Introdução Ao Estudo Do Direito

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Introdução ao estudo do Direito

Direito subjetivo refere-se ao poder ou faculdade que um indivíduo tem de agir de


acordo com suas vontades ou interesses, desde que respeite as normas jurídicas e os
direitos de terceiros. Em outras palavras, é o direito que a pessoa possui para exigir
algo que lhe é devido ou que foi estabelecido em seu favor, seja do ponto de vista legal
ou contratual.
O direito subjetivo está relacionado à proteção das liberdades e dos interesses
pessoais dentro de um sistema jurídico. Por exemplo, o direito à propriedade, o direito
à liberdade e o direito à vida são direitos subjetivos, pois conferem ao titular a
possibilidade de exigir que esses direitos sejam respeitados pelos demais.
Há uma estreita relação entre o direito subjetivo e o direito objetivo (que são as
normas e leis que regulam o comportamento na sociedade), já que o direito subjetivo
depende do ordenamento jurídico para ser exercido.
O Direito subjetivo identifica-se com as prerrogativas ou faculdades implícitas
aos seres humanos, às pessoas, para fazer valer “ seus direitos”, no nível
judicial ou extrajudicial. Corresponde às possibilidades ou poderes de agir que
a ordem jurídica garante a alguém. Assim, quando afirmamos por exemplo que
é proibido.
Faculta agendi
• Ex: Beltrano tem direito à indenização por danos morais.

O homem, a sociedade e o Direito


A relação entre o homem, a sociedade e o Direito é essencial para a organização e o
funcionamento das sociedades. O homem, como ser social, interage em comunidade e
desenvolve normas de conduta para regular essas interações. Essas normas se
manifestam na forma de regras sociais, morais e jurídicas. O Direito, nesse contexto, é
o conjunto de normas impostas pelo Estado para garantir a ordem social, a justiça e o
bem comum.
A sociedade cria o Direito para solucionar conflitos, proteger direitos e definir deveres,
enquanto o homem é o sujeito dessas normas, responsável por cumprir e exigir o
cumprimento delas. Portanto, o Direito reflete a necessidade de organização social e
surge como um instrumento fundamental para equilibrar as relações humanas,
garantindo a convivência harmoniosa entre os indivíduos.
Dessa forma, o homem e a sociedade são interdependentes do Direito, que busca
equilibrar as liberdades individuais com o interesse coletivo.

Ubi humo ibi societas


A expressão latina “ubi homo, ibi societas” (onde há homem, há
sociedade) reflete a ideia de que a vida em sociedade é inerente à
natureza humana. Desde o princípio da existência humana, os
indivíduos formaram agrupamentos para garantir sua sobrevivência,
segurança e bem-estar. A convivência em sociedade é, portanto,
uma característica fundamental do ser humano, que busca interagir,
comunicar-se e viver em comunidade.
Essa expressão também pode ser relacionada ao Direito, pois onde
existe sociedade, surge a necessidade de regras e normas para
regular as relações entre os indivíduos e garantir a ordem. O
Direito, portanto, é uma resposta à necessidade de organizar e
harmonizar essas interações sociais, assegurando que os direitos e
deveres sejam respeitados.
Dessa forma, a sociedade e o Direito caminham juntos, uma vez
que o convívio humano exige uma estrutura normativa que preserve
a justiça, a paz e o bem comum.
Crime público
O crime público é uma infração penal que pode ser investigada e
processada pelo Ministério Público, independentemente de queixa
ou representação da vítima. Isso ocorre porque se entende que o
crime afeta a ordem social e os interesses da coletividade,
ultrapassando o mero interesse particular da vítima.
Em Angola, por exemplo, crimes como homicídio, corrupção, tráfico
de drogas e violência doméstica são classificados como crimes
públicos. As autoridades têm o dever de agir assim que tomam
conhecimento desses delitos, sem a necessidade de que a vítima
ou outra pessoa envolvida formalize a denúncia.
Caso queira mais detalhes sobre algum aspecto específico desse
tema, fico à disposição!
Inabilitados ou interditos.
Os termos “inabilitados” e “interditos” são utilizados no Direito, especialmente
no âmbito do Direito Civil, para se referir a pessoas que, por diversas razões,
estão legalmente impedidas ou com capacidade reduzida para praticar certos
atos da vida civil.
1. Inabilitados: Refere-se a pessoas cuja capacidade civil está limitada por
uma decisão judicial, mas que ainda podem praticar certos atos sob
determinadas condições ou com assistência de um tutor ou curador. Os
inabilitados têm sua capacidade reduzida por razões civil
Problemas físicos ou mentais que dificultam a gestão de seus próprios
interesses.
Situações financeiras que os colocam sob um regime de assistência.
Em Angola, por exemplo, podem ser inabilitados aqueles que, por enfermidade,
não conseguem exercer plenamente seus direitos, mas que ainda mantêm
certa capacidade de tomar decisões.
2. Interditos: São pessoas que, por decisão judicial, têm sua capacidade
civil totalmente retirada. Isso ocorre em casos mais graves, como:
Pessoas com doenças mentais graves que as impedem de gerir seus próprios
interesses.
Indivíduos que, por abuso de álcool ou drogas, se tornaram incapazes de viver
de forma independente.
A interdição é uma medida mais restritiva, em que a pessoa fica totalmente
impedida de praticar atos jurídicos por conta própria, necessitando de um
curador para gerir seus interesses em todas as esferas.
Em ambos os casos, o objetivo é proteger a pessoa, garantindo que seus
direitos sejam resguardados e que suas decisões sejam tomadas por alguém
apto a defendê-los.

Responsabilidade criminal de inabilitados e


interditos.
A responsabilidade criminal de inabilitados e interditos é um tema delicado no
Direito Penal, pois envolve a análise da capacidade de discernimento e de
imputabilidade dessas pessoas, ou seja, se elas são capazes de entender o
caráter ilícito de suas ações.
1. Inabilitados: Em geral, a inabilitação é uma medida do Direito Civil e, por si
só, não afeta diretamente a responsabilidade criminal de uma pessoa. Se o
inabilitado comete um crime, ele poderá ser responsabilizado criminalmente,
desde que tenha discernimento suficiente para compreender a ilicitude do ato e
determinar-se de acordo com esse entendimento. No entanto, se for provado
que a condição que levou à inabilitação (como uma doença mental moderada)
afetou a capacidade de entendimento no momento do crime, ele poderá ser
considerado parcialmente ou totalmente inimputável, dependendo da
gravidade.
2. Interditos: Já no caso dos interditos, a questão da responsabilidade criminal
é mais restrita. Interdição normalmente ocorre em situações mais graves, como
doenças mentais profundas ou dependências extremas que afetam
completamente a capacidade da pessoa de entender e agir conforme a lei.
Nesse caso, a pessoa poderá ser considerada inimputável, ou seja, incapaz de
responder criminalmente pelos seus atos, pois não tem o discernimento
necessário para compreender a ilicitude do que está fazendo.
Contudo, o reconhecimento da inimputabilidade não significa ausência de
medidas. Se um interdito cometer um crime, ele pode ser submetido a medidas
de segurança, como internação em um hospital psiquiátrico ou tratamento
médico, em vez de ser penalmente condenado. Essas medidas visam proteger
a sociedade e proporcionar o tratamento necessário ao indivíduo.
Em suma, para que inabilitados e interditos sejam criminalmente responsáveis,
é fundamental verificar se eles tinham plena ou parcial capacidade de
entendimento e autodeterminação no momento do crime. Caso contrário,
medidas terapêuticas podem ser aplicadas em vez de penas tradicionais.

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