Projeto de Ensino

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SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA

Pedagogia - Licenciatura

Samara de Figueiredo Costa

PROJETO DE ENSINO EM PEDAGOGIA-LICENCIATURA

Várzea Grande/MT
2023

Samara de Figueiredo Costa

PROJETO DE ENSINO EM PEDAGOGIA-LICENCIATURA

Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do


Paraná, como requisito parcial à conclusão do Curso de
Pedagogia - Licenciatura.

Docente supervisor: Prof. Lilian Amaral da Silva Souza


Várzea Grande –
MT 2023
Sumário

Introdução
1 – Tema
2 – Justificativa
3 – Participantes
4 – Objetivos
5 – Problematização
6 – Referencial Teórico
7 – Metodologia
8 – Cronograma do projeto
9 – Recursos Humanos e materiais
Considerações finais
Referenciais
Introdução

A realização dessa pesquisa refere-se a uma temática que


envolve a educação de crianças com o Transtorno do Espectro Autista
(TEA) e a relação entre a família e a escola em seu processo educacional.
Esta pesquisa em questão busca compreender de que forma a família
pode contribuir junto a escola no processo de desenvolvimento de
crianças com autismo. Haja vista que a família é o primeiro grupo social e
onde as crianças têm um primeiro contato de aprendizagem e a escola
como um segundo espaço de convivência e aprendizagem social, sendo
necessária uma parceria entre os dois grupos.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também chamado
de autismo, é um Transtorno Global do Desenvolvimento. O autismo
infantil está classificado como um dos Transtornos Globais do
Desenvolvimento (TGD) e é caracterizado por “um comprometimento
grave e global em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de
interação social recíproca, habilidades de comunicação ou presença de
estereotipias de comportamento, interesses e atividades” (APA, 2002,
p.98). De acordo com o Ministério Público de São Paulo (2011, p.2),
O Autismo é um Transtorno Global do Desenvolvimento
(também chamado de Transtorno do Espectro Autista),
caracterizado por alterações significativas na
comunicação, na interação social e no comportamento
da criança. Essas alterações levam a importantes
dificuldades adaptativas e aparecem antes dos 03 anos
de idade, podendo ser percebidas, em alguns casos, já
nos primeiros meses de vida. As causas ainda não estão
claramente identificadas, porém já se sabe que o
autismo é mais comum em crianças do sexo masculino
e independente da etnia, origem geográfica ou situação
socioeconômica.

Deste modo, as crianças portadoras de TEA necessitam de


um acompanhamento especializado e que atenda as suas necessidades
educacionais, de modo a garantir sua inclusão e seu direito a uma
educação de qualidade. Para isso, se faz relevante uma parceria entre a
família e a escola, para que seja possível conhecer as reais necessidades
desses alunos e buscar as melhores alternativas e metodologias para seu
desenvolvimento, ensino e aprendizagem.
A família pode colaborar fornecendo aos profissionais da educação
as informações sobre as formas de comunicação da criança, necessidade e
peculiaridades existentes em sua condição. A participação e o envolvimento da
família asseguram desenvolvimento pleno da criança e a garantia do seu direito à
educação (CARDIAS, 2016).
1 – Tema

O tema deste Projeto de Ensino: A contribuição da familia no ensino


de crianças com transtorno do espectro do autismo
Conforme Florêncio (2020), esse envolvimento contribui para o
sucesso acadêmico da criança. Por exemplo, crianças com as quais os pais estão
mais engajados têm melhor desempenho acadêmico, têm atitude mais positiva em
relação à escola, melhores habilidades de autorregulação e exibem menos
problemas de disciplina.
A inclusão da criança com transtorno do espectro autismo deve
estar muito além da sua presença na sala de aula; deve almejar, sobretudo, a
aprendizagem e o desenvolvimento das habilidades e potencialidades, superando
as dificuldades. A educação é umas das maiores ferramentas para o
desenvolvimento de uma criança autista.
A família é a base que a criança tem para a vida. Ela é a sua
referência principal na vida do aluno. É com essa família que a criança aprende a
lidar com as lições da vida, conhece os valores e princípios. É através desses
conhecimentos que a criança constrói sua personalidade e sua conduta.
A família pode colaborar de maneira muito especial para o
desenvolvimento da criança portadora de autismo na escola,
principalmente fornecendo aos profissionais da educação as informações sobre as
formas de comunicação da criança.
De acordo com Silva (2019), é de suma importancia o
estabelecimento de vinculos entre familiares, professores, crianças e demais
profissionais envolvidos para que as atividades propostas estejam direcionadas as
necessidades e peculiaridades de cada criança, pois, embora o contexto escolar
receba crianças que apresentem a mesma condição especial, “cada uma tem p seu
ritmo e sua individualidade, de forma que cada uma tem a sua rotina estabelecida, a
qual deve ser respeitada para obter o melhor desenvolvimento possivel da
aprendizagem”.
As crianças autistas apresentam algumas características que
podem, inclusive, ser critério para serem diagnosticadas, entre elas: dificuldades nas
relações; o desenvolvimento da linguagem fica comprometido com inversão
pronominal; ecolalia; afasia; comportamento obsessivo e uso de linguagem
ritualística; atividades e interesses restritos com obsessão pela mesmice;
desenvolvimento intelectual e físico normais, com excelente memória imediata
(CAMPELO et al, 2009, p.1-2).

2 – Justificativa

Embora se tenha conhecimento das várias tentativas de entender a


etiologia do autismo, há muitas teorias em relação a isto, uma delas é de que o a
frieza e indiferença dos pais, principalmente da mãe, pode causar a síndrome. No
entanto, médicos do Projeto Genoma do Autismo, consideram que o autismo está
diretamente relacionado a fatores genéticos, levando seus portadores a
apresentarem transtornos social e intelectual (GRACIOLI; BIANCHI, 2014). Em
1943, GRINKER (2010 apud KANNER, 1968) notou a existência de características
comuns entre os portadores de autismo, denominando-as como distúrbios do
contato afetivo. Grinker (2010) afirma que:
“Se Kanner, porém, houvesse visto apenas um desses pacientes,
talvez não tivesse ficado tão interessado. Mas aquela era outra história - 11
pacientes, oito meninos e três meninas, todos muito diferentes: alguns dominavam a
linguagem verbal, outros eram completamente mudos – mas ainda assim todos
eram social e linguisticamente deficientes (GRINKER, 2010, p.59).”
A família é quem oferece um quadro moral e emocional para um
jovem ou uma criança, para assim obterem exemplo de referência. Mas é válido
ressaltar que a família que vai sustentar esse padrão de referência muito menos a
lucidez e competências impostas pela sociedade moderna. Portanto, quanto melhor
a família acolhe o indivíduo na edificação da aprendizagem, melhor será hospedado
na escola, com efeito na sociedade.
No processo de acompanhamento da criança com TEA é de grande
relevância a atuação da família, pois requer bastante dedicação para o
desenvolvimento interacional, cognitivo e afetivo. Nesse sentido, a persistência no
cuidado e ensinamentos a criança com TEA deve ser contínuo, pois intervenções
resultam na melhoria da qualidade de vida. De acordo com Stobaus e Mosquera,
(2006; apud CORREIA e SERRANO, 1998, p. 89), descrevendo a participação
efetiva dos pais no atendimento de seus filhos, tanto em estimulação precoce e sem
dúvida quanto com necessidades educativas especiais, devem levar em conta a
realidade e contexto da família, o avaliar e recompensar cada evolução, por mais
simples que seja, valorizar o que cada indivíduo faz no sentido de pontos fortes,
respeitar ritmos pessoais e familiares, admitir que ajudas extras são um ângulo do
prisma de realidade, ao contemplar planos e metas para o futuro, trabalhando com
(e não contra) a pessoa e a família, quer em linguagem, motricidade, em
socialização, em seus tempos e seus espaços como aluno membro da família.
Sabemos que diante de tantas situações adversas vivenciadas pelas
pessoas com deficiência no que se referem ao processo educacional, muitas foram
excluídas, rejeitadas do convívio social por serem consideradas anormais ao longo
dos anos. Mas por meio de muitas lutas, políticas públicas, muitas conquistas têm
ocorrido, sobretudo na perspectiva da educação inclusiva que tem se tornado uma
realidade, embora de forma lenta, desafiadora, mas muito necessária.

3 – Participantes

Este projeto destina-se a todas as séries, principalmente aos


estudantes do ensino fundamental- anos iniciais e finais, podendo também ser
utilizado para o ensino médio, para que todos aprendam a aceitar e respeitar o
colega do jeito que o mesmo é.
Conversando com professores de escolas e séries diferentes, todos
me passaram que existe a dificuldade até mesmo por parte dos professores para
lidar com crianças autistas, por isso a importância do professor estar sempre
atualizando seus conhecimentos.
Neste projeto irá fazer parte todos da unidade escolar, pais e
responsáveis pelos alunos.

4 - Objetivos

Objetivo geral: Desenvolver atividades que proporcionem o


engajamento da família no desenvolvimento de crianças autistas.

Objetivos especificos:
- Promover o engajamento familiar;
- Proporcionar um atendimento especializado as crianças com autismo.
- Elaborar um projeto com o uso da metodologia ativa de gamificação.

5 - Problematização

Atualmente muitas instituições contam com aluno que


possuem transtorno do espectro do autismo e precisam de uma atenção
especializada para que possam se desenvolver de forma plena. Nesse
processo a família é essencial para que o aluno obtenha sucesso em seu
processo de desenvolvimento do ensino e aprendizado. Surge, portanto,
um questionamento acerca de como a escola pode atuar junto à família
para promover esse desenvolvimento.
As crianças com autismo têm mais dificuldades para fazer
expressões não verbais como imitações, posturas, gestos, expressões faciais e
contato visual, assim como em usar as habilidades não verbais para se comunicar,
como apontar para mostrar algo ou interagir com alguém.
As dificuldades da criança com TEA em engajar-se em uma
atividade escolar pode estar fortemente atrelada a características do transtorno que
são relacionadas, por exemplo, a interesses restritos e à inflexibilidade para engajar-
se em tarefas não preferidas.
A escola é o único espaço social que divide com a familia a
responsabilidade de educar. Ela favorece uma transitoriedade entre as diferenças
individuais e as necessidades do grupo, oferecendo ao individuo a oportunidade de
comportamentos mais socializadores.
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) nos remete a pensar nas possibilidades
do fazer inclusivo e da importância da Educação Especial não apenas
como um atendimento educacional especializado, mas como parte do
ensino como um todo, além de destacar quem são os seus sujeitos,
definindo seu público alvo, entre eles os alunos no TEA, caracterizando-os
como
“[...] aqueles que apresentam alterações qualitativas das
interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de
interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se
nesse grupo alunos com autismo, síndrom

6 – Referencial Teórico

A educação especial é uma modalidade da educação básica


que perpassa por todos os níveis e etapas de ensino (BRASIL, 2008, p.16).
Portanto, a Educação Especial, de acordo com a atual Política do MEC,
deve assegurar o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que é
definido pelo Decreto Federal 7.611/11, no § 1º do Art. 2º, alíneas I e II
como:
(…) conjunto de atividades, recursos de
acessibilidade e pedagógicos organizados
institucional e continuamente, prestado das
seguintes formas: I
- complementar a formação dos alunos com deficiência,
Transtornos Globais do Desenvolvimento, como apoio
permanente e limitado, no tempo e na frequência dos
estudantes às Salas de Recursos Multifuncionais,
doravante denominadas pela sigla SRM; ou II -
suplementar a formação de alunos com Altas
Habilidades/ Superdotação.

O transtorno do Espectro do Autismo é dimensionado em


níveis de comprometimentos, sendo leve, moderado e severo,
dependendo da quantidade de apoio quanto a pessoa necessite. Apesar
das inúmeras pesquisas realizadas na área, ainda não se sabe quais são
as causas específicas do acometimento desse transtorno. Segundo uma
pesquisa realizada recentemente apontam as causas genéticas num
percentual de 83% nos casos (SANDIN et al, 2017). Conforme mencionado
pelos pesquisadores Leo Kenner e Hans Asperger, considerados os
primeiros estudiosos a pesquisar sobre o assunto, este transtorno é
comum a crianças do sexo masculino.

O manual DSM-V amplia o entendimento de autismo


como Transtorno do Espectro Autista (TEA) trazendo as
particularidades do espectro que são prejuízos
perseverantes na comunicação e interação social, bem
como nos comportamentos que podem abarcar os
interesses e os modelos de atividades, indícios que
estão atuantes 9 desde o início da infância limitando
e/ou prejudicando o funcionamento diário (APA, 2014, p.
94).

O autismo é um transtorno que afeta as três áreas de


habilidades humanas, sendo elas: a comunicação, a habilidade de
socialização e o comportamento do indivíduo. O indivíduo pode apresentar
as três dificuldades, ou apenas duas ou uma de forma isolada. O
transtorno autista, a síndrome de Asperger e o transtorno de
desenvolvimento pervasivo não especificado, fazem parte do transtorno
do espectro autista pois apresentam dificuldades na comunicação, nas
interações sociais e no controle de comportamento (SANTOS, 2013).
Desta forma para efeitos da lei, o autista é considerado
enquanto pessoa com deficiência e detentor do direito a uma educação
especializada. Conforme exposto no Decreto n° 7.611/2011 é dever do
Estado “a garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os
níveis, sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades"
(BRASIL, 2011). Na Lei 12.764/2012 (Artigo 2º, item VII) consta que é
obrigação do Estado "o incentivo à formação e à capacitação de
profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do
espectro autista, bem como a pais e responsáveis" (BRASIL, 2012).
A dificuldade encontrada para identificar subgrupos de TEA,
capazes de dar direção aos tratamentos, proporcionando melhores
prognósticos, tem impedido que haja progressos no desenvolvimento de
novas abordagens para tratar estes pacientes. As causas que provocam o
autismo, ainda não são conhecidas. Esse transtorno apresenta uma alta
complexidade em razão dos sintomas e sua severidade variar sendo,
provavelmente, resultado da combinação de diferentes genes. Alguns
problemas genéticos ocorrem de forma espontânea e outros são
herdados. Há pesquisas que sugerem que há uma questão de herança
genética alta, principalmente, traços do TEA em uma mesma família,
parece haver um padrão de autismo relacionado que direciona, ainda
mais, para a tese de que esses há uma base genética. Há, também,
estudos que indicam que o autismo tem, além de causas genéticas,
fatores ambientais que impactam o desenvolvimento do feto (infecções,
estresse, substâncias tóxicas, desequilíbrios metabólicos, complicações na
gravidez) que podem causar o autismo.
A educação especial deve estar presente em todas as
instituições de ensino públicas e privadas, com base nos princípios da
educação inclusiva, “de modo a propiciar ao aluno o pleno
desenvolvimento de suas potencialidades sensoriais, afetivas e
intelectuais”. Portanto, além da matrícula, essas instituições devem
assegurar condições para o sucesso desses alunos. (BRASIL, 2001, p. 41).
As escolas precisam se preparar de uma forma geral para receber
crianças com necessidades especiais e atender a educação especial de
forma efetiva. É necessário realizar adaptações que não se limitam a
questões estruturais ou físicas, mas também capacitar os profissionais
para atuar de forma positiva na educação. Adaptar o projeto pedagógico
da instituição, buscando eliminar barreiras arquitetônicas e introduzir
recursos e tecnologias assistivas, além de profissionais especializados. É
importante deixar claro que a educação especial não visa diferenciar as
crianças, mas sim equiparar as situações de aprendizagem com as
demais.
A lei coloca que é obrigatória a adoção de um projeto
pedagógico que assegure um atendimento especializado para estudantes
com deficiência, sendo necessário possuir um profissional capacitado para
o atendimento e acompanhamento desse aluno. Para garantir um
ambiente propício para que esse aluno desenvolva sua capacidade
socioemocional, é necessário compreender as individualidades desses
alunos, fomentar um ambiente de cooperação livres de preconceitos e
principalmente buscar uma parceria entre a escola e a família, pois esta é
capaz de contribuir para o engajamento dessas crianças no ambiente
escolar.
A escola e os professores devem possuir uma relação
estreita com a família do aluno que frequenta a instituição, essa relação é
fundamental para o sucesso de sua aprendizagem. Uma parceria entre a
família e a escola é imprescindível no desenvolvimento dos estudantes,
pois a partir do diálogo e de ações coordenadas é possível solucionar e
atender as necessidades educacionais especiais desses alunos. É
importante que cada grupo, família e escola, compreendam de forma
clara as suas responsabilidades em relação ao ensino, para que seja
impossível traçar intervenções pedagógicas específicas que sejam
relevantes na área cognitiva e afetiva emocional nesses indivíduos,
contribuindo no seu desenvolvimento pleno.
Entende-se que a família é parte integrante no processo
educacional das crianças, sendo essencial que a mesma mantenha uma
parceria com a escola em busca de proporcionar ao indivíduo o seu
desenvolvimento em todos os aspectos da vida pessoal e profissional
(FRANCO, 2015). A família pode colaborar fornecendo aos profissionais da
educação as informações sobre as formas de comunicação da criança,
necessidade e peculiaridades existentes em sua condição. A participação
e o envolvimento da família asseguram desenvolvimento pleno da criança
e a garantia do seu direito à educação (CARDIAS, 2016).
De acordo com Andrade (1998), a família é compreendida
como primeiro núcleo social no qual o indivíduo faz parte. É a partir desse
grupo social que o indivíduo possui as condições necessárias a construir
seus modelos e aprender de forma primária sobre a vida. A família age
como um filtro diante de toda a vida social, modificando e integrando ao
seu próprio sentido e nesse movimento acaba contribuindo para a
individuação da criança. E é nesse processo de individuação que a escola
vai trabalhar em parceria com as famílias, na forma do indivíduo enquanto
sujeito único, com suas características individuais. Mas para que esta
transformação aconteça, é necessária a contribuição do núcleo familiar
em que a criança está inserida. De acordo com Franco (2015, p.3),
Haja vista que a família constitui a unidade dinâmica
das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que
estão imersas nas condições materiais, históricas e
culturais de um dado grupo social, ela será uma
parceira a mais na busca pelo cumprimento da função
social e ajudará nas atividades escolares, de modo que
o aluno possa se desenvolver em todos os aspectos da
vida pessoal, profissional e ter sucesso.
A inclusão da criança autista começa primeiramente em sua
casa sendo acolhido por sua família e recebendo todos os cuidados necessários
ao seu desenvolvimento. Os direitos de um indivíduo autista devem ser
garantidos a partir de adaptações que permitam o exercício desses direitos de
forma equiparada aos demais. Assim como existem escolas que não estão
preparadas para lidar com crianças portadoras de necessidades especiais,
também existem famílias que não conseguem lidar com essa situação e acabam
assimilando preconceitos e concepções equivocadas acerca deste transtorno.
Desta forma é evidente a necessidade de uma boa e uma estreita relação com a
escola, para que seja possível buscar as melhores formas de se adequar a essa
condição.
A relação entre a família e escola dos estudantes é um tema
bastante discutido acerca do seu papel no alcance do sucesso dos alunos
no processo de ensino- aprendizagem. Os profissionais da escola
acreditam muitas vezes, que os alunos vão mal porque suas famílias estão
desestruturadas ou porque não se interessam pela vida escolar da
criança. A ausência dos pais às reuniões pedagógicas e seu desinteresse
no processo educativo doe seus filhos é um fato que tem se tornado
recorrente no contexto escolar atual (BHERING, 1999).
Quando a família e a escola mantêm boas relações e uma
comunicação constante, as condições para um melhor aprendizado e
desenvolvimento da criança podem ser maximizadas. Portanto, os pais e
responsáveis pelas crianças devem se reunir junto aos professores a fim
de discutir e buscar estratégias conjuntas e especificas ao papel, que
resultem em novas opções e condições de ajuda mútua (LEITE; TASSONI,
2011). Conforme colocado por Leite e Tassoni (2011), a participação dos
pais na carreira escolar das crianças é imprescindível e precisa possuir um
envolvimento de qualidade, ressaltando que o essencial é a qualidade do
tempo em que os pais se envolvem com a escola e não apenas a
quantidade de tempo em que eles fazem isso.
É necessário o apoio da família para que seja possível que a
escola alcance um bom resultado no processo de aprendizagem e ensino
das crianças com autismo. É na escola que a criança adquire e desenvolve
a aprendizagem formal bem como finaliza a formação do seu caráter que
foi iniciado no ambiente familiar. Desta forma compreende-se a
importância dessa parceria entre família e escola, pois ambas buscam o
mesmo objetivo, a formação e o desenvolvimento integral da criança.

7 - Metodologia

O projeto a ser desenvolvido buscar a aplicação da


metodologia de aprendizagem ativa de gamificação, no ensino da
disciplina de matemática para crianças autistas dos anos iniciais do ensino
fundamental com o intuito de promover a participação dos pais na
realização das atividades propostas. A realização desse projeto justifica-se
pela necessidade de elaborar atividades voltadas a esse público que
necessita de um ensino especializado e que valorize temas e abordagens
que despertem o seu interesse. As atividades serão promovidas de modo
a serem trabalhadas em conjunto com a comunidade familiar dos alunos.
A disciplina de matemática foi escolhida para ser
desenvolvida nesse projeto devido ao seu grau de dificuldade, sendo
considerada uma das mais difíceis no processo de aprendizagem. A
proposta envolverá um trabalho realizado na escola eque deverá ter
continuidade em casa através do uso de aplicativos sugeridos pelo
professor. O projeto ocorrerá ao longo de três dias, buscando estimular a
participação ativa dos pais durante o seu desenvolvimento.
- No primeiro dia de projeto, segunda-feira será realizada palestras e
reuniões junto aos pais e o corpo docente, para a conscientização e
elaboração de atividades que promovam o engajamento da família
dentro do processo educativo das crianças com autismo.
- No segundo dia, terça-feira, ocorrerá a realização de atividades na
escola que objetivem a participação dos pais juntos aos estudantes
para uma maior aproximação dos pais com o ensino de seus filhos. A
escola deve promover o dia da família, contando com a presença de
pais ou responsáveis pelas crianças para a realização de atividades e
dinâmicas de aprendizado. As crianças formarão equipes junto aos
seus pais na realização das atividades como jogos e brincadeiras
(dominós, bingos, jogo da memória, jogo dos palitinhos, jogos de
tabuleiro, entre outros) de modo a compreenderem que seus pais
contribuem de forma ativa para a conclusão de suas atividades.
Também ocorrerão sessões de filmes, para que os pequenos possam
compartilhar um momento de aconchego juntos aos pais ou
responsáveis dentro da instituição. Além disso, é proposto uma hora
reservada ao lanche coletivo.
- No terceiro dia, quarta-feira, será realizada novamente uma reunião,
para que sejam discutidas as ações realizadas e para que os pais
tenham um espaço para comentar sobre suas impressões e sobre a
realização do projeto. Os pais também receberão um papel com
instruções acerca do aplicativo "matemática divertida", para que
possam trabalhar a matemática de forma lúdica e gamificada com as
crianças em casa, dando continuidade ao trabalho iniciado na escola.
- No dia seguinte serão realizadas reuniões pedagógicas para a
avaliação dos resultados, envolvendo todo o corpo docente e a equipe
pedagógica, além do gestor para a organização dos dados obtidos e
preenchimento das fichas de avaliação individuais de cada aluno. Na
sexta-feira os pais serão novamente chamados na escola para uma
reunião, serão apresentados os resultados obtidos através da reunião
pedagógica e entregue as avaliações realizadas a respeito de cada
criança, para que os pais possam acompanhar o desenvolvimento de
seus filhos.
8 - Cronograma do Projeto

Planejamento: Foi apresentado o projeto a toda a equipe escolar,


juntamente com todos foi feito algumas mudanças para melhor atender os
alunos.

Execução: foi feito palestras com pais e corpo docente, atividas


onde todos participaram e algumas reuniões até a prática de todo o projeto.

Avaliação: a avaliação será realizada através da observação e


registro das atividades, levando em consideração o desenvolvimento das crianças
durante as atividades. O processo de avaliação das crianças com autismo consiste
na realização de um levantamento acerca do seu repertório comportamental, de
modo a verificar o que essa criança sabe fazer e o que ainda precisa aprender.
Durante as atividades realizadas os professores deverão observar e analisar o
desenvolvimento dos alunos e o seu comportamento de interação junto aos pais e
os demais estudantes. Para a documentação e registro, serão tiradas fotos e cada
aluno possuirá uma ficha de acompanhamento individual que será preenchida após
reunião pedagógica.

9 – Recursos Humanos e Materiais

Para a realização das atividades propostas será necessário o uso


dos seguintes materiais:

- Dominós
- Bingos
- Jogos da memória
- Jogo dos palitinhos
- Jogos de tabuleiro
- Aplicativo “Matemática Divertida”
-Data show
Considerações finais

Ao final dos estudos realizados, é possível compreender a grande


necessidade e a importância da participação da família na vida escolar de crianças
com transtorno do espectro autista. Os pais possuem um papel de muita relevância
no processo de inclusão escolar, não só dessas crianças, mas toda criança precisa
do apoio familiar nos vários segmentos de sua vida. A inclusão educacional não é
abordada somente em introduzir o indivíduo em um determinado ambiente, mas sim
proporcionando interações recíprocas entre ele, ou seja, o meio e o outro. É um
meio legal, social e político, onde o mesmo precisa da ajuda dos familiares/pais,
escola, sociedade para que realmente seja concretizado.
O envolvimento dos pais e professores/escola como parceiros frente
à educação das crianças é fundamental para garantir a adaptação e aprendizagem
dos estudantes. O que separa as funções de cada um desses sistemas – parental e
escolar - são questões acerca do que compete e do que é semelhante a cada um
deles.
Há uma grande variação, também sobre como as famílias aceitam o
TEA e vivenciam as diversas situações. Em algumas o sentimento de culpa e
preocupação preenche um considerável espaço quando os familiares se deparam
com o transtorno em seus filhos. Outras procuram maneiras de auxiliar no
desenvolvimento da criança autista. Verifica-se, ainda, o aprendizado de como lidar
com o autista se desenvolvendo no decorrer da vida, com maneiras de aceitar o
transtorno, de lidar com o filho, de incluí-lo na sociedade e no âmbito educacional.

Referenciais

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnostico e estatístico de


transtornos mentais: DSM – IV – TR. 4. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico e estatístico


de transtornos mentais-DSM-V. Porto Alegre: Artmed, 2014.
ANDRADE, Marcia Siqueira de. Psicopedagogia Clínica Manual de aplicação
Prática para Diagnóstico do Aprendizado. 1ª edição. São Paulo: Póluss Editorial,
1998.

BRASIL, Brasília. LEI Nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm Acesso em:
28 de out. 2022.

Brasília. Decreto Nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htmAcesso
em: 28 de out. 2022.

. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na


Educação Básica. MEC; SEESP, 2001

CARDIAS, Anna Carolina et al. As contribuições de professores e familiares


de sujeitos com Transtorno do Espectro Autista na Educação Infantil. 2016.

FRANCO, Marcela Rezende. A importância da família no processo de


aprendizagem na educação infantil, 2015. Disponível em:
https://www.webartigos.com/artigos/a- importancia-da-familia-no-processo-de-
aprendizagem-na-educacao-infantil/134575/ Acesso em: 17 de out. 2022.

LEITE, Sérgio Antônio da Silva. TASSONI, Elvira Cristina Martins. A afetividade


em sala de aula: As condições de ensino e a mediação do professor. 2011.

Ministério Público de São Paulo. Cartilha: Direitos da Pessoa Autista. Edepe. 2011.

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