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Trabalho de Diplomação
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Régis e Carla, e ao meu irmão, Gabriel, por todo suporte que
possibilitou realização do curso e a elaboração desse trabalho, e por compreenderem
minha ausência em certos momentos.
Ao Prof. Wagner Viana Bielefeldt pela orientação neste trabalho (por acreditar no
potencial dele) e pela amizade.
iii
SUMÁRIO
3 METODOLOGIA ............................................................................................... 31
3.1 PARTE I: Avaliação do desempenho MASSA vs COMPRIMENTO ......... 31
3.2 PARTE II: Avaliação da influência de parâmetros de solidificação e vida
do molde na massa linear dos tarugos .......................................................................... 34
3.2.1 Seleção dos aços ............................................................................... 35
iv
3.2.2 Amostragem ....................................................................................... 35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 44
4.1 PARTE I: Avaliação de desempenho MASSA versus COMPRIMENTO .. 44
4.2 PARTE II: Avaliação de parâmetros que influenciam na massa linear e no
dimensional dos tarugos ................................................................................................ 50
4.2.1 Proporção das zonas de solidificação ................................................ 50
5 CONCLUSÕES................................................................................................. 71
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................... 73
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 74
ANEXOS ................................................................................................................. 79
A. Especificações da máquina de lingotamento contínuo .............................. 79
B. Tabela completa de resultados...................................................................... 80
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Linhas de Produção de Aço (Fonte: SUSTAINABLE IN STEEL, 2018) ..... 3
Figura 2: Representação esquemática dos métodos direto e indireto do
lingotamento convencional. Fonte: Adaptado de RIZZO, 2005. ...................................... 6
Figura 3: Detalhe de um distribuidor de 2 veios com revestimento refratário e zona
de impacto para vazamento. Fonte: ROCHA, 2014 ........................................................ 8
Figura 4: Molde utilizado no LC de tarugos. Fonte: Adaptado de Nippon Steel
Corporation, 1998, citado em MOURÃO, 2007. .............................................................. 9
Figura 5: Representação do ciclo de oscilação do molde. Fonte: MOURÃO, 2007 .. 9
Figura 6: Zona secundária de resfriamento contendo os sprays (com jatos
justapostos e sobrepostos) para solidificação continuada durante o lingotamento.
Fonte: Adaptado de GARCIA, 2006, e citado em ROCHA, 2014. ................................. 10
Figura 7: Processo de corte através do oxicorte Fonte: ESSEL, 2018. .................. 11
Figura 8: Processo de corte através de navalhas Fonte: ESSEL, 2018. ................. 11
Figura 9: Sequência de etapas no corte por cisalhamento. Fonte: SOUZA, 2001. . 12
Figura 10: Detalhe da região de solidificação dos aços no sistema Fe-C Fonte:
OLIVEIRA, 2009. ........................................................................................................... 13
Figura 11: Diferença de composição entre líquido e sólido durante a solidificação
de ligas. Fonte: MATTER, 2007. ................................................................................... 15
Figura 12: Representação das estruturas coquilhada, colunar e equiaxial (adaptado
de ASM Handbook, 1992 e citado em FARIA, 2015). ................................................... 15
Figura 13: Dendritas favoravelmente orientadas desenvolvendo-se na forma de
grãos colunares (Fonte: RODRIGUES, 2007). .............................................................. 17
Figura 14: Ilustração esquemática das estruturas macroscópicas de um lingote
fundido com transição colunar/equiaxial Fonte: OSÓRIO, 2004. .................................. 19
Figura 15: Seção transversal de um tarugo evidenciando porosidades com grãos
heterogêneos em um aço fundido e a sua estrutura final com grãos homogêneos após
sofrer conformação durante a laminação. Fonte: VIANA, 2009..................................... 20
Figura 16: Desenho esquemático da conformação exercida pelos cilindros de
laminação para reduzirem a seção de um material. Fonte: DAROIT, 2012................... 21
Figura 17: Ilustração do processo de laminação a quente de produtos longos.
Fonte: VIANA, 2009. ...................................................................................................... 21
vi
Figura 18: Defeito de romboidade em tarugo. Fonte: A AUTORA. ......................... 23
Figura 19: Efeito de uma maior vazão de água no molde na temperatura do molde.
Fonte: KUMAR, 1991. ................................................................................................... 24
Figura 20: Efeito da vazão de óleo na extração de calor. Fonte: KUMAR, 1991. ... 24
Figura 21: Relação entre velocidade de lingotamento e espessura da casca na
saída do molde para diferentes aços. Fonte: CHOW, 1999. ......................................... 26
Figura 22: Relação entre velocidade de lingotamento e transferência de calor no
molde. Fonte: CHOW, 1999. ......................................................................................... 26
Figura 23: Defeito de achatamento do tarugo. Fonte: A AUTORA.......................... 27
Figura 24: Defeito de empenamento no tarugo Fonte: A AUTORA. ....................... 28
Figura 25: Modelo de solidificação da teoria do mini-lingote (ASSUNÇÃO, 2007). 30
Figura 26: Esquema das etapas da parte I da metodologia. ................................... 32
Figura 27: Esquema do passo-a-passo da Parte II da metodologia........................ 34
Figura 28: Esquema de corte da amostra para cada análise. ................................. 36
Figura 29: Imagem da serra-fita (esquerda) e da retífica (direita) utilizadas. .......... 36
Figura 30: Esquema de medição da largura da face do tarugo com paquímetro. ... 37
Figura 31: Esquema de medida da zona coquilhada das amostras de tarugo. ....... 39
Figura 32: Esquema de medida da zona colunar das amostras de tarugo. ............ 39
Figura 33: Pontos de medição de comprimento (espessura) das amostras para
cálculo de massa linear. ................................................................................................ 40
Figura 34: Zonas de onde foram retiradas amostras da peça ................................. 41
Figura 35: Comparador de diâmetro interno utilizado nas medições, sendo
calibrado através do micrômetro. .................................................................................. 42
Figura 36: Alturas do molde que foram dimensionadas (Adaptado de KME, 2018) 42
Figura 37: Boxplot de massa dos tarugos por veio e por corrida. ........................... 44
Figura 38: Variação de massa por veio nas corridas 1 e 2. .................................... 46
Figura 39: Variação de massa por veio nas corridas 3 e 4. .................................... 46
Figura 40: Correlação da diferença média de massa entre os veios com o
comprimento médio de resto das barras, registrado na saída da Laminação. .............. 47
Figura 41: Relação entre comprimento de resto teórico e real................................ 48
Figura 42: Amostra número 2, desconsiderada das análises por ter porosidade
severa (blowhole). ......................................................................................................... 50
vii
Figura 43: Amostra de número 4 atacada por ácido clorídrico. ............................... 51
Figura 44: Amostra de número 4 atacada por persulfato de amônio. ..................... 51
Figura 45: Comprimento das diferentes zonas de solidificação em função da massa
linear para aço 1025. ..................................................................................................... 52
Figura 46: Comprimento das diferentes zonas de solidificação em função da massa
linear para aço 1045. ..................................................................................................... 53
Figura 47: Massa linear de amostras de molde novo/usado, de velocidade de
lingotamento baixa/alta em função da vazão de água no molde para aços 1025. ........ 56
Figura 48: Massa linear de amostras de molde novo/usado, de velocidade de
lingotamento baixa/alta em função da vazão de água no molde para aços 1045. ........ 57
Figura 49: Massa linear de amostras de velocidade de lingotamento baixa/alta,
para aço 1025/1045 em função da vida do molde para vazão de água no molde baixa.
...................................................................................................................................... 58
Figura 50: Massa linear de amostras de velocidade de lingotamento baixa/alta em
função da vida do molde para vazão de água no molde alta e aço 1025. ..................... 59
Figura 51: Massa linear de amostras de velocidade de lingotamento baixa/alta em
função da vida do molde para vazão de água no molde alto e aço 1045. ..................... 60
Figura 52: Massa linear de amostras de molde novo/usado e vazão de água no
molde baixa/alta em função da velocidade de lingotamento para aço 1025. ................ 61
Figura 53: Massa linear de amostras de molde novo/usado e vazão de água no
molde baixa/alta em função da velocidade de lingotamento para aço 1045. ................ 62
Figura 54: Relação entre velocidade de lingotamento e comprimento da zona
colunar das amostras. ................................................................................................... 63
Figura 55: Largura média das faces das amostras de aços 1025 e 1045. .............. 64
Figura 56: Caminho de solidificação de aços 1025 e 1045. .................................... 65
Figura 57: Diferença entre as diagonais das amostras (romboidade) relacionada
com a sua massa linear. ................................................................................................ 66
Figura 58: Massa linear das amostras em função de sua área ............................... 67
Figura 59: Largura das faces de molde novo e usado a 25, 130, 250, 600 e 675
mm. a) Face A; b) Face B; c) Face C e d) Face D. ....................................................... 68
viii
LISTA DE TABELAS
ix
RESUMO
x
ABSTRACT
In the competitive environment of the steel industry, the increasing trend is in the
development of processes for steel production combining the obtaining of products with
optimal quality and that generate greater productivity, both in the process of continuous
casting and in its clients. The production of billets with incorrect or inaccurate length or
mass generates wasteful energy costs through reheating, scrapping and process
interruption during rolling, increasing the cost per ton of steel of the final product and
reducing productivity. To better work or comprehend the influence of process
parameters, it is necessary to study and to understand them. That said, this paper was
divided into two parts. The first one tried to define which is the best parameter to the
cutting of the billets in continuous casting: length or mass. The results showed that the
mass should be considered when sending billets to the rolling mill, since this parameter
ignores linear mass variations (however, the physical limitations of the reheating
furnace should be considered when evaluating the mass). The second part sought to
understand the influence that the mold life and solidification parameters have on the
linear mass of the billet and its dimensions. The results showed that the linear mass is
influenced by the mold life and the casting speed. In contrast, the water flow in the mold
showed a less significant effect in the usual working range. In general, the work resulted
in an increased productivity of the rolling of the mill studied, by stabilizing the cutting of
the billet in continuous casting by its mass, improving the scales and defining an
optimized cutting procedure based on the results of the analysis. In addition, the work
highlighted the importance of the stabilization of process parameters of continuous
casting, which influence the linear mass variation of long steels.
KEYWORDS: Continuous Casting; Linear Mass; Rolling Mill; Productivity.
xi
1
1 INTRODUÇÃO
Definir qual é o melhor parâmetro para corte dos tarugos (entre comprimento e
massa),
Avaliar a relação entre a massa linear dos tarugos e a proporção entre as
diferentes zonas de solidificação dos mesmos;
Avaliar a diferença de densidade entre tais zonas de solidificação;
Avaliar a influência da vida de molde, da velocidade de lingotamento e da
vazão de água no molde na massa linear do tarugo e características
dimensionais dos tarugos produzidos por lingotamento contínuo;
Comparar as dimensões de um molde novo às dimensões de um molde já
utilizado e suas consequências no produto.
Para a prática industrial o objetivo é obter um processo de aciaria com entrega de seu
produto com maior estabilidade, visando aumento de produtividade na laminação, com
menores riscos de segurança.
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
Esse capítulo se inicia pelos processos de fabricação de aço, comentando sobre
usinas integradas e semi-integradas, detalhando a máquina de lingotamento contínuo e
características do produto desse processo. Por fim, se discute sobre defeitos em tarugos
que resultam em perda de produtividade no processo de laminação de aços longos.
As usinas integradas são responsáveis por 71,5% da produção mundial e por 77,6%
da produção nacional (ASSOCIATION, W. S., 2018).Este processo tem início em altos-
fornos, onde o objetivo básico é reduzir o minério de ferro através da reação deste com o
4
coque (material carbonoso) e sua decorrente formação de CO. O resultado dessa reação
é a obtenção do ferro-gusa (ferro primário), um produto ferroso com alto teor de carbono
(da ordem de 4,5%) e com impurezas (enxofre, fósforo e outros elementos). Após, o ferro-
gusa é transportado (ainda líquido) por carros torpedo até a aciaria (BARTOSIAKI, 2013).
Na aciaria, ocorre o refino oxidante do ferro-gusa em conversores a oxigênio. Nesta
etapa, o ferro-gusa é efetivamente transformado em aço, a partir da remoção do excesso
de carbono e redução do teor de outros elementos e impurezas (como o fósforo).
O aço líquido é vazado em uma panela e transportada até o Forno-Panela, onde
ocorre o refino redutor do aço (ajuste fino de composição química e temperatura). O
próximo passo é a condução desta panela até o lingotamento (contínuo ou convencional),
onde ocorre a solidificação do aço em produtos semi-acabados como tarugos, lingotes,
entre outros (BARTOSIAKI, 2013).
Já em usinas semi-integradas, o processo se inicia na aciaria, sendo a principal
matéria-prima a sucata ferrosa. A seguir, serão detalhados cada etapa dessa classe de
usinas.
Pátio de Sucatas: O início do processo se dá no pátio de sucatas, onde são
realizados o recebimento, classificação, processamento e disposição das sucatas
ferrosas, de ferros primários (ferro-gusa ou ferro-esponja) e das cales. O processamento
da sucata metálica é realizado a partir de equipamentos como prensas tesoura, prensas
pacote, oxicorte e Shredder. É também função do pátio de sucatas a confecção do cestão
que será processado no forno elétrico a arco, quando são escolhidas proporções e
qualidade de cada matéria-prima do aço (MOURÃO, 2007).
Refino primário: Os cestões preparados pelo pátio de sucata são transportados até o
forno elétrico a arco, que tem como funções promover a fusão, descarburação e
desfosforação (refino primário ou oxidante) da carga. O FEA fornece energia elétrica
através de um arco voltaico estabelecido entre a carga metálica e os eletrodos de grafita,
em um meio oxidante promovido pela injeção de gás oxigênio de alta pureza. A irradiação
de calor pelo arco elétrico e a energia química gerada pelas reações de queima pelo
oxigênio são responsáveis pela fusão da carga, e as condições (meio oxidante e
temperatura)são favoráveis à desfosforação. Em resumo, a operação em um forno
elétrico a arco abrange as etapas de carregamento da carga metálica e fundentes, fusão,
5
Figura 2: Representação esquemática dos métodos direto e indireto do lingotamento convencional. Fonte: Adaptado de
RIZZO, 2005.
Figura 3: Detalhe de um distribuidor de 2 veios com revestimento refratário e zona de impacto para vazamento. Fonte:
ROCHA, 2014
Figura 4: Molde utilizado no LC de tarugos. Fonte: Adaptado de Nippon Steel Corporation, 1998, citado em MOURÃO,
2007.
extração de calor é dada através de jatos de água (ou água e ar) borrifados diretamente
na superfície da barra (GARCIA, 2006). A figura 6 mostra essa zona de sprays com jatos
justapostos ou sobrepostos.
Figura 6: Zona secundária de resfriamento contendo os sprays (com jatos justapostos e sobrepostos) para solidificação
continuada durante o lingotamento. Fonte: Adaptado de GARCIA, 2006, e citado em ROCHA, 2014.
calor suficiente para fundir o óxido formado, que é arrastado pelo oxigênio, promovendo
assim a separação do material.
a = zona de
arredondamento
b = zona cisalhada
c = zona fraturada
d = rebarba
e = empenamento
começa a ser formada uma “pele” de aço sólido, nas áreas mais próximas às faces do
molde (GSCHWENTER, 2009). Diversas variáveis influenciam no processo de
solidificação, como parâmetros operacionais ao longo do molde e na zona de sprays e a
composição química do aço.
2.3.1 Influência da composição química
A composição química classifica os aços em diferentes tipos e para diferentes
aplicações. E, dependendo desta variável, o caminho de solidificação do aço varia. A
Figura 10 mostra um diagrama do sistema Fe-C detalhado, com 3 caminhos de
solidificação demarcados.
Figura 10: Detalhe de três trajetórias de solidificação dos aços no sistema Fe-C (linhas pontilhadas). Fonte: OLIVEIRA,
2009.
geral, eles apresentam máxima contração após a solidificação, devido à reação peritética,
propiciando a formação de uma superfície rugosa ou com depressão na peça solidificada.
Entre 0,09 e 0,17% C, A solidificação inicia com a formação de grãos de ferrita-, que
aumenta sua proporção até atingir a temperatura da reação peritética (1493/C), quando
todo líquido remanescente e parte da ferrita- formada se transformam em austenita,
resultando em ferrita- + austenita. Com a queda da temperatura, a ferrita- aos poucos
se transforma em austenita até que 100% desta fase seja formada.
A terceira linha representa aços entre 0,17 e 0,53%C. Para estes, a solidificação
também inicia com a formação de cristais de ferrita-, porém, após a reação peritética
(que transforma toda ferrita- e parte do líquido em austenita), ainda fica no sistema uma
certa proporção de fase líquida, o que traz um alívio das tensões geradas pela
transformação de fase. Esse líquido se transforma aos poucos em austenita, à medida
que a temperatura diminui, até que a solidificação seja concluída (OLIVEIRA, 2009).
A Tabela 1 mostra um balanço das fases antes e após a reação peritética
(VALADARES, 2006).
Tabela 1: Balanço das fases antes e após a temperatura peritética (% em massa). Fonte: VALADARES, 2006.
Essa tabela mostra que, com o aumento do teor de carbono na faixa entre 0,17 e
0,48%C, a ocorrência de defeitos pela contração devida à diferença de densidade entre
ferrita- e austenita deve diminuir, pelo aumento da presença de líquido.
2.3.2 Segregação
A segregação também é um aspecto importante da solidificação dos aços. Ela ocorre
devido à diferença de solubilidade do soluto entre as fases líquida e sólida. Durante a
solidificação, os solutos (elementos dissolvidos e impurezas) são redistribuídos a partir da
15
Figura 11: Diferença de composição entre líquido e sólido durante a solidificação de ligas. Fonte: MATTER, 2007.
Figura 12: Representação das estruturas coquilhada, colunar e equiaxial (adaptado de ASM Handbook, 1992 e citado
em FARIA, 2015).
16
Figura 13: Dendritas favoravelmente orientadas desenvolvendo-se na forma de grãos colunares (Fonte: RODRIGUES,
2007).
Figura 14: Ilustração esquemática das estruturas macroscópicas de um lingote fundido com transição colunar/equiaxial
Fonte: OSÓRIO, 2004.
Tabela 2: Fatores que influenciam no favorecimento do crescimento da zona equiaxial Fonte: Adaptado de Garcia, 2007.
Favorecer a zona
Fator
equiaxial
Superaquecimento
Extração de calor
Metal/molde
Taxa de resfriamento
Teor de soluto
Aquecimento do
molde
Seção do molde
Figura 15: Seção transversal de um tarugo evidenciando porosidades com grãos heterogêneos em um aço fundido e a
sua estrutura final com grãos homogêneos após sofrer conformação durante a laminação. Fonte: VIANA, 2009.
21
Figura 16: Desenho esquemático da conformação exercida pelos cilindros de laminação para reduzirem a seção de um
material. Fonte: DAROIT, 2012.
Figura 17: Ilustração do processo de laminação a quente de produtos longos. Fonte: VIANA, 2009.
22
2.5.1 Romboidade
A romboidade é a distorção da seção transversal quadrada do tarugo, mostrando uma
diagonal maior que a outra (Figura 16), e pode ser calculada simplesmente pela subtração
da dimensão “d” da dimensão “D”. Originado normalmente no molde, provavelmente nos
primeiros centímetros solidificados, e ligado com as características do aço e com a
transferência de calor no molde, o problema tem sido atribuído geralmente a condições
não uniformes do resfriamento primário (resfriamento mais rápido de duas faces do tarugo
em detrimento das demais durante o lingotamento contínuo).
23
Figura 19: Efeito de uma maior vazão de água no molde na temperatura do molde. Fonte: Adaptado de KUMAR, 1991.
Figura 20: Efeito da vazão de óleo na extração de calor. Fonte: Adaptado de KUMAR, 1991.
25
Figura 21: Relação entre velocidade de lingotamento e espessura da casca na saída do molde para diferentes aços.
Fonte: CHOW, 1999.
Figura 22: Relação entre velocidade de lingotamento e transferência de calor no molde. Fonte: CHOW, 1999.
2.5.2 Achatamento
Esse defeito pode ocorrer devido à pressão excessiva nos extratores da máquina do
lingotamento (quando ocorre em toda a extensão da peça) ou devido ao método de corte
com navalhas, quando ocorre somente na zona de corte, devido à deformação plástica
que ocorre logo antes do cisalhamento. O defeito se caracteriza pela redução da altura da
peça e consequente aumento da largura (Figura 23).
2.5.3 Empenamento
É a curvatura do tarugo ao longo de seu eixo longitudinal, em qualquer direção
(Figura 24). Defeito causado pelo resfriamento não homogêneo do produto na zona
secundária ou terciária do lingotamento contínuo.
28
comprimento especificado pelo cliente. Tais sobras de barras curtas devem ser separadas
das peças com dimensões dentro do especificado e essa triagem, em certos casos, pode
ser feita manualmente pelo operador da saída da laminação sob demanda da parada do
laminador para realização da tarefa com segurança, porém prejudicando a produtividade
deste.
Em decorrência disso, para minimizar tais perdas, a massa linear das barras pode ser
alterada dentro da faixa estabelecida, porém essa calibração também ocasiona
sucessivas paradas no laminador para retirada de amostras.
Especificamente sobre a porosidade, a mesma pode surgir como forma de pin holes
(porosidade externa),blowholes (porosidade interna) ou ainda rechupes (porosidade
central).
Pin holes e blowholes:A possibilidade de ocorrência desses defeitos está relacionada
à soma das pressões parciais dos gases desprendidos durante o resfriamento (CO, N2 e
H2 )(Campanharo, 2003). Quando a soma das pressões parciais máximas de hidrogênio,
nitrogênio e monóxido de carbono em equilíbrio com o aço líquido é maior que PTOTAL
(Equação 1), então podem ser formadas “bolhas” ou “poros” (SERRA, 2011).
𝑃𝐺Á𝑆 = 𝑃𝐻2 + 𝑃𝑁2 + 𝑃𝐶𝑂 >𝑃𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 (1)
Esses defeitos são mais suscetíveis de ocorrer na zona colunar, com o
aprisionamento de bolhas de gás entre os braços das dendritas.
3 METODOLOGIA
A metodologia deste trabalho foi dividida em 2 partes. A primeira busca entender qual
o melhor método de entrega do produto da aciaria (tarugo) para o cliente (laminação):
massa ou comprimento conhecido. A segunda parte procura conhecer os fatores que
influenciam na massa linear e no dimensional do tarugo.
As especificações da máquina de lingotamento contínuo de aços longos usada nesse
estudo se encontram no anexo A.
Foram usadas 4 corridas para este teste, com massa ou comprimento conhecidos,
conforme a Tabela 3.
Tabela 3: Massa / comprimento dos tarugos de cada corrida.
Corrida 1 2 3 4
Veio 1 2 1 2 1 2 1 2
Massa (kg) - - - - 490 490 490 490
Comprimento (m) 4,56 4,56 4,56 4,56 - - - -
33
Aço C Mn Si S P
3.2.2 Amostragem
Sabendo quais são as variáveis mais relevantes para o presente estudo, foi utilizada a
metodologia DOE (Design of Experiments) através do programa para fins estatísticos
MiniTab, para estabelecer a melhor configuração das análises. Assim, a amostragem foi
realizada conforme mostra a Tabela 5.
Tabela 5: Parâmetros de solidificação e vida do molde para a amostragem.
Velocidade de
Vazão de água Vida de Molde
Amostra Veio Lingotamento
no molde(L/min) (nº de corridas)
(m/min)
1 1 ~2,10 ~1700 -250
2 2 ~2,10 ~2000 +1800
3 1 ~2,70 ~1700 -250
4 2 ~2,70 ~2000 +1800
5 1 ~2,70 ~1700 -250
6 2 ~2,70 ~2000 +1800
7 1 ~2,10 ~1700 -250
8 2 ~2,10 ~2000 +1800
36
Figura 28: Esquema de corte da amostra para cada análise (em azul a amostra para análise macroestrutural e em cinza
a amostra para análise de massa linear).
Além disso, as diagonais das amostras foram medidas para posterior cálculo da
romboidade, através da Equação 2:
𝑅𝑜𝑚𝑏𝑜𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐷 − 𝑑 (𝑚𝑚) (2)
Onde D é a diagonal de maior dimensão e d é a diagonal de menor dimensão.
Ainda, com o auxílio do software de análise de imagens Image J (National Institutes of
Health, USA) foi mensurada a área da seção transversal de cada uma das amostras.
Todos esses resultados foram correlacionados com a massa linear e os parâmetros
variados durante amostragem (vide Tabela 5).
clorídrico (50% HCl – 50% H2O) aquecido a 60°C por 30 minutos, seguido por rápida
neutralização em solução de CaO (100g/L). Após, as amostras foram lavadas em água
corrente e secadas com álcool e pano limpo. O emprego de ácido clorídrico origina vários
inconvenientes, como a geração de vapores ácidos, que tornam obrigatório o uso da
capela (que acaba sendo danificada pelos gases corrosivos). Além disso, o fato de ter
baixo pH e com a necessidade de aquecer a solução para realização do ataque torna
muito grave qualquer acidente que leve o contato do reagente com a pele e os olhos
(SILVA, 2013).
No segundo método, as amostras foram atacadas com persulfato de amônio (20%
(NH4)S2O8 – 80% H2O)à temperatura ambiente, durante 10 minutos e após, lavadas em
água corrente e secadas com álcool e pano limpo. Segundo Silva, são diversas as
vantagens observadas na substituição de ácido clorídrico pelo persulfato de amônio, do
ponto de vista de saúde, segurança, meio ambiente, necessidade de aparatos (pois não
necessita de aquecimento ou sistemas robustos de exaustão de gases). Além disso, se
mostra equivalente à qualidade do ataque feito pelo primeiro ácido (SILVA, 2013).
Assim que foram atacadas, foram tiradas fotos das seções transversais das amostras
para posterior análise da macroestrutura. Com o auxílio de um paquímetro de 0,02 mm de
precisão, foram mensurados os comprimentos de cada zona de solidificação (coquilhada,
colunar e equiaxial). Foram retiradas 5 medidas da zona coquilhada de cada face das
amostras (Figura 31) e 3 medidas da zona colunar (Figura 32). O comprimento da zona
equiaxial foi calculado pela Equação 3.
39
Figura 33: Pontos de medição de comprimento (espessura) das amostras para cálculo de massa linear.
As mesmas amostras também foram pesadas através de uma balança analítica com
precisão de 0,1 g. Os dados de massa e comprimento foram utilizados no cálculo de
massa linear através da Equação 4.
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑘𝑔)
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎𝐿𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 = 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑚) (4)
Para isso, 2 amostras de tarugo de aço 1025 foram cortados conforme a Figura 34,
pesados em balança analítica de 0,1 g de precisão e após tiveram seu volume
determinado no picnômetro.
Figura 35: Comparador de diâmetro interno utilizado nas medições, sendo calibrado através do micrômetro.
Figura 36: Alturas do molde que foram dimensionadas (Adaptado de KME, 2018)
43
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Assim como a metodologia deste trabalho, o capítulo de Resultados e Discussão
também foi dividido entre Parte I (avaliação de desempenho MASSA vs COMPRIMENTO)
e Parte II (avaliação de parâmetros que influenciam na massa linear e no dimensional dos
tarugos).
A Figura 37 mostra um gráfico boxplot da massa registrada, peça a peça, por veio da
máquina e por corrida. Juntamente, é mostrada a Tabela 6, com a média desses registros
de massa e o comprimento dos tarugos medido no início da corrida 1 e no início da
corrida 3 (após troca de referência para corte de comprimento para massa).
Figura 37: Boxplot de massa dos tarugos por veio e por corrida.
45
É observado que, nas duas primeiras corridas, a diferença de massa entre os veios 1
e 2 foi bem alta, sendo, na média, de 6,37 kg na primeira e de 6,81 kg na segunda corrida
(aumento de 0,44 kg da primeira para a segunda corrida). A partir da terceira corrida, a
diferença de massa entre os veios teve uma queda drástica, ficando com a média de 0,64
kg na terceira e 1,68 kg na quarta corrida (aumento de massa foi de 1,04 kg da terceira
para a quarta corrida). A mediana de massa dos veios 1 e 2, na terceira corrida, ficou
bastante próxima, e a dispersão dos pontos também, porém, se distanciam e a faixa de
intersecção (caixa de dispersão + cauda) é quase inexistente na quarta corrida. Não foi
registrado nenhum dado discrepante (ausência dos chamados “outlines”).
A Figura 37 e a Tabela 6 evidenciam que não é possível ter como referência as
variáveis massa e comprimento ao mesmo tempo. As corridas em que os tarugos dos
dois veios tinham a mesma massa tiveram diferença de 50 mm de comprimento. Os
dados também mostram que a diferença de massa entre os tarugos dos dois veios varia à
medida em que o tempo passa, o que pode ser melhor avaliado através das Figuras 38 e
39.
46
Esses gráficos mostram que, nas duas primeiras corridas, ambos os veios tiveram
uma tendência de diminuir a massa das peças com o passar do tempo. Mas o aumento
da diferença de massa média entre os tarugos do veio 1 e 2 em 0,44 kg pode ser
explicada por uma queda um pouco mais expressiva no veio 2 em detrimento do veio 1,
evidenciada pela equação da reta da linha de tendência, de coeficiente angular -0,0401
no veio 1 e de -0,05 no veio 2. Já para as corridas 3 e 4, o aumento da diferença de
massa média entre os tarugos do veio 1 e 2 em 1,04 kg ocorreu pois houve uma
tendência do veio 1 de aumentar a massa dos tarugos ao mesmo tempo em que o veio 2
de diminuir a mesma. Essa variação de massa pode ser explicada pela fluidodinâmica do
47
aço dentro do distribuidor que, sendo ineficaz, pode ter deixado o material não
homogeneizado.
A figura 40 mostra a relação da diferença de massa média entre os veios e o
comprimento médio de resto registrado na saída da Laminação, para cada corrida. É
importante salientar que estava sendo produzido, no dia, vergalhão de 20 mm de
diâmetro, de massa linear média 2,466 kg/m.
Massa média dos tarugos VS Comprimento médio das barras por corrida
Comprimento médio resto (y) = - 0,1010 + 0,4583 Δmassa média entre veios (x)
3,5 S 0,228156
2 R-Sq 98,4%
3,0 R-Sq(adj) 97,6%
Comprimento médio resto (m)
2,5 1
2,0
1,5
4
1,0
0,5
0,0 3
0 1 2 3 4 5 6 7
Δmassa média entre veios (kg)
Figura 40: Correlação da diferença média de massa entre os veios com o comprimento médio de resto das barras,
registrado na saída da Laminação para as corridas 1, 2, 3 e 4.
A partir da diferença média de massa dos tarugos por veio, foi feito um cálculo de
previsão do comprimento das barras curtas na saída da Laminação. A Figura 41 mostra
uma relação entre esse comprimento teórico (calculado através da massa média e da
massa linear dos tarugos) e o comprimento real, registrado durante produção, onde a
linha contínua representa somente a função x=y.
3,0
abs. médio =
Comprimento de resto real (m)
0,2379 m
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Comprimento de resto teórico (m)
O resultado da análise de massa linear dos tarugos mostrou uma diferença de 1,38
kg/m entre os tarugos dos veios 1 e 2. Essa diferença, na produção de tarugos de 4,56 m,
resulta em 6,29 kg a mais no veio 1 em detrimento do veio 2. E, apesar de parecer pouca
diferença em termos de massa de aço, na produção de vergalhões, a diferença pode
resultar em perdas conforme mostra a tabela 8 (valores calculados a partir da massa
linear especificada).
Tabela 8: Relação de diâmetro da seção transversal dos vergalhões e comprimento de resto teórico.
Produção de vergalhão
Massa de Diâmetro da seção Massa linear Comprimento de
tarugo (kg) transversal (mm) especificada (kg/m) resto teórico (m)
8 0,395 15,92
10 0,617 10,19
12,5 0,963 6,53
6,29
16 1,578 3,99
20 2,466 2,55
25 3,853 1,63
A tabela 8 mostra que essa diferença de massa linear pode resultar em 15,92 metros
de comprimento de barras na laminação durante a produção de vergalhão de 8 mm de
diâmetro. Essa diferença é muito significativa e poderia causar perdas importantes de
produtividade por embolamento das barras no leito de resfriamento e acúmulo de barras
no stacker. Além do mais, para a produção de vergalhão de 20 mm de diâmetro, o
comprimento de resto teórico seria de 2,55 metros, muito próximo do comprimento de
resto médio registrado na corrida 1 (de 2,68 metros para uma diferença de massa entre
os veios de 6,37 kg, vide Tabela 6 e Figura 41). Ou seja, a diferença de massa linear
verificada entre os veios 1 e 2 justifica a diferença de massa dos tarugos e a ocorrência
de barras curtas na saída da laminação.
50
Figura 42: Amostra número 2, desconsiderada das análises por ter porosidade severa (blowhole).
através do software Image-J a área das diferentes zonas de solidificação. Portanto, todas
as zonas foram medidas com paquímetro.
O comportamento da massa linear relacionado com as proporções das zonas de
solidificação para o aço 1025 é mostrado na Figura 45.
Figura 45: Comprimento das diferentes zonas de solidificação em função da massa linear para aço 1025.
Figura 46: Comprimento das diferentes zonas de solidificação em função da massa linear para aço 1045.
O gráfico da Figura 46 mostra que, para esse aço, a zona coquilhada ficou, na média,
menor do que para o aço 1025, mas permanece sem alterações importantes com relação
à massa linear, apresentando um coeficiente de determinação bastante baixo para que
sua influência seja conclusiva.
Quanto ao comportamento da zona colunar com relação à massa linear para aços
1045, a mesma mostrou a mesma tendência (diretamente proporcional), porém mais forte
neste aço em detrimento ao 1025. Ou seja, o resultado mostra que o aumento da massa
linear aumenta a probabilidade de encontrar comprimentos maiores de zona colunar na
seção transversal do tarugo. A variação do comprimento dessa zona ficou na faixa entre
16,38 e 29,83 mm.
A zona equiaxial do aço 1045 também mostrou o mesmo comportamento da Figura
44 (aço 1025), em que o aumento da massa linear resulta em um menor comprimento da
mesma, variando entre 24,67 e 39,39 mm.
Comparando os gráficos das Figuras 44 e 45, o aço 1025 apresentou uma média
maior de comprimento da zona coquilhada, de 6,28 mm, enquanto o aço 1045 apresentou
54
média de 4,35 mm. A zona colunar para o aço 1025 mostrou estar presente em maior
proporção em detrimento à zona equiaxial, comportamento que se mostrou inverso no aço
1045.
A tabela 8 apresenta um resumo das médias de comprimento de cada zona de
solidificação para cada aço.
Tabela 9: Comparação de comprimento de cada zona de solidificação para cada aço.
Tabela 10: Resultado da análise de densidade de cada zona de solidificação através da Picnometria a Hélio.
Densidade média
Zona ρ (g/cm³)
Média 7,434
Coquilhada
Desvio 0,015
Média 7,603
Colunar
Desvio 0,004
Média 7,566
Equiaxial
Desvio 0,009
pode ser dividida entre dois tipos, sendo eles a microsegregação (associada à
redistribuição do soluto na escala do espaçamento interdendrítico) e a macrosegregação.
Esta última envolve maiores distâncias, e é normalmente associada ao movimento
convectivo do líquido segregado durante o processo de solidificação (SILVA, 2014). Esta
segregação pode resultar em uma densidade menor da zona equiaxial em detrimento da
zona colunar devido à maior concentração de solutos menos densos que os átomos de
ferro. Porém, esse resultado contradiz outra teoria que afirma que a zona colunar é mais
suscetível a porosidade do que a zona equiaxial (GARCIA, 2007), o que diminuiria a
densidade da zona colunar. O fato de a máquina de LC avaliada não contar com um
agitador eletromagnético contribui para essa segregação.
O resultado da análise da densidade das zonas colunar e equiaxial ficou de acordo
com os resultados da relação entre massa linear e o comprimento das zonas de
solidificação, em que o aumento da zona colunar (de maior densidade) aumenta a massa
linear e o aumento da zona equiaxial (de menor densidade) diminui a massa linear.
A respeito da zona coquilhada, não foi encontrada nenhuma evidência para justificar
tamanha diferença com relação às outras zonas. Suspeita-se que, em se tratando da
amostra mais externa da peça, a presença de carepa na superfície tenha baixado a
densidade da mesma.
Aço 1025
110,60
y = 0,0015x + 107,26
110,40
Massa linear (kg/m)
110,20
110,00
109,80
y = 0,0009x + 108,6
109,60
y = 0,0012x + 107,43
109,40
109,20
109,00
1600 1700 1800 1900 2000 2100
Vazão de água no molde (L/min)
Molde novo, placa TR 13 mm Molde novo, placa TR 15 mm
Molde usado, placa TR 13 mm Molde usado, placa TR 15 mm
Figura 47: Massa linear de amostras de molde novo/usado, de velocidade de lingotamento baixa/alta em função da
vazão de água no molde para aços 1025.
O resultado deste teste mostra que a vazão de água no molde tem influência na
massa linear do tarugo, aumentando a mesma com o aumento da vazão. O aumento de
1700 a 2000 L/min elevou a massa linear, em média, em 0,37 kg/m, em cada uma dessas
situações. Ainda, é possível ver, neste gráfico, que há uma diferença visível de massa
linear entre as amostras menor vida de molde (195 corridas) e as de maior vida de molde
(3000 corridas), sendo maior a massa linear para as amostras de molde mais novo.
Porém, é importante salientar que, apesar de a amostragem ter sido realizada com a
vazão de água no molde nesses extremos (justamente para avaliar sua influência), a
vazão que é utilizada na prática dificilmente fica fora da faixa entre 1950 e 2050 L/min,
dentro da qual a massa linear não varia de forma significativa (e uma vez que a vazão é
ajustada, é suficientemente constante). Conforme a equação da reta obtida pela
dispersão dos pontos, o aumento da massa linear é de 0,12 kg/m com o aumento da
vazão de água no molde de 1950 para 2050 L/m, diferença que não é considerada
relevante.
A Figura 48 mostra a relação de massa linear e vazão de água no molde para aços
1045.
57
Aço 1045
110,60
Massa linear (kg/m) 110,40
110,20
y = 0,0001x + 109,64
110,00
109,80
109,60 y = -1E-04x + 109,63
109,40
109,20 y = 5E-05x + 109,27
109,00
y = -2E-05x + 109,11
108,80
1600 1700 1800 1900 2000 2100
Vazão de água no molde (L/min)
Molde novo, placa TR 13 mm Molde novo, placa TR 15 mm
Molde usado, placa TR 13 mm Molde usado, placa TR 15 mm
Figura 48: Massa linear de amostras de molde novo/usado, de velocidade de lingotamento baixa/alta em função da
vazão de água no molde para aços 1045.
O gráfico da figura 48 para aços 1045, ao contrário do resultado dos aços 1025, não
mostrou influência alguma da massa linear com relação à vazão de água no molde. Em
todas as situações, o aumento da vazão de água no molde de 1700 para 2000 L/min não
alterou em praticamente nada a massa linear dos tarugos.
Além disso, as amostras de maior massa linear são justamente as amostras
produzidas no molde de maior vida, com 3015 corridas. Esse resultado também foi
contraditório se comparado ao obtido no aço 1025, em que as amostras de maior massa
linear foram as de molde mais novo.
De modo geral, com os resultados obtidos para os dois aços, verifica-se que a vazão
de água no molde não é uma variável extremamente relevante na variação da massa
linear dos tarugos. Por esse motivo e pelo fato de a alteração da vazão de água no molde
ser um risco considerável de segurança, não foram feitos testes em duplicata desta
variável.
y = -0,0002x + 110,23
110,00
109,80
y = 0,0002x + 109,36
109,60
109,40
y = 0,0001x + 109,07
109,20
109,00
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Vida de molde (corridas)
1025, placa TR 13 mm 1025, placa TR 15 mm 1045, placa TR 13 mm 1045, placa TR 15 mm
Figura 49: Massa linear de amostras de velocidade de lingotamento baixa/alta, para aço 1025/1045 em função da vida
do molde para vazão de água no molde baixa.
A vida do molde mostrou que tem influência sobre a massa linear dos tarugos sob
condições de baixa vazão de água no molde, porém, essa influência é contraditória nos
aços 1025 e 1045: nos primeiros, a massa linear tendeu a diminuir com o aumento da
vida do molde, e no segundo, a massa linear aumentou. As amostras circuladas no
gráfico são referentes a 2 amostras de 1025, de molde novo (195 corridas), que
apresentaram esse comportamento discrepante. Em média, o aumento da vida do molde
de 13 para 3028 corridas aumentou a massa linear em 0,4 kg/m.
O gráfico da Figura 50 mostra o comportamento da massa linear com relação à vida
do molde para as amostras do aço 1025 retiradas com alta vazão de água no molde
(~2000 L/min). A legenda da figura mostra se é a amostra é referente à velocidade de
lingotamento baixa (placa de Troca Rápida de 13 mm) ou alta (placa de Troca Rápida de
15 mm).
59
Placa TR 13 mm Placa TR 15 mm
Figura 50: Massa linear de amostras de velocidade de lingotamento baixa/alta em função da vida do molde para vazão
de água no molde alta e aço 1025.
O gráfico mostrou que à medida em que a vida do molde aumenta (tem mais
corridas), a massa linear dos tarugos tende a aumentar. Porém, o coeficiente de
determinação (R²) das linhas de tendência obtido é baixo, sendo de 0,0606 para baixa
velocidade de lingotamento e 0,0475 para alta velocidade de lingotamento. Os pontos
circulados nas figuras 49 e 50 são referentes a amostras produzidas no mesmo molde e
são a principal razão do baixo coeficiente de determinação obtido. Ou seja, todas as
amostras retiradas desse molde apresentaram comportamento discrepante do observado
nos demais, o que evidencia que este molde poderia ter alguma outra variável
contribuindo mais do que a própria influência da vida do molde. Dentre as possíveis
variáveis, pode-se destacar a vazão de óleo de lubrificação no molde, desalinhamento de
tubos de refrigeração, obstrução de canais de refrigeração do molde, ou da segunda zona
de resfriamento, entre outras.
Desconsiderando esses pontos discrepantes, o aumento da vida do molde de 150
para 3015 corridas aumentou a massa linear, em média, em 0,92 kg/m com baixa
velocidade de lingotamento e em 0,62 kg/m com alta velocidade de lingotamento.
O gráfico da Figura 51 mostra o comportamento da massa linear com relação à vida
do molde para as amostras do aço 1025 retiradas com alta vazão de água no molde
60
R² = 0,7835
109,60
109,40
y = 0,0001x + 109,17
109,20
R² = 0,3862
109,00
108,80
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Vida do molde (corridas)
Placa TR 13 mm Placa TR 15 mm
Figura 51: Massa linear de amostras de velocidade de lingotamento baixa/alta em função da vida do molde para vazão
de água no molde alto e aço 1045.
Assim como no aço 1025, nas amostras do aço 1045 também mostraram influência
diretamente proporcional entre a vida do molde e a massa linear. O aumento da vida do
molde de 0 a 3028 corridas aumentou a massa linear, em média, em 0,38 com baixa
velocidade de lingotamento e em 0,28 kg/m com alta velocidade de lingotamento.
Esse aumento da massa linear observado em todas as condições testadas pode ser
devido a desgastes da parede interna do molde, podendo preencher mais espaço dentro
do mesmo, e tendo, então, maior área da seção transversal (o que leva a uma maior
massa linear). Com o aumento de número de corridas que cada molde lingota, o mesmo
pode perder sua conicidade, que é projetada justamente para minimizar o gap de ar
formado entre metal e molde devido à contração do metal solidificado. Com essa perda de
conicidade, a extração de calor pode ser prejudicada e se torna mais lenta. Com a
solidificação mais lenta pelo fluxo de calor reduzido, é possível que vazios tenham tempo
de ser preenchidos pelo metal líquido, aumentando, assim, a massa linear.
61
Aço 1025
110,5
Massa linear (kg/m)
110,0
109,5
109,0
108,5
108,0
2,00 2,10 2,20 2,30 2,40 2,50 2,60 2,70 2,80
Velocidade de lingotamento (m/min)
Molde novo, vazão de água no molde baixa Molde novo, vazão de água no molde alta
Molde usado, vazão de água no molde baixa Molde usado, vazão de água no molde alta
Figura 52: Massa linear de amostras de molde novo/usado e vazão de água no molde baixa/alta em função da
velocidade de lingotamento para aço 1025.
Tabela 11: Equação da reta e coeficiente de determinação para cada linha de tendência para aço 1025
Velocidade de lingotamento
Molde Baixa Alta
y = 0,5326x + 108,75 y = 0,9609x + 106,79
Novo
R² = 1 R² = 0,1004
- y = 0,482x + 108,03
Usado
R² = 0,1012
Como pode-se observar na Figura 52, a dispersão dos pontos nos casos de vazão de
água baixa foi bastante elevada, baixando o coeficiente de determinação das linhas de
tendência. Analisando essa dispersão, foi possível observar que a principal razão para
essa dispersão é a vida do molde, que, apesar de classificada simplificadamente como
novo (de 0 até 250 corridas) e usado (a partir de 1800 até 3028 corridas), variou dentro
62
dessas limitações. Entretanto, mesmo com essa dispersão, a massa linear dos tarugos
mostrou tendência a aumentar com o aumento da velocidade de lingotamento em ambas
as situações (molde novo/usado).
Quanto às amostras de baixa vazão de água no molde, foi retirada somente uma em
cada condição, sem triplicata. Como a amostra de baixa vazão de água no molde usado
teve muita porosidade, não foi possível avaliar o comportamento da massa linear nessa
situação. Em molde novo, o comportamento também foi de aumento da massa linear com
o aumento da velocidade de lingotamento.
A Figura 53 mostra o comportamento da massa linear do aço SAE 1045 com relação
à velocidade de lingotamento. A Tabela 12 mostra a equação da reta e o coeficiente de
determinação para cada uma das linhas de tendência.
Aço 1045
110,0
Massa linear (kg/m)
109,8
109,6
109,4
109,2
109,0
1,80 2,00 2,20 2,40 2,60 2,80 3,00
Velocidade de lingotamento (m/min)
Molde novo, vazão de água no molde baixa Molde novo, vazão de água no molde alta
Molde usado, vazão de água no molde baixa Molde usado, vazão de água no molde alta
Figura 53: Massa linear de amostras de molde novo/usado e vazão de água no molde baixa/alta em função da
velocidade de lingotamento para aço 1045.
Tabela 12: Equação da reta e coeficiente de determinação para cada linha de tendência para aço 1045.
Velocidade de lingotamento
Molde Baixa Alta
y = 0,3989x + 108,32 y = 0,564x + 108,01
Novo
R² = 1 R² = 0,6406
y = 0,4858x + 108,54 y = 0,3611x + 108,78
Usado
R² = 1 R² = 0,4218
63
y = 2,5913x + 23,869
32,00 R² = 0,1812
30,00
28,00
26,00
y = 3,4963x + 18,174
24,00 R² = 0,2445
22,00
1,80 2,00 2,20 2,40 2,60 2,80
Velocidade de lingotamento (m/min)
1025 1045
Figura 54: Relação entre velocidade de lingotamento e comprimento da zona colunar das amostras.
120
119
Largura da face (mm)
118
117
118,98 118,97 1025
118,58 118,48 118,62 118,50
116 1045
116,84 117,03
115
114
A B C D
Face
Figura 55: Largura média das faces das amostras de aços 1025 e 1045.
1025 1045
Para os aços 1025, logo antes da reação peritética (que ocorre na temperatura de
aproximadamente 1493°C), a proporção de ferrita- em relação ao líquido é em média de
63%. No momento da reação peritética, toda essa ferrita- e parte do líquido presente se
transforma em austenita. Essa transformação gera a tendência à contração por causa da
diferença de densidade entre a ferrita-e a austenita. Em geral, a máxima contração é
após a solidificação, propiciando a formação de uma superfície rugosa ou com depressão
na peça solidificada. Porém, é importante salientar que a presença do líquido alivia as
tensões internas devido à diferença de densidade dos sólidos formados (GSCHWENTER,
2009).
Para os aços 1045, que tem um teor consideravelmente mais alto de carbono, a
proporção de ferrita- com relação ao líquido logo antes da reação peritética é de
aproximadamente 5%, muito inferior à do aço 1025 em mesma situação. A reação
peritética ocorre, mas com uma proporção muito menor de material, portanto tendo menor
tendência à contração devido à diferença de densidade entre a ferrita- e a austenita. A
66
presença maior de líquido também se responsabiliza pelo maior alívio das tensões
geradas, e o resultado é um tarugo com faces maiores devido à menor contração ocorrida
(OLIVEIRA, 2009).
Sobre a dimensão da Face A ser sempre menor que as demais, segundo a empresa
fornecedora de moldes KME, a hipótese mais forte para justificar o fato é devido à face A
corresponder ao raio interno da máquina de lingotamento contínuo. Ao tornar a barra de
vertical para horizontal, essa dobra pode transformar o tarugo de seção quadrada em uma
forma trapezoidal (KME, 2018).
4.2.7 Romboidade
Os resultados das análises de massa linear foram plotados com relação à romboidade
das amostras, e a Figura 57 mostra esse gráfico para os aços 1025 e 1045.
110,5
y = 0,0966x + 109,06
110,0 R² = 0,2452
Massa linear (kg/m)
109,0
108,5
108,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Romboidade (mm)
1025 1045
Figura 57: Diferença entre as diagonais das amostras (romboidade) relacionada com a sua massa linear.
A figura 57 mostra que há uma relação considerável entre a massa linear dos tarugos
e a romboidade dos mesmos. Quanto maior é a romboidade medida (diferença das
diagonais), maior é a massa linear dos tarugos. Essa maior romboidade pode estar
atrelada à maior vida do molde, que resulta no incremento do gap de ar entre metal e
molde e suavização da sua conicidade nominal e deixa a extração de calor não-uniforme.
67
Já foi visto nos resultados anteriores que a vida do molde contribui para o aumento da
massa linear, portanto esse resultado pode ser simplesmente uma consequência do
aumento da vida do molde e um sintoma de diferença de massa linear.
Uma hipótese para a romboidade causar a variação de massa linear é se a área do
da seção transversal do tarugo não seguir todas as propriedades que um losango perfeito
deve ter. Por exemplo, se os ângulos opostos não forem idênticos, ou os lados opostos
não forem paralelos, ou ainda se houverem “bicos” nos vértices ou se a romboidade for
acompanhada de um achatamento das faces.
Segundo a empresa fornecedora de moldes KME, já foram verificadas ocorrências de
variação de massa linear de tarugos em outras aciarias e as mesmas vinham
acompanhadas de romboidade, porém não foram estudadas até encontrar evidências ou
hipóteses de suas causas raízes (KME, 2018).
4.2.8 Área
A Figura 58 mostra a massa linear das amostras de tarugos em função da área da
seção transversal das amostras dos dois aços estudados, por corrida, calculada através
do software de análise de imagens Image-J. Nesta figura, as corridas 2 e 3 e as corridas 5
e 6 foram plotadas juntas, pois foram amostradas no esmo dia, consecutivamente.
110,5
y = 0,0025x + 74,881 y = 0,0004x + 104,04
R² = 0,6808 R² = 0,0193
110,0
Massa linear (kg/m)
109,5
109,0
y = 0,0007x + 99,674
R² = 0,0854
108,5
y = 0,0016x + 86,207
R² = 0,132
108,0
14000 14050 14100 14150 14200 14250 14300 14350 14400 14450 14500
Área (mm²)
a) b)
a)
c) d)
Figura 59: Largura das faces de molde novo e usado a 25, 130, 250, 600 e 675 mm. a) Face A; b) Face B; c) Face C e
d) Face D.
69
As figuras mostram que moldes novos tem largura média das faces B e D de 2,3 mm
maior que as faces A e C. Segundo a fabricante, a largura adicional dessas faces é
projetada para compensar a compressão exercida pelos rolos de pé na saída do molde.
Porém, a máquina se lingotamento contínuo onde foi feita a amostragem não conta com
esses componentes, o que explica porque a medição dimensional dos tarugos mostrou
essa discrepância entre as mesmas faces (Figura 55).
Ainda, é possível observar que as faces A e C do molde novo diminuem sua largura
com o aumento da profundidade. As mesmas foram projetadas com essa conicidade
devido à compensação da contração do tarugo durante a solidificação. Já as faces B e D
têm redução de largura no primeiro terço de sua profundidade, mas depois esta aumenta
e volta a reduzir.
Sobre o molde usado, o desgaste começa a surgir a 250 mm nas faces A e C e um
pouco acima de 600 mm nas faces B e D. O maior desgaste observado em todas as faces
foi na base do molde (entre 600 e 675 mm), quando a casca é mais fria, dura e abrasiva
(KME, 2018).Esse desgaste pode ter origem na entrada da barra-falsa pela base do
molde, pela conicidade excessiva na região (BARCELLOS, 2007) ou desgaste que a
própria barra de aço solidificada exerce sobre a base do molde (KME, 2018).
Dentre as 4 faces, a que mais sofreu desgaste após a utilização do molde foi a face A
(que corresponde ao raio interno da barra), com largura 0,94 mm maior no molde usado
em comparação com o molde novo (sendo a média do desgaste das demais faces igual a
0,62 mm). A razão pela qual essa face é a mais desgastada pode ser devido ao projeto da
máquina do lingotamento contínuo, que “dobra a barra” para transformá-la de vertical para
horizontal. Assim, durante o lingotamento, a barra é puxada contra o raio interno do
molde, gerando maior atrito e consequentemente, um maior desgaste. Essa situação é
acentuada quando o raio da máquina é pequeno, que é o caso da máquina onde foi feita
a amostragem (KME, 2018). Além disso, o fato de a máquina avaliada não contar com
rolos de pé (que sustentam a barra após sair do molde) pode intensificar o desgaste na
base do molde nesta face.
Os resultados indicam que o desgaste que o molde usado apresenta pode parecer
que não é tão significativo para a variação da massa linear do tarugo atrelada à sua área.
O desgaste começa a existir de forma branda a 250 mm e somente se mostra severo na
70
base do molde, quando a casca sólida que delimita as dimensões do tarugo já está
formada. Porém, esse desgaste que inicia a 250 mm, mesmo que pequeno, já pode
prejudicar a extração de calor no molde e influenciar na sua massa linear. O fato de ele
ser mais severo nas faces A e C em detrimento das faces B e D ainda contribui para uma
maior romboidade nos tarugos, pois a extração de calor deixa de ser uniforme.
71
5 CONCLUSÕES
extração de calor no molde e influenciar na sua massa linear. O fato de ele ser mais
severo nas faces A e C em detrimento das faces B e D ainda contribui para uma maior
romboidade nos tarugos, pois a extração de calor deixa de ser uniforme.
73
A seguir são sugeridos alguns tópicos para dar continuidade ao presente trabalho:
- Análise de forma mais profunda sobre as razões pelas quais a romboidade pode ser
a causa da variação da massa linear e sua relação com a vida do molde.
74
7 REFERÊNCIAS
CHOW, C. The effects of high casting on the mould heat transfer, billet solidification,
and mould taper design of continuously cast steel billets, 1999. Thesis for the degree of
Master. Department of Metals and Materials Engineering, The University of Waterloo,
Ontario, Canada.
CRUZ, W. S. Estudo das fraturas dos cilindros de laminação, 2009. Trabalho de
Diplomação. Faculdade de Engenharia de Materiais, UFPA.
CUI, G. ET AL. Sizing for weight cutting system of small billet CC. RAMON Science &
Technology Co., Ltd., Changsha, Hunan, China 410100.
DAROIT, M. Estudo de aço microligado ao vanádio para a produção de barra
nervurada para concreto armado com característica de soldabilidade segundo norma
ABNT nbr 8965:1985, 2012. Escola de Engenharia. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais, UFRGS.
DAVEIS, G. J.; Solidification and Casting. Applied Science Publisher, London, 1973.
ESSEL Eletromecânica: Curso Oxicorte; (http://essel.com.br/cursos
/material/01/ProcessosFabricacao/63proc.pdf) Site visitado em 14/10/2018.
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Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de
Campinas.
FREDRIKSSON, H. e OLSSON, A. Mechanism of Transition From Columnar to
Equiaxed Zone in Ingots. Materials Science and Technology, v. 2, 1986, pp. 508-516.
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de calor durante a solidificação de aços especiais, 2013. Trabalho de Diplomação, Escola
de Engenharia, Departamento de Metalurgia, UFRGS.
GARCIA, Amauri. Solidificação: Fundamentos e Aplicações. Campinas: Unicamp,
2001. 399p.
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Metalurgia e Materiais, Coleção Metalurgia e Materiais, v. 1, 2006.
GSCHWENTER, V. L. S. Correlação entre parâmetros de solidificação e formação
estrutural de aços especiais produzidos pelo processo de lingotamento contínuo, 2009.
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ANEXOS
Número de veios 2
Raio metalúrgico 4,5 m
Controle fluxo panela/distribuidor Válvula gaveta
Volume do distribuidor 4,8 t
Controle fluxo distribuidor/molde Placa de troca rápida
Parabólico (conicidade2,7%/m(superior) e
Tipo de molde
0,6%/m(inferior)
Comprimento do molde 700 mm
Altura do menisco 100 mm
Tipo de lubrificante pó fluxante Óleo vegetal
2 zonas de resfriamento com controle independente
de vazão com os seguintes comprimentos:
Resfriamento Secundário
· Zona 1: 0,60 m (até ~600 L/min)
· Zona 2: 1,35 m (até 60 L/min)
Tipo de aço lingotado %C entre 0,06 e 0,70
Velocidade de lingotamento 1,9 a 2,8 m/min
Seção lingotada Quadrada com 120mm
Processo de corte Cisalhamento por navalhas
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