Teoria e Critica

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Teoria e Crítica do Design || 12768

Corpos
Dissidentes
A importância da inclusividade de pessoas
com deficiência na Indústria da Moda

3º ano de licenciatura em Design de Moda


Docente: Catarina Moura

Trabalho realizado por


Marta Fernandes 46758, Rita Cardoso 46862, Francisca Pereira 46165
Contextualização do tema

Inclusão da deficiência na Moda

Desafios da inclusão na Moda Do que


Exemplos de inclusão vamos falar :
Perspetivas futuras da inclusão na Moda

Conclusão
Dissidente significa algo ou alguém que se
separa de um grupo ou organização por

Corpos
divergência com a maioria.

No caso do nosso tema “Corpos

Dissidentes
Dissidentes” optamos por seguir o rumo de
corpos que não se encaixam no “padrão” da
sociedade o que nos levou ao nosso
subtema: A importância da inclusividade de
pessoas com deficiência na Indústria da
Moda.

01
O nosso objetivo com a
concretização desta proposta de trabalho
não é apenas pesquisar e reter

Objetivos
conhecimento sobre o tema, mas também
dar visibilidade e expor os desafios que as
pessoas com deficiência passam, por
consequência à pouca inclusividade na
Indústria da Moda. Também pretendemos
abordar exemplos de marcas e campanhas
viradas para a inclusão deste nicho,
perspectivas futuras que auxiliem o
crescimento da inclusão dentro do mundo
da moda.
O que é moda
inclusiva?

02
A moda inclusiva é um movimento
em que marcas procuram desenvolver roupas
que levam em consideração as necessidades
físicas e psicológicas de cada indivíduo. Vão
muito além do funcionalismo e consideram
também fatores como o design, estilo e tendias
do mercado da Moda. Este mercado de moda
inclusivo diferencia-se do mercado regular pois
prioriza aspetos como mobilidade e ergonomia.
@especierarasobrerodas no instagram

Importância da
inclusão de pessoas
com deficiência na
Moda
Num estudo de caso feito por Marta Farinha, os participantes
consideraram um dos maiores problemas na moda é a falta de
representação da pessoa com deficiência..

A moda inclusiva vai muito mais além de fazer roupa que


atendam as necessidades, tem também que abranger a
representatividade destas pessoas.
Ӄ importante que a sociedade
comece a olhar para esta moda
inclusiva como uma norma, e
não como uma excessão.
Barreiras físicas e
psicológicas

03
Pessoas com deficiência são ensinadas a suprimir
as suas identidades e silenciar as suas dificuldades para serem
aceites em publico, o que dificulta no processo de descoberta
pessoal.
A moda é uma das maneiras de expressar e
comunicar quem somos e permite escolher roupas que vão de
encontro a personalidade de cada um. Ter acesso a roupas
bonitas, que nos identificamos e que se adaptem aos nossos
corpos, tem um enorme impacto na nossa autoestima. Para
pessoas com deficiência isto torna-se um desafio devido á
carência de opções na moda e as opções que existem têm
geralmente um preço elevado e são apenas focadas na ergonomia
e não na beleza das peças.
A falta de visibilidade deste tipo de corpos tem
consequências diretas no psicológico e desenvolvimento de
autoimagem das pessoas e leva a pessoas com deficiência
acreditar que não têm lugar nesta indústria, como trabalhadores e
consumidores.
2.

1.
Representatividade de
PCD em desfiles

Numa indústria historicamente conhecida por


excluir pessoas com deficiências, poder presenciar estes eventos
onde a inclusão nos desfiles vêm crescendo ao longo dos tempos
é um grande passo. E fornece bastantes oportunidades tanto para
a indústria, que consegue explorar e seguir novos rumos mais
inclusivos, quer para o público-alvo em questão, trazendo cada
vez mais pessoas com deficiências para o mundo da Moda.
Porém, isto não significa que ter modelos com
deficiência a desfilar nas passarelas seja o suficiente em questões
de representatividade quando existem muito poucas linhas de
produtos (de vestuário e acessórios) direcionadas a este nicho.

1. Aaron Rose Philip, Collina Strada


outono/inverno 2021
2. Lauren Wasser, Louis Vuitton 2023
1.

2. Representatividade de
PCD em desfiles
3.

1. Mama Cax, Chromat 2018


2. Aaron Rose Philip, Moschino ready to
wear 2022
3. Jack Eyers, FTL Moda, outono/inverno
2015
A falta de acessibilidade nas lojas para aqueles
com problemas de mobilidade são necessidades esquecidas. As

Representatividade
compras online são um caminho mais fácil para estas pessoas,
no entanto, também não são totalmente acessíveis.

nas lojas e redes


A indústria da moda ignora estas pessoas e as
suas necessidades e não se importa realmente com elas, pois é
apenas uma forma de passarem uma boa imagem e gerar mais

sociais de PCD
lucro.

Pelo que observamos nos meios de


comunicação, a sensação que passa é que esta parcela da
sociedade é esquecida. As pessoas com deficiência raramente
são abordadas na media e, quando aparecem, muitas vezes são
estereotipadas negativamente e não são representadas
adequadamente. Estas plataformas podem ser um instrumento
para aumentar a conscientização e combater a desinformação.
04 Marcas que
investem na
inclusão de PCD
Tommy Hilfiger Equal Target Mifri
Tommy Adaptive Made in Brazil Cat & Jack, moda para Empowering with style
neurodivergentes
Tommy Hilfiger
“Por ter filhos com deficiência, eu aprendi o impacto que uma
coleção Adaptive pode ter. Todas as peças têm a mesma
qualidade, o mesmo tecido e o mesmo design base que
são oferecidas nas nossas outras coleções. As
adaptações foram discretas e com modificações
realmente funcionais que fazem permitir que pessoas com
deficiência tenham independência na hora de se vestir”

A linha inclusiva foi lançada em 2016 para crianças e o


sucesso foi tão grande que no ano seguinte a coleção
evoluiu para um selo exclusivo e conta agora com peças
para crianças e adultos.
Equal
A Equal foi criada pela estilista carioca Silvana
Louro e oferece exclusivamente peças para pessoas
com dificuldade de locomoção.
Hoje em dia a marca oferece desde peças
básicas como vestidos e blusas até capas de chuva
adaptadas para cadeiras de rodas e faixas elásticas
para pessoas que não têm controlo das pernas para
que possam utilizar saias e vestidos mais curtos.
Target
A marca de fast fashion Target anunciou o seu projeto de
moda acessível em 2017. Este novo projeto foi liderado
por Stacey Monsen cuja filha enquadra-se n o espectro
de autismo. A Cat & Jack Collection nasceu então como
a primeira linha infantil de moda inclusiva da Target e as
suas peças foram desenvolvidas para crianças
neurodivergentes e com dificuldades de mobilidade.
Mifri
Criada por Elsa Marta Soares e Ana Rito, duas jovens de
Braga, a Mifri é uma marca de roupa adaptada a pessoas com
diversas doenças ou deficiências e baseia-se no principio que ser
diferente não significa perder o direito de se vestir bem.
A marca não só oferece roupas coloridas e com detalhes
de tendências de moda, como também “camisolas com fechos
para aumentar a autonomia da pessoa com dificuldades motoras
no vestir ou despir…” comenta Elsa Soares. Para quem utiliza
cadeira de rodas há vestidos que abrem completamente e saias
com calção para melhorar a deslocação. Também criaram roupas
com bolso para os algaliados, onde o saco fica guardado sem que
mais ninguém o veja, o que dá dignidade à pessoa.
Campanhas Inclusivas

Paifait
Campanhas voltadas para mulheres reais
Modelos plus size e com deficiencias
Campanhas Inclusivas

Aire
Modelos com bombas de insulina,
cadeiras de rodas, muletas, vitiligo e
outra condições
A marca não retoca as modelos nas
suas campanhas e divulgou
discretamente as fotos no site.
Campanhas Inclusivas

Collina Strada -
Animals for Fall 2021
Nesta campanha digital a designer
transforma modelos em animais como
um género de metamorfose e inclui
pessoas com deficiência na campanha
Campanhas Inclusivas

Moschino – Spring
2022
Na campanha, Aaron Rose Philip é
fotografada por Luigi & Iango para a
marca. Não é só fotografada, como na
coleção de Primavera/Verão 2022 a
modelo desfilo na passerele da marca.
Oportunidades de inclusão
na Industria da Moda

05
Tudo começa com a conscientização, só quando a
indústria se informar e corrigir o pensamento sobre as
necessidades e dificuldades que as pessoas com deficiências
enfrentam, será possível iniciar as mudanças.
Ouvir e consultar pessoas com deficiências desde o início
de criação
A experiência de compra precisa de evoluir
Visibilidade no marketing das marcas
A colaboração e parcerias entre marcas e organizações
com experiência com este tipo de consumidor.
Ao adotar a moda adaptativa, as marcas podem atrais
novos clientes, tornar-se organizações mais inclusivas e ficarem
mais atentas a detalhes que até podem aplicar a outros
designs.
Tanto as marcas como os
consumidores desempenham um papel
importantíssimo para a propagação e
crescimento da moda inclusiva. Para além
de conseguirem promover a inclusão a
Papel das marcas e partir de campanhas publicitárias, as marcas
tem o dever de atender às necessidades

consumidores no
dos seus consumidores, quer estes tenham
ou não, qualquer tipo de condição física.
Para tal estas podem optar por efetuar

papel da inclusão pesquisas sobre as necessidades dos


consumidores ou por fazer parcerias com
designers e peritos na área de
acessibilidade, dando a oportunidade à
marca de satisfazer os seus consumidores
oferendo-lhes peças mais confortáveis,
ergonómicas e acessíveis. Os consumidores
também são uma peça importante para a
promoção da inclusividade pois conseguem
apoiar as marcas que criam moda inclusiva
e utilizar as suas redes sociais para se
exprimirem sobre a inclusão,
conscientizando as pessoas sobre a
inclusão no mundo da Moda.
Desafios e
perpetivas futuras
Podemos começar por dizer que o principal desafio será fazer com que o mercado da moda não discrimine e dê
mais oportunidades a pessoas com deficiência dentro das empresas e mercado da moda. Com a inclusão destas
pessoas, a moda seria mais inclusiva a partir da raiz para assim dizer, é difícil resolver um problema se o o problema não
se reflete em nós.
Com a inclusão dentro destes ambientes, talvez a moda inclusiva não seria apenas uma extensão de uma marca,
mas sim algo comum e a representatividade não se refletisse apenas nessa extensão desenvolvida para pessoas com
deficiência e sim na marca como um todo.
”Obrigada pela
vossa atenção ;)

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