Lei 14300 Geracao Distribuida
Lei 14300 Geracao Distribuida
Lei 14300 Geracao Distribuida
300-de-6-de-janeiro-de-2022-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Lei: CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Para fins e efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes definições:
III - consórcio de consumidores de energia elétrica: reunião de pessoas físicas e/ou jurídicas
consumidoras de energia elétrica instituído para a geração de energia destinada a consumo próprio, com
atendimento de todas as unidades consumidoras pela mesma distribuidora;
VI - crédito de energia elétrica: excedente de energia elétrica não compensado por unidade
consumidora participante do SCEE no ciclo de faturamento em que foi gerado, que será registrado e
alocado para uso em ciclos de faturamento subsequentes, ou vendido para a concessionária ou
permissionária em que está conectada a central consumidora-geradora;
VIII - excedente de energia elétrica: diferença positiva entre a energia elétrica injetada e a
energia elétrica consumida por unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída de
titularidade de consumidor-gerador, apurada por posto tarifário a cada ciclo de faturamento, exceto para
o caso de empreendimento com múltiplas unidades consumidoras ou geração compartilhada, em que
o excedente de energia elétrica pode ser toda a energia gerada ou a injetada na rede de distribuição
pela
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XIV - Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE): sistema no qual a energia ativa é
injetada por unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída na rede da distribuidora
local, cedida a título de empréstimo gratuito e posteriormente compensada com o consumo de energia
elétrica ativa ou contabilizada como crédito de energia de unidades consumidoras participantes do
sistema.
Parágrafo único. Para todas as unidades referidas no caput do art. 26 desta Lei, o limite de
potência instalada de que trata o inciso XIII docaputdeste artigo é de 5 MW (cinco megawatts) até 31 de
dezembro de 2045.
CAPÍTULO II
I - 2,5% (dois e meio por cento) do investimento para centrais com potência instalada superior a
500 kW (quinhentos quilowatts) e inferior a 1.000 kW (mil quilowatts); ou
II - 5% (cinco por cento) do investimento para centrais com potência instalada maior ou igual a
1.000 kW (mil quilowatts).
§ 3º O disposto no § 2º deste artigo não se aplica caso seja celebrado contrato com a
distribuidora em até 90 (noventa) dias, contados da publicação desta Lei.
Art. 5º Fica vedada a transferência do titular ou do controle societário do titular da unidade com
microgeração ou minigeração distribuída indicado no parecer de acesso até a solicitação de vistoria do
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Art. 7º O prazo estabelecido para conclusão das melhorias e dos reforços de rede indicado
no parecer de acesso poderá ser prorrogado, mediante comprovação de evolução do
licenciamento ambiental ou das obras de implantação da usina a ser comunicada pelo acessante à
distribuidora, o que implicará, por conseguinte, postergação do pagamento dos vencimentos dos
contratos de uso do sistema de distribuição da concessionária.
CAPÍTULO III
§ 1º A responsabilidade de que trata o caput deste artigo abrange todos os custos referentes à
ampliação de capacidade ou à reforma de subestações, de alimentadores e de linhas já existentes.
CAPÍTULO IV
Art. 9º Podem aderir ao SCEE os consumidores de energia, pessoas físicas ou jurídicas, e suas
respectivas unidades consumidoras:
consumidoras;
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III - com geração compartilhada ou integrantes de geração
Parágrafo único. Não poderão aderir ao SCEE os consumidores livres que tenham exercido a
opção de compra de energia elétrica, conforme as condições estabelecidas nos arts. 15 e 16 da Lei nº
9.074, de 7 de julho de 1995, ou consumidores especiais que tenham adquirido energia na forma
estabelecida no § 5º do art. 26 da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996.
Art. 11. É vedado novo enquadramento como microgeração ou minigeração distribuída das
centrais geradoras que já tenham sido objeto de registro, de concessão, de permissão ou de
autorização no Ambiente de Contratação Livre (ACL) ou no Ambiente de Contratação Regulada
(ACR), ou tenham entrado em operação comercial para geração de energia elétrica no ACL ou no ACR
ou tenham tido sua energia elétrica contabilizada no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE) ou comprometida diretamente com concessionária ou permissionária de distribuição de
energia elétrica, no ACR, e a concessionária ou permissionária de distribuição de energia elétrica deve
identificar esses casos perante a Aneel.
§ 1º Unidades consumidoras com geração local, cuja potência nominal total dos
transformadores seja igual ou inferior a uma vez e meia o limite permitido para ligação de consumidores
do Grupo B, podem optar por faturamento idêntico às unidades conectadas em baixa tensão, conforme
regulação da Aneel.
§ 3º (VETADO).
Art. 12. A cada ciclo de faturamento, para cada posto tarifário, a concessionária de
distribuição de energia elétrica, conforme o caso, deve apurar o montante de energia elétrica ativa
consumido e o montante de energia elétrica ativa injetado na rede pela unidade consumidora com
microgeração ou minigeração distribuída em sua respectiva área de concessão.
I - mesma unidade consumidora que injetou a energia elétrica, para ser utilizado em ciclos de
faturamento subsequentes, transformando-se em créditos de energia elétrica;
utilização dos excedentes de energia elétrica ou realocar os excedentes para outra unidade
consumidora do mesmo titular, de que trata o § 1º deste artigo, perante a concessionária ou
permissionária de distribuição de energia elétrica, e esta terá até 30 (trinta) dias para operacionalizar o
procedimento.
Art. 13. Os créditos de energia elétrica expiram em 60 (sessenta) meses após a data do
faturamento em que foram gerados e serão revertidos em prol da modicidade tarifária sem que o
consumidor participante do SCEE faça jus a qualquer forma de compensação após esse prazo.
§ 1º Os créditos são determinados em termos de energia elétrica ativa, não estando sua
quantidade sujeita a alterações em razão da variação nos valores das tarifas de energia elétrica.
§ 2º Para abatimento do consumo, devem ser utilizados sempre os créditos mais antigos
da unidade consumidora participante do SCEE.
Art. 16. Para fins de compensação, a energia injetada, o excedente de energia ou o crédito de
energia devem ser utilizados até o limite em que o valor em moeda relativo ao faturamento da unidade
consumidora seja maior ou igual ao valor mínimo faturável da energia estabelecido na regulamentação
vigente.
§ 2º O valor mínimo faturável aplicável aos microgeradores com compensação no mesmo local
da geração e cujo gerador tenha potência instalada de até 1.200 W (mil e duzentos watts) deve ter
uma
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redução de até 50% (cinquenta por cento) em relação ao valor mínimo faturável aplicável aos demais
consumidores equivalentes, conforme regulação da Aneel.
Art. 17. Após o período de transição de que tratam os arts. 26 e 27 desta Lei, as unidades
participantes do SCEE ficarão sujeitas às regras tarifárias estabelecidas pela Aneel para as unidades
consumidoras com microgeração ou minigeração distribuída.
II - até 18 (dezoito) meses para a Aneel estabelecer os cálculos da valoração dos benefícios.
§ 4º Após o transcurso dos prazos de transição de que trata ocaputdeste artigo, a unidade
consumidora participante ou que venha a participar do SCEE será faturada pela mesma modalidade
tarifária vigente estipulada em regulação da Aneel para a sua classe de consumo, observados os
princípios desta Lei.
Art. 18. Fica assegurado o livre acesso ao sistema de distribuição para as unidades com
microgeração ou minigeração distribuída, mediante o ressarcimento, pelas unidades consumidoras com
minigeração distribuída, do custo de transporte envolvido.
Art. 19. As bandeiras tarifárias incidem somente sobre o consumo de energia elétrica ativa a
ser faturado e não se aplicam sobre a energia excedente que foi compensada conforme estabelecido no
art.
12 desta Lei.
Art. 20. As instalações de iluminação pública poderão participar do SCEE, caso em que a rede
pública de iluminação do Município será considerada uma unidade consumidora com microgeração ou
minigeração distribuída, desde que atendidos os requisitos regulamentares da Aneel.
CAPÍTULO V
Art. 21. Para todos os efeitos regulatórios, será considerada exposição contratual involuntária,
entre outras hipóteses previstas em regulamento ou disciplinadas pela Aneel, a sobrecontratação de
energia elétrica das concessionárias e permissionárias de distribuição em decorrência da opção de
seus consumidores pelo regime de microgeração e minigeração distribuídas.
Art. 22. A partir de 12 (doze) meses após a publicação desta Lei, a CDE custeará as
componentes tarifárias não associadas ao custo da energia incidentes e não remuneradas pelo
consumidor-gerador sobre a energia elétrica compensada pelas unidades consumidoras
participantes do SCEE nas distribuidoras de energia elétrica com mercado inferior a 700 GWh
(setecentos gigawatts-hora) por ano.
Parágrafo único. Os custos de que trata o caput deste artigo serão suportados somente pelas
unidades consumidoras que compram energia em condições reguladas.
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Art. 23. A concessionária ou permissionária de distribuição de energia elétrica poderá contratar
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CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 25. A CDE, de acordo com o disposto nos incisos VI e VII do caputdo art. 13 da Lei nº
10.438, de 26 de abril de 2002, custeará temporariamente as componentes tarifárias não associadas ao
custo da energia e não remuneradas pelo consumidor-gerador, incidentes sobre a energia elétrica
compensada pelas unidades consumidoras participantes do SCEE, na forma do art. 27 desta Lei, e o
efeito decorrente do referido custeio pela CDE será aplicável somente às unidades consumidoras do
ambiente regulado.
Art 26. As disposições constantes do art. 17 desta Lei não se aplicam até 31 de dezembro de
2045 para unidades beneficiárias da energia oriunda de microgeradores e minigeradores:
§ 1º O faturamento das unidades referidas neste artigo deve observar as seguintes regras:
§ 2º As disposições deste artigo deixam de ser aplicáveis quando, 12 (doze) meses após a
data de publicação desta Lei, ocorrer:
cujo protocolo da solicitação de aumento ocorra após 12 (doze) meses após a data de publicação desta
Lei.
§ 4º A contagem dos prazos estabelecidos no § 3º deste artigo fica suspensa enquanto houver
pendências de responsabilidade da distribuidora ou caso fortuito ou de força maior.
§ 6º As disposições deste artigo deixam de ser aplicáveis em caso de não cumprimento dos
prazos previstos no § 3º deste artigo pelo consumidor-gerador.
Art. 27. O faturamento de energia das unidades participantes do SCEE não abrangidas pelo art.
26 desta Lei deve considerar a incidência sobre toda a energia elétrica ativa compensada dos seguintes
percentuais das componentes tarifárias relativas à remuneração dos ativos do serviço de distribuição,
à quota de reintegração regulatória (depreciação) dos ativos de distribuição e ao custo de operação
e manutenção do serviço de distribuição:
2028;
I - de 100% (cem por cento) das componentes tarifárias relativas à remuneração dos ativos
do serviço de distribuição, à quota de reintegração regulatória (depreciação) dos ativos de distribuição
e ao custo de operação e manutenção do serviço de distribuição;
II - de 40% (quarenta por cento) das componentes tarifárias relativas ao uso dos sistemas
de transmissão da Rede Básica, ao uso dos transformadores de potência da Rede Básica com tensão
inferior a
230 kV (duzentos e trinta quilovolts) e das Demais Instalações de Transmissão (DIT) compartilhadas, ao uso
dos sistemas de distribuição de outras distribuidoras e à conexão às instalações de transmissão ou de
distribuição;
III - de 100% (cem por cento) dos encargos Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Eficiência
Energética (EE) e Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica (TFSEE);
e
CAPÍTULO VII
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DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 29. Para a outorga de autorização de usinas fotovoltaicas pela Aneel destinadas ao ACL ou
à autoprodução de energia elétrica, deverá ser apresentado estudo simplificado que contenha os dados
de pelo menos 1 (um) ano de medição realizada por meio de medição satelital ou estação
solarimétrica instalada no local do empreendimento, juntamente com o sumário de certificação
de medições solarimétricas e de estimativa da produção anual de energia elétrica associada ao
empreendimento, emitida por certificador independente, com base na série de dados apresentada.
Art. 32. A Aneel promoverá a divulgação dos custos e dos benefícios sistêmicos das centrais
de microgeração e minigeração distribuída de forma a manter a transparência das informações à
sociedade.
Art. 33. A Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, passa a vigorar com as seguintes
.......................................................................................................................................
§ 5º ...........................................................................................................
.......................................................................................................................................
IV - geração distribuída.
............................................................................................................................" (NR)
Art. 34. O art. 26 da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do
seguinte § 1º-J:
......................................................................................................................................
§ 1º-J As diretrizes de que trata o § 1º-G deste artigo também são aplicáveis aos
microgeradores e minigeradores distribuídos.
............................................................................................................................" (NR)
Art. 35. Para fins desta Lei, os projetos de microgeração e minigeração distribuídas serão
considerados sistemas de geração de energia renovável elegíveis para enquadramento no inciso VI
docapute no § 3º do art. 1º da Lei nº 9.991, de 24 de julho de 2000.
Parágrafo único. A Aneel deve garantir que as contratações de que trata o inciso IV do § 5º
do art. 2º da Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, sejam feitas por processos de concorrência por
meio de chamadas públicas.
Art. 36. Fica instituído o Programa de Energia Renovável Social (PERS), destinado a
investimentos na instalação de sistemas fotovoltaicos e de outras fontes renováveis, na modalidade
local ou remota compartilhada, aos consumidores da Subclasse Residencial Baixa Renda de que trata a
Lei nº
12.212, de 20 de janeiro de 2010.
de fontes de recursos complementares, ou ainda de parcela de Outras Receitas das atividades exercidas
pelas distribuidoras convertida para a modicidade tarifária nos processos de revisão tarifária.
§ 4º O consumidor participante do PERS será faturado pela distribuidora de energia elétrica com
base na regra do art. 17 desta Lei, e os volumes de energia excedentes oriundos da geração nas
unidades atendidas pelo PERS poderão ser adquiridos pela distribuidora, conforme regulação da Aneel.
§ 5º Caberá à Aneel adaptar as normas pertinentes, no que couber, para viabilizar a formação
dos recursos estabelecidos no § 1º deste artigo e demais medidas para a operacionalização dos
procedimentos estabelecidos, e realizar o acompanhamento físico e contábil do PERS.
§ 6º As contratações a que se refere o § 3º deste artigo deverão ser feitas por processos de
concorrência por meio de chamadas públicas, na forma da regulamentação da Aneel.