Dissertacao Jose Eduardo Abbas
Dissertacao Jose Eduardo Abbas
Dissertacao Jose Eduardo Abbas
São Paulo
2008
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA FÍSICA
São Paulo
2008
Agradecimentos
- Ao tio Wadih Honsi e ao casal de tios Prisco Prates Filho e Namira Homsi
Prates por sua dedicação paternal à minha pessoa
- Aos meus irmãos Paulo Sérgio Abbas e Murilo José Abbas pela solidariedade
com que sempre convivemos
- À minha terapeuta, Dra. Cecília Helena Piraino Grandke, pelo tanto que lhe
devo
- Ao meu orientador, Dr. Luis Antonio Bittar Venturi, por sua constante presença
- Aos mestres, funcionários e colegas do Departamento de Geografia da USP
que tão bem me acolheram
- À Secretaria de Meio Ambiente do Município de Embu e aos técnicos da
CETESB que foram solícitos em me transmitir informações
- Ao engenheiro civil Paulo Sérgio Aquilini, da Escola Politécnica da USP, que
tanto me ensinou sobre os modernos métodos de incineração dos RSD
À memória de meus pais
e às minhas queridas filhas Joana e Beatriz
SUMÁRIO
Página
SUMÁRIO.................................................................................................... 1
ABSTRACT.................................................................................................. 2
INTRODUÇÃO............................................................................................. 3
METODOLOGIA........................................................................................... 13
PARTE I........................................................................................................ 16
Capítulo 1
A influência das relações econômicas na produção do espaço
geográfico..................................................................................................... 17
1.1. A ecologia e as relações econômicas na ciência da geografia... 17
1.2. O sistema GTP de Georges Bertrand.......................................... 25
Capítulo 2
O contexto econômico-ambiental em que se insere a implantação das Usinas de
Recuperação Energética (URE) no Brasil..................................................... 31
2.1. A necessidade de aquisição de novas tecnologias e o planejamento
ambiental............................................................................................ 31
2.2. A Economia Ambiental e as taxas e impostos ambientais.......... 43
2.3. O Protocolo de Kyoto e o aterramento dos resíduos sólidos domiciliares
(RSD) no Brasil.................................................................................... 58
ii
PARTE II......................................................................................................... 71
Capítulo 3
A atual forma de geração dos resíduos sólidos domiciliares e os métodos para sua
destinação final praticados na Região Metropolitana de São Paulo................ 72
3.1. Os processos econômicos e políticos causadores da atual forma de
geração dos RSD................................................................................... 72
3.2. Reciclagem, compostagem, antigos métodos de incineração e os
processos de aterramento dos RSD em lixões e aterros sanitários....... 77
3.3. As operações de um aterro sanitário................................................ 93
3.3.1. O chorume e o bio-gás................................................................... 98
3.3.2. O reaproveitamento energético do bio-gás..................................... 101
3.3.3. Impactos negativos das operações dos aterros sanitários............. 104
3.3.4. Uma grave incerteza quanto à efetividade da proteção ambiental
auferida nos aterros sanitários.................................................................. 106
Capítulo 4
Aspectos físicos, verificados na RMSP, decorrentes dos processos de aterramento
dos RSD e da falta de áreas disponíveis para estas finalidades...................... 107
4.1. O consorciamento dos municípios para a gestão dos RSD........... 107
4.2. O consórcio da sub-região sul da RMSP....................................... 110
4.3. O consórcio da sub-região oeste da RMSP................................... 113
4.4. O consórcio da sub-região leste da RMSP..................................... 116
4.5. O consórcio da sub-região do ABCD da RMSP.............................. 117
4.6. O consórcio da sub-região norte da RMSP..................................... 118
4.7. O aterramento dos RSD na RMSP revela poucos cuidados
ambientais............................................................................................... 120
Capítulo 5
A superioridade econômica e ambiental das Usinas de Recuperação Energética
(URE) na gestão dos RSD.................................................................................. 122
5.1. As negociações para a implantação das URE no Brasil................ 122
5.2. As operações de uma URE............................................................ 134
5.3. Uma URE em operação no México................................................ 145
iii
LISTA DE FIGURAS................................................................................... iv
LISTA DE FOTOS....................................................................................... v
LISTA DE TABELAS................................................................................... v
LISTA DE SIGLAS....................................................................................... vi
iv
LISTA DE FIGURAS
Página
1 Sistemas Sócio-ambientais............................................................. 39
2 Estado ótimo de poluição................................................................ 48
3 Crescimento econômico x degradação ambiental........................... 49
4 Modelo de engenharia para a construção de aterros sanitários....... 96
5 Efluentes líquidos e gasosos oriundos das práticas de aterramento
de RSD................................................................................................... 98
6 Municípios da RMSP......................................................................... 108
7 Principais componentes e fluxos de materiais numa URE................ 134
8 Diagrama esquemático dos fluxos operacionais numa URE............. 136
9 Diagrama de engenharia para a produção de energia térmica na URE 140
10 Sobreposição de custos nas práticas de aterramento dos RSD ocasionada pelo
tempo limitado de vida útil dos aterros sanitários.................................... 152
11 Planejamento sobre períodos de tempo para o estudo comparativo entre o
desempenho econômico de um aterro sanitário e o desempenho econômico de
uma URE................................................................................................ 153
12 O fluxo de caixa e os ganhos econômicos referentes à estocagem dos RSD no
aterro sanitário....................................................................................... 162
13 Composição dos RSD e seu valor calorífico para a projeção de uma URE 165
v
LISTA DE FOTOS
Página
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
mentalidade que considera o aterramento dos RSD como o conceito mais evoluído
para sua destinação final, e a literatura especializada a respeito tem reproduzido,
com vigor, estas concepções.
É dentro deste quadro que colocam-se os objetivos deste trabalho de
pesquisa, que podem ser assim resumidos:
suas regiões. São eles, os municípios de São Paulo, São Bernardo do Campo,
Santos, Embu e Barueri.
Ao final do ano de 2006, no decorrer deste trabalho de pesquisa, a pedido
do convênio de cooperação técnica São Paulo-Baviera, uma empresa alemã,
produtora das tecnologias para processamento das URE, editou o estudo TCO,
que compara aspectos do desempenho econômico de uma URE e de um aterro
sanitário.
Demonstrou-se, neste estudo hipotético, que, sob certas condições, as
operações de uma URE são economicamente mais viáveis do que as operações
de um aterro sanitário. Para tanto, faz-se necessário a proximidade geográfica, em
relação ao local de instalação da URE, de alguma indústria que possa utilizar,
economicamente, a energia térmica produzida pela URE.
No nosso entendimento, afora o montante de investimentos necessários à
implantação das URE em nosso país, os ganhos ambientais (e sociais) que elas
representam justificariam, de per si, sua implementação no Brasil.
Essa definição cabe à sociedade como um todo, e deve ocorrer através do
estabelecimento de padrões de relação com o espaço geográfico que habitamos,
entendendo-se o espaço como o espaço vivido pelo homem em sua
transformação histórica em sociedade, o espaço histórico, que é transformado a
partir das relações humanas no convívio social, determinadas pelo nível, que
expressam, de consciência política e filosófica.
A apresentação deste trabalho de pesquisa está dividida em duas partes. A
parte I contém dois capítulos e a parte II contém três capítulos.
Na parte I, nos capítulos 1 e 2, faz-se uma reflexão teórica sobre a
influência das relações econômicas na produção do espaço geográfico, e discute-
se a necessidade de aquisição de novas tecnologias para o tratamento de
questões ambientais e os limites da Economia Ambiental para a determinação de
horizontes a serem buscados pelas sociedades através de suas atividades
produtivas. Discute-se, também, a importância relativa da ratificação do protocolo
de Kyoto perante a gestão dos RSD no Brasil.
12
METODOLOGIA
PARTE I
17
Capítulo 1
O geógrafo Milton santos, no livro I de sua obra “Por uma geografia nova”,
ao fazer uma revisão crítica da história do pensamento geográfico, diagnostica
que:
Por volta de meio século após Max Sorre ter formulado tais afirmativas,
temos clareza de que o desenvolvimento econômico de sociedades locais é,
fortemente, influenciado por sua interdependência com a economia de sociedades
de outras regiões. Tal clareza advém da constatação de que, hoje, a produção
econômica entre as sociedades humanas é, de fato, internacionalizada.
O processo de internacionalização da economia induz à incorporação e
instituição de padrões uniformes de normatização da produção que regulam as
relações de produção locais (em cada país) e internacionais, de forma a viabilizar
estruturas comuns que possibilitem o desenvolvimento do comércio internacional e
das formas de produção instituídas.
As ciências econômicas têm, por objeto de estudo, a investigação das
relações econômicas, gestadas ou em curso, na sociedade humana.
Em trecho citado acima, Milton Santos proclama estar ocorrendo um
processo de ideologização na ciência da geografia. O mesmo processo de
ideologização pode ocorrer entre as ciências econômicas.
Uma ênfase no estudo das relações sociais de produção poderia levar a
constatações sobre o desequilíbrio na apropriação da renda gerada no processo
produtivo, que determinaria a conformação de classes sociais distintas e com
interesses antagônicos. Ou, uma ênfase no estudo dos processos de circulação
(troca) dos bens produzidos poderia levar a interpretações que justificam a
acumulação de capitais decorrente das práticas de comércio.
Na dependência da perspectiva analítica que se pode assumir nesses
contextos de análise econômica, existe a possibilidade de ideologizar-se as
ciências econômicas, desenvolvendo-se estudos que possam atender às
necessidades de segmentos ou classes sociais distintas (ou, mesmo, em
confronto).
Tal ideologização tende a ocorrer ao considerar-se as relações econômicas
como preponderantes absolutas no processo de desenvolvimento social.
O papel excessivamente ordenador que representa o dinheiro em nossos
tempos pode levar a um ofuscamento sobre o fato de que são as relações sociais
que determinam as relações econômicas.
29
Capítulo 2
expressa as taxas pigouvianas como fonte relevante para as análises que estão
sendo feitas a este respeito.
Defendendo as taxas pigouvianas, diz o relatório:
planeta. Durante milhares de anos, os seres humanos viveram sob o capricho das
variações climáticas naturais, sem intervir neste processo.
Conforme destacado por May (2003), sem o chamado efeito estufa natural, a
temperatura média do planeta estaria em trono de 17ºC negativos e toda a
superfície do planeta estaria coberta de gelo, ou seja, é o efeito estufa natural que
garante que a temperatura média do planeta esteja próxima, atualmente, dos 15
ºC. Portanto, este efeito estufa natural não é nocivo, mas a sua intensificação,
causada principalmente por ações antrópicas, é que representa um problema para
a humanidade.
Dados expostos por May (2003) apontam que, nos últimos 100 anos, a
temperatura média do planeta teria se elevado em cerca de 0,6ºC (margem de
erro de 0,2ºC), sendo este o maior crescimento na temperatura média nos últimos
mil anos. Para corroborar com estes dados, a década de 1990 foi registrada como
a mais quente desde meados do século XIX.
A partir de modelos de simulação atmosférica, os cientistas prevêem que a
temperatura continuará se elevando nos próximos 100 anos em função do
crescimento das emissões de GEE. Dentre os cenários possíveis, os mais
otimistas estimam um aumento de 1,5ºC na temperatura média do planeta e os
mais pessimistas estimam uma elevação de 5,8ºC (May, 2003).
A CNUMAD, ou, como ficou mais conhecida, a Cúpula da Terra ou Rio-92,
ocorreu no ano de 1992 após a definição do texto da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima. A reunião contou com a presença de
representantes de mais de 150 países e estabeleceu um processo de tomada de
60
decisão coletiva entre as partes, que foi ratificado e entrou em vigor no ano de
1994, reconhecendo a mudança do clima como uma preocupação comum da
humanidade e propondo uma estratégia global para proteger o sistema climático
para gerações presentes e futuras.
O objetivo seria estabilizar as emissões de GEE, impedindo que a
interferência antrópica prejudique o sistema climático, assegurando a produção
adequada de alimentos e permitindo o crescimento econômico de maneira
sustentável.
A Convenção reconhece a interferência do homem sobre o aquecimento
global e, em especial, a maior participação dos países industrializados neste
processo. Partindo do principio de responsabilidades comuns, mas diferenciadas,
a Convenção dividiu os países em dois grupos: o primeiro, de países listados em
seu denominado Anexo I (ver Tabela 1), e o segundo, composto por todos os
países não listados no referido anexo.
O objetivo desta divisão é separar os principais países responsáveis pela
causa do aquecimento global, tomando por base as emissões globais de CO2
referentes ao ano de 1990 – o grupo de países do Anexo I eram responsáveis, no
ano de 1990, por aproximadamente 63% das emissões globais de CO2 (vide
tabela 1).
Com base nestes números, a Convenção estabelecia que os países
(partes) listados no Anexo I deveriam adotar políticas e medidas que
contribuíssem para que seus níveis de emissão de GEE retornassem aos níveis
de 1990.
61
“Propõe-se que:
1. Seja incentivada, prioritariamente, a implantação de Aterros
Sanitários como destinação de resíduos sólidos e a remediação dos
lixões existentes;
2. Sejam buscadas soluções preferencialmente consorciadas, sempre
que houver condições políticas e viabilidades técnica e econômica;
3. Apenas após a emissão da Licença Prévia (LP) para Operação de
Aterros Sanitários poderão os municípios pleitear apoio para postos
de entrega voluntária (PEV’s), galpões de triagem, programas de
educação ambiental, áreas de compostagem, reaproveitamento de
madeira e entulho e/ou outras iniciativas complementares na área de
gestão de resíduos:
PARTE II
72
Capítulo 3
• Classe I ou Perigosos
“São aqueles que, em função de suas características intrínsecas de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade,
apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da
morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando
manuseados ou dispostos de forma inadequada”.
78
São Paulo, o índice per capita de produção destes resíduos é de 1,22 kg/hab/dia,
enquanto nos demais municípios a média é de 0,60 kg/hab/dia” (SMA-SMASPPC,
2005).
Segundo Jacobi:
Tabela 3. Projeção da população no município de São Paulo e na RMSP – Período de 2010 a 2025
Fonte: SMA-SMASPPC, 2005.
Tabela 4. Estimativa de geração de RSD no município de São Paulo e na RMSP entre os anos de
2010 e 2025. Fonte: SMA-SMASPPC, 2005.
87
Perante esse cenário, “...a vida útil dos aterros e a disponibilidade de áreas
adequadas à implantação de novos aterros sanitários na RMSP são restritas”
(SMA-SMASPPC, 2005).
A disponibilidade de áreas para a locação de aterros sanitários nos centros
urbanos em nosso país também sofre restrições ocasionadas pela legislação
ambiental, que proíbe tal prática sobre áreas de proteção de mananciais (APM) e
áreas de proteção ambiental (APA). Tal determinação visa proibir os riscos de
vazamento, nos aterros sanitários, de efluentes líquidos que possam contaminar
os lençóis freáticos locais.
Com relação à RMSP:
A lei foi aprovada no mesmo ano, e dispõe, na Seção II, artigo 49, parágrafo
único, que:
O aterramento dos RSD nos aterros sanitários (como método para sua
destinação final) ainda constitui prática corrente em nosso país, e, nos centros
urbanos, tal atividade defronta-se com a falta de áreas adequadas a esta
finalidade, causada pela crescente ocupação imobiliária.
Esta situação conjuga-se com a falta de cuidados ambientais (que é
expressiva em países de economias periféricas aos países de economia
90
“De acordo com o Inventário Estadual de resíduos Sólidos de 2002, dos 645
municípios do Estado de São Paulo, cerca de 545 depositam seus resíduos de
maneira pouco adequada, sendo que 29,6% deles ainda possuem lixões...menos
de 15% das cidades do Estado possuem alguma tentativa, desenvolvida pelo
poder público, de aproveitamento do lixo seco” (Lopes, 2006).
Segundo Ogata:
ocioso do pessoal da coleta, que não mais precisa se dirigir aos longínquos locais
de destinação final.
À medida em que a capacidade de recepção de RSD nos aterros sanitários
vai sendo esgotada, a implantação de novos aterros sanitários tende a ocorrer em
locais mais longínquos, gerando, nas operações do aterro sanitário, uma
sobreposição de custos financeiros de transportes e um aumento dos impactos
ambientais e sociais causados pelas operações de transbordo (como danificações
à pavimentação das estradas, riscos de acidentes de tráfego, incômodos aos
habitantes causados por ruídos, fumaça e mau odor, e outros).
O problema do transporte dos RSD em direção aos seus locais de destino
final é um fator de significativa importância na avaliação dos processos de
aterramento destes resíduos.
93
• Uso do solo: as áreas têm que se localizar numa região onde o uso
do solo seja rural (agrícola) ou industrial e fora de qualquer Unidade
de Conservação Ambiental.
94
Figura 5. Efluentes líquidos e gasosos oriundos das práticas de aterramento de RSD (SMA-
SMASPPC, 2005).
Foto 1. Aterro São João. Deformação topográfica causada por explosão dentre os resíduos
estocados, ocorrida em 13 de Agosto de 2007.
Fonte: www.potaldogrito.org.br/noticias_visualização.php?not_id=283 em 05/11/2007
área de deposição dos RSD nos aterros sanitários deve ser feita com
argila compactada de baixa permeabilidade.
Capítulo 4
Fonte:
www.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/servicoseobras/servicos/0011, acesso em 22/10/2007
Foto 5. Área da cava natural, que fôra utilizada como lixão, sendo recoberta por uma manta de
PVC, instalada sobre os RSD ali lançados. Foto registrada no início do ano de 2004 pelo geógrafo
Luis Antonio Bittar Venturi.
estocados e dos caminhões e tratores que operam no local. Utiliza-se, para este
fim, uma manta sintética de polietileno de alta densidade (PEAD), que aufere
proteção mais segura.
A cava natural, no Município de Itapecerica da Serra, após estas medidas
por que passou para receber os RSD, continuou sendo utilizada com os mesmos
objetivos. E no consórcio local prosseguiram-se as discussões sobre o
encaminhamento das questões comuns referentes à gestão dos RSD.
Em abril de 2006, por ocasião de fortes chuvas ocorridas naquele mês,
houve um desmoronamento dos resíduos estocados na cava natural, que
atingiram um riacho que é perpendicular à cava e deságua na Represa de
Guarapiranga, causando grave contaminação.
A deposição de RSD na cava natural foi interditada pela CETESB. Porém,
em meados do primeiro semestre de 2007, a cava natural voltou a ser utilizada
como local de disposição final de RSD.
Entre os anos de 2005 e 2006, a prefeitura do Município de Embu
promoveu reformas no aterro controlado municipal (que era um antigo lixão),
encapsulando em células de frações de solo os RSD ali estocados e instaurando
medidas preventivas contra as emanações de chorume e dos efluentes gasosos (o
bio-gás), constituindo, assim, um aterro sanitário. O aterro sanitário do Município
de Embu situa-se sobre APM, e, apesar destas reformas, ainda apresenta
emanações de chorume, causadas pelo fato de ter sido um antigo lixão.
Com a implementação destas melhorias no aterro sanitário do Município de
Embu, as discussões do consórcio local passaram a girar em torno de propostas
para o aterramento, neste aterro sanitário, dos RSD de toda aquela sub-região.
Tais propostas são rejeitadas pela administração pública deste município com o
argumento de que, após esgotado seu aterro sanitário com os RSD dos
municípios vizinhos, o Município de Embu não terá onde depositar os RSD
gerados em seu território. Este aterro sanitário tem o tempo de vida útil previsto
até meados do ano de 2008.
113
mesmas condições, mas dentro da área urbana e que tem causado protestos da
população local.
A empresa particular denominada Estre construiu um bom aterro sanitário
no Município de Itapevi e vem recebendo os RSD dos municípios de Cotia, Jandira
e de outras localidades.
O Município de Jandira possui um antigo lixão que hoje é coberto por
frações de solo. O núcleo urbano circundou o local e o próprio atual prédio da
Secretaria de Obras do município é situado ao lado dele. É constatada a
emanação de chorume à lagoa que lhe é perpendicular e o terreno não pode ser
utilizado para construção civil por não oferecer fundamentos geotécnicos às
fundações necessárias para as construções.
A conclusão técnica a respeito deste lixão é que ele, muitos anos após seu
encerramento, ainda polui, talvez na mesma proporção em que muitas empresas
locais poluem o ar ou as águas, mas os projetos de engenharia para sua
recuperação não são viáveis economicamente.
O caso do Município de Carapicuíba é muito dramático. Com uma
população em torno de 500.000 habitantes no ano de 2005, a quantidade diária de
RSD coletada no local era de 250 toneladas. Isso equivale a dizer que cada
habitante produz diariamente, em média, 0,5 kg de RSD.
É um índice muito abaixo da média de geração de RSD nas cidades, e
denota uma população com renda econômica muito baixa. Nas palavras do sr.
Borba, Secretário de Meio Ambiente do município, em abril de 2005: “aqui se
come feijão com farinha e pouco se consome dos produtos com embalagens”.
Mesmo nestas condições, por não ter melhor alternativa para a disposição
final dos RSD ali gerados, o município pagava, no ano de 2005, diariamente, em
torno de R$ 7.000,00 (sete mil reais) para transportar seus RSD até o aterro do
distante Município de Itaquaquecetuba, na sub-região leste da RMSP.
É importante ressaltar que o Município de Carapicuíba possui, em sua área
urbana, em frente ao que é, hoje, seu centro comercial, um lixão de grandes
proporções.
115
Tal fato ocorreu devido a uma intervenção técnica no meio geográfico. O rio
Tietê, na altura do Município de Carapicuíba, provindo, à jusante, da sub-região
leste da RMSP e acompanhando, à montante, a direção a oeste do Estado de São
Paulo, descreve uma curva à esquerda em seu leito e aproxima-se do atual centro
da cidade de Carapicuíba, para, alguns quilômetros adiante, numa curva à direita
em seu leito, retomar sua antiga direção a oeste do Estado de São Paulo. Uma
obra de engenharia foi realizada nesta primeira curva (à esquerda), no rio Tietê,
interceptando sua passagem em direção ao atual centro da cidade de
Carapicuíba.
Tal obra interrompeu estas curvas do rio Tietê, forçando-o a seguir um
movimento linear e afastando-o do local que hoje ocupa o centro comercial do
Município de Carapicuíba.
O espaço deixado pelo leito seco do rio passou a ser utilizado para
lançamento dos RSD gerados no município, sem prévios cuidados ambientais.
Segundo o sr. Borba, Secretário de Meio Ambiente do município, este lixão
chegou a ter 12 metros de altura e amontoou cerca de 15.000 toneladas de RSD.
atividades, que foi conseguida devido à carência de outras áreas para destinação
final dos RSD gerados na região.
Tendo sido penalizado, sistematicamente, com multas pela CETESB,
exigindo sua reparação, este aterro está sendo ampliado para o terreno que lhe é
contíguo e possibilitará, assim, a recepção de maior quantidade de RSD a serem
estocados.
Os proprietários do aterro de Itaquaquecetuba também são donos de
empresas coletoras de RSD que atuam na região. Sua prática pressupõe a forte
influência política que mantêm sobre as prefeituras locais.
Dirigentes da Secretaria de Obras do Município de Suzano e da Secretaria
de Meio Ambiente do Município de Mogi das Cruzes declararam, textualmente, no
ano de 2005, que são contra a prática política dos donos do aterro de
Itaquaquecetuba, mas seguem encaminhando, para aquele aterro, os RSD
gerados em seus municípios. Nesse contexto, o Município de Itaquaquecetuba
está arcando com um grave ônus ambiental gerado pela produção de RSD em
outras localidades.
O Município de Ferraz de Vasconcelos encaminha seus RSD ao aterro São
João, localizado no bairro de Sapopemba, na capital paulista, que lhe é próximo.
Capítulo 5
Figura 8. Diagrama esquemático dos fluxos operacionais numa URE (SMA-SMASPPC, 2005).
A reutilização do poder energético dos RSD nas URE constitui uma fonte de
energia renovável que promove uma considerável economia de recursos naturais.
Os RSU têm um elevado poder calorífico que pode ser utilizado como fonte
alternativa de energia, e permitem, inclusive, que seja aproveitado o calor gerado
durante o processo.
O processo utilizado é controlado e garante emissões atmosféricas
inferiores aos níveis previstos por lei, produzindo como subprodutos, CO2, água e
vapor.
Calcula-se que uma tonelada de RSU gera 4,1 toneladas de CO2
equivalente, e, quando se processa termicamente, gera somente 0,7 toneladas de
CO2.
Os resíduos a serem incinerados são reduzidos pela separação mecânica
da fração combustível (extraindo material orgânico, metais, vidros e outros
materiais não combustíveis), seguida de trituração, dando, como resultado, um
produto com partículas de 3 a 5 cm e poder calorífico de 2.000 a 5.000 kcal”
(Günther, 2006).
Figura 10. Sobreposição de custos nas práticas de aterramento de RSD ocasionada pelo tempo
limitado de vida útil dos aterros sanitários (SMA-SMASPPC, 2005).
O estudo TCO faz uma projeção futura das operações de uma URE e de
um aterro sanitário para um período de 60 anos. Isto deve-se ao fato de tal
período corresponder às atividades do aterro sanitário projetado, considerando-se
um tempo de 20 anos para sua vida útil e um tempo de 40 anos para a
manutenção necessária após seu encerramento.
A figura a seguir demonstra este planejamento, que teria sido iniciado no
ano de 2006.
Figura 11. Planejamento sobre períodos de tempo para o estudo comparativo entre o desempenho
econômico de um aterro sanitário e o desempenho econômico de uma URE (TCO, 2006).
1. Custos de propriedade
1.1. Área: 524.500 m² (2,00 EUR por m²) 1.049.000
1.2. Preparação da área 1.000.000
1.3. Movimentação de frações de solo 1.049.000
Total 3.098.000
3. Recuperação de gás
3.1. Motores de gás, containers, etc. 3.850.000
3.2. Reinvestimento em motores de gás 3.850.000
3.3 Reinvestimento em motores de gás II 3.850.000
3.4. Captação de gás 4.485.000
3.5. Estação de controle de gás 1.040.000
3.6. Reinvestimento em estação de controle de gás 4.680.000
Total 21.755.000
6.1. Pessoal
6.1.1. Trabalhadores 100.000
6.1.2. Técnicos 125.000
6.1.3. Executivos 200.000
6.1.4. Administração 75.000
6.1.5. Ausências (férias, doenças) 93.000
Total 713.000
7. Investimentos (renaturalização)
7.1. Desmonte dos pontos de vazão de gás 390.000
7.2. Desmonte dos equipamentos técnicos 300.000
7.3. Profissionais para a segurança 20.000
7.4. Seguros contra acidentes 4.600
Total 714.600
158
Período de pós-manutenção
7. Investimentos (renaturalização) 714.600
8. Despesas anuais (renaturalização) 1.025.929
Débito das operações do aterro sanitário a ser pago com a estocagem de RSD 146.000.000,00
Quantidade total de RSD a ser estocada no aterro sanitário 10.000.000
Preço a ser pago por cada tonelada estocada 14,6
Figura 12. O fluxo de caixa e os ganhos econômicos referentes à estocagem dos RSD no aterro
sanitário (TCO, 2006).
aterro sanitário (que é de 14, 60 EUR), que será comparado com o custo
financeiro de cada tonelada de RSD a ser processada na URE (que, como
veremos, é de 12,04 EUR); e a dimensão da área necessária para a implantação
do aterro sanitário (que é de 524.500 m²), que será comparada com a dimensão
da área necessária para a implantação da URE (que, também, como veremos,
será de 29.000 m²).
164
Figura 13. Composição dos RSD e seu valor calorífico para a projeção de uma URE
1. Valor da propriedade
1.1. Custo da área 1.015.000
1.2. Adequação do terreno 1.165.000
Total 2.180.000
Esse custo das despesas deve ser somado ao custo dos investimentos e
valor da propriedade para que se possa avaliar o volume de gastos financeiros no
empreendimento.
O custo dos investimentos e o valor da propriedade somam (como vimos
acima, nos itens 1 e 2) a quantia de 216.693.500. Mas, no projeto de URE do
estudo TCO, realiza-se uma declinação financeira no custo dos investimentos
após cada período de 20 anos de operação da URE.
A justificativa para tal declinação financeira é o fato de que o aterro sanitário
(comparado com a URE no estudo TCO) demanda a necessidade de gastos com
novas instalações após o término do período de sua vida útil (que é de 20 anos).
Dessa forma, a declinação financeira nos custo dos investimentos da URE no
estudo TCO seria uma contrapartida (proporcional) às necessidades de novos
investimentos para as operações do aterro sanitário, que no processamento da
URE não são necessários. Isso, então, diminui os custos da URE relativamente
aos custos do aterro sanitário no estudo TCO.
A declinação dos custos financeiros dos investimentos da URE consiste
numa diminuição do valor dos investimentos realizados no período de sua
construção.
Considera-se, como declinação financeira da URE no estudo TCO, o custo
da área total da URE (1.015.000 EUR) 25% do valor da construção do prédio da
usina (5.925.000 EUR) e 10% do valor dos equipamentos técnicos (17.850.000
EUR), perfazendo um total de 24.790.000 EUR em uma declinação financeira.
Este valor de uma declinação financeira nas operações da URE projetada
(24.790.000 EUR) deve ser multiplicado por 2, pois a declinação financeira
ocorrerá novamente decorridos mais vinte anos de operações da URE (ou seja,
após 40 anos da data inicial do projeto). A declinação financeira total será de
24.790.000 X 2 = 49.580.000 EUR.
Esse valor é abatido do custo dos investimentos no período da construção,
ficando assim:
Total 216.693.500
Esse valor dos investimentos será somado ao valor total das despesas da
URE no período projetado, conforme vimos no item B indicado acima.
Cabe, agora, incluir, nos cálculos desses custos, as receitas auferidas com
a comercialização da energia térmica e elétrica produzida na URE projetada.
Considera-se, no período projetado, a geração de 16.100 KW de energia
elétrica a ser produzida na URE, que será comercializada (conforme preços
praticados na RMSP) a 0,03 EUR/ kWh, gerando a receita financeira anual de
3.622.500 EUR. E, também a produção de 82.767 KW de energia térmica, que
será comercializada (conforme preços praticados na RMSP) a 0,03 EUR/kWh,
gerando a receita financeira anual de 18.622.450 EUR.
Assim, fica demonstrado:
Esse total anual de geração de energia deve ser multiplicado por 60 (por
ser este o número de anos do período projetado para as operações da URE no
estudo TCO) para dimensionar-se o volume financeiro total das receitas advindas
através do processo de geração de energia.
Assim, 22.244.950 EUR X 60 = 1.334.697.000 EUR.
Esse total de receitas provindas da comercialização da energia gerada na
URE é abatido do item C, que representa o total dos gastos em investimentos e
despesas na URE.
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C 1.539.347.400
D (-) 1.334.697.000
Total 204.650.400
D 204.650.400
Juros de financiamento 156.549.600
Valor final das despesas 361.200.000
CONCLUSÕES FINAIS
sociedade teria que pagar para a recuperação natural das áreas de disposição
final de RSD, utilizadas para seu aterramento. Esta seria a dimensão quantificada
dos impactos ambientais ocasionados pelos processos de aterramento dos RSD.
Quanto ao desempenho econômico auferido nestas duas formas de
destinação final dos RSD, a idéia de que um aterro sanitário constitui uma forma
menos dispendiosa economicamente mostrou-se sem fundamento a partir da
realização do estudo TCO.
O estudo TCO demonstra que as duas formas analisadas de destinação
final dos RSD incorrem, praticamente, nos mesmos custos financeiros. A diferença
é que as URE exigem um maior investimento inicial de capital, mas tornam-se
mais viáveis economicamente, a médio prazo, do que os aterros sanitários.
É certo que, no estudo TCO, pressupõe-se um aproveitamento total da
energia térmica produzida na URE, e isso requer a proximidade geográfica com
indústrias que possam utilizá-la. Mas, também, caberia à sociedade, a partir de um
nível de consciência ecológica estabelecido, a opção pela implantação das URE
mesmo sem o aproveitamento da energia térmica (quando isso não fosse
possível), arcando, com a justificativa de maior proteção à natureza através da
incineração dos RSD, com um ônus econômico um pouco maior.
Conforme demonstrou este trabalho de pesquisa, as URE inserem-se nos
sistemas de gerenciamento dos RSD a partir do estabelecimento de um grau
desejado de proteção à natureza. A implantação das URE no Brasil não deve ser
vista, apenas, como um aditivo de inovação tecnológica na forma instituída de
produção e consumo de bens em nossa sociedade. A tecnologia das URE
significa um redirecionamento das pesquisas científicas no sentido de uma relação
mais saudável entre a sociedade e a natureza.
O estudo TCO configurou uma realidade palpável no processo de
negociações para a implantação das URE no Brasil, que detinha-se na falta de
compreensão, por parte dos representantes locais, sobre as operações das URE e
sua inserção nos sistemas de gerenciamento dos RSD no Brasil, e na dificuldade
de uma avaliação econômica mais precisa sobre os valores financeiros de tal
empreendimento.
180
O estudo TCO foi editado ao final do ano de 2006 (no decorrer deste
trabalho de pesquisa), e, nem por isso, viabilizou de fato (ao menos, por enquanto)
a implantação de uma URE em nosso país.
As justificativas atuais para tal impedimento remetem-se às alegações de
que tal iniciativa deve partir de empresas privadas, que possam viabilizar o total
aproveitamento da energia térmica gerada na URE.
Assim, um projeto desses que, como vimos, poderia favorecer a edificação
de um espaço geográfico de melhor qualidade (com as melhorias ambientais e
sociais que lhe são decorrentes) fica sujeito às possibilidades dos lucros
financeiros que movimentam as iniciativas privadas.
As perspectivas internacionais delineadas sob a égide do conceito de
desenvolvimento sustentável ressaltam a necessidade de transferência de
tecnologias, a partir dos países industrializados em direção aos países que ainda
buscam completar sua industrialização, com o intuito de difundir-se os métodos de
que dispõe nossa civilização atual para o tratamento de questões ambientais.
Essa difusão, segundo os princípios defendidos pelo Relatório Brundtland
(“Nosso Futuro Comum”) poderia dar-se através de financiamentos preferenciais
concedidos por instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial, entre outras.
O que é necessário definir (num país como o nosso) são as prioridades que
podemos estabelecer mediante as questões sociais e ambientais que nos afligem.
Somente através de um diálogo social abrangente é que poderemos
estabelecer os parâmetros de um convívio em sociedade e da relação de nossa
sociedade com o meio ambiente natural.
Isso significa conceber, de alguma forma, um projeto social, que só pode
ser estabelecido politicamente e com a adesão dos setores sociais que são
expressivos em nossa sociedade.
A existência, em nosso planeta, de tecnologias mais avançadas,
desenvolvidas pelas sociedades em diferentes países, coloca-se como uma
questão fundamental para o encaminhamento de soluções às problemáticas
181
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