Pequeno Livro Da Rosa Vermelha

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Margarida e seu direito autoral está registrado


pelas marcas Perfumaria Ancestral® e Mulheres-
Planta®.

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consentimento do autor é crime de plágio e de
uso indevido de propriedade intelectual
previsto em lei federal.
Bem vinda/o ao mundo mágico da
Perfumaria Ancestral®

Aqui as plantas falam, são nossas amigas e confidentes. Aqui


você encontra um velho novo jeito de se comunicar com as
plantas, essas sábias senhoras e senhores que já estão aqui
na Terra muito antes de nós. E para quem desenvolve os
ouvidos da alma e escuta com o coração, será capaz de sentir
a música perfumada que elas tocam em nossos ouvidos!
Planta fala e neste pequeno livro quem deseja te chamar
para meditar é a rosa vermelha.
A rosa vermelha é última
planta da Jornada.

Você vai trabalhar:

Vai?
Chegaste até aqui, passou por
22 plantas, 22 arcanos maiores,
agora é hora do transbordar,
virar a página, comer a cereja
do bolo, colocar a coroa na
cabeça, fazer a união
alquímica, simplesmente ser.
A chave já está nas suas mãos!
"(...) sinto a canção na boca

me sinto louca

canta, garganta rouca

canção barroca

e, de repente, a certeza me abraça,

vem fazendo graça (...) e de repente o

Sol me coroa e a canção ressoa nos pés

do destino."

CANÇÃO DA ROSA
VERMELHA, POR GIULIA
DRUMMOND.
Quais
ferramentas
você receberá
para a última
planta
da Jornada?
Ferramenta 1
Este e-book com dicas técnicas e
receitas materiais e energéticas
com a rosa vermelha. Um guia
prático para você sentir a planta
no dia-a-dia.
Ferramenta 2
O seu último oráculo digital! O oráculo funciona
através de imagens. Escolha a sua e saiba mais sobre
como a rosa vermelha poderá te acompanhar.
DICA: no momento de escolher a sua imagem predileta,
tome um chá que você goste ouvindo a música da planta.
Ferramenta 3
Áudio com visualização guiada da rosa
vermelha para você ouvir onde e
quando quiser.
Ferramenta 4
Música especial da rosa vermelha para te conectar
ainda mais com ela, composta pela musicista Giulia
Drummond, que faz parte da Jornada Mulheres-
Planta.
Ferramenta 5
Finalizando a nossa querida Jornada, nossa
facilitadora que esteve conosco desde o início em
cada passagem de bastão, a terapeuta Juliana.
Ferramenta 6
Vídeo-aula sobre a sabedoria da rosa vermelha
e minhas impressões ao longo dos anos
trabalhando com ela.
Ferramenta 7
Você pode continuar participando da confraria
no telegram mesmo após terminar a Jornada!
Ferramenta 8

Prece especial da rosa


vermelha para você se
conectar com ela de
forma espiritual, caso
sinta vontade.

Imagem: Giampietrino, Saint


Mary Magdalene, 1521.
A nossa Jornada
Chegamos!
Chegamos até aqui! Você vivenciou a experiência com 22
plantas mestras e 22 arcanos maiores provenientes dos
símbolos sagrados da alquimia antiga.
Agora, estás no topo de uma colina. Nos últimos 22
meses, juntos, nós percorremos um grande caminho em
que você chorou, sorriu, por alguns momentos se
demorou mais, precisou parar, em outras, andou a passos
largos, gritou, doeu. Arrancou espinhos, gargalhou e se
libertou de crenças que, hoje, percebe, eram tão infantis
e fáceis de tirar. Em outros momentos, pasme, essas
mesmas crenças voltaram, em outros formatos e
sabedores, mas você deu conta e entendeu que, por
muitas vezes elas ainda aparecerão e que elas se chamam
sombras, flor da Lua, mas que, agora, você já sabe
conversar com elas.
Arcana
Rosa vermelha é a sua
própria arcana. Como
sabemos, não existe um
arcano 23 no tarot, portanto,
rosa vermelha não é um
fechamento da Jornada.
O fechamento foi a canela. Ela foi a
grande queima e renascimento, a Fênix,
o início. Você já entrou na tocha, no
pires da canela e já renasceu.
Já se tornou o arcano do mundo. Agora é
hora de viver a vida de uma forma que
você nunca viveu, é hora de ousar ser
quem você nunca foi.
E como se faz isso? Sendo!
Descobrindo como ser, experimentando!
Não há uma fórmula para viver este novo Eu, justamente
porque você nunca o vivenciou. Você se queimou na
tocha e agora está nova/o. Ousará viver sem as crenças
limitantes, sem forma de bolo conhecida. E aí está o
grande sentido da SER rosa vermelha: ela OUSA ser, ela
OUSA experimentar e é por isso que ela causa tanto
FASCÍNIO e MEDO ao mesmo tempo nas pessoas.

Fascinio & Medo


A rosa vermelha é aquele alter ego (outro eu) que conseguimos ser
quando estamos mais soltos, sem amarras e cheios de coragem.
Infelizmente, muitas pessoas só conseguem sentir-se assim quando
bebem ou usam drogas. Mas esse ainda não é o verdadeiro estado da
rosa vermelha. O estado dela é conquistado dia após dia, com
coragem, se permitindo ser de cara, se soltando e experienciando.
É por isso que ela causa tanto fascínio ao mesmo tempo que medo
ou repulsa, pois queremos este estado, mas também temos medo
dele, pois para liberá-lo, é preciso estar muito seguro de si e ter
maturidade, mas você tem!

O que é feito com maturidade, autoconsciência, "de cara" não causa


ressaca moral. É claro que você terá muitos medo, até o fim de sua
vida, mas já aprendeu a conversar com seus medos, você foi
treinada para isso. Também foi treinada, e a palavra treinada aqui
usada no bom sentido, no sentido de ter FARO, para ter consciência
e se permitir ser e desenvolver quem você sentir que deseja ser. E
isso é algo que vai vindo com o tempo, explorando, se deixando
viver novas coisas, novos sabores, cheiros, novas formas de fazer,
ser, sentir... o corpo orgástico.
Corpo Orgastico
A rosa vermelha tem um corpo orgástico, o seu corpo de perfume,
sua copa, com coroa e espinhos, perfume com cheiro de leve ardor
de suor ao fundo, aos narizes mais sensíveis e des-domesticados,
remete a um movimento orgástico a quem vive a sua energia. Não à
toa, mais uma vez, sua figura foi e ainda é tão ligada ao pecado.
Sagrada & Profana
Na verdade, a rosa vermelha, dentre todas as criaturas do Reino
Vegetal, é a que mais vive entre o limiar do sagrado e do profano.
Mas antes, em torno de 4000 a.C., não era assim, pois sagrado e
prazer não eram dicotomias, pelo contrário, eram irmãs e faziam
um elo fundamental. Nas religiões e sacerdócios antigos, como no
panteão antigo Egípcio, no Hinduísmo e nos cultos às deusas pré
cristãos, por exemplo, o sagrado e o prazer, este último, no sentido
de um corpo que sentia e criava, era fundamental para a experiência
sagrada.
Tal experiência era tão forte e de conexão tão direta e poderosa
entre individuo e sua própria espiritualidade que foi justamente
essa, solapada, pelas instituições religiosas posteriores que queriam
intermediar tais conexões, a fim de ter poder em suas mãos:
controle do pensamento, da mente, dos corpos, do prazer e da fé dos
indivíduos.
Desta forma, podemos pensar que a força rosa vermelha, a principal
rosa e símbolo e muitos cultos/ estudos ditos pagãos , foi solapada
do imaginário coletivo por ser algo tão poderoso.
Sobreviveu, mas como símbolo da paixão dos enamorados, como
flor brega ou de puta, mas ela é muito mais que isso.
Madalenas
Leonardo da Vinci, 1515.
Manto vermelho de
Madalena.
Madalenas
Ricas, prósperas, estudiosas, alquimistas, perfumistas, sábias.
As que têm as chaves, as que abrem portas, as que têm força no
olhar, as que gargalham, que andam com força e fé.
Alegres, apaixonantes, amáveis, com muita maturidade, andarilhas
e livres.

Há muitas Madalenas por aí, muitas delas estão adormecidas e


renegadas. Morrem de medo de uma rosa vermelha ao mesmo tempo
que sentem-se hipnotizadas. O feminino que Jesus escolheu ter ao
lado, mas que ela também escolheu ter ao lado.
O Imperador e a Imperatriz, mas antes de tornar-se a Imperatriz, ela
já era a Rainha de Ouros.
O odio pelas
Madalenas
"Odeio rosa vermelha, flor brega,
flor de puta". "Não sei, só não gosto,
não me traz coisa boa". Quantas
vezes já ouvi isso? Inúmeras! O ódio
à Madalena interna está aí. Mas
quem é essa Madalena interna?
Apenas um modo de dizer, uma
representação de um feminino
liberto, prazeroso, dona do próprio
nariz e exalando poder. Poderia ser
chamada também de Sara Kali ou
apenas de Kali, a potência máxima!
De Ísis, Aset, força feminina
originária, primária, farejadora,
selvagem, transbordante!
Saras & Pomba Giras
Ela está dentro de nós, em mim, em você, em um feminino que
mora até mesmo nos homens. As renegam. Nunca houve um
feminino tão renegado quanto esse. Algumas partes do feminino
são ainda aceitáveis, como a donzela, a casta, a pura, a santa, mas
estas também são humilhadas e abusadas. Madalenas não são
permitidas, por isso mesmo elas precisam ser caladas antes
mesmo de existirem. Mas como? Elas são as rosas vermelhas, que
quando entorpecem de si mesma ficam Kali, escuras como a
noite, em sua potência máxima. Elas trabalham na noite, nas
encruzas, gargalham, nada temem.
Medo da Potencia
Mas nós temos medo delas, medo das gargalhadas que puxam das
vísceras, medo das deusas aladas com serpentes enroladas pelo
corpo e também das deusas com milhares de seios. Todas elas
são rosas vermelhas: a gargalhada visceral que espanta todo o
mal, a serpente enrolada é o poder pessoal, a sabedoria, os
milhares de seios de Ártemis de Denderá, o auto nutrição, a
própria dama de ouros que não aceita viver de migalhas, ela
mesma faz seu grande banquete e se alimenta sozinha, feroz e
feliz, é a Kali Chinnamasta que decepa a própria cabeça e se
alimenta do próprio sangue como se bebesse em uma taça.
Seja!

Madalena, a puta. Puta que vem do latim,


significa púdrido, que fede a podre, morto.
Madalena, a que meteu o nariz onde não foi
chamada, a que caminhava ao lado de Jesus,
nem atrás, nem à frente, mas ao lado. A que
gozava, a que tinha prazer e vivia a felicidade do
corpo e da alma. Amava intensamente. A
estudiosa, a que lia, escrevia, falava de igual
para igual. A libertação da mulher passa pelo
seu prazer, pelo conhecimento da ligação entre
seu corpo e sua alma e todo esse lugar é
despertado pela sabedoria da rosa vermelha. De
onde vem a ligação de Maria Madalena com as
rosas vermelhas? Essa história é longa e
também não há um consenso, mesmo porque
questões como essas não são muito
interessantes para uma historiografia machista
e quando é estudada é de forma ríspida.
Extase de
Madalena
Artemísia
Gentileschi, 1618
No rastro da
Historia
Uma historia diferente
A historiografia oficial é eurocêntrica e eu, como cientista mulher,
latina, colonizada faço as conexões abaixo, lembrando que
pesquisas não se encerram e tudo está em aberto. Pois bem, havia
festividades para a deusa egípcia, Isis, na Roma antiga. Uma
específica era chamada de de Navigium Isidis (navio ou navegação
de Isis). Essa festa-ritual tem provavelmente sua origem na próprio
Egito e, para quem faz parte de religiões afro-brasileiras, sabe que
em algumas iniciações se utiliza o termo “a pessoa sairá na barca”,
como no Candomblé, e nesse barco há os irmãos de barco, ou seja,
as pessoas que se iniciarão contigo. Navigium Isidis teria, então,
sua origem já em África , no culto para Isis, pois é dos africanos a
ideia de barca/ barco/navegação para um culto/ festividade (veja a
geografia hidrográfica desta localidade. Os aspectos geográficos-
naturais contam muito para as mitologias africanas e o próprio Egito
tinha seus reinos separados pelos deltas do rio Nilo.

DESCRIÇÃO DO FESTIVAL NAVIGIUM ISIDIS) POR FREDERICK ARTHUR BRIDGMAN, 1902


A rosa do povo do deserto

Mas, e as rosas vermelhas, o que têm a ver com isso?


Sobre elas, sabemos da forte ligação entre as terras
árabes, produtoras da rosa vermelha (gallica) e parte da
África, norte e nordeste chamada de “Mundo Árabe”,
devido às várias invasões sofridas por séculos nesta
região pelo povo árabe. No entanto, vários resistiram
bravamente.
Porém, mesmo diante desta invasão, é inegável a troca
cultural que houve entre estes povos e que,
posteriormente, não será comparável às invasões
europeias em terras africanas.
É muito provável que nas comemorações a Isis, as rosas
vermelhas, vindas deste oriente próximo, fizessem a
ornamentação dos rituais, pois o feminino intenso,
apaixonante e equilibrado de Isis estaria muito bem
representado em uma rosa vermelha! Além disso,
mulheres eram associadas a plantas, isso não é novidade,
mais ainda, as plantas que uma deusa é associada
sempre fazem parte da geografia local onde é cultuada.
E como Madalena entra nessa história?
Uma mulher do
mundo Arabe

Madalena, uma pagã,


provavelmente cultuava a
deusa Isis, era comum
sacerdotisas de Isis serem mal
vistas já à época
contemporânea de Jesus,
afinal, o judaísmo já se
instalara e uma sociedade
altamente patriarcal não via
com bons olhos mulheres que
ainda mantinham as antigas
tradições de culto às deusas e
seus estudos sacerdotais e
alquímicos. Elas eram vistas
como párias na sociedades e
chamadas de prostitutas. E
daí para frente uma conexão
de sua persona com a
simbologia da rosa vermelha e
sua deusa foi se
estabelecendo de forma
silenciosa e em um processo
de longa duração, como tudo
na História. Então, agora,
quando você for usar rosas
vermelhas, lembre-se: estás
honrando/ lidando com uma
energia vegetal que conecta Jovem cigana da Tunísia com suas
um grande potencial e tradicionais tatuagens e joias,
Fotografada em 1904 ou 1905 por Rudolf
inconsciente coletivo de
Franz Lehnert.
nossas ancestrais: Ishtar,
Isis e todas as Madalenas.
Imersao

Pintura
de Andrea Solario
ou Bernardino Luini
A Rosa vermelha traz
perguntas...
Seu prazer, seu corpo, sua alma têm sido prioridades para você? As
vezes você tem a sensação que quer gritar? Sair correndo? Seus
dentes caninos parecem ter uma força que não está sendo usada? Há
algo aí que precisa sair. Mulher que sente prazer não é podre, não
fede, não é suja, ela é liberta. Esse é o medo da sociedade tóxica: as
mulheres descobrirem seu poder interno! E se eu te contar que a suA
clitóris tem terminações nervosas que chegam ao seu cérebro e
percorrem todo o seu corpo? E que esse “percorrer”, por si só, traz
uma sensação de bem estar libertadora e te coloca em contato com a
energia de suas células, como se te desse um choque? Se você não se
sente assim, há algo de errado e você merece muito ser feliz! Rosa
vermelha trabalha poder pessoal e hoje pergunta: parece que, às
vezes, você tem vontade de gritar? Reflita sobre isso: por que você
quer gritar ou sair correndo? O que está te provocando essas
emoções? Seja sincera consigo mesma, se quiser anote em um
diário, reflita!
Rosa Vermelha
RUBEDO

Rosa vermelha, a grande estrela do processo alquímico, o encontro


cósmico do masculino com o feminino, a força da kundalini, a
libertação de todos os padrões, o gozo divino, o transbordamento. A
dama de ouros, a dona do rubi, da yoni, a Imperatriz com o seu par,
o Imperador, a alquimia completa. É o casamento espiritual. A
ressurreição, representada em um ovo, é o renascimento, são os
ovos encontrados nas festas pagãs da deusas e, por isso, tão
presentes também nas pinturas que representam Madalena, a mais
contemporânea figura histórica análoga a este panteão de um
feminino poderoso e tão rosa vermelha, rubedo.
Na alquimia antiga, a rosa vermelha é um dos principais símbolos
desta fase tão aclamada.

Ishtar ou Lilith, seus cultos pagãos deram origem a outros


posteriores que se usaram dos ovos, como os de Eostre e, mais a
frente, a páscoa, que os incorporou ao catolicismo. Mas o que o
símbolo da rosa vermelha tem a ver com o ovo que representa
ressurreição? Bom, ela é o símbolo da libertação mental, espiritual
e sexual na alquimia antiga, que provavelmente se originou na
África (atenção aqui a deusa Aset, chamada de Isis pelos gregos,
que também era representada com rosas vermelhas). Ocorre que,
assim como a rosa vermelha, originalmente, o ovo que
representava o material simbólico das deusas Lilith e Ishtar,
também representava libertação mental, espiritual e sexual, em um
outro contexto, lógico, pois a sociedade era diferente. Daí para
virar o ovo fofinho de uma Maria Madalena católica e arrependida,
representando a ressurreição de Cristo, foi um pulo! Lógico, um
pulo de longa duração e muito bem construído e doutrinado. E se
formos um pouco além, lembraremos das Yonis eggs, os ovos de
cristais utilizados para “massagear” a vulva (templo divino,
passagem divina).
Transbordar da
Rosa Vermelha
O rubedo é a rosa vermelha e ela é o símbolo dos apaixonados porque é
visceral. Muitos dos compostos químicos de seu aroma são os mesmos
encontrados em nosso suor e fezes, em quantidade diferenciada. Ou seja,
rosa vermelha exala um cheiro que lembra nossas vísceras. E o que há em
nosso corpo, vísceras, sangue? Vontade! Poder pessoal! A rosa vermelha,
assim como o ovo “da páscoa” que Madalena carrega nas mãos, são
símbolos de libertação e renascimento. Como vimos, o ovo de Madalena é
o símbolo de deusas como Ishtar na cultura matriarcal. O ovo: o que gera,
guarda, nutre e depois explode com vida nova.
Transbordar!
Por isso rosa vermelha - rubedo é a chave alquímica , o ovo alquímico do
transbordar.
É como um cálice, um ovo cheio de vísceras, vida, nutrição, que já carrega
tudo dentro de si para explodir em vida, transbordar em vida, basta apenas
querer! Já está pronto.
Maria Magdalena
com o ovo de perfume.
Maestro B,
Flandes, Holanda. 1560
QUESTÕES TÉCNICAS DA
ROSA VERMELHA
RECEITINHAS & FORMAS DE USO
QUEM É ELA?
Hoje há muitas rosas vermelhas no mercado, realmente a
quantidade é incalculável, porém, a rosa vermelha original é
apenas uma e trata-se da rosa gallica da região do cáucaso,
local da antiga região mesopotâmica, Turquia, Império
Bizantino e Islã e toda a região adjacente.
Hoje, a gallica encontra-se espalhada por todo o mundo e com
centenas de hibridações, a maioria delas registradas,
patenteadas por enormes produtoras de flores.
Seria impossível catalogar todas as híbridas da gallica aqui,
mas abaixo trago algumas delas.
O importante é saber que a gallica talvez seja uma amostra
mais próxima das primeiras rosas, as mais selvagens, de 35
milhões de anos atrás. Existem outros tipos de rosas, todas da
família rosaceae do gênero Rosa L. , mas a gallica é a espécie
vermelha. A original, da região cáucasa, é simples, com
apenas 5 pétalas, porém extremamente cheirosa e os
ancestrais da região eram loucos por seu aroma. Tanto que foi
este fato que fez com que os árabes, principalmente,
desenvolvessem técnicas de alquímica e destilação a fim de
conseguir extrair o maravilhoso aroma desta flor. E, de fato,
foram os primeiros a conseguirem extrair óleo essencial de
uma flor, a rosa, através do método da serpentina refrigerada
criada pelo estudioso árabe Avicena (980 - 1037). A cultura das
rosas para o povo árabe e cáucaso é muito forte. Basicamente
toda a perfumaria e culinária, principalmente os doces, levam
rosas.
Avicena
Rosa Gallica
ALGUMAS HÍBRIDAS FAMOSAS

RED GALLICA GALLICA SPLENDIS

De vermelho e aroma mais vivos com mais pétalas e aroma mais


forte

RED GALLICA VIVAIO TARONI GALLICA CHALES DE MILLS

vermelho vinho talvez a mais famosa dentre todas


as gálicas. O cheiro dela é
extremamente terroso.
ALGUMAS HÍBRIDAS FAMOSAS

THE 1812 GALLICA ROSE PALATINE GALLICA CARDINA DE RECHILIEU

vermelha intensa vinho

GALLICA TURCA GALLICA DO BISPO

vermelho escuro com aroma uma gallica de jardim, bem


encorpado pequena.
Perfume
A forma mais conveniente de se criar
perfume de rosas vermelhas é com o óleo
essencial da rosa gallica. Uma boa medida
para não ter cheiro de álcool são 2 gotas de
óleo essencial para cada 1 gota de óleo
vegetal ou álcool de cereais. O ideal é
trabalhar com pequenos frascos, no
máximo, 10 ml, pois se trata de óleo
essencial raro.
Além disso, apesar de nota média, o óleo
da rosa gálica é ótimo fixador, isso
significa que ela não exala muito, é meio
tímida, ou seja, na verdade, ela só se
mostra quando almeja, só aprece após
algum tempo e não exatamente na hora
em que se borrifa o perfume.
Receitar com rosas in natura
Muitas são as receitas com a flor da rosa in natura. Elas vêm
de um passado da península árabe e da região do cáucaso.
Tornaram-se populares o mundo todo, mas é preciso tomar
alguns cuidados. Certifique-se que a rosa que você vai utilizar
é segura, não foi criada com agrotóxicos e cresceu em
terreno saudável. Rosas vermelhas de floricultura
geralmente não servem para estas receitas. As ideais são as
citadas ou qualquer gallica criada em jardim saudável.
Tintura
Despetalar algumas rosas com
cuidado e sem mexer muito para
que não perca o cheiro.

Colocar as pétalas em um frasco


e adicionar 50 ml de álcool de
cereais entre 40% a 99% de
álcool de cereais (o ideal é 40 por
ter um cheiro mais fraco). O
álcool deve tapar todas as
pétalas.

Macerar com delicadeza, com


uma colher de pau, as pétalas no
álcool. Depois de maceradas,
caso queira, pode adicionar
hidrolato de rosas de sua
preferencia até 100 ml (lembre-
se que irá turvar. Para tirar a
turvação basta filtrar, no
entanto, você perderá todo
cheiro!). Pode também usar
água destilada (100 ml), mas eu
não gosto, é questão de
preferência. Se colocar água, a
validade dele será menor. Se não
tiver álcool, pode usar vodca.
Tintura continuacao
Tapar o frasco que deve ter uma tampa hermética.
Deixar em local seco, longe da luz, escuro e frio. Se sua
geladeira for úmida, evite-a. Agite o frasco todos os dias
um pouco, com delicadeza. Após 16 dias, pode filtrar o
líquido caso queira, eu não gosto de filtrar. Prefiro
retirar as pétalas só quando vou enfrascar, vou as
pescando com uma colher de madeira.

Após enfrascado os vidrinhos, deixar na geladeira


seguros da luz. Lembre-se, quanto mais velho, melhor
fica!
CHÁ DE ROSA VERMELHA A pergunta de milhões:
"posso fazer com rosa de
floricultura?". A resposta é
não! Não pode! As rosas de
floricultura vêm cheias de
agrotóxico e não servem para
ingestão. Para chá de rosas
vermelhas, prefira uma rosa
de jardim limpo e confiável,
colhido do pé, que não tenha
contato com esgoto a céu
aberto ou fezes de animais.
CHÁ DA DEUSA
O chá da rosa vermelha,
principalmente da gallica é
antidiarreico, anti-
inflamatorio, acalma o
sistema nervoso central e
principalmente o ventre. Eu
amo o fato que ela acalma
toda a região do ventre! O
ventre da deusa, é como se
ela dissesse "calma, rainha,
nada vai ferir mais o seu
plexo solar, estou aqui". Há
também pesquisas sobre a
prevenção da gallica sobre
células cancerígenas,
porém, é necessário mas
estudos.
Sobre ansiedade e
depressão, uma flor que
mexe tanto no plexo solar,
centro de nossa energia,
logicamente irá tocar
nessas questões, que são
sintomas do plexo.
Banho
Já para banho de rosas vermelhas, aí sim serve a da
floricultura, claro que se for a do jardim, ainda melhor,
mas nesse caso, a da floricultura serve. Não ferva as
pétalas e nem jogue água muito quente sobre elas. Em
uma bacia e ágata ou cerâmica, coloque as pétalas de
rosas e até mesmo gotas de óleos essenciais, jogue água
levemente morna e abafe com tecido ou tampa. Deixe
por até 1 hora. Depois está pronta para o banho.
SUBSTITUIÇÕES
Plantas que a auxiliam a rosa
vermelha nos processos de poder
pessoal

Para quem está sem fogo interno:


canela + hibisco

Para que está com medo de se jogar, enfrentar


mudanças:
patchouli + hibisco

Para conexão com o sagrado feminino interno/


espiritual/ místico: mirra + hibisco
QUIZ
Maria Madalena
vermelho intenso

Amor por você! Chegamos ao fim dessa jornada com o mantra :


AMOR POR MIM!
O que você está fazendo é amor por você? Ou é tentando agradar
alguém? O seu transbordar está no amor próprio. É sem raivas,
simplesmente amor, não é com "agora eles vão ver", "agora isso",
"agora aquilo", não! Simplesmente viva você!
Maria Madalena
vermelho rosado

Receba! Receba o que a vida quer te dar, receba, observa tudo ao


teu redor, tudo o que você já tem e agradeça. Tudo que ganhar, a
partir de agora, use, realmente ganhe, não deixe para usar depois.
Doe o que você não deseja mais e libere as gavetas para receber o
novo.
EU RECEBO COISAS BOAS. SOU GRATA.
Receber é um ato fundamental para quem deseja sair do lugar de só
fazer e doar.
Maria Madalena
vermelho escuro

Tenha coragem de ser o seu poder! Você já tem todas as ferramentas


para isso. Pode aparecer, pode brilhar, precisa colocar toda essa
profundidade que você é para fora. Estamos na matéria, é hora de
você ser essa potência na matéria e você sabe disso. É simplesmente
ser você.
EU SOU.
Saia da caverna. Volte a ela quando precisar se abastecer, mas não é
para morar o tempo todo.
Somos todos Maria Madalena nessa
jornada chamada vida!
Todas as rosas do quiz levaram à Madalena, a dama da torre, a que
entrega as chaves, a sacerdotisa, a figura histórica mais
contemporânea que temos do ritual de Isis.
Chegamos aqui após 22 meses de muita entrega, espera e paciência.
A paciência neste processo foi uma grande virtude, o maior
aprendizado é entender que não há onde chegar, o caminho
realmente é a vida. Jamais esqueça isso!
Então, serendipity! Aproveite o caminho, viva, experimente-o, não
caia no conto de pensar se sua vida deu certo ou errado, ela dá certo e
errado todo dia, toda hora! A graça está em saber se transmutar em
rosa, jasmim, alecrim, vetiver sempre que precisar e saber qual de
cada uma é preciso ser em cada momento. Isso é uma enorme
sabedoria!
Ser uma sacerdotisa/ sacerdote de perfumaria antiga, um eremita
desta Jornada é sobre isso.
Esta jornada termina aqui, mas a sua caminhada, não! Nós estaremos
aqui e você pode recorrer a este material sempre que precisar. Agora,
estamos sempre conectados e é com imenso carinho e emoção que
posso te chamar de família! Família de alma, de coração.
Eu que só posso agradecer por você ter caminhado ao meu lado nos
últimos meses. Gratidão!

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