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EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
Este artigo tem como finalidade proporcionar uma reflexão acerca das práticas inclusivas no
Ensino Infantil, buscando compreender como acontece a socialização da criança autista no
ambiente escolar. A pesquisa justifica-se por relatar experiências vividas com uma aluna com
transtorno aspecto autista (TEA), as dificuldades enfrentadas no primeiro contato e os avanços
da aprendizagem da aluna. A pesquisa é qualitativa de cunho bibliográfico, foi realizada em
uma escola Particular na Cidade de Campina Grande. O aporte teórico que fundamenta nossa
pesquisa é baseado a partir de estudiosos que tratam da inclusão: Vigotsky (1989), Mantoan
(2003), Stainback (1999), Nunes (2008), dentre outros. Inicialmente, tecemos algumas
considerações acerca da importância da educação inclusiva e abordamos, brevemente, os
desafios pelos professores e cuidadores, dando ênfase as experiências vivenciadas nesta
Instituição, especificamente na Educação Infantil. Em seguida, relatamos a rotina da criança
autista na escola, e as metodologias utilizadas. Por fim, destacamos algumas estratégias
educacionais inclusivas para crianças autistas, enfocando o papel do professor na efetivação da
educação inclusiva.
INTRODUÇÃO
1
Graduada do curso de Licenciatura em pedagogia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
E-mail: [email protected];
2
Graduada do curso de Licenciatura em pedagogia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
E-mail: [email protected]
Incluir o aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA), no ambiente escolar ainda
é encarado como um grande desafio, pois compreende-se para que haja inclusão na percepção
plena da palavra seja fundamental refletir e descobrir concepções imbricados no sistema
educacional tradicional, (Mantoan, 2003), destaca que, “uma análise desse contexto escolar é
importante se quisermos entender [...] a razão de se propor inclusão escolar, com urgência e
determinação, como objetivo primordial dos sistemas educativos” (p. 27). Para além disso, é
imprescindível ter um olhar crítico sobre a formação dos profissionais envolvidos, o currículo
escolar que norteia o processo educacional da escola, a estrutura física adaptada, se está em
conformidade com as leis implementadas, e principalmente a assistência da família, sendo
figuras fundamentais para a inserção do aluno com TEA.
Por essas razões, entendemos a importância do envolvimento e do comprometimento da
escola, dos docentes e principalmente do apoio dos pais para colaborar com o desenvolvimento
do aluno.
Dessa forma escolhemos a temática em busca de mostrar a rotina escolar de uma criança
autista na Educação Infantil, numa escola Privada de Campina Grande. Este artigo tem como
objetivo geral: Relatar o processo de socialização de uma criança com o Transtorno do Espectro
Autista na Educação Infantil na rede particular de ensino na cidade de Campina Grande-PB.
Como objetivo específicos: Apontar as metodologias de ensino utilizadas na sala de aula que
favoreceram o ensino-aprendizagem; Verificar como ocorre a socialização entre o aluno autista
e as outras crianças no espaço escolar; Mostrar resultados do convívio do aluno autista com as
crianças;
Ao longo do presente artigo mostraremos como a criança é inclusa no espaço escolar,
relatando os momentos de interação com as outras crianças.
METODOLOGIA
Os alunos com TEA tem direitos à serem matriculados em escolas, seja em redes de
ensino públicos ou particulares, possa ter acesso as metodologias de ensino adequadas, e ainda
dispor de um convívio agradável com outras pessoas e assim estabelecer uma rotina diária
benéfica ao seu desenvolvimento. Sobre esses aspectos afirma Stainback:
Foi acompanhada uma criança de 5 (cinco) anos, matriculada em uma escola na rede
particular de ensino na cidade de Campina Grande -PB. Nos primeiros dias na escola, senti
muita dificuldade em lidar com a mesma. Dessa forma, recebi orientações por meio do Núcleo
de Intervenção Comportamental (NIC), à pedido da psicóloga e da família, para contribuir com
o trabalho na escola.
A criança em estudo fora acompanhada à terapia com base em Análise do
Comportamento Aplicada (ABA), após receber o diagnóstico de Transtorno do Espectro
Autista (TEA) e deu início a intervenção intensiva em Agosto de 2018 após a avaliação.
Dentre os objetivos traçados para a terapia a partir da avaliação estão habilidades que
são pré-requisitos para o desenvolvimento de habilidades sociais como o contato visual, além
de habilidades de linguagem, como a ampliação de discriminação auditiva, seguimento de
instrução e imitação oral, além de habilidades cognitivas.
A aluna possui acompanhamento individualizado em tempo integral na escola. Os
principais objetivos para se trabalhar com a criança mediante suas necessidades são: A
adaptação a rotina, habilidades sociais e fortalecimento das habilidades visuais grafomotoras.
Neste sentido, foi estabelecida uma rotina diária pela escola, na qual seguiam-se regras
para que esse processo fosse válido e eficaz.
Mediante seu bom comportamento, a criança recebia itens, livros, objetos que lhe
agradavam, entendendo como um reforço para aquelas ações. Conforme orientação recebida eu
deveria apenas ajudá-la em alguns momentos necessários por modo físico e não por modo
verbal.
Recebi orientação para que durante os momentos de socialização a aluna pudesse andar
de mãos dadas com as outras crianças. O objetivo é que a aluna se sentisse cada vez mais aceita
e pudesse estar sempre próxima aos demais colegas da sala e a sua professora.
As instruções para a criança deveria ser dada de maneira clara, direta, de modo que
favorecesse sua compreensão. Para a realização das atividades a aluna tinha por instrução
figuras representativas, esse processo ocorria todos os dias desde sua chegada à escola.
No momento do lanche, a aluna se mostrava muito independente, não evidenciava
dificuldades de usar os talheres, apenas se necessário para abrir o pacote de biscoito, isso
dependia do tipo do lanche do dia, no entanto a família já facilitava esse momento, uma vez
que enviava algo que a mesma pudesse agir de maneira autônoma.
A aluna não se comunicava verbalmente, no entanto compreendia o que lhe fosse
solicitado, apresentava uma boa socialização com toda a turma, chorava as vezes sem motivos
e tentava fugir da sala.
A sala que ela frequentava não foi planejada para receber crianças com necessidades
especiais, as janelas eram muito altas, e o espaço não favorecia no momento da recreação sendo
necessário indispensável a companhia da Acompanhante Terapêutica (AT) da instituição.
Por ser uma aluna com espectro do autismo, possui sua atenção comprometida, no
entanto a mesma consegue desenvolver as atividades que precisa de concentração, exceto
quando há intervenções da professora ou acompanhante. A aluna demonstrava tranquilidade,
conseguia manter-se um tempo calma, estabeleceu vínculos afetivos com colegas de sala, porém
apresentava frustrações quando era pressionada à desenvolver algo, ficando irritada com certa
facilidade.
Para aprimorar a autonomia da aluna, a supervisora da equipe do Núcleo de Intervenção
Comportamental (NIC), distribuía peças de quebra-cabeças, e junto com as outras crianças a
aluna conseguia fazer os encaixes, não sentia nenhuma dificuldade.
Durante os momentos de desenvolvimento das atividades na coletividade, se a aluna
autista não conseguisse desenvolver a atividade, era encaminhada com a AT para uma outra
sala de apoio, recebendo a ajuda necessária, e se possível a professora também se
disponibilizava em orientar a atividade nesta sala.
Inicialmente a aluna autista sentia necessidade da ajuda física em momentos de lavar
as mãos, abrir a lancheira, arrumar o lanche na mesa, e utilizar os talheres. À medida que esses
aspectos iam se repetindo a criança ganhava sua autonomia, e em poucos meses não necessitava
tanto dessa ajuda. Considerando que as intervenções eram necessárias para essa compreensão
diária.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da experiência com uma criança autista, senti algumas dificuldades pois não
tinha certo conhecimento sobre a TEA, mas com o convívio com a criança diariamente foi
facilitando a minha compreensão de como lidar e trabalhar com ela. Dessa forma, foi ficando
fácil solucionar as dificuldades e encontrar soluções para a aluna aprender, e socializar com as
outras. A aluna me proporcionou muita aprendizagem, pois foi por meio de suas atitudes que
desenvolvi também minha paciência, mostrando-me que tudo é possível, com carinho ao que
se faz e com respeito ao outro.
A convivência com a aluna foi encantadora, pois foi a partir deste primeiro contato com
a criança com TEA que despertei para aprofundar meus estudos, compreendendo seus
comportamentos e respeitando suas limitações. Trabalhar com a aluna propiciou um grande
aprendizado, pois entendi que os alunos com necessidades educacionais especiais necessitam
de um cuidado especial e um recurso favorável que der suporte para que os autistas se
desenvolvem de uma maneira satisfatória.
Portanto, acompanhar uma aluna com TEA foi uma experiência muito gratificante
para mim pois consegui desenvolver um bom trabalho com a mesma e a partir da minha
vivência com ela posso afirmar, que todos as pessoas devem ter essa oportunidade de trabalhar
com crianças com autismo, pois elas só necessitam de um pouco de atenção e alguns recursos
que deem a elas mais autonomia.
REFERÊNCIAS
Brentani, H., Paula, C. S. de, Bordini, D., Rolim, D., Sato, F., Portolese, J., ...
McCracken, J. T. (2013). Autism spectrum disorders: an overview on diagnosis and
treatment. Revista Brasileira de Psiquiatria, 35(supl. 1), S62-S72. doi:10.1590/15 16-4446-
2013-S104.
CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia práticas educacionais na
escola e na família / Eugênio Cunha. - 6 ed.-Rio de Janeiro: Wak Ed. 2015.