Mindfulness

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MULTIVIX VILA VELHA

ANA JULLIA BARBOSA

JÉSSICA OLIVEIRA DOS REIS

JOYCE PORTO FERNANDES

KRISLEY HORRANI MAURICIO

LAYANE GONÇALVES GOMEZ

PSICOTERAPIA HUMANISTA

VILA VELHA

2024
ANA JULLIA BARBOSA

JÉSSICA OLIVEIRA DOS REIS

JOYCE PORTO FERNANDES

KRISLEY HORRANI MAURICIO

LAYANE GONÇALVES GOMEZ

PSICOTERAPIA HUMANISTA

Avaliação processual apresentada como requisito


para obtenção de pontuação em Psicoterapia
Humanista, pelo curso de Psicologia da Faculdade
Multivix Vila Velha.
Professor: Rodrigo Passos.

VILA VELHA

2024
1 O QUE SÃO OS EXPERIMENTOS DENTRO DA GESTALT-TERAPIA?

A Gestalt-terapia é uma abordagem psicológica que incentiva o crescimento


pessoal e o autoconhecimento do cliente por meio da criatividade e experimentação
no contexto terapêutico. Surgida nas décadas de 1950 e 1960, essa abordagem
valoriza a ação criativa e a experiência sensorial, trazendo o corpo e a dimensão
sensível para o espaço terapêutico.

O experimento é a ferramenta central da Gestalt-terapia, funcionando como


um convite para que o cliente vivencie uma situação inacabada no "aqui e agora",
promovendo uma forma ativa de manifestação e aprendizado. Esses experimentos
podem ser lúdicos e descontraídos, permitindo ao cliente investigar diferentes
aspectos de sua personalidade em um ambiente seguro. O psicoterapeuta deve
propor essas ações com clareza, facilitando o processo de conscientização do
cliente. Cada sessão é única, permitindo que novas percepções e sensações afluem
durante o processo terapêutico trazendo uma nova direção no avanço da terapia.

A gestalt-terapia é, na realidade, a permissão para ser criativo.


Nossa ferramenta metodológica básica é o experimento, uma abordagem
comportamental para passar a um novo patamar de funcionamento. O
experimento se dirige ao cerne da resistência, transformando a rigidez em
um suporte elástico para a pessoa. Não precisa ser pesado, sério, nem ter
uma comprovação rigorosa; pode ser teatral, hilário, louco, transcendente,
metafísico, engraçado. O experimento nos dá licença para sermos
sacerdotes, prostitutas, gays, santos, sábios, magos - todas as coisas, seres
e noções que se ocultam em nós. Os experimentos não precisam brotar de
conceitos; podem começar simplesmente como brincadeiras e desencadear
profundas revelações cognitivas. (Zinker, 2007, p. 30).

Na terapia, os experimentos são ferramentas e atividades que ajudam os


clientes a se tornarem mais conscientes de suas experiências, sentimentos e
comportamentos no presente. Esses experimentos são projetados para estimular a
auto exploração e a descoberta pessoal, incentivando as pessoas a se conectarem
mais profundamente com suas emoções e necessidades.

Alguns exemplos de experimentos na Gestalt-terapia incluem:

 Role-playing: Os clientes podem simular situações do cotidiano para explorar


como reagem emocional e comportamental mente;
 Diálogo com Partes do Eu: O cliente pode conversar com diferentes lados de
si mesmo (como o "eu crítico" e o "eu acolhedor") para entender melhor seus
conflitos internos;
 Exercícios de Conscientização Corporal: São técnicas que ajudam os clientes
a se conectarem com suas sensações físicas e emoções, como práticas de
atenção plena ou movimentos livres;
 Uso de Objetos ou Cadeiras Vazias: O cliente pode usar uma cadeira vazia
para "dialogar" com outra pessoa ou com um aspecto de si mesmo, facilitando
a expressão de sentimentos e pensamentos.

2 QUAL A FUNÇÃO/OBJETIVO DOS EXPERIMENTOS PARA A GESTALT-


TERAPIA?

Os experimentos na Gestalt-terapia são fundamentais para o processo


terapêutico, pois visam promover a consciência e facilitar a auto exploração. Eles
oferecem uma abordagem dinâmica que permite aos clientes se conectarem mais
profundamente com suas experiências e emoções. Abaixo, estão algumas das
principais funções e objetivos dos experimentos:

1. Aumento da Consciência: Os experimentos ajudam os clientes a se tornarem


mais conscientes de seus pensamentos, sentimentos e comportamentos,
promovendo uma maior responsabilidade por suas experiências.
2. Exploração de Emoções: Por meio de atividades experimentais, os clientes
são incentivados a explorar suas emoções de forma mais profunda, o que
facilita a autoexploração e a percepção de suas vivências.
3. Promoção da Autenticidade: Os experimentos encorajam os clientes a se
expressarem de maneira autêntica, permitindo que vivam a partir de suas
experiências imediatas e verdadeiras.
4. Integração do Self: Essas práticas auxiliam na integração de diferentes
aspectos da personalidade, ajudando os clientes a trazer à luz partes de si
mesmos que podem ter sido negligenciadas ou excluídas.
5. Resolução de Conflitos Internos: Experimentos, como jogos de papéis,
oferecem oportunidades para que os clientes explorem e resolvam conflitos
pessoais de maneira mais direta, contribuindo para um entendimento mais
claro de suas motivações e sentimentos.

Essas técnicas fazem dos experimentos uma ferramenta poderosa na Gestalt-


terapia, pois permitem que o cliente se conecte de maneira mais profunda com sua
realidade interna e externa. Ao proporcionar vivências autênticas e imediatas, os
experimentos promovem uma compreensão mais clara dos próprios sentimentos e
comportamentos, facilitando o autoconhecimento e o crescimento pessoal.

3 COMO O TERAPEUTA ESCOLHE QUAL EXPERIMENTO USAR, QUANDO


USAR E COM QUE CLIENTE USAR?

Para a Gestalt Terapia, é fundamental que haja uma compreensão profunda


do que está acontecendo aqui e agora, baseando-se na experiência do cliente e nas
dinâmicas da sessão para um experimento mais minucioso.

Com o objetivo de ser o facilitador do awareness do cliente quanto a seus


próprios padrões comportamentais e emocionais, o terapeuta foca em explorar como
o cliente está experienciando não só a si mesmo, mas ao que está acontecendo no
mundo ao seu redor naquele instante. Logo, cada experimenta será planejado e
aplicado de maneira individualizada, focando nas percepções acerca do cliente.

Fatores como de que maneira o cliente experiencia sensações corporais,


interage com o outro, reage a sinais de confronto/discordância e demais
características do cliente são indispensáveis para uma análise detalhada e, assim, o
cliente possa usufruir de um atendimento personalizado e consiga gradualmente se
abrir para novas experiências.

É essencial visualizar o experimento como uma ferramenta flexível, dinâmica


e adaptável às condições e necessidades advindas do cliente, bem como o
momento em que o cliente se encontra.

4 OBJETIVO DO EXPERIMENTO

Embora as práticas relacionadas com a meditação tenham sido executadas


no Oriente por pelo menos 3.000 anos atrás, somente nos últimos 30 anos elas
foram exploradas com investigação científica a fim de ampliar o conhecimento sobre
suas aplicações nas intervenções terapêuticas ocidentais (Ferreira et al., 2021).
Ainda de acordo com esses autores citados, John Kabat-Zinn foi o pesquisador que
iniciou os estudos clínicos de Mindfulness no Ocidente, com a intenção de criar um
vínculo entre a “ciência médica, a psicologia e a filosofia budista” (Ferreira et al.,
2021, p. 9).

A palavra Mindfulness possui vários conceitos e no âmbito terapêutico é


aplicado em diferentes abordagens. Na Gestalt-terapia as bases teóricas se
aproximam pois ambas defendem a visão holística do ser, enfatizando a capacidade
de autorregulação do organismo diante a atenção focada na experiência vivida
(Ferreira et al., 2021).

O objetivo do experimento é ajudar o cliente a perceber suas emoções,


colocando-o em contato com a reação do corpo por meio de um relaxamento inicial,
seguido de meditação profunda usando técnicas de Movimento com Atenção Plena.
Com isso, é possível analisar os padrões de pensamento relacionados ao
desconforto, buscando transformar a percepção e vivência de situações limítrofes
(Alidina, 2019).

Após esse confronto com sensações negativas, foi proposto o Escaneamento


Corporal para retornar o pensar em como as coisas realmente são, imaginando cada
parte do corpo e seus processos (Alidina, 2019). De acordo com a autora, essa
técnica é utilizada para trazer conforto, mesmo que possa aflorar sentimentos
desagradáveis, o objetivo é que eles sejam aceitos como estão dispostos.

5 PROCESSO DO EXPERIMENTO

5.1 Relaxamento inicial

 Com a luz ambiente baixa, som suave e confortável, os primeiros 5 minutos


foram designados para um relaxamento;
 A cliente sentou-se em um colchonete de frente para a parede, com as costas
eretas, foi orientada a fechar os olhos, deixando apenas um filete de luz
entrar no campo de visão;
 Com os olhos semicerrados, ela foi orientada a inspirar lentamente, com a
atenção no caminho que o ar percorreu até seus pulmões. Depois,
lentamente, observar a caixa toráxica expandir;
 Caso a atenção saísse do movimento ou deixasse pensamentos alheios
aparecesse, deveria conduzir novamente a atenção aos pulmões em
funcionamento;
 Após 3 segundos cronometrados pela psicóloga, a cliente, lentamente,
expirou o ar, percorrendo o caminho com a atenção até a saída, somente
pelas narinas;
 O processo foi repetido 5 vezes;
 Ainda sentada, sua atenção agora estava em seus músculos dos ombros, que
foi rotacionado para frente;
 Após 5 rotações para frente, foi feito o movimento contrário, 5 rotações para
trás;
 A cliente foi orientada a inclinar gentilmente a cabeça para trás e permanecer
na posição por 10 segundos. Em seguida, inclinou para frente mantendo pela
mesma duração;
 Ainda com a cabeça inclinada para frente, rotacionou ela no sentido horário,
contando 3 repetições. Depois o movimento é repetido por 3 vezes no sentido
anti-horário;
 Com a mão direita, ela puxou e pressionou gentilmente a cabeça para o lado
direito, mantendo a posição por 10 segundos, repetindo o procedimento com
a cabeça inclinada para o lado esquerdo e pressionada pela mão esquerda;
 A cliente foi instruída para elevar os dois braços até altura do peito e, com a
ajuda da mão direita, puxar a mão esquerda para trás. Manteve o movimento
por 10 segundos e repetiu o processo com a outra mão.

5.2 Movimento com Atenção Plena

 A cliente foi orientada a prestar atenção aos movimentos e observar as


sensações sem julgamento. A atenção plena está em perceber cada detalhe
do movimento, desde a forma como os músculos se contraem até a sensação
do ar na pele;
 Ainda sentada, foi convidada a cruzar as pernas em formato de borboleta e
repousar as mãos nos joelhos. As costas ficando eretas suavemente, observe
uma onda de energia percorrendo seu corpo, como uma brisa suave que
revitaliza cada célula;
 A cada movimento, você sincroniza a respiração com a ação: por exemplo, ao
elevar os braços, inala profundamente, e ao abaixá-los, exala lenta e
completamente. Esse processo se manteve por 3 minutos;

 Questionou-se como estavam as emoções quando os pulmões estavam


cheios e quando estavam completamente vazios. Suas pernas dobradas,
causavam desconforto? Estavam dormentes? Estavam relaxadas? Os
músculos doíam?
 No próximo passo ela esticou as pernas a sua frente, bem devagar,
acompanhando o movimento com as mãos e descendo o tronco até alcançar
o ponto mais longe que conseguir;
 O objetivo era atingir uma postura que exigisse mais dos músculos,
conduzindo a atenção da cliente para esse desconforto. É como olhar de
perto com algo que preferimos evitar e encontrar um novo entendimento. Ao
mover-se conscientemente, note onde o desconforto apareceu no corpo. Em
vez de tentar escapar, respire profundamente e suavemente traga sua
atenção para essa área fazendo o seguinte questionamento: o que esse
desconforto está me dizendo? Pode ser físico, como a tensão muscular, ou
emocional, como o estresse?
 Instruída a afrouxar os braços caso estivesse incomodada, ficou livre para
ajustar a posição de maneira mais confortável, permanecendo e fazendo
novos questionamentos por 3 minutos;
 Ela foi convidada a relaxar as pernas, soltar os braços, devagar dobrar as
pernas para que fosse possível se levantar. De pé, as palmas das mãos
foram unidas à frente do corpo, alinhado ao peito e cuidadosamente o pé
esquerdo foi deslizando para cima da perna, repousando a cima do joelho;
 Novamente uma postura para explorar sensações de desconforto, seguido de
ajustamento pela própria cliente a um nível que estivesse menos incômodo,
permanecendo por 3 minutos e repetindo o processo com o outro pé;
 Descendo o pé lentamente, distribuindo novamente o peso uniforme sobre
ambos no chão, enquanto isso, as mãos unidas se elevaram até a cima da
cabeça. As instruções foram: mantenha as pernas firmes, alinhando os
joelhos, quadris e ombros. A coluna deve estar ereta, com o peito aberto e os
ombros relaxados. Concentre-se na respiração, inspirando profundamente
pelo nariz e deixando o ar preencher os pulmões. Sinta a expansão do tórax e
imagine a cabeça sendo gentilmente puxada para cima, alongando a coluna.
Ao expirar, libere qualquer tensão no corpo. A cada inspiração e expiração,
mantenha a atenção nas sensações físicas e na postura, ajustando conforme
necessário para manter o equilíbrio e a estabilidade;
 Após 3 minutos ela desceu os braços lentamente, retornou a postura do
tronco e cabeça, relaxando todos os músculos, deixando-os penderem.

6. ESCANEAMENTO CORPORAL

 Orientada a focar na respiração, inspirar profundamente pelo nariz e, ao


exalar, soltar qualquer tensão nos músculos. Também que visualizasse cada
parte do corpo relaxando, começando pelos pés e subindo até a cabeça,
deixando os braços pendurados naturalmente ao lado do corpo, os ombros
soltos, e a mandíbula relaxada. É como se o corpo fosse derretendo,
liberando qualquer rigidez remanescente. Cada exalação é uma oportunidade
de deixar os músculos mais soltos e o corpo mais leve;
 Foi convidada a deitar confortavelmente no colchonete, com os braços
repousados ao longo do corpo e as palmas das mãos voltadas para cima. Em
seguida, ela fechou os olhos e foi instruída a concentrar-se na respiração,
sentindo o ar entrar e sair de maneira natural e suave;
 A sessão de escaneamento corporal começou pelos pés. A cliente foi
incentivada a direcionar sua atenção para os dedos dos pés, percebendo
qualquer sensação, calor, frio, tensão ou relaxamento. Lentamente, ela
moveu sua atenção para a planta dos pés, tornozelos e panturrilhas,
observando cada detalhe sem julgamento;
 Continuando o percurso, a atenção foi levada para os joelhos, coxas e
quadris, sempre com a orientação de inspirar profundamente e, ao expirar,
liberar qualquer tensão percebida na região. A cada nova área do corpo, a
cliente foi lembrada de trazer uma atitude de curiosidade e gentileza, sem
tentar mudar nada, apenas observando;
 A atenção subiu para a região abdominal, notando o movimento do diafragma
enquanto respirava. Em seguida, a cliente trouxe a consciência para a caixa
torácica e costas, permitindo que a respiração ajudasse a liberar qualquer
rigidez;

 Chegando aos ombros, ela foi orientada a perceber a diferença entre o lado
direito e esquerdo, se havia alguma tensão ou relaxamento diferente em cada
lado. Depois, focou-se nos braços, antebraços, punhos e mãos, incluindo
cada dedo;
 Finalmente, a cliente direcionou sua atenção para o pescoço, mandíbula,
rosto e cabeça. Cada parte recebeu um momento de atenção plena,
observando sensações ou a falta delas, e aproveitando a oportunidade para
relaxar com cada expiração;
 Ao final dos 15 minutos, a cliente foi convidada a fazer três respirações
profundas, tomando consciência de todo o corpo como uma unidade
integrada. Aos poucos, ela retornou à sala, abrindo os olhos e movendo-se
lentamente.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALIDINA, S. Mindfulness para leigos. 2 ed. Rio de Janeiro: Alta Books Editora, 2019.

FERREIRA, A. C. S.; JADEJISCH, L. Z.; AFONSO, Y. D.; MATOS, J. R. Mindfulness


e suas contribuições à clínica gestáltica no tratamento de ansiedade. Revista
Científica Espaço Multiacadêmico, Vila Velha, v. 1, n. 1, p. 29-44, 2021. Disponível
em: < https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2022/07/revista-espaco-
multiacademico-v01-n01-completa.pdf> Acesso em: out. 2024.

ZINKER, Joseph. Processo criativo em Gestalt-terapia. Summus editorial, 2007.

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