Francisca Da Silva Rodrigues

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FACULDADE DO MACIÇO DE BATURITÉ

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROPSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL


E CLÍNICA

FRANCISCA DA SILVA RODRIGUES

O REFLEXO DO CONTEXTO FAMILIAR NA APRENDIZAGEM DO


ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

ITAITINGA-CE
2024
FRANCISCA DA SILVA RODRIGUES

O REFLEXO DO CONTEXTO FAMILIAR NA APRENDIZAGEM DO


ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Neuropsicopedagogia da Faculdade do
Maciço de Baturité - FMB como requisito parcial
a obtenção do título de bacharel em
Neuropsicopedagogia Institucional e Clínica.

Orientador (a): Especialista Diana pereira de Sousa

ITAITINGA
2024
O REFLEXO DO CONTEXTO FAMILIAR NA APRENDIZAGEM DO ALUNO COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

Francisca da Silva Rodrigues1, Diana Pereira de Sousa2

RESUMO

Este trabalho objetiva compreender como a família de crianças com TEA pode exercer papel
fundamental na inclusão educacional. É na família que começa toda a relevância de inclusão
e dedicação para o desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança autista, a presença do
Transtorno do Espectro Autista pode dificultar no desenvolvimento da criança, por isso deve-
se haver uma grande importância na relação entre família e escola para promover a inclusão e
facilitar a aprendizagem do aluno. O aluno com Transtorno do Espectro Autista
especificamente, têm características como dificuldade de comunicação, sociabilização e no uso
da imaginação, por isso a inclusão é fundamental para facilitar o desempenho. A proposta desse
trabalho é perceber o quanto é importante a participação da família no processo de inclusão
dos alunos com TEA, pois ela possui um papel decisivo na vida da criança quando participa
ativamente das atividades escolares .

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Família; Inclusão escolar.

ABSTRACT

This work aims to understand how families of children with ASD can play a fundamental role
in educational inclusion. It is in the family that all the relevance of inclusion and dedication to
the cognitive and affective development of the autistic child begins. The presence of Autism
Spectrum Disorder can hinder the child's development, which is why there must be great
importance in the relationship between family and school to promote inclusion and facilitate
student learning. Students with Autism Spectrum Disorder specifically have characteristics
such as difficulty communicating, socializing and using their imagination, which is why
inclusion is essential to facilitate performance. The purpose of this work is to understand how
important family participation is in the process of including students with ASD, as it plays a
decisive role in the child's life when they actively participate in school activities.

Keywords: Autism Spectrum Disorder; Family; School inclusion.

1
Licenciatura em Pedagogia. EEF Francisco Sales Filho pelo Município de Itaitinga.
[email protected]
2
Orientador. Especialista em Neuropsicopedagogia e Psicopedagogia, Geógrafa, Cejap Pacajus pela
Seduc: [email protected]

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INTRODUÇÃO

O tema escolhido trata da importância da família no desenvolvimento escolar do aluno


com TEA. A inclusão desse aluno de acordo com o art. 54 do ECA é obrigação do Estado
garantir o atendimento especializado às pessoas com necessidades especiais, porém o
acompanhamento e ensino adequado para esses alunos depende da família juntamente com a
escola, pois uma família que possui uma base segura tem condições de proporcionar um apego
seguro para a criança com TEA.
O TEA caracteriza-se como um desafio para a família devido à necessidade de
organização frente à intensa dedicação e cuidado à criança com o transtorno (Gomes, 2015).
Características como hiperatividade, falta de concentração, agressividade e dificuldade de
aprendizagem pelos métodos convencionais podem ocorrer, por influência familiar/do meio de
inserção. O processo de alfabetização é possível e a escola é necessária para a socialização e
estimulação da criança (Marteleto et al., 2011). Porém a inclusão desse aluno deve ser feita de
uma maneira delicada e responsável, pois é preciso suporte para o seu desenvolvimento.
Contudo, entende-se que a família e a escola são pontos fundamentais de apoio à criança
para enfrentar os desafios da aprendizagem, além da escola oferecer ensino adequado, com
profissionais especializados na área da educação e da saúde para acompanhá-los. Estudos falam
que quando mais cedo houver intervenções adequadas, principalmente com o apoio familiar, a
maioria das crianças com TEA se beneficia. Acredita-se que ao fazer a inclusão escolar do
aluno com convivências com outras crianças da mesma faixa etária, possibilita o estímulo às
suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo e pode propiciar a elas um
espaço de aprendizagem e de desenvolvimento da competência social (Camargo & Bosa, 2009).
Entretanto, esse processo requer respeito às singularidades de cada criança.
Para melhor compreensão da temática do estudo, serão abordados temas sobre o que é
o Transtorno do Espectro Autista, em seguida será apresentada uma breve percepção sobre a
inclusão desses alunos na escola e qual o papel do professor no aprendizado, e para finalizar
será abordado qual a importância da família no ambiente escolar.

O TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA – TEA: CONCEITO

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma síndrome neuropsiquiátrica caracterizada


por manifestações comportamentais acompanhadas de déficits de interação social e

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comunicação, padrões de comportamento repetitivos e estereotipados e repertório restrito de
interesses e atividades.
Manifesta-se ate os três anos de idade e ocorre quatro vezes mais em meninos do que
em meninas. A sindrome pode causar outros distúbios, como hiperatividade, epilepsia e
depressão. Em qualquer caso ou suspeita de TEA deve-se haver o tratamento e estimulação
precoce, independente da confirmação diagnostica, isso permite que os pais tomem medidas
para ajudar no desenvolvimento da criança. O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico,
feito a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos
específicos.
O tratamento deve ser estabelecido de modo acolhedor e humanizado, considerando
o estado emocional da pessoa com TEA e seus familiares, direcionando suas ações ao
desenvolvimento de funcionalidades e à compensação de limitações funcionais, como
também à prevenção ou retardo de possível deterioração das capacidades funcionais,
por meio de processos de habilitação e reabilitação focados no acompanhamento
médico e no de outros profissionais de saúde envolvidos com as dimensões
comportamentais, emocionais, cognitivas e de linguagem (oral, escrita e não verbal),
pois estas são dimensões básicas à circulação e à pertença social das pessoas com
TEA na sociedade (Brasil, 2012, p. 57).

O autismo é divido em três níveis, é separado em graus 1, 2 e 3 ou autismo leve,


moderado e severo. O autismo leve, que é chama de grau 1, as maiores dificuldades estão
relacionadas aos déficits de comunicação, já o autismo moderado, também chamado de grau 2
é onde a falta de verbalização acontece, e o autismo severo conhecido como grau 3, tem
dificuldades no processo de socialização.

UMA EDUCAÇÃO QUE OS INCLUA

A inclusão educacional de crianças com deficiência, se torna bastante relevante na vida


dos alunos, porém ainda é vista como um desafio à equipe escolar. Escolas sem profissionais
adequados para receber esses alunos é algo frequente e um grande problema a se discutir, pois
as crianças precisam aprender a vivem em sociedade, e é na escola que eles aprendem a utilizar
suas habilidades e aprender a se desenvolver socialmente. A intervenção precoce com as
crianças autistas pode trazer vários benefícios, tais como: capacidades em termos cognitivos,
sociais e de linguagem, promovendo melhor qualidade de vida, independência e autonomia para
realizar as atividades diárias.
Conforme a Constituição Federal de 1988, capitulo II, seção I:

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Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Todas as crianças devem ser acolhidas, independentemente de suas condições


intelectuais ou físicas, e devem receber essa educação, preferencialmente, na rede regular de
ensino. Os motivos para a não aceitação de alunos com TEA são inúmeros, grande parte deles
fundamentados no despreparo das escolas em recebê-los.
A inclusão escolar pode proporcionar a essas crianças oportunidades de convivência
com outras da mesma faixa etária, possibilita o estímulo às suas capacidades interativas,
impedindo o isolamento contínuo, além disso a escola deve oferecer apoio com adaptações, não
apenas na estrutura física das escolas, mas principalmente na forma de ensinar, acolher e
respeitar o aluno que tem autismo.
De acordo com a lei Nº 12.764 que trata da proteção dos direitos da pessoa com
transtorno do espectro autista:
§ 2º Caso seja comprovada a necessidade de apoio às atividades de comunicação,
interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, a instituição de ensino
em que a pessoa com transtorno do espectro autista ou com outra deficiência estiver
matriculada disponibilizará acompanhante especializado no contexto escolar.

Uma criança com autismo frequentar uma sala de aula pode se tornar um grande desafio,
o barulho das conversas dos colegas, as informações que vem a todo tempo dos professores,
tudo isso pode ocasionar uma crise de descontrole. Diante disso a lei fornece que seja
disponibilizado um acompanhante escolar especializado para ajudá-lo no processo de inclusão
da criança. Por isso a inclusão é fundamental para facilitar o desempenho (MEDEIROS NETA;
GUTIERRE, 2020).

RELAÇÃO ENTRE FAMILIA E ESCOLA

Conforme afirma o autor TANAKA (2010):


A família do aluno especial é a principal responsável pelas ações do seu filho com
necessidades especiais, visto que é ela quem lhe oferece a primeira formação. Na
integração/inclusão escolar, o aluno com apoio dos profissionais e da família, poderá
adquirir competências ainda maiores, se tiver um envolvimento como a "parceria".
(TANAKA, 2010, p. 115)

A família e a escola precisam andar lado a lado de maneira a proporcionar o


desenvolvimento da aprendizagem do aluno com TEA juntando esforços para a inclusão da
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melhor forma possível dos alunos que necessitam de ensino especializado. O compromisso da
família com a escola é extremamente eficaz quando as responsabilidades são dividias, os
familiares exercem grandes influências sobre as crianças autistas, na sua construção pessoal e
como cidadão.
Em vista disso, tanto a família como as pessoas que atuam como responsáveis legais
de uma criança especial ou não, devem ser incentivadas pelas escolas a participarem do
processo de aprendizagem de modo a descontruir processos inversos como a exclusão e o
preconceito.
“A escola e a família compartilham funções sociais, políticas e educacionais, na medida
em que contribuem e influenciam a formação do cidadão” (REGO, 2003).
Muitas das crianças com TEA possuem algumas habilidades e pontos fortes que podem
ser estimulados na escola e em casa, como: eles aprendem a ler desde muito cedo, é o que
chamamos de hiperlexia, memorizam e aprendem informações rapidamente, pensam e
aprendem de forma visual. Então, se a escola estimular essas habilidades, eles só tendem a
ganhar.
A família do indivíduo com autismo possui um papel decisivo no seu
desenvolvimento. Sabemos que se trata de famílias que experimentam dores e
decepções em diversas fases da vida, desde o momento da notícia da deficiência e
durante o processo de desenvolvimento de seus filhos. (GLAT, 2003 apud SERRA,
2010, P.48)

No processo de escolarização de crianças especiais na escola regular ensino, exige o


comprometimento da família, a relação da família com a escola precisa estabelecer fatores
como a colaboração e confiança, pois algumas crianças autistas não desenvolvem a linguagem
verbal, em razão disso a família precisa fazer o acompanhamento efetivo, a fim de ajudar a
escola no processo de escolarização da criança, e deixar seu filho especial na escola sem ter
nenhum tipo de apoio profissional pode influenciar na sua aprendizagem e no seu
comportamento, visto que não estará recebendo ensino especial para sua deficiência. Neste
caso, é o sistema educacional e social que deve adaptar-se para receber a criança com o autismo.
De maneira geral, os pais têm críticas a fazer em relação às escolas, que não atendem
de forma ampla às suas expectativas. No entanto, a maioria dos familiares considera
que a escola é um lócus privilegiado para o desenvolvimento global dos filhos.
(GLAT, 2003 apud SERRA, 2010, P.48)

Portanto, considera-se que as crianças autistas quando são incluídas no ensino regular e
passam a ter contatos sociais com outras crianças melhoram o seu desenvolvimento e favorecem
também as crianças que não tem o espectro, em conviver e aprender com as diferenças.

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PAPEL DO PROFESSOR NA MELHORIA DO APRENDIZADO DO ALUNO COM
TEA

O relacionamento entre professores e familiares é fundamental para o desenvolvimento


individual de cada aluno no contexto escolar, é indispensável que exista esse acompanhamento
de ambas as partes a fim de conseguirem lidar com a rotina da criança até que alcancem a sua
autonomia.
Trabalhar com autistas na sala de aula pode ser um desafio, e o papel do professor é
primordial no processo de adaptação, desenvolvimento e aprendizado do aluno autista na
escola, para que se torne possível a socialização dessas crianças, além da indispensabilidade de
adequar a sua metodologia de ensino para atender as necessidades destes alunos especiais. A
formação de profissionais da educação para que sejam habilitados no desenvolvimento do
processo de aprendizado dos alunos autista é um grande diferencial tanto para a escola, quanto
para o currículo do professor, ter essa aptidão para saber como essas crianças irão conseguir se
adaptar a escola e conviver com outras crianças de sua mesma faixa etária é algo prazeroso e
incentivador para o aluno e sua família.
Um ambiente escolar inadequado para crianças autistas pode prejudicar na sua aquisição
de conhecimento e dificultar que eles se envolvam nas atividades de aprendizagem, os próprios
educadores nem sempre recebem o treinamento e o suporte necessário para lidar com os alunos
autistas, em muitos cenários as crianças com autismo ficam as margens do conhecimento, e
precisam do apoio dos professores para que sejam incluídos no processo de sociabilização,
adiante disso, os próprios professores e principalmente a escola devem averiguar como adotar
métodos eficazes de ensino para essas crianças.
[...] a formação de professores não oferece uma base sólida nos aspectos teóricos e
práticos, de modo, que poucos professores possuem uma formação básica centrada
nos aspectos inclusivos ou específica para o autismo, isso implica na falta de
compreensão acerca das necessidades diferenciadas e conhecimentos necessários para
ensinar a criança com autismo (BARBOSA et al. 2013, p. 19780).

Pesquisas apontam que a falta de conhecimento dos professores a respeito dos


transtornos autísticos os impedem de identificar corretamente as necessidades de seus alunos
com autismo, da mesma forma que as famílias necessitam de informações sobre as
características do filho com TEA, as escolas também carecem de informações sobre o
transtorno. O professor deve superar os seus receios e se preparar para recebe essas crianças na
sala de aula passando a acolher e incluir esses alunos da melhor forma para que eles se sintam
confortáveis, envolvidos no meio escolar e em momento algum se sentir diferente ou excluído.
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O relacionamento entre professores e familiares é fundamental para o desenvolvimento
individual de cada aluno no contexto escolar, é indispensável que exista esse acompanhamento
de ambas as partes a fim de conseguir lidar com a rotina da criança até que alcancem a sua
autonomia, e trabalhar com crianças que possuem o espectro autista é preciso que o ensino seja
funcional, individual, focado na realidade de cada um deles, trabalhando com as suas
habilidades e interesses.

METODOLOGIAS

Para elaboração deste trabalho, utilizou-se a metodologia bibliográfica. Assim para


maior compreensão sobre qual é a importância da família na aprendizagem do aluno com
autismo, foram feitas pesquisas através de autores que falam sobre o assunto, a análise
compreende nas temáticas como: O que é o autismo; inclusão de crianças com TEA na escola;
relação entre família e escola, e o Papel do professor na melhoria do aprendizado do aluno com
TEA.
Sendo assim, nesta pesquisa buscou-se encontrar autores que mostrassem como ocorre
a atuação docente com a família do autista e seus objetivos para a educação do aluno. No
decorrer do curso de Neuropsicopedagogia o Autismo foi uma das deficiências que mais me
chamou a atenção, por hoje ter em sala de aula crianças que possuem o TEA, e me aprofundar
mais no tema é um diferencial para conseguir ajuda-los da melhor forma e contribuir para seus
avanços escolares.
O primeiro tema abordado foi o conceito de autismo, pois é crucial a importância de
saber o que significa a deficiência e como identificar que aquele aluno possui esse espectro. O
segundo tema foi a inclusão das crianças com TEA na escola, pois hoje é o que mais tentamos
aderir na sala de aula, fazendo com que os outros alunos vivam e respeitem as diferenças; o
terceiro tema foi a relação entre a família e a escola, por ser o tema central do trabalho é onde
mais foi aprofundado sobre a importância da família, e por fim no quarto tema é o papel que o
professor tem no processo de aprendizagem dessas crianças, foi possível apresentar as
demandas que o autista impõe à escola e principalmente aos professores, além de como se
adequar para conseguir fazer com que os alunos autistas se interessem pela aula e pelo assunto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Discorrer sobre a importância do acompanhamento familiar de uma criança autista na
escola e ao mesmo tempo falar sobre o papel do professor/escola no aprendizado desses alunos,
faz-se justa a fala do autor SILVA (2003), onde diz: “O fato dos pais ou responsáveis terem
que trabalhar mais para garantir o sustento do lar transfere as tarefas educativas, que deveriam
ser suas, para a escola. (Silva, 2003, p.187)”. A família não deve colocar a responsabilidade de
ensino do aluno autista apenas na escola, pois devemos considerar que a vida familiar e a vida
escolar se complementam.
Garantir que o aluno autista seja incluído na escola regular, primeiramente é papel da
família e posteriormente do professor, pois é necessário que esteja disposto a se atualizar e a se
capacitar para atender as necessidades individuais desses alunos, onde a importância da
inclusão parte da atitude do professor dentro da sala de aula, fazendo com que as outras crianças
aprendam a conviver e a entender sobre o respeito e inclusão do autismo.
Outro fator relevante, é a necessidade de um vínculo de confiança e compreensão entre
professor, família e aluno, trabalhando as necessidades individuais de cada criança. Portanto, é
imprescindível acreditar e ajudar a escola regular no processo de adaptação e aprendizagem
diferencial, partindo da metodologia do professor, para planejar aulas mais embasadas nas
deficiências dos alunos com TEA.
Contudo, mesmo com o intermédio de um neuropsicopedagogo a criança com TEA só
terá resultados se for devidamente acompanhado pela escola e pela família, o futuro dessas
crianças esta nas mãos de quem trabalha ao seu lado na aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há várias formas de auxiliar um autista, ajudando-o a conhecer seus pontos fortes, a


compreender que suas dificuldades não existem por falta de capacidade e/ou preguiça, mas se
tiverem um suporte apropriado, as crianças com dificuldades de aprendizagem podem aprender.
Tanto os pais como os professores desempenham um papel ativo no desenvolvimento e
no progresso das habilidades das crianças com dificuldades de aprendizagem, essa parceria
entre família e escola surge da intenção de construir uma relação que permita o melhor
desenvolvimento da criança.
Por não entenderem como os autistas se comporta, muitas pessoas não os entendem e
por isso não os aceitam como cidadãos. A inclusao das crianças com TEA é um avanço para a

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educação, elas devem ser educadas com poucas restrições, mesmo tendo necessidades
especiais.
Como afirma as escritoras e psicológas GÓMEZ (2014) e TERÁN (2014):
“Assim, se a escola prepara para a vida em sociedade – fornecendo conhecimento de
acordo com cada contexto-, e se a sociedade é composta por uma multiplicidade de
individuos com necessidades diferentes, nao há porque separar uns dos outros. Uma
escola que inclua a todos, com as diferenças próprias de casa um, é a melhor maneira
de tornar a sociedade mais humana.” (GOMÉZ & TERÁN, 2014, p.534)

A educação é algo intransferível que deve proporcionar oportunidades iguais a todos,


diante de todas as questoes apresentadas no trabalho produzido, foi chegado a conclusão de que
muitas das dificuldades das pessoas com autismo seriam mudadas se todos admitissem a propria
implicacão no tema, se tomassem o autista como parte da sociedade, com respeito e sem
preconceito.
A superação das dificuldades de uma criança com autismo se dá no trabalho em equipe
da família e escola, porem cada família e cada escola vivem uma realidade diferente, mas
quando estabelecem juntas um diálogo saudável e buscam meios para ajudar a criança no seu
processo de conhecimento, a criança sempre ganha com essa parceria. Entende-se que quanto
maior a oportunidade de conhecimento dos pais sobre o conteúdo e metodologia que é
trabalhado na escola, maior será o interesse em participar da vida escolar dos seus filhos.
Por fim, ao final desta pesquisa pretende-se contribuir de forma positiva para que a
inclusão dos alunos autistas seja realmente efetivada e também que possamos compreender
como a família pode contribuir para o desenvolvimento e para a aprendizagem desses alunos.
Mostrar que a escola pode ser, de fato, um espaço de desenvolvimento da competência social
para crianças autistas.

REFERÊNCIAS

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