g/cm3) e análise estatística simplificada (SANEST)
SECO ÚMIDO CARBONATADO
10 ≠ (10+5) = 5 10 = (10+5) ≠ 5 (10+5) ≠ 10 = 5
Posição 1
1,45 ≠ 1,37 = 1,31 1,59 = 1,56 ≠ 1,41 1,46 ≠ 1,36 = 1,30
10 = (10+5) ≠ 5 10 = (10+5) ≠ 5 (10+5) ≠ 10 ≠ 5
Posição 2
1,46 = 1,40 ≠ 1,32 1,57 = 1,53 ≠ 1,41 1,48 ≠ 1,37 ≠ 1,28
OBS.: De cada interação de fatores, são indicados (ordem decrescente) o resultado da
análise estatística para as diferentes frações granulométricas (primeira linha), bem como
os valores médios obtidos (segunda linha, média de três repetições). Média Geral = 1,42
MPa; Coeficiente de Variação = 4,2%; Diferença Mínima Significativa = 0,06 MPa.
Considerações:
(interna) e 2 (externa);
diferença significativa;
89
e) Verificou-se a existência de diferença significativa entre o material na condição úmido
(a) As placas são uniformes, em termos de posição de amostragem, tendo em vista que não
diferentes;
90
(d) O material de fração granulométrica 5 mm é inferior e estatisticamente diferente dos
(e) A carbonatação, interpretada como uma técnica de envelhecimento precoce (idade mais
revestimento melamínico).
91
homogeneidade (não permitem a distinção das fibras), além de um excelente acabamento
estético.
92
O material compósito pode ser considerado como adequado se na pior condição
manutenção de sua estrutura que, apesar da perda de resistência, não sofre desagregação
24 PLA CA - 10 mm - Sec o
22
19,88
20
18
16
CARGA (kgf)
14
12 10,13
MOE = 2946 MPa
10
TLP = 2,74 MPa
8
TR = 5,37 MPa
6
4 1,76 1,58
2 4,10
0,34
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
DESLOCA MENTO / FLECHA (mm)
93
24 PLA CA - 10 mm - Úmido
22
20
18
16 14,20
CARGA (kgf)
14
12
10
8 6,81 MOE = 2701 MPa
6 TLP = 1,86 MPa
4 TR = 3,88 MPa
2 1,02 4,50
0,770
0,03
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
DESLOCA MENTO / FLECHA (mm)
70
62,10 Agl. M. c/ Rev. - Seco
60
50 47,23
CARGA (kgf)
20
6,92
10 5,94
7,92
0,96
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
DESLOCAMENTO / FLECHA (mm)
94
45 A gl. M. s em Rev - Sec o
40
39,79 MOE = 2047 MPa
35 TL P = 6,25 MPa
TR = 9,78 MPa
30
CARGA (kgf)
25
25,40
20
15
10
5 9,51
1 ,6 6 5,49
0
0 ,3 6
0 2 4 6 8 10 12 14 16
DESLOCA MENTO / FLECHA (mm)
Na Figura 4.18 pode-se observar uma ruptura típica para o material compósito
95
Figura 4.18: Fissura em compósito à
base de casca de arroz,
ensaiado à flexão
Na Figura 4.20 pode-se observar uma ruptura típica do material aglomerado com e
sem revestimento. A ruptura do material com revestimento está concentrada em uma única
96
Figura 4.20: Fissura em aglomerados com e sem
revestimento, ensaiados à flexão
97
Quadro 4.12: Resultado do ensaio de compressão paralela à superfície (MPa), massa
específica aparente, velocidade de propagação do ultrasom e análise
estatística simplificada (SANEST)
CPS (MPa) (1) mea (g/cm3) (2) Vel. ultrasom (m/s) (3)
10 = (10+5) = 5 10 ≠ (10+5) ≠ 5 [10 = (10+5)] ≠ 5
SECO
8,70 = 8,50 = 8,12 1,44 ≠ 1,39 ≠ 1,34 [2347 = 2276] ≠ 2106
10 = (10+5) =5 10 ≠ (10+5) ≠ 5 [(10+5) = 10] ≠ 5
ÚMIDO
7,61 = 7,37 = 6,87 1,60 ≠ 1,55 ≠ 1,50 [2608 = 2605] ≠ 2447
[(10+5) = 10] ≠ 5 [10 = (10+5)] ≠ 5 [10 = (10+5)] ≠ 5
CARBONATADO
[9,21 = 8,99] ≠ 7,38 [1,43 = 1,41] ≠ 1,33 [2307 = 2295] ≠ 2134
OBS.: (1) Média = 8,08 MPa Coeficiente de Variação = 13,15% D.M.S. (5%) = 1,08 MPa
(2) Média = 1,44 g/cm3 Coeficiente de Variação = 2,75% D.M.S. (5%) = 0,04 g/cm3
(3) Média = 2347 m/s Coeficiente de Variação = 3,03% D.M.S. (5%) = 72 m/s
Considerações:
granulométrica 5 mm, onde as médias dos materiais nas condições carbonatado e úmido
98
2 – Em relação à massa específica aparente:
b) Em geral, não se verificou diferença significativa entre as médias dos materiais nas
mm;
propagação da onda ultrasonora nos materiais nas condições carbonatado e seco, sendo
99
estas inferiores e significativamente diferentes da média da velocidade de propagação
paralela à superfície
100
Os valores apresentados indicaram que o material compósito apresentou, como
condição seco que na condição úmido, exceção feita ao material aglomerado misto com
revestimento. Nos compósitos, o que se verificou foi o oposto, ou seja, uma velocidade de
prova, podem ser classificadas genericamente em grupos. Na Figura 4.22 pode-se observar
os principais tipos encontrados nos ensaios de compressão paralela à superfície tanto para
característica, está associada a um plano de menor resistência onde a tensão máxima ocorre
a aproximadamente 45° em relação ao eixo axial. A ruptura do tipo (B) é provocada por um
tipo de cisalhamento, em forma de cunha (wedge shearing). A ruptura do tipo (C) é um tipo
utilizado no ensaio, o que neste caso, poderia ser minimizado através do capeamento. Estas
falhas muitas vezes não são perceptíveis dada a característica heterogênea dos compósitos
produzidos.
entre as variáveis. Verificou-se que, entre as variáveis massa específica aparente (mea) e
determinação médio foi superior a 83%, (média das correlações em função da condição e
mea (g/cm 3)
1,50
1,48
y = 0,0005x + 0,3086
1,46
1,44 R2 = 0,9229 10 mm
1,42
y = 0,0005x + 0,3436 5 mm
1,40
1,38 R2 = 0,8705 10+5 mm
1,36
1,34
1,32
1,30
2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800
Vel. (m/s)
ultrasonora.
5
2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800
Vel. (m/s)
este material, a técnica do ultrasom, como um ensaio não destrutivo, não apresentou
material. A causa da dispersão dos valores não ficou evidente, sendo apenas possível
são semelhantes.
com a disposição desta estrutura (homogeneidade, compacidade, entre outros fatores), que
Na Figura 4.25 são indicados, para cada fração granulométrica, a equação da reta
com seus respectivos coeficientes de determinação (R2), indicadores da correlação (R) entre
CPS (MPa)
8
7
10 mm
6 y = -2,1117x + 10,39 5 mm
R2 = 0,0372
10+5 mm
5
1,30 1,35 1,40 1,45 1,50 1,55 1,60 1,65
mea (g/cm3)
dos valores não ficou evidente, sendo apenas possível constatar, em termos de
105
4.3.3.4. Ensaio de absorção de água e variação dimensional
materiais testados.
80 5 mm
70
ABSORÇÃO (%)
(10 + 5) mm
60
50 Agl.M.s/rev
40
Agl.U.c/rev
30
20 Agl.M.c/rev
10 Comp.Lam.
0
0 24 48 72 96 120
TEMPO (h)
106
Na Figura 4.26 fica evidente a baixa absorção de água pelos materiais compósitos,
22
VOLUME 10 mm
20
18 5 mm
16
14 (10 + 5) mm
VARIAÇÕ (%)
12
Agl.M.s/rev
10
8 Agl.U.c/rev
6
Agl.M.c/rev
4
2 Comp.Lam.
0
0 24 48 72 96 120
TEMPO (h)
107
As curvas de variação volumétrica foram obtidas a partir das variações volumétricas
sobre as partículas. Tanto a estrutura do material como o revestimento das partículas influi
A principal característica observada nos compósitos (Quadro 4.15) foi a sua baixa
ensaiados.
108
Na Figura 4.28 são apresentadas as curvas de variação dimensional, em espessura,
200
ESPESSURA 10 mm
180
160 5 mm
VARIAÇÃO (mm/m)
140
(10 + 5) mm
120
Agl.M.s/rev
100
80 Agl.U.c/rev
60
Agl.M.c/rev
40
20 Comp.Lam.
0
0 24 48 72 96 120
TEMPO (h)
água com a variação do volume dos corpos-de-prova, para os diferentes materiais testados.
90 ABSORÇÃO X VOLUME
80
70
ABSORÇÃO (% em peso)
60 10 mm
50 5 mm
40 (10 + 5) mm
Agl.M.s/rev
30
Agl.U.c/rev
20
Agl.M.c/rev
10
Comp.Lam.
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
VARIAÇÃO no VOLUME (%)
109
A utilização de um revestimento pode melhorar o desempenho dos materiais
daquelas utilizadas para a produção das placas, ocorreu uma variação no consumo de
materiais.
das placas, bem como o consumo real, por metro cúbico de placa produzida.
110
na confecção de placas inviabilizaria uma comparação entre ambos, sendo superior a 30%,
exceto no consumo de água. No caso do material 5 mm, este percentual foi inferior à 15%.
111
5. CONCLUSÕES
• Quanto mais fino foi o material utilizado, maior foi o efeito inibitório;
das partículas;
uso de misturas de casca de arroz das três frações granulométricas (10, 5 e 3 mm), com
a pasta de cimento com acelerador (CaCl2 a 3%). Quanto mais fino foi o material
das partículas;
• A entalpia acumulada da reação de hidratação do cimento CP V-ARI foi cerca de 320
J/g, após 50 horas de reação. Tal valor, após a adição do material casca de arroz # 200,
reduziu-se para 35 J/g (natural), 45 J/g (lavado) e de 19 J/g (lavado em solução de cal).
• O efeito da mineralização das partículas foi inferior àquele ocasionado pelo uso isolado
onda ultrasonora, com o módulo de ruptura das placas, nos ensaios de flexão.
113
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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